CT DE FLORESTAS, BIODIVERSIDADE E AGROPECUÁRIA REUNIÃO DE 14 DE MARÇO DE 2017, EM BRASÍLIA - DF

Documentos relacionados
2ª Reunião da Câmara Temática Cidades e Resíduos Brasília, 17 de Maio de 2017 XX Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios

Segunda reunião da Câmara Temática de Florestas, Agropecuária e Biodiversidade do Fórum Brasileiro de Mudança Climáticas

CT DE ENERGIA REUNIÃO DE 16 DE MARÇO DE 2017, NO RIO DE JANEIRO - RJ

A opinião dos consumidores sobre o papel da aviação civil internacional para o combate as mudanças climáticas

Visão do Setor Industrial Brasileiro sobre o Acordo de Paris

ENREDD+ RESUMO-EXECUTIVO ESTRATÉGIA NACIONAL PARA REDD+ florestal sejam reconhecidos internacionalmente e devidamente recompensados.

RESUMO EXECUTIVO. Esquema de Redução de Emissões da Aviação Civil Internacional (Corsia/Icao): DESAFIOS E OPORTUNIDADES PARA O BRASIL

Plano de Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

ECONOMIA VERDE NA AMAZÔNIA: DESAFIOS NA VALORIZAÇÃO DA FLORESTA EM PÉ CONTRIBUIÇÃO DO GRUPO BANCO MUNDIAL

PROGRAMAÇÃO. 4 anos de Coalizão Brasil e 1 ano de cofacilitação André Guimarães e Luiz Cornacchioni

O Código Florestal e o alcance das metas brasileiras da COP 21: oportunidades e desafios

Fórum Internacional de Estudos Estratégicos para o Desenvolvimento Agropecuário e Respeito ao Clima FEED Mudanças

Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs)

Restauração de paisagens e florestas

ESTRATÉGIA NACIONAL E FINANCIAMENTO DE REDD+ DO BRASIL

Floresta, Clima e Negociaçõ. ções Internacionais rumo a Copenhagen

Brazil s experience of the Arpa Programme and REDD+ strategy at the deforestation frontier

Plano ABC & Suinocultura de Baixa Emissão de Carbono

COP-21 em Pauta A indc Brasileira 28/9/2015

Regulamenta a Lei nº , de 9 de dezembro de 2009, que cria o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima - FNMC, e dá outras providências.

Sistema Estadual de REDD+ de Mato Grosso

TERMO DE REFERÊNCIA PARA CONSULTORIA ESPECIALIZADA

RELATÓRIO DIRETORIA DE DIFUSÃO AGROTECNOLÓGICA. Palmas- TO, 09 de junho de 2015.

Comissão Nacional para Recuperação da

restauração em larga escala?

Plano Agricultura de Baixa Emissão de Carbono. Política de incentivo ao uso de sistemas sustentáveis de produção

Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil

PANORAMA SOBRE A PECUÁRIA BRASILEIRA E SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

12 CONGRESSO FLORESTAL ESTADUAL DO RIO GRANDE DO SUL. Política Agrícola para Florestas Plantadas

A experiência do Brasil com MRV de REDD+ sob a UNFCCC e o programa piloto do GCF

Jailson Bittencourt de Andrade Secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento São Paulo, SP, 21 de Março de 2017

Evento: O Agronegócio e o Comércio Mundial. Agronegócio Brasileiro: Atualidade e Desafio

DECRETO Nº 8.972, DE 23 DE JANEIRO DE 2017

Seminário Internacional Oportunidades de Negócios para uma Economia Rural Sustentável: A Contribuição das Florestas e da Agricultura

Brasil submete suas INDCs à Convenção do Clima

A DINÂMICA DE ATORES O NOVO CÓDIGO FLORESTAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS. Paulo Roberto Cunha

Contribuições e perspectivas dos sistemas integrados de produção para a agricultura sustentável nos trópicos Por Ronaldo Trecenti* Segundo estudos da

RELATÓRIO DE AUXÍLIO DE EVENTO 9º Ato comemorativo pelo Dia Nacional da Conservação do Solo

Biocombustíveis renováveis de aviação: a atuação da Agência Nacional de Aviação Civil

2/13/2012. O que entendemos por mudanças climáticas?

