Word-key: Residues of Services of Health, Plan of Administration, clinical dentistry.



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Transcrição:

ANÁLISE DA IMPORTÂNCIA DA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE EM UMA CLÍNICA ODONTÓLOGICA Natállia Bittencourt Santana1 Osmar Mendes Ferreira2 Universidade Católica de Goiás Departamento de Engenharia Engenharia Ambiental Av. Universitária, Nº 1440 Setor Universitário Fone (62)3946-1351. CEP: 74605-010 Goiânia - GO. RESUMO Este estudo busca identificar os fatores que influenciam na geração de resíduos de serviço de saúde em uma clínica odontológica, para que possa ser claramente notada a importância da implantação de um Plano de Gerenciamento de Resíduo de Saúde dentro de uma unidade prestadora de serviço odontológico. Para o desenvolvimento do mesmo, foram realizadas visitas a uma Clinica Odontológica, com a colaboração dos funcionários para obter as informações necessárias para o estudo, no qual foi realizada a identificação dos resíduos, segregação e pesagem do lixo gerado no local. Durante o estudo, foi mostrada a importância de uma correta segregação dos resíduos, finalizado com a verificação de que os RSS contaminados representam a menor parcela do lixo total gerado pela clínica. Podemos ainda dizer que, seguindo as exigências da resolução 306 da Diretoria Colegiada RDC 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária ANVISA, podemos reduzir ainda mais a quantidade destes resíduos através da conscientização dos pacientes e treinamento dos funcionários da Clínica. Palavras-chave: resíduos de serviço de saúde, plano de gerenciamento, clínica odontológica. ABSTRACT This study look for identify the factors that influence the generation of waste in the health service in a dental clinic, so it can be clearly noticed the importance of deploying a Waste Management Plan for Health inside a provider of dental service. For the development of it, were visited the Dental Clinic, with the cooperation of officials to obtain the necessary information for the study, which was held in the identification of waste, segregation and weighing of the garbage generated at the site. During the study, was shown the importance of a proper segregation of waste, finished with the verification that the RSS contaminated represent the smallest share of total waste generated by the clinic. We can also say that by following the requirements of resolution 306 of Collegiate Directors - 306 DRC's National Health Surveillance Agency - ANVISA, we can further reduce the amount of waste through the awareness of patients and training of officials of the Clinic. Word-key: Residues of Services of Health, Plan of Administration, clinical dentistry. Goiânia, dezembro de 2008 1 2 Acadêmica do curso de Engª Ambiental da Universidade Católica de Goiás. (natalliabittencourt@gmail.com) Profº do Dep. de Engª da Universidade Católica de Goiás - UCG (mendes_osmar@yahoo.com.br)

2 1 INTRODUÇÃO Os Resíduos de Serviço de Saúde RSS, estão presentes no conjunto de todos os resíduos sólidos urbanos gerados nas cidades. Por menor que seja essa quantia, esses devem ser entendidos e avaliados pelo seu grau de periculosidade, que é potencializado pela sua concentração pontual, o que os tornam uma fonte potencial de contaminação e disseminação de doenças. A legislação determina que todo estabelecimento de serviço de saúde elabore e execute seu Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde PGRSS com uma ferramenta para tornar mínimos os impactos ambientais e riscos gerados por eles. Trata-se, portanto, de um assunto polêmico frente aos riscos que oferecem às pessoas e ao meio ambiente, é, portanto, necessário que as unidades prestadoras de serviços na área de saúde materializem a implantação do PGRSS para que resulte na segregação e controle dos resíduos gerados em sua unidade prestadora de serviços à sociedade. Esse instrumento também é uma ferramenta que possibilita medir resultados de eficiência e contribuir no processo de redução da geração desses resíduos. A implantação de políticas de gerenciamento de RSS nessas unidades torna-se cada vez mais freqüente, não só para equacionar os problemas internos dessas instituições, como também para o melhor aproveitamento das áreas destinadas à disposição e ao tratamento desses resíduos e, em especial, à busca de melhores tecnologias para minimização, reaproveitamento e reciclagem dos mesmos. Ao definir suas políticas de gerenciamento, a unidade precisa analisar não apenas as variáveis internas que determinam a geração dos RSS, mas o conjunto de relações das variáveis externas que acaba por interferir nos resultados que podem ser obtidos. Isto, aliado a programas educativos que envolvam todos os colaboradores da unidade, constitui ainda fator fundamental para a efetivação do programas de gerenciamento (SCHNEIDER, 2004). Essa obrigação de fazer relaciona-se, ainda, ao pouco conhecimento da legislação vigente sobre o assunto (leis, resoluções, regulamentações), e na pouca informação sobre as tecnologias existentes para o tratamento dos RSS, que ainda perdura no meio das unidades prestadoras desses serviços, estabelecendo barreiras e dificuldades para atender essas bases

