Nome: N.º: endereço: data: Telefone: E-mail: Colégio PARA QUEM CURSA O 8 Ọ ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM 2017 Disciplina: PoRTUGUÊs Prova: desafio nota: Texto para a questão 1. MAIS HOMENS DO EXÉRCITO NO COMBATE AO MOSQUITO EM GOIÁS... PEGA A METRALHADORA! TRÁ, TRÁ, TRÁ... chargeonline.com.br Copyright do autor. QUESTÃO 1 A charge acima a) indica o desconhecimento do soldado sobre os perigos da dengue. b) compara a luta contra a dengue a uma situação de guerra. c) critica a maneira como se combate o mosquito da dengue. d) propõe novas maneiras de se combater o mosquito da dengue. e) suaviza a gravidade da questão por meio do humor. O autor da charge compara a luta contra o mosquito da dengue a uma situação de guerra, dados os graves problemas causados por esse transmissor de doenças. Resposta: B 1 PORTUGUÊS DESAFIO 8 o ANO
Texto para as questões de 2 a 13. UMA VELA PARA DARIO Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. Por ela escorrega, senta-se na calçada, ainda úmida de chuva. Descansa na pedra o cachimbo. Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. Dario abre a boca, move os lábios, não se ouve resposta. O senhor gordo, de branco, diz que deve sofrer de ataque. Ele reclina-se mais um pouco, estendido na calçada, e o cachimbo apagou. O rapaz de bigode pede aos outros que se afastem e o deixem respirar. Abre-lhe o paletó, o colarinho, a gravata e a cinta. Quando lhe tiram os sapatos, Dario rouqueja feio, bolhas de espuma surgem no canto da boca. Cada pessoa que chega ergue-se na ponta dos pés, não o pode ver. Os moradores da rua conversam de uma porta à outra, as crianças de pijama acodem à janela. O senhor gordo repete que Dario sentou-se na calçada, soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guardachuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo ao seu lado. A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. Um grupo o arrasta para o táxi da esquina. Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagará a corrida? Concordam chamar a ambulância. Dario conduzido de volta e recostado à parede não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata. Alguém informa da farmácia na outra rua. Não carregam Dario além da esquina; a farmácia no fim do quarteirão e, além do mais, muito peso. É largado na porta de uma peixaria. Enxame de moscas lhe cobrem o rosto, sem que faça um gesto para espantá-las. Ocupado o café próximo pelas pessoas que apreciam o incidente e, agora, comendo e bebendo, gozam as delícias da noite. Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. Um terceiro sugere lhe examinem os papéis, retirados com vários objetos de seus bolsos e alinhados sobre a camisa branca. Ficam sabendo do nome, idade, sinal de nascença. O endereço na carteira é de outra cidade. Registra-se correria de uns duzentos curiosos que, a essa hora, ocupam toda a rua e as calçadas: é a polícia. O carro negro investe a multidão. Várias pessoas tropeçam no corpo de Dario, pisoteado dezessete vezes. O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-lo os bolsos vazios. Resta na mão esquerda a aliança de ouro, que ele próprio quando vivo só destacava molhando no sabonete. A polícia decide chamar o rabecão. A última boca repete Ele morreu, ele morreu. E a gente começa a se dispersar. Dario levou duas horas para morrer, ninguém acreditava estivesse no fim. Agora, aos que alcançam vê-lo, todo o ar de um defunto. Um senhor piedoso dobra o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. Cruza as mãos no peito. Não consegue fechar olho nem boca, onde a espuma sumiu. Apenas um homem morto e a multidão se espalha, as mesas do café ficam vazias. Na janela alguns moradores com almofadas para descansar os cotovelos. 2 PORTUGUÊS DESAFIO 8 ọ ANO
Um menino de cor e descalço vem com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Parece morto há muitos anos, quase o retrato de um morto desbotado pela chuva. Fecham-se uma a uma as janelas. Três horas depois, lá está Dario à espera do rabecão. A cabeça agora na pedra, sem o paletó. E o dedo sem a aliança. O toco de vela apaga-se às primeiras gotas da chuva, que volta a cair. Dalton Trevisan. Uma vela para Dario. In: Ítalo Moriconi (org.). Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. p. 279-280. QUESTÃO 2 O texto é um exemplo de a) notícia, pois comunica uma informação de modo objetivo e preciso. b) artigo de opinião que apresenta argumentos favoráveis à solidariedade prestada a Dario. c) instrução, pois indica detalhadamente como socorrer alguém que tem um súbito problema de saúde. d) conto, pois é uma narrativa de ficção que aborda um só conflito e apresenta poucos personagens. e) fábula que conta uma história curta, que ilustra um preceito moral sobre a morte de um transeunte. O texto apresentado é um exemplo de conto gênero textual que possui teor narrativo, abordando um só conflito que envolve poucos personagens. Resposta: D QUESTÃO 3 O texto tem por objetivo a) sinalizar que a morte vem de maneira inesperada. b) informar como a vida nos grandes centros urbanos é agitada. c) salientar que a sociedade tem respeito à vida e amor ao próximo. d) apontar que as pessoas desconhecidas podem ser solidárias. e) demonstrar a falta de solidariedade por meio de uma crítica social. O texto tem por objetivo principal assinalar uma crítica social, que demonstra a falta de solidariedade das pessoas. Demonstra que há mais curiosidade em saber o que está acontecendo com Dario, do que de fato promover uma ajuda a alguém que passa mal na rua. Observe as ações de socorro, que nunca se completam, e os objetos pessoais da personagem principal, que, a cada aglomeração de gente, desaparecem, aos poucos, com aqueles que observavam o fato no café e pelas janelas sem prestar-lhe nenhum auxílio. Resposta: E 3 PORTUGUÊS DESAFIO 8 o ANO
QUESTÃO 4 A maioria das expressões verbais do primeiro parágrafo indicam a) o pouco cuidado que Dario tem com a saúde. b) a idade avançada de Dario. c) o gradativo agravamento do estado de saúde de Dario. d) o desinteresse de Dario em se socorrer. e) a maneira acelerada com que Dario sempre se locomovia. A maioria das expressões verbais dispostas no primeiro parágrafo indicam o agravamento, gradativo, do estado de saúde de Dario. Resposta: C QUESTÃO 5 Em Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar..., a expressão em destaque pode ser substituída, sem alteração de sentido, por a) No momento em que. b) Uma vez que. c) Mesmo que. d) Desde que. e) Embora. No período apresentado, a locução em destaque exprime tempo; o mesmo ocorre com no momento em que. Temos em b causa; em c e e concessão; em d condição. Resposta: A QUESTÃO 6 Observe a sequência de fatos a seguir: 1. Um menino de cor e descalço vem com uma vela, que acende ao lado do cadáver. 2. O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-lo os bolsos vazios. 3. Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. 4. A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. 5. A última boca repete Ele morreu, ele morreu. Se dispusermos os acontecimentos acima na ordem cronológica, isto é, na ordem em que ocorreram no texto, teremos a sequência. a) 3, 2, 1, 4, 5. b) 3, 4, 1, 5, 2. c) 4, 2, 1, 3, 5. d) 5, 3, 1, 2, 4. e) 5, 2, 3, 1, 4. 4 PORTUGUÊS DESAFIO 8 ọ ANO
De acordo com a ordem cronológica em que os acontecimentos são narrados no texto, é correta a sequência: 1. Dario vem apressado, guarda-chuva no braço esquerdo. Assim que dobra a esquina, diminui o passo até parar, encosta-se a uma parede. 2. A velhinha de cabeça grisalha grita que ele está morrendo. 3. O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-lo os bolsos vazios. 4. A última boca repete Ele morreu, ele morreu. 5. Um menino de cor e descalço vem com uma vela, que acende ao lado do cadáver. Resposta: D QUESTÃO 7 Durante o relato sobre os problemas de saúde enfrentados pela personagem principal da história, surgem, por vezes, menções relativas à subtração de seus objetos pessoais. Essa informação só não pode ser comprovada pela passagem: a)... soprando a fumaça do cachimbo, encostava o guarda-chuva na parede. Mas não se vê guarda-chuva ou cachimbo a seu lado. b) Dario conduzido de volta e recostado à parede não tem os sapatos nem o alfinete de pérola na gravata. c) Dario em sossego e torto no degrau da peixaria, sem o relógio de pulso. d) O guarda aproxima-se do cadáver, não pode identificá-lo os bolsos vazios. e) Resta na mão esquerda, que ele próprio quando vivo só destacava molhando no sabonete. Em todas as passagens, o narrador relata subtração de algum objeto de Dario, exceto pelo que se informa na alternativa e, indicando que, ao menos naquele momento, ele ainda portava a aliança de ouro que possuía. Resposta: E QUESTÃO 8 Diante das situações de furto relatadas na questão anterior, pode-se afirmar que o narrador a) denuncia tamanha desumanidade com o uso de palavras severas e críticas feita à multidão. b) conduz o leitor, sem afirmar explicitamente, à percepção de que Dario fora furtado durante sua desventura. c) mostra-se horrorizado com as ações das pessoas, explicitando, claramente, a sua revolta diante dos fatos presenciados por ele. d) mantém-se omisso, nada mencionando a respeito, mesmo tendo a certeza de que Dario fora furtado. e) fornece ao leitor informações desencontradas sobre o fato, uma vez que ele também participara de alguns furtos dos objetos do morto. 5 PORTUGUÊS DESAFIO 8 o ANO