INVENTÁRIO DE EMISSÕES IDESAM EMISSÕES INSTITUCIONAIS 2017

Gerência de Assessoramento Técnico ao Agronegócio Gerag SP

Desafios e soluções para o financiamento de boas práticas no setor agropecuário

Síglia Regina Souza / Embrapa. Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) Sustentabilidade do agronegócio com preservação ambiental

Contexto Ambiental e Agronegócio brasileiro

AVALIAÇÃO DO FUNDO CLIMA Modalidade Recursos Não Reembolsáveis. REUNIÃO DE PARES 29 de março de 2016

INVESTIMENTOS SUSTENTÁVEIS. Fabio Ramos

Serviços Técnicos e Gestão Ambiental no Agronegócio Diretoria de Agronegócios

Relatório Minicurso REDD+ Indígena

Conselho Empresarial de Meio Ambiente FIRJAN 4 de agosto de 2015

SELEÇÃO DE CONSULTORIA INDIVIDUAL

BRASIL: POTÊNCIA AGROAMBIENTAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE DA INTEGRAÇÃO INTERNACIONAL DA LUSOFONIA AFRO-BRASILEIRA UNILAB

Conclusões e Recomendações do Evento

Fortalecendo o mercado de seguros para um desenvolvimento sustentável

Finanças Climáticas Annelise Vendramini Finanças Sustentáveis Gvces Outubro, 2017

CONCLIMA 2013 Conferência Nacional da Rede Clima S. Paulo, 9 a 13 de setembro

O Agronegócio Hoje Atualidade e Tendências

Iniciativas Empresariais

Código Florestal evolução.debate.consequências.

Indústria Brasileira de Árvores (IbÁ)

Conceito Quantificando o Incentivo

Resumo: Consulta Nacional sobre a Estratégia de Energia

Há 19 anos no ar, o Canal Rural se tornou uma plataforma multimídia de comunicação que leva aos produtores todas as novidades e tendências do setor.

Prof. Raoni Rajão. XIII SIGA e V SIGA Ciência - ESALQ-USP, 20/08/16. O Desmatamento Histórico, Metas climáticas e o Futuro do Cerrado

Biodiversidade e biocombustíveis. Agosto 2009 M. Cecilia Wey de Brito Secretária de Biodiversidade e Florestas Ministério do Meio Ambiente

PLANO ABC AGRICULTURA DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO

Aviação Comercial e Meio Ambiente. Projetos e Diretrizes

Seminário de Desenvolvimento Sustentável e Descarbonização FIEMG - UBRABIO 29AGO2017

Regulamentação da CRA e PRA 27ª RO DA CÂMARA TEMÁTICA DE AGRICULTURA SUSTENTÁVEL E IRRIGAÇÃO - CTASI Raimundo Deusdará Filho.

CONTRIBUIÇÃO DA COALIZÃO BRASIL CLIMA, FLORESTAS E AGRICULTURA OPORTUNIDADES DE INVESTIMENTO E P&D

Sobre o Workshop: FAPESP BIOTA-BIOEn-Climate Change: Ciência e Política para uma economia mais verde no contexto do RIO+20

Quais são os principais drivers do desflorestamento na Amazônia? Um exemplo de interdisciplinaridade.

O mercado de crédito de carbono na Amazônia Legal

O PAPEL DA REDE RURAL NACIONAL

Assunto: Avaliação para extinção, adequação ou fusão de colegiados. Submeto à avaliação de Vossa Excelência relação de Comissões, Comitês,

Restauração da vegetação e a mitigação de mudanças do clima

O QUE É ILPF ILP IPF. A ILPF pode ser utilizada em diferentes configurações, combinando-se dois ou três componentes em um sistema produtivo:

AGRICULTURA E ALIMENTOS PRODUÇÃO E CONSUMO SUSTENTÁVEL DE ALIMENTOS

PARECER Nº, DE Relator: Senador JORGE VIANA I RELATÓRIO

REDD+ em Mato Grosso: rumo à implementação

Seminário de Lançamento do Guia de Financiamento da Agricultura de Baixa Emissão de Carbono

OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÊNIO

Contexto Acordo de Paris Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC) Brasil