3 legais. Associado a esses fatores, observa-se ainda, o pouco interesse das partes responsáveis. A caracterização é a primeira fase de um PGRSS a ser implantada, a fim de tornar possível a segregação organizada, o acondicionamento diferenciado, a coleta, o transporte, o tratamento e a disposição final adequados. Neste sentido, a necessidade da caracterização quantitativa e qualitativa dos RSS orienta a segregação na fonte, segundo sua origem, riscos de infecção e sistemas de tratamento mais adequados a que devem ser submetidos. A caracterização é uma ferramenta importante propiciando, inclusive, a detecção de possibilidades de minimização através da reciclagem de alguns tipos específicos ou da diminuição da contaminação da massa total de resíduos. Se a problemática é imediatamente visível devido à concentração de resíduos gerados pelas unidades hospitalares e ambulatoriais, não menos importante é o estado desta problemática quando se trata de resíduos odontológicos dentre outros, visto serem eles visíveis, devido a dispersão das fontes geradoras (clínicas e consultórios odontológicos) no perímetro urbano. Diante da importância que se deve ter no trabalho de segregação dos RSS nas fontes geradoras, essa pesquisa justifica-se diante da necessidade de se obter resultados que levam a redução dos impactos e riscos atribuídos aos resíduos gerados nessas unidades. Assim considerando, objetivou-se com essa pesquisa estudar a importância da implantação do PGRSS em uma Clínica de Odontologia, unidade prestadora de serviço de saúde odontológico no município de Goiânia. Para esse trabalho fez-se necessário caracterizar e quantificar todos os resíduos gerados dentro da clínica e, através dos resultados propor medidas que aperfeiçoem o plano de gerenciamento, possibilitando melhorar a gestão desses resíduos. 2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Os resíduos são resultados da sobra de atividades da comunidade em geral, sejam industriais, domésticas, hospitalares, comerciais ou agrícolas. Resíduos podem ser ainda resultado das atividades da área de serviços, assim como de uma simples atividade pública, como a varrição. Eles podem se apresentar nos estados: sólido, semi-sólido e líquido, e foram classificados pela Norma Brasileira Registrada NBR sendo assim, podem da Associação

4 Brasileira de Normas Técnicas ABNT de 2004 em resíduos classe I e resíduos classe II que subdividem em classe II A não inertes e classe II B - inertes. Segundo NBR 10004 (ABNT, 2004), são classificados como resíduos classe I ou perigosos, aqueles resíduos que apresentam periculosidade, que é uma característica apresentada por um resíduo que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou infecto-contagiosas, pode apresentar: a) risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou acentuando seus índices; b) riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma inadequada. Estes resíduos são os que apresentam, pelo menos, uma dessas características: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. Os resíduos classe II A não inertes, podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. E os resíduos classe II B inertes, são quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou desionizada, à temperatura ambiente, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspectos, cor, turbidez, dureza, e sabor. O descarte inadequado de resíduos tem produzido passivos ambientas capazes de colocar em risco e comprometer os recursos naturais e a qualidade de vida das atuas e futuras gerações. E os resíduos de Serviço de Saúde RSS se inserem dentro dessa problemática e vêm assumindo grande importância nos últimos anos (BRASIL, 2006). Os Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde - RSSS, quando gerenciados inadequadamente, oferecem risco ao ambiente, à vida, por suas características biológicas, químicas e físicas. Portanto, implantar políticas de gerenciamento de resíduos nos diversos estabelecimentos de saúde, torna-se fundamental, tendo em vista a produção da saúde e a qualidade de vida do ambiente (CORRÊA et al., 2007). Nos resíduos de Serviço de Saúde, incluem os resíduos sólidos e líquidos gerados em estabelecimentos prestadores de serviços de saúde. Estes RSS são definidos pela Resolução 358 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA, 2005) como todos os resíduos resultantes