Diante da situação em que relata a subtração de objetos pessoais de Dario, o narrador utiliza-se de sutileza, conduzindo o leitor à percepção de que Dario sofrera furto. Resposta: B QUESTÃO 9 Em O rapaz de bigode pede aos outros que se afastem e o deixem respirar, o uso do conectivo e a) confirma o que foi expresso anteriormente. b) se opõe às ações anteriormente mencionadas. c) acrescenta uma ação ao fato anteriormente mencionado. d) oferece uma alternativa ao fato citado. e) explica a ideia anteriormente citada. O termo em destaque é uma conjunção coordenativa aditiva, que, ao ser usada, acrescenta uma ação ao fato anteriormente mencionado. Resposta: C QUESTÃO 10 No trecho: Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista: quem pagará a corrida?, os dois-pontos têm a função de introduzir a) um questionamento. b) uma explicação. c) uma enumeração. d) uma conclusão. e) uma indefinição. No trecho apresentado, os dois-pontos têm a função de introduzir um questionamento feito, por parte do motorista, ao grupo que conduzia Dario ao seu táxi. Resposta: A QUESTÃO 11 De acordo com o texto, indique a alternativa em que o pronome destacado refere-se, corretamente, ao termo indicado entre parênteses. a) Dois ou três passantes à sua volta indagam se não está bem. (Dario) b) Ele reclina-se mais um pouco, estendido na calçada, e o cachimbo apagou. (cachimbo) c) O rapaz de bigode pede aos outros que se afastem e o deixem respirar. (o rapaz de bigode) d)...sem que faça um gesto para espantá-las. (pessoas) e) Um senhor piedoso despiu o paletó de Dario para lhe apoiar a cabeça. (paletó) 6 PORTUGUÊS DESAFIO 8 ọ ANO
Para evitar repetições, alguns elementos linguísticos recuperam, na história, termos mencionados anteriormente. No texto, os pronomes destacados nas alternativas a sua; b Ele; c o; e lhe referem-se a Dario; em d as o pronome refere-se a moscas. Resposta: A QUESTÃO 12 Sem prejuízo de sentido, as palavras em destaque nas frases a seguir podem ser substituídas pelas sugeridas entre parênteses, exceto em: a) Ele reclina-se mais um pouco... (curva-se) b) Já no carro a metade do corpo, protesta o motorista... (reclama) c) Várias pessoas tropeçaram no corpo de Dario, que foi pisoteado dezessete vezes. (chutado) d)... só destacava molhando no sabonete. (retirava) e) E a gente começa a se dispersar. (espalhar) A única substituição que não pode ser feita é a indicada na alternativa c a palavra pisoteado significa pisado, e não chutado, como sugere a alternativa. Resposta: C QUESTÃO 13 Em A última boca repete Ele morreu, ele morreu, a mesma regra que justifica a acentuação da palavra em destaque ocorre em a) lábios. b) paletó. c) ambulância. d) cadáver. e) próximo. As palavras última e próximo são acentuadas por serem proparoxítonas. Toda palavra proparoxítona é acentuada. Resposta: E Nas questões 14 e 15, assinale a alternativa que completa corretamente as lacunas das frases a seguir. 7 PORTUGUÊS DESAFIO 8 o ANO
QUESTÃO 14 I. Culpou por não terem guardado os segredos do grupo. II. Eles colaboraram para que tivéssemos êxito na tarefa. III. Pediram insistentemente para levar as encomendas. a) I. -os; II. com nós; III. eu. b) I. -os; II. conosco; III. eu. c) I. eles; II. com nós; III. eu. d) I. eles; II. conosco; III. mim. e) I. eles; II. com nós; III. mim. Em I, o pronome adequado à função do objeto direto é a forma do caso oblíquo -os, não a forma do caso reto eles, própria para as funções de sujeito ou predicativo. Em II, o pronome nos (forma oblíqua de nós) funde-se com a preposição com na forma arcaica nosco; a forma moderna conosco contém duas vezes a referida preposição: co(m)+nos+co(m). Note-se, porém, que normalmente não se empregam depois de conosco pronomes demonstrativos (mesmo, próprio etc.), nem numerais etc; caso o locutor queira usá-los, empregará o pronome nós precedido da preposição com: com nós mesmos; com nós três. Em III, não se deve empregar o pronome oblíquo mim, pois a preposição para não rege o pronome, e sim o infinitivo levar, de que eu é sujeito. Resposta: B QUESTÃO 15 Em muitas pessoas que temem o fim do mundo, desconhecem a sua origem. Ainda hoje, continuam informadas, ainda têm a de descobrir o futuro. a) A por que mau mais intenção. b) A porquê má mas intensão. c) A porque má mas intenção. d) Há porque mal mas intenção. e) Há por quê mau mas intensão. Deve-se usar a forma verbal há quando o verbo haver for impessoal, com sentido de existir, mantendo-o na terceira pessoa do singular, caso da frase citada; a palavra porque deve ser escrita dessa forma, pois se trata de uma conjunção explicativa; mal é advérbio de modo; mas é conjunção adversativa; já intenção escreve-se com ç, de acordo com o Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP). Resposta: D 8 PORTUGUÊS DESAFIO 8 ọ ANO