A INFLUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO ENSINO SUPERIOR DE 1960 A 1970 NO NORTE NOVO DO PARANÁ - LONDRINA E MARINGÁ



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Transcrição:

A INFLUÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NO ENSINO SUPERIOR DE 1960 A 1970 NO NORTE NOVO DO PARANÁ - LONDRINA E MARINGÁ RESUMO SANTOS, João Benjamin dos Pontifícia Universidade Católica do Paraná Existem estudos sobre o desenvolvimento econômico do Paraná, desde a mineração, inicialmente no litoral e no segundo momento no primeiro planalto, passando por sua emancipação de São Paulo, o ciclo do mate, da madeira e da pecuária com a interiorização no caminho da tropa que vinha do Rio Grande do Sul com destino a São Paulo, e passava pelo Paraná criando núcleos urbanos por onde fazia suas paragens. O grande fluxo de pessoas para o interior do Paraná, mais precisamente para o Norte Novo, se deve à confluência da terra roxa, própria para o cultivo do café e a figura do desbravador, que foi ao seu encalço chegando na divisa de São Paulo e Paraná, (mais precisamente em Ourinhos/SP. e Cambará/PR.), até a colonização do Norte Novo, através da Companhia Inglesa - Companhia de Terras Norte do Paraná. Esta Companhia com sua competência administrativa e um levantamento topográfico perfeito da região, conseguiu dividir os lotes e fazer um planejamento urbano, de forma a criar um financiamento que dava retorno do capital investido pelos agricultores, reforçando o afluxo de pessoas que deram origem aos dois pólos mais importantes da região, as cidades de Londrina e Maringá. Apesar do café ser um produto que exportado, gerava uma margem de lucros considerável, o mecanismo de sua transformação era muito simples, sem grandes complexidades no processo produtivo. Este processo econômico de transformação simples, mas rico em termos de retorno de capital investido - humano e financeiro - teve grande influência nas transformações econômicas e sociais nestas duas cidades e em toda a região. Era de se esperar que numa região onde prevalecia a agricultura, a primeira reivindicação em nível do ensino superior fosse a instalação de Faculdades que abrangessem o aspecto técnico da agricultura e a transformação do seu produto principal o café, mas não foi isso que ocorreu. É estranho que as reivindicações da sociedade local tinham sido a princípio por Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras e posteriormente por aquelas que atendiam o setor de serviços, com a formação de profissionais ditos liberais como: Direito, Medicina e Odontologia, sendo que os outros cursos só apareceram muitíssimo mais tarde com a criação da Universidade. A primeira Faculdade foi criada em 1959 e as Universidades de Londrina e Maringá somente em 1970. Neste contexto de desenvolvimento do Norte Novo do Paraná, que traz consigo demandas sociais, entre elas a da educação, situa-se o objeto de nosso estudo.

Parte II No ano de 1970 foi criada a Universidade Estadual de Londrina, a partir das Faculdades existentes. Maringá - Faculdades e Universidade a) Faculdade de Ciências Econômicas A cidade de Maringá é uma referência para toda a região, em função de sua pujança econômica e administrativa, é a que mais se destaca. transformando-se numa referência para as demais. Pelos idos de 1959, o deputado estadual, Neo Martins ouvindo os reclamos da população local e vizinhança, procurou o Bispo da cidade e região, para solicitar a ajuda no sentido de criarem em Maringá uma Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a que o Bispo respondeu: "Pelo amor de Deus Maringá, não comporta isso! Se o senhor quiser abrir uma Faculdade de Economia, eu colaboro, mas fora disso, não vejo viabilidade de outra Faculdade no momento" (WANDERLEY, 1989, p. 69). Ao que se percebe, apesar da pujança da economia maringaense da época, a reivindicação da população da cidade e região, era por uma Faculdade que viesse a formar professores para atender o 1º e 2º graus, que haviam se proliferado em razão do grande crescimento demográfico da região, pois a complexidade da produção local de bens e serviços, não comportava outro tipo de Faculdade. A interferência do Bispo, por ser dono da Escola Técnica de Contabilidade local, levou o deputado a encaminhar a fundação de uma Faculdade de Economia, que atendia a perspectiva de avanço dos alunos da Escola Técnica em nível superior, mas não atendia aos reclamos e reivindicações da cidade e região. "A Faculdade de Economia teve sua publicação: a 31 de agosto de 1959, no diário oficial do Estado, a Lei nº 4070, de 28/08/1959, que no artigo 1º, simplesmente estabelece: Fica criada na cidade de Maringá, uma Faculdade de Ciências Econômicas" (WANDERLEY, 1989, p. 71). b) Faculdade de Direito Apesar de sua pujança econômica e de seu crescimento demográfico excepcional como de toda a região, a cidade de Maringá, já tinha uma superestrutura desenvolvida, com entidades corporativas públicas e privadas, mas continuava ainda a produzir bens e serviços (indústria e comércio) de pouca complexidade, de baixa tecnologia e pouco valor agregado. Por isso a nova reivindicação da sociedade local, era por uma Faculdade que viesse ajudá-la na administração da superestrutura privada e pública, daí a sua opção pela criação de uma Faculdade de Direito e não por Engenharia, Agronomia etc. "[...] pois 21 de dezembro de 1965, foi assinada a Lei nº 5.218, criando a Faculdade Estadual de Direito de Maringá (FEDM). [...] no