5 de atividades relacionadas com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizam atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares. Estes resíduos dependendo de suas características necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. Esses resíduos são divididos em cinco grupos: A, B, C, D, e E. Para o manejo seguro destes, a Resolução da Diretoria Colegiada - RDC 306 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA, 2004) os separa da seguinte forma: - GRUPO A: englobam os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. Este grupo é subdividido em mais cinco grupos: A1, A2, A3, A4 e A5. A1 : Culturas e estoques de microrganismos, resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; meios de cultura e instrumentos utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. Estes resíduos não podem deixar a unidade geradora sem tratamento prévio. A2 : Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processo de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como sua forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anatomo-patológico ou confirmação diagnostica. Devem ser submetidos a tratamento antes da disposição final. A3 : Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem

6 sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor cientifico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares. A4 : Kits de linhas artesanais, endovenosas e dialisadores; filtros de ar e gases aspiradores de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médicohospitalar e de pesquisa, entre outros similares; sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções; tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; recipientes e materiais resultantes do processo de assistência á saúde, que não contenham sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. A5 : Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. - GRUPO B: Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. - GRUPO C: quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. - GRUPO D: resíduos que não apresentem riscos biológicos, químicos ou radiológicos à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. - GRUPO E: materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares.

7 Dentre os vários pontos da Resolução, destaca-se a importância dada à segregação, à orientação para os resíduos que necessitam de tratamento e à possibilidade de solução diferenciada para a disposição final. O gerenciamento dos resíduos gerados pela sociedade moderna é uma necessidade que se apresenta como incontestável e requer não apenas a organização e a sistematização das fontes geradoras, mas, fundamentalmente, o despertar de uma consciência coletiva quanto às responsabilidades individuais no trato desta questão. Os resíduos sólidos de serviços de saúde, dentro desta dimensão maior, constituem um desafio com múltiplas interfaces, uma vez que, além das questões ambientais inerentes a qualquer tipo de resíduo, os RSS incorporam uma preocupação maior no que tange ao controle de infecções nos ambientes prestadores de assistência à saúde, no cuidado com a saúde individual / ocupacional, coletiva e ambiental (BRASIL, 2006). Segundo a RDC 306 (ANVISA,2004), o gerenciamento dos RSS constitui-se por um conjunto de procedimentos de gestão, planejado e implementado a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados um encaminhamento seguro, visando à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. A falha no entendimento e no atendimento aos critérios básicos para o gerenciamento destes resíduos, podem causar riscos ao meio ambiente e a saúde pública, decorrente do manejo inadequado. Sendo assim, todo estabelecimento gerador de RSS deve elaborar Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Este plano pode ser representado por um Manual documentado, que descreve todas as intenções e procedimentos da organização, inclusive prevendo programas de treinamento e melhoria continua por meio de medições, indicadores e monitoramentos (RIO, 2006). Segundo Resolução 283, o PGRSS é um documento integrante do processo de licenciamento ambiental, baseado nos princípios da não geração de resíduos e na minimização da geração de resíduos, que aponta e descreve as ações relativas ao seu manejo, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção à saúde pública.