MITIGAÇÃO DAS MC EM MOÇAMBIQUE. Telma Manjta MICOA

Mapa das Florestas Intactas no Mundo

14h30-15h00 Balanço COP 23 15h00-15h45 Planejamento 2018 Plataforma Eleições 2018 e Visão 10 anos Principais Marcos dos Grupos de Trabalho

CONTRIBUIÇÃO DO MCTIC PARA A ELABORAÇÃO DA ESTRATÉGIA DE IMPLEMENTAÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO NACIONALMENTE DETERMINADA DO BRASIL AO ACORDO DE PARIS

Início e Estruturação

Semana Florestal 2017 Adequação ambiental à Lei de Proteção de Vegetação Nativa e desenvolvimento sustentável do setor agropecuário

Desafios da Gestão Florestal visando produção florestal sustentável. Tasso Rezende de Azevedo Diretor Geral Serviço Florestal Brasileiro

SÚMULA 1ª REUNIÃO ORDINÁRIA COORDENADORES DAS COMISSÕES ESTADUAIS DE MEIO AMBIENTE

Sistemas de Áreas Protegidas (Unidades de Conservação e Terras Indígenas) e Solidariedade entre Comunidades Locais e Povos Indígenas:

INDICADORES ECONÔMICOS

Banco do Brasil e o Agronegócio. Fevereiro 2012

Secretaria de Biodiversidade e Florestas, Ministério do Meio Ambiente. Economia dos Ecossistemas e da Biodiversidade TEEB Brasil

AVIAÇÃO E MUDANÇA DO CLIMA: CORSIA e Tendências. Biocombustível, solução definitiva?

Programa de Registro Público de Emissões de GEE de Minas Gerais 19/3/2015

2015 CARBON SECURITIES

5ª CONFERÊNCIA sobre MUDANÇAS GLOBAIS Florestas Tropicais e Sustentabilidade São Paulo, Brasil; 5 de Junho, 2018

Transcrição:

CT DE FLORESTAS, BIODIVERSIDADE E AGROPECUÁRIA REUNIÃO DE 14 DE MARÇO DE 2017, EM BRASÍLIA - DF A Câmara Temática (CT) de Florestas, biodiversidade e agropecuária (CT #1) foi instalada no dia 14 de março na sala de reuniões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), sob a coordenação do Secretário Executivo do Fórum, Alfredo Sirkis, com a presença do Ministro do Meio Ambiente Sarney Filho e os seguintes participantes: Instituição Nome 1 ABAG Luiz Cornacchioni 2 AC Alberto Tavares 3 Associação Comunitária RDS Rio Negro Sebastião Mendonça 1

4 Agroicone Rodrigo Lima 5 Casa Civil Milena S M Medeiros 6 Casa Civil André L C de Andrade 7 CNA Nelson Ananias 8 CNI Mário Cardoso 9 Coalizão Clima, Agricultura e Florestas Marcelo Furtado 10 Coalizão Clima, Agricultura e Florestas Luana Maia 11 EMBRAPA Gustavo Mozzer 12 ESALQ Fabio Marin 13 FAS Virgilio Mauricio Viana 14 FBF Mayara Machado 15 FBMC Alfredo Sirkis 16 FBMC Natalie Unterstell 17 FBMC Sally Janzen 18 GTA Joci Aguiar. 19 IBA Fabio Marques 20 IDESAM Mariano Cenamo 21 IMAFLORA Luis Fernando Guedes Pinto 22 Independente Tasso Rezende de Azevedo 23 IPAM André Guimarães 24 MAPA João Campari 25 MAPA Edson Leite 26 MAPA José Rodrigues Pinheiro Dória 27 MAPA Pedro Alves Correa Neto 2