dia 29 de abril de 1966, através da Lei 5.304, o curso de Direito de Maringá foi autorizado a funcionar" (WANDERLEY, 1989, p. 89). c) Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Sendo uma reivindicação da sociedade maringaense desde os idos de 1959, em 1965, "Maringá contava com duas Faculdades isoladas" (WANDERLEY, 1989, p. 95) portanto faltando o complemento, para atender a demanda na educação, que atravessava fase de grande ascensão no sentido da expansão do 1º e 2º grau, precisando com urgência formar profissionais locais, para preenchimento de vagas nestes setores do ensino básico e fundamental, pois sem isto os jovens, precisavam deslocar-se para outros centros a fim de obterem sua formação. "Grande é o número de alunos do ensino médio que, ao concluírem o ciclo colegial, debandam para centros maiores afim de prosseguir seus estudos, acontecendo "ipso facto" para Maringá um êxodo de sua mocidade estudiosa, o que implica, em decorrência de tal fenômeno, na impediosa necessidade de se criar um estabelecimento de nível superior." (WANDERLEY, 1989, p. 99). Em função, da visão do governo central, naquele momento dominado pelo golpe militar de concepção neoliberal, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Maringá é criada sob a visão da futura Lei nº 5.540/68 que previa o ensino pago, e por isso saiu com o nome de Fundação. [...] Túlio Vargas apresentou o projeto e no dia 24 de dezembro de 1966, Paulo Pimentel governador do Estado, assina a Lei nº 5.456, criando a Faculdade, que no seu artigo 1º reza: Fica criada a Entidade de Fundação Estadual da Faculdade de Filosofia, ciências e Letras de Maringá". [...] Em 29 de dezembro de 1966, através da Resolução nº 59/66 é concedida a autorização. [...] para funcionamento em caráter condicional, a partir do ano letivo de 1967 da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letra de Maringá ( WANDERLEY, 1989, p. 101). d) UEM - Universidade Estadual de Maringá Com a criação destas três Faculdades básicas: Ciências Econômicas, Direito e Filosofia, Ciências e Letras, Maringá segue no seu desenvolvimento econômico, que devido ao processo de urbanização e a conseqüente industrialização, quer avançar ainda mais nas suas reivindicações de formar localmente, o homem com escolaridade de nível superior, que fosse um bom profissional, mas que tivesse também uma concepção do mundo do conhecimento mais integrado e universal. Para que isso viesse a ocorrer, teria que ser criada uma entidade que conseguisse confluir o conhecimento. "A Universidade". Existiam em Maringá dois grupos organizados para reivindicarem a instalação de uma Universidade: o corporativo, que abrangia o corpo docente e discente das Faculdades existentes, que via na criação da Universidade a ampliação do seu local de trabalho; e o grupo mais ligado à indústria e o comércio local, que preconizava a

Universidade como fator de desenvolvimento econômico. "[...] Finalmente, em 28 de janeiro de 1970. O Governador Paulo Pimentel cria, através do decreto nº 18.109 a Fundação Universidade Estadual de Maringá." (WANDERLEY, 1989, p. 124).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (utilizadas no texto) CALIL, Pedro Padis. Formação de uma Economia Periférica: O caso do Paraná. Secretaria da Cultura do Pr. 1986. CANCIAN, Nadir Aparecida. Cafeicultura Paranaense 1900-1970. CAPELO, Maria Regina Clivati. Organização Sindical: Uma Abordagem Histórica sobre Sindicalização no Ensino Superior de Londrina. Dissertação de Mestrado. São Carlos/São Paulo, 1992. CUNHA, Luiz Antônio. Universidade Temporã. Rio de Janeiro. Editora Vozes. São Paulo. 1980. NORTE DO PARANÁ. Companhia de Melhoramento Norte do Paraná. Cinqüentenário da Empresa. 1975. TEIXEIRA, Anísio. Ensino Superior no Brasil: Análise e Interpretação de sua Evolução até 1969. Rio de Janeiro. Editora FGV. 1969. WACHOWICZ, Rui C. A Universidade do Mate. Paraná, Edições APUFPR. 1983. WANDERLEY, Terezinha Dantas. Universidade Estadual de Maringá: A Questão dos Objetivos. Dissertação de Mestrado. Piracicaba/SP. 1989. (lidas para elaboração do projeto sem serem citadas) BALTAR, Paulo. Estagnação da Economia no Brasil. IN: Economia e Sociedade. Campinas. 1996. BEHRENS, Marilda Aparecida. A Prática Pedagógica dos Professores Universitários: Prespectiva e Desafios frente ao novo século. (tese de doutorado) 1996. CAMPOS, Francisco. Educação e Cultura. Rio de Janeiro: José Olimpio, 1940 CUNHA, Luiz Antônio. Análise do pensamento sobre o ensino superior no Brasil. Rio de Janeiro: Síntese, v 13, abr/jun. 1978. Educação e desenvolvimento social no Brasil. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1991. Universidade temporã. Rio de janeiro: Francisco Alves, 1980. DEMO, Pedro. Educar com Pesquisa. Campinas: Editores Associados. 1996. DRUCKER, Peter. A Ascensão da Sociedade do Conhecimento. IN: Tradução de José Livio Dantas. Diálogo. Número 3. Volume 27. 1994. FERNANDES, Florestan. Universidade Brasileira: Reforma ou revolução. Editora Vozes. São Paulo. 1980. FORREST, Viviane. Horror Econômico. Unesp. 1997. FOGAÇA, Azuete. Educação e desenvolvimento no Brasil. Campinas, 1990. Dissertação

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