8 O Quadro 01 mostra que a geração de RSS é determinada pela complexidade e pela freqüência dos serviços prestados no estabelecimento de saúde e pela eficiência que alcançam os responsáveis pelos serviços no desenvolvimento de suas tarefas, assim como pela tecnologia utilizada (CENTRO PAN-AMERICANO, 1997). Quadro 01: Serviços de um estabelecimento de saúde e tipos de resíduos que podem gerar. Serviços Prestados Pelo Hospital Tipo de Resíduos - Serviço de Internação Hospitalar 1. Salas de Internação; 2. Salas de Cirurgia; 3. Salas de Parto; Resíduos Infecciosos 4. Central de equipamentos; 5. Admissão; 6. Serviços de Emergência; 7. Outros. - Serviços Auxiliares de Diagnósticos e Tratamento 8. Anatomia Patológica; 9. Laboratório; 10. Radiodiagnósticos; 11. Gabinetes; 12. Audiometria; Resíduos Infecciosos Especiais 13. Isótopos Radioativos; 14. Endoscopia; 15. Citoscopia; 16. Radioterapia; 17. Banco de Sangue; 18. Medicina Física; 19. Outros. - Serviço de Consulta Externa 20. Consulta Externa; Resíduos Comuns 21. Outros. - Serviços Diretos Complementares 22. Enfermaria; 23. Relações Públicas e Serviço Social; 24. Arquivo Clínico; Resíduos Especiais e Comuns 25. Nutrição; 26. Farmácia; 27. Outros. - Serviços Gerais 28. Serviços Indiretos; 29. Cozinha; 30. Lavanderia; Resíduos Comuns e Especiais 31. Almoxarifado; 32. Engenharia e Manutenção; 33. Programa docente; 34. Programa de pesquisa; 35. Outros. Fonte: Centro Pan-Americano de Engenharia Sanitária e Ciências do Ambiente (1997).

9 Diante da variedade de fatores que influenciam na geração de RSS, pode-se dizer que não é fácil estabelecer relações que irão estimar a produção destes resíduos no estabelecimento de saúde. Desta forma, a contribuição de alternativas tecnológicas que viabilizem menor impacto ambiental sobre os meios físico, biótico e sócio-econômico que constituem o meio ambiente, é uma necessidade urgente para a melhoria de qualidade de vida das populações sem a perda de qualidade de vida no atendimento prestado pelos serviços de saúde às populações (NAIME et al., 2004). 3. METODOLOGIA Neste trabalho utilizou-se de pesquisa e informações em consulta a variadas fontes bibliográficas como: livros didáticos, publicações e artigos científicos, teses e dissertações acadêmicas, legislações, revistas e sites específicos. Foi realizado com o intuito de analisar os resultados da implantação de um PGRSS em uma clínica odontológica, no qual foi realizado estudo prévio, diagnosticando quais são os possíveis resíduos gerados neste local. A Clínica não possuía nenhum tipo de gerenciamento de resíduos, na qual foram coletadas informações durante uma semana e após, elaborado um PGRSS para dar continuidade na pesquisa realizada e assim, ser realmente entendida a importância da implantação de um PGRSS dentro de um estabelecimento de saúde. A Clínica Odontológica escolhida é denominada Colágeno Odontologia, localizada à Rua C 118 com C 120, Qd. 227, Lt. 01, nº 18, Setor Jardim América, Goiânia Go, a qual gera Resíduos de Serviços de Saúde de diferentes classes, inclusive resíduos perigosos. Os resíduos que são gerados na Clínica, os quais foram caracterizados e quantificados, foram os resíduos do grupo A (infectantes), resíduos do grupo B (químicos), resíduos do grupo D (comum) e resíduos do grupo E (perfurocortantes). A coleta de informações, para a elaboração do diagnóstico, foi realizada durante duas semanas no local, sendo que na primeira semana, realizada nos dias 06, 07, 08, 09, 10 e 11 de outubro de 2008 a clínica não possuía o PGRSS, e na segunda semana, realizada nos dias 13, 14, 15, 16, 17 e 18 de outubro de 2008 o PGRSS já tinha sido implantado na clínica. Foi aplicado um questionário para a caracterização quanto a sua: geração;

10 manuseio; armazenamento; coleta interna; coleta externa; tratamento externo; destinação final; Para a análise da quantidade de resíduos gerados no local, foram utilizados: Balança; Sacos plásticos (branco leitoso para resíduos infectante e azul para resíduos comum); Caixa de papelão tipo decartex, para os resíduos perfurocortantes; Luvas; e Máscaras. Todas as informações obtidas foram anotadas e transcritas para discussão juntamente com os resultados dessa pesquisa. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES O Consultório Odontológico Colágeno Odontologia - Figura 1, o qual foi o objeto de estudo, foi visitado inúmeras vezes no decorrer da realização deste trabalho, e desde o primeiro momento foi constatada a inexistência de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde PGRSS, o que contradiz a determinação da ANVISA.