28 MMA José Sarney Filho 29 MMA Gilberto Soares 30 MMA Lívia Marques Borges 31 MMA Monique Ferreira 32 MMA José D G Miguez 33 MMA Everton Lucero 34 MMA Thelma Krug 35 MRE José Antonio M de Carvalho 36 MRE Reinaldo Salgado 37 MRE Luiz Andrade 38 OC Carlos Rittl 39 SFB Raimundo Deusdará 40 SFB Joberto Freitas 41 SFB Marcus Vinicius Alves 42 SFB Cássia Saretta 43 SRB Dulce Benke 44 UFMG Raoni Rajão 45 Umbelino Lobo Jackeline Brito 46 WRI Viviane Romeiro 47 WWF André Nahur Resumo das deliberações: A reunião tratou de questões de curto prazo e da elaboração de cenários para a implementação da NDC brasileira, no setor, até outubro de 2017. Foram criados três grupos de trabalho para tratar do repique do desmatamento, examinar a questão dos offsets florestais para a compensação de emissões da aviação civil internacional e da dinamização 3

do plano ABC com a ambição de estender seus critérios, técnicas e objetivos de descarbonização para o Plano Safra. Foi definido um cronograma de discussão, com reuniões mensais, para a elaboração de cenário de implementação da NDC, no setor que corresponde a cerca de 60% das emissões brasileiras de GEE. A metodologia de discussão e a forma dos produtos será definida a partir da segunda reunião da CT1 quando serão ouvidas exposições atinente ao setor da parte dos apresentadores dos quatro estudos-base para o processo de discussão da NDC: 1) Opções de Mitigação 2) Ies Brasil 3) Documento do BID 4)Brasil 2040. Essa reunião será em abril. RESUMO DE COMENTÁRIOS E ENCAMINHAMENTOS Comentários das autoridades: O Secretário Executivo abriu a reunião, explicando brevemente a intenção do Fórum Brasileiro sobre Mudanças Climáticas de desenvolver uma capilaridade para além das reuniões anuais com o presidente da república e trabalhar por meio de 9 Câmaras Temáticas, a fim de recomendar uma estratégia para implementação da NDC brasileira e para o desenvolvimento resiliente e de baixo carbono de longo prazo. Mais especificamente, a Câmara das Florestas, da Biodiversidade, da Agricultura e da Pecuária terá, em primeiro lugar, de concentrar-se na limitação do desmatamento e desenvolver 2-3 cenários de implementação da NDC. Após a introdução o Ministro do Meio Ambiente e o assessor do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento compartilharam suas expectativas, visões e prioridades absolutas para avançar na agenda de curto prazo e na implementação da NDC brasileira. O Ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, comunicou dados preliminares sobre queda do desmatamento nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro e enfatizou a necessidade de reverter o recente aumento nos níveis de desmatamento na Amazônia. Ele ampliou as 4

medidas atuais de controle do desmatamento, enfatizando que o controle por si só não resolverá o problema do aumento do desmatamento e defendendo que as estruturas econômicas serão vitais para valorizar a floresta. O Ministro do Meio Ambiente (MMA) pontuou as ações mais recentes pertinentes à pauta de mudança do clima e florestas, como a operacionalização do SINAFLOR e a parceria com os estados na implementação do Cadastro Ambiental Rural. O Ministro destacou a necessidade da CT não buscar utopia, mas resultados claros; e evitar soluções aparentemente fáceis e um fluxo imaginário apenas de recursos financeiros nas suas recomendações. Os representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento destacaram os compromissos conjuntos anunciados com o MMA no âmbito da COP da Biodiversidade realizada no México em 2016 relativos à recuperação de florestas degradadas e outros (Bonn Challenge). Eles também sinalizaram como prioridades de trabalho desta CT a valorização do patrimônio ambiental em mãos de proprietários privados (cerca de 11 % da cobertura florestal nativa conservada no país) e avanços no Plano Agricultura de Baixo Carbono, como veículo para implementação do Acordo de Paris juntamente com o Código Florestal. Como prioridades, o MAPA listou a gestão da propriedade rural e as valorizações do plano de agricultura de baixo carbono, o Plano ABC, como programa de crédito para atender o Acordo de Paris. Cobrança de respostas do governo federal e do FBMC: O representante de um fórum estadual amazônico de mudança do clima cobrou do MMA resposta à demanda encaminhada há 1 ano (14/3/2016) por meio Fórum Brasileiro quanto à alteração da governança da Comissão Nacional de REDD+ (CONAREDD+) de modo que a mesma opere por consenso, busque equilíbrio entre os setores representados e remova a limitação a instrumentos de mercado para o setor florestal. Destaques realizados pelos presentes: 5