11 Figura 1: Fachada da Clínica Odontológica Colágeno Odontologia Para a identificação de todos os resíduos gerados na clínica, realizou-se um levantamento juntamente com um funcionário, bem como a quantificação destes resíduos através da segregação destes na fonte e pesagens. O proprietário deste Consultório Odontológico demonstrou grande interesse no desenvolvimento deste trabalho, por compreender que o correto gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde resultará melhorias ao mesmo e na qualidade dos serviços prestados à comunidade. A administração da clínica demonstrou tal preocupação, que no decorrer deste trabalho foi elaborado e implantado o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde, nessa unidade. No desenvolvimento da primeira fase deste trabalho, pode-se perceber que os locais de armazenamento dos RSS gerados pela Clínica não atendem às exigências das legislações vigentes Figura 2. Em cada consultório, considerado como ponto gerador de resíduos comum e contaminados, pode-se notar que não existe a presença de recipientes distintos e adequados para cada resíduo gerado no local. Figura 2: Recipiente de armazenamento de todo os resíduos gerados no consultório odontológico

12 No decorrer da primeira semana de pesagem (Quadro 2), pode-se perceber que os resíduos do Grupo A infectantes, foram os de maior representatividade na composição do lixo, já que a Clínica não gerenciava corretamente os resíduos produzidos. Os resíduos do grupo B químicos, não foram contemplados nesta semana de pesagem, devido ao descarte inadequado que a clínica realizava, sendo estes, descartados na rede de esgoto. Quadro 2: Média das pesagens dos resíduos gerados na Clínica Colágeno Odontologia. Setores fontes de geração de resíduos Tipo A 6,5 Kg 5,2 Kg 3,3 Kg 3,8 Kg - Consultório 1 Consultório 2 Consultório 3 Centro Cirúrgico Sala de Raio X Sala de Esterilização Banheiros Cozinha / Copa Recepção TOTAL 18,8 Kg Grupos RDC 306 - ANVISA Tipo B Tipo D 3,0 Kg 2,0 Kg 9,4 Kg 7,6 Kg 22,0 Kg Tipo E 1,20 Kg 0,90 Kg 0,20 Kg 0,50 Kg 2,8 Kg O Quadro 3 mostra os valores médios obtidos na segunda semana de pesagem realizada. Ao compararmos com o Quadro 2 percebe-se que houve uma redução na quantidade gerada de resíduos do grupo A - infectantes, devido à implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde, o qual exige um correto manejo dos resíduos infectantes e comuns. Percebe-se também que os resíduos do Grupo B químicos, foram contemplados devido o armazenamento destes em recipientes rígidos e adequados. Quadro 3: Média das pesagens dos resíduos gerados na Clínica Colágeno Odontologia. Setores fontes de geração de resíduos Consultório 1 Consultório 2 Consultório 3 Centro Cirúrgico Sala de Raio X Sala de Esterilização Banheiros Cozinha / Copa Tipo A 3,1 Kg 3,0 Kg 1,3 Kg 3,8 Kg 2,7 Kg - Grupos - RDC Tipo B 25 ml - 306 - ANVISA Tipo D 1,80 Kg 2,00 Kg 1,10 Kg 0,75 g 0,50 g 2,00 Kg 8,20 Kg Tipo E 1,30 Kg 1,50 Kg 0,20 Kg 0,40 Kg -

13 Setores fontes de geração de resíduos Tipo A Recepção TOTAL 13,9 Kg Grupos - RDC Tipo B 25 ml 306 - ANVISA Tipo D 6,70 Kg 23,05 Kg Tipo E 3,40 Kg Após a elaboração e implantação do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde na Clínica, os resíduos gerados no local, sendo estes do grupo A, do grupo B, do grupo D e grupo E, são todos manuseados e armazenados de forma adequada. Os resíduos do Grupo A, são armazenados em sacos branco leitosos em lixeira identificada e os do Grupo E são armazenados em caixa de papelão tipo descartex, após são encaminhados para um contêiner especifico, trancado e identificado para resíduos infectantes -Figura 3, sendo assim, recolhidos pela prefeitura de Goiânia 3 (três) vezes na semana, onde são encaminhados para o processo de tratamento por autoclave e descaracterização, e destino final ao Aterro Sanitário de Goiânia. Figura 3: Local de armazenamento dos resíduos do Grupo A para coleta. Os resíduos do grupo D são armazenados em sacos preto comum, distintos dos resíduos do grupo A - Figura 4, onde são encaminhados para um contêiner fora da clínica, e são

14 recolhidos pela prefeitura de Goiânia todos os dias da semana, e destinados ao Aterro Sanitário. Figura 4: Acondicionamento dos resíduos após a implantação do PGRSS. Quanto aos resíduos do Grupo B, estes são acondicionados em um recipiente rígido e rosqueável - Figura 5, e por serem gerados em pequena quantidade, são armazenados na própria clínica até atingirem uma quantidade suficiente para serem encaminhos para uma empresa de incineração.

15 Figura 5: Recipiente de armazenamento dos resíduos químicos da Clinica Colágeno odontologia 5. CONSIDERAÇÕES E RECOMENDAÇÕES Os estudos e análises feitas na Clínica Colágeno Odontologia mostraram a importância da implantação do PGRSS nos estabelecimentos de saúde. A conscientização e execução deste Plano por parte de todos os funcionários são de estrema importância para trazer cada vez mais benefícios ao estabelecimento, funcionários e pacientes. Após as pesagens realizadas na segunda semana, pode-se verificar que os resíduos contaminados representam a menor parte do total de resíduos gerados pela clínica, considerando a geração de resíduos comuns. Comparando o Quadro 2 com o Quadro 3, percebe-se que os resíduos infectantes podem realmente vir a aumentar caso não ocorra o correto gerenciamento dos resíduos. Seria recomendável, portanto, a continuidade deste estudo através da elaboração e aplicação de um projeto que abrangesse a conscientização e o treinamento de todos os funcionários desta clínica, porém o desconhecimento por parte de pacientes e de seus acompanhantes também é fator de influência na contaminação de resíduos comuns. Por não terem conhecimento da necessidade de segregação correta dos resíduos, estas pessoas acabam por descartar um resíduo comum juntamente com um resíduo contaminado. Visto que este aspecto aumenta a quantidade final de resíduos contaminados, onerando custos com transporte e tratamento dos mesmos, é necessário também que este projeto de conscientização, estenda-se aos pacientes da clínica. Apesar de este estudo evidenciar apenas um caso especifico, é de grande importância que o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde seja implantado em todos os estabelecimentos de saúde, pois o segmento engloba parte significativa na geração de resíduos contaminados. REFERÊNCIAS

16 ANVISA AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA. Resolução RDC nº 306, de dezembro de 2004. Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 10.004:2004: Resíduos Sólidos - Classificação, Rio de Janeiro, 2004. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. Série A. Normas e Manuais Técnicos. Brasília, Ministério da Saúde, 2006. CONAMA - CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução 283, de outubro de 2001. Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos do serviço de saúde. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2001., Resolução 358. Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos do serviço de saúde e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 2005. CENTRO PAN-AMERICANO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E CIÊNCIAS DO AMBIENTE. Guia para o manejo interno de resíduos sólidos em estabelecimentos de saúde. Tradução de Carol Castillo Argüelo. Brasília: Organização Pan-Americana de Saúde, 1997. CORRÊA, L. B., LUNARDI, V. L., DE CONTO, S. M., O processo de formação em saúde: o saber resíduos sólidos de serviço de saúda em vivencias praticas. Ver. Brás. Enferm., Brasília, 2007. FESPSP., Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde. Brasília, 2006. Disponível em: <http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/manuais/manual_gerenciamento_residuos.pdf>. Acessado em 01 de maio de 2008, às 19:00. NAIME, R., SARTOR, I., GARCIA, A. C., Uma Abordagem Sobre a Gestão de Resíduos de Serviço de Saúde. Londrina, 2004. Disponível em: <http://www.ccs.uel.br/espacoparasaude/v5n2/artigo2.pdf>. Acesso em 02 de maio de 2008, às 08:10. RIO, R. B., Cartilha do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde - PGRSS. Rio de Janeiro, 2006. SCHNEIDER, V. E. [et al.]. Manual de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Serviço de Saúde. Caxias do Sul: Educs. 2. ed. rev. e ampl. 2004.