A CT como um espaço para civilizar divergências relativas a tema de mercado e florestas; A oportunidade colocada pela Resolução 39/3 da Organização Internacional da Aviação Civil (OACI ou ICAO em inglês) de oferecer créditos de carbono florestal para compensar emissões do transporte aéreo; A ótica de oportunidade em vez da ótica da restrição ao desenvolvimento foi realçada como um princípio a ser adotado pela CT; O Programa ABC como uma iniciativa que se tornou viável pelo acumulado em ciência e tecnologia no país; O cumprimento dos compromissos voluntários assumidos pelo governo em 2009 para 2020, com desmatamento na Amazônia abaixo de 4 mil k2 como prioridade de curto prazo; A discussão do repique do desmatamento como uma questão a ser considerada no contexto do cumprimento dos tais compromissos para 2020; A ambição de que o Plano Safra se torne o Programa ABC no médio prazo; A revisão da governança da política nacional de mudança do clima, coordenada pela Casa Civil, como processo que pretende reforçar abordagens econômicas na regulação e condução da política; A necessidade de se garantir financiamento previsível e adequado (em escala e diversificado) para a área de florestas, haja vista que os repiques recentes na taxa de desmatamento estão associados a momentos de sub-financiamento de ações ordinárias da administração pública e pressões associadas a projetos estatais (mencionou-se a BR 319 no Amazonas, com a ponderação de que a mesma pode ser uma ameaça e também uma oportunidade, caso sirva para o escoamento da produção madeireira legal na região); A necessidade de se realizar operações em grande escala com participação das Forças Armadas e forte cobertura de mídia para 6

recriar um efeito inibidor e dissuasor em relação aos múltiplos focos de desmatamento de origem criminosa. A inter-relação entre esta CT e a CT de Finanças; Houve interesse de alguns membros e a relutância de outros em explorar a relação entre os assuntos dessa CT e o artigo 6o do Acordo de Paris, relativo ao novo MDL, ou mecanismo de desenvolvimento sustentável (MDS), da UNFCCC; A importância de se aprofundar a solucionática das variações no solo como parte da mensuração e aferição de ações de mitigação de gases de efeito estufa na agricultura. Discussões e encaminhamentos práticos: Sobre o aumento observado do desmatamento em 2016 e a meta de redução de emissões em 2020, foram levantados dois pontos, a saber, financiamento e governança. Em termos de financiamento, sugeriu-se aumentar a proporção do Programa ABC no Plano Safra; trabalhar com um mercado de emissões doméstico de CO2; fazer uso de um mecanismo de compensação de CO2 e outras estratégias diversas e de longo prazo; Integrar os mecanismos nacionais e internacionais de desenvolvimento sustentável. No que se refere à governança, recomendou-se manter um diálogo contínuo com o Governo Federal; reforçar a transversalidade dos esforços em todos os setores; e aumentar a visibilidade da questão. Ponderou-se se faria sentido dedicar esforços específicos sobre a questão do desmatamento e discutiu-se se faria sentido usar a Comissão Executiva dos PPCDs para uma discussão atinente às NAMAS. Ponderou-se que os processos de trabalho para avaliação e formulação de uma nova etapa dos planos de prevenção e controle do desmatamento foram concluídos no ano passado e que não faria sentido reativá-los para o propósito da PNMC neste momento. - Conclusões: Criar um Grupo de Trabalho para focar no desmatamento e organizar a primeira reunião do grupo de trabalho (possivelmente em Manaus). As seguintes organizações já se comprometeram a participar do grupo de trabalho: SFB, IDESAM, GTA, 7

IPAM, FAS, Tasso Azevedo, UFMG, Agroicone e FAS. Sobre a potencial oferta de créditos de carbono florestal para compensar emissões do transporte aéreo. Por um lado, foi sugerido que a compensação não gera resultados reais de mitigação, dando sobrevida a atividades poluidoras, e que uma oferta de offsets pelo Brasil dificultaria o cumprimento da nossa NDC. Por outro lado, foi argumentado que a fixação de preços do carbono e a concessão de financiamento incentivam a mitigação e que as compensações não estão vinculadas a NDCs e ao Acordo de Paris. Foram ainda levantados pontos como: relação com a implementação da NDC Brasileira, implicações da possível oferta de créditos para a mitigação total a ser realizada pelo Brasil e inserção no contexto de meios de financiamento para ações de mitigação no setor florestal. O Secretário Executivo do FBMC inquiriu o grupo de presentes acerca da pertinência de tratar o assunto no âmbito da CT. Houve reação negativa (por quem entende que o tema pode ser uma distração à CT, entre outros) e positiva (pelos que entendem que há legitimidade em se acolher demandas de membros pela CT, entre outros). Foi informada a existência de um grupo fechado que tem discutido esse assunto juntamente com outros relativos a opções de financiamento (do qual participam MMA, IPAM, UFMG e outros). O Ministério das Relações Exteriores indicou a necessidade de se esclarecerem os prazos do processo internacional em curso e se dispôs a oferecer maiores explicações sobre o mesmo. Secretário Executivo do FBMC ponderou que não se pré-julgue o resultado nem se deixe de fazer a discussão demandada por membros. Conclusões : Criar um Grupo de Trabalho temporário para avaliar a oportunidade/o risco de usar compensações. O grupo de trabalho terá a facilitação do sr. Mariano Cenamo (IDESAM, FAMC). Sobre agropecuária. Houve a indicação de criação de um grupo de trabalho dedicado a revisar o Plano ABC, reforçar o mainstreaming da agricultura de baixo carbono no Plano Safra e explorar mecanismos como um fundo garantidor. O MAPA manifestou que esse GT seja aliado de uma Comissão que está sendo instalada no 8

Ministério para questões de sustentabilidade do agronegócio. Conclusões : A Câmara trabalhará em conjunto com a Comissão de Desenvolvimento Agrícola Sustentável do Ministério da Agricultura, Pecuária e Nutrição para revisar e integrar o Plano ABC com o Plano Safra, sob coordenação provisória do MAP A/João Campari. Indicaram interesse em participar do GT: IPAM, WRI, SFB, Agroicone, UFMG, Imaflora e Coalizão. Sobre cenários de emissões. Informou-se que alguns grupos têm atualizado as premissas de crescimento econômico brasileiro para simulação de cenários, afetando inclusive as projeções de emissões relativos ao setor de uso da terra. Houve reação quanto à rediscussão de premissas consideradas na NDC brasileira e ponderação quanto ao sinal de que se espera um crescimento negativo da economia do país. - Conclusões: A próxima reunião da CT abordará o tema, considerando ainda sua interação com a CT Visão de Longo Prazo. Recomendações à CT: Considerar questões como quem somos, o que fazemos, o que queremos para encaminhar o trabalho; Realizar um mapeamento sobre quem está fazendo o quê no momento vis-a-vis NDC brasileira e temas a serem trabalhados nas CTs; Trabalhar com reuniões mensais entre março e outubro, com foco na entrega de uma proposta de implementação da NDC brasileira, buscando viabilizar o acesso remoto aos encontros; Os GTs específicos devem reportar à Câmara Temática periodicamente; Próxima reunião focará em resultados dos modelos de emissões, recorte de uso da terra; a seguinte poderá tratar de financiamento e na sequencia, adaptação. Encaminhamentos: A Câmara se reunirá mensalmente (oferecendo a opção de videoconferência) e desenvolverá cenários NDC até outubro deste 9

ano. Próxima reunião da CT será em abril; data a ser informada em breve; Calendário tentativo das reuniões de 2017 será indicado por email em breve; Coordenação geral da CT ficará a cargo de MAPA, EMBRAPA e Coalizão Clima, Agricultura e Florestas, inicialmente; Metodologia de trabalho da CT engloba um documento-base prévio à 2a reuniões, que facilite o entendimento das premissas e dos resultados de modelagens e estudos disponíveis (Opções de Mitigação, IES-Brasil, BID) e a discussão técnica na CT; 3 Grupos de Trabalho foram criados; os mesmos terão agendas próprias e paralelas à CT e comunicar-se-ão periodicamente à mesma; Grupo I - Desmatamento e metas de 2020, facilitado inicialmente por Virgílio Viana Grupo II - Agricultura de Baixo Carbono e Plano Safra facilitado inicialmente por João Campari Grupo III - Offsets florestais na ICAO facilitado inicialmente por Mariano Cenamo 10