Análise de Fadiga para uma Viga de Rolamento de Ponte Rolante.

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Resumo Análise de Fadiga para uma Viga de Rolamento de Ponte Rolante. Carlos Alberto Medeiros 1. 1 Universidade de Mogi das Cruzes / Núcleo de Ciências Exatas / carlosmedeiros@umc.br Vigas de rolamento de pontes rolantes são estruturas que estão sujeitas a ação de cargas móveis que podem levar a falhas por fadiga. Para verificação de fadiga em uma viga de rolamento é necessário determinar a posição desfavorável das cargas móveis e que pode ser estabelecida pelo processo de Linhas de Influencia. O carregamento a ser considerado nessa análise pode ser definido a partir da combinação de fadiga proposta no anexo K da norma NBR 8800. As vigas de rolamento devem ser verificadas para a condição de fadiga de alto ciclo, ou seja, quando se tem uma quantidade de ciclo de repetição de carga maior que 10e5 (100.000) ciclos e nesse caso, a abordagem Stress Life pode ser empregada para a previsão de vida a fadiga. O programa ANSYS dispõe da ferramenta Fatigue Tool que tem capacidade para realizar análises de fadiga em estruturas segundo a abordagem Stress Life. O presente trabalho realiza uma análise de fadiga baseada na abordagem Stress Life com a ferramenta Fatigue Tool do programa ANSYS para avaliação de vida a fadiga em uma estrutura de viga de rolamento de ponte rolante. Palavras-chave Vigas de Rolamento de Pontes Rolantes; Fadiga; Análise de Elementos Finitos. Introdução Vigas de rolamento são estruturas que servem como apoio e guia no translado de pontes rolantes e estão sujeitas a ação de cargas móveis que podem levar a falhas por fadiga. E segundo a pesquisa de TOMPSON (2007), a falha por fadiga em vigas de rolamento consiste no aparecimento de trincas, principalmente nas juntas soldadas, que se propagam e causam o colapso da estrutura. A ação da carga móvel ao longo de uma viga de rolamento produz esforços solicitantes que variam em magnitude e em posição. Assim, para a realização de verificação à fadiga é necessário determinar as posições desfavoráveis das cargas móveis, ou seja, as posições aonde ocorrem os valores extremos dos esforços solicitantes. Essa identificação pode ser feita utilizando o processo de Linhas de Influência apresentado em MARTHA (2010) e com o auxilio do programa FTOOL (2012). O carregamento a ser empregado para verificações de fadiga em estruturas de vigas de rolamento pode ser estabelecido por meio da combinação de fadiga apresentada no anexo K da norma NBR 8800 (2008). As estruturas de vigas de rolamento estão sujeitas a ação de fadiga de alto ciclo, ou seja, quando se tem uma quantidade de ciclo de repetição de carga maior que 10e5 (100.000) ciclos. E nesse caso, a abordagem Stress Life apresentada em BISHOP (2000) e que utiliza resultados de curvas SN (Tensão versus Número de ciclos) do material pode ser empregada para previsão de vida à fadiga.

Existem diversos programas de computadores que tem a capacidade de realizar análises de fadiga em estruturas. Dentre esses, destaca-se o programa de elementos finitos ANSYS (2015) que dispõe da ferramenta Fatigue Tool destinada a esse fim. A ferramenta Fatigue Tool possui recursos para desenvolver análises de fadiga baseada na abordagem Stress Life. O presente trabalho realiza uma análise de fadiga baseada na abordagem Stress Life com a ferramenta Fatigue Tool do programa ANSYS com o intuito de avaliar a vida a fadiga para uma estrutura de viga de rolamento de ponte rolante. A viga de rolamento de ponte rolante A viga de rolamento aqui analisada é destinada a suportar uma ponte rolante de capacidade de 40 tf. A viga de rolamento é em perfil I soldado, material ASTM A-36 e tem um comprimento total de 31,7m. Ela fica apoiada sobre quatro pilares metálicos de vãos distintos, como mostrada na Figura 1. Condição de Carregamento Figura 1 Viga de rolamento de ponte rolante. A viga de rolamento foi avaliada para a combinação de fadiga, conforme prescrita no anexo K da norma NBR 8800 (2008), e obtida pela Equação 1: m F d,fad = F Gi,k + ψ 1 i=1 n F Qj,k j =1 (1) Onde: F Gi,k é o valor característico das ações permanentes; F Qj,k é o valor característico das ações variáveis; Ѱ 1 é o fator de redução para as ações variáveis, igual a 1, conforme Tabela 2 da norma.

As ações permanentes foram constituídas do peso próprio dos elementos estruturais da viga e as ações variáveis foram provenientes das cargas móveis de operação da ponte rolante. E no caso das ações de cargas móveis foi determinada a sua posição de atuação desfavorável, ou seja, aquela em que são produzidos os valores extremos de esforços solicitantes de momentos fletores na viga de rolamento. Esse efeito foi estudado pelo processo de Linhas de Influencia de esforços solicitantes, como apresentado em MARTHA (2010), e com o auxilio do programa FTOOL (2012). Modelagem de Elementos Finitos Um modelo de elementos finitos foi elaborado com o programa ANSYS (2015) para análise da viga de rolamento. Primeiramente, foi construído um modelo geométrico num programa CAD (Computer Aided Design), considerando os pilares e a viga de rolamento. Em seguida, foi gerada uma malha de elementos finitos de casca com o elemento SHELL181, como mostrada na vista detalhada da Figura 2. Figura 2 Malha de elementos finitos. Tabela 1 lista as propriedades dos materiais adotadas na análise da viga de rolamento. Tabela 1 Propriedades dos materiais para análise da viga de rolamento.

As condições de contorno adotadas para o modelo de elementos finitos foram: Pilares engastados na base. Carga permanente de peso próprio da estrutura. Carga móvel de trem tipo posicionada na condição desfavorável. Figura 3 ilustra as condições de contorno adotadas para análise da viga de rolamento. Figura 3 Condições de contorno adotadas para o modelo de elementos finitos. Análise de Fadiga A estrutura da viga de rolamento foi analisada à fadiga com a ferramenta Fatigue Tool do programa ANSYS (2015) e considerando a abordagem Stress Life. A abordagem Stress Life, como descrita em BISHOP (2000), é empregada na análise de estruturas que estão sujeitas a fadiga de alto ciclo, ou seja, quando se tem uma quantidade de ciclo de repetição de carga maior que cem mil ciclos. E por meio dessa abordagem e considerando resultados de curvas SN do material, pode-se realizar uma previsão de vida a fadiga para uma estrutura, como descrito na Figura 4. Figura 4 Abordagem Stress Life para previsão de vida a fadiga.

A análise de fadiga com a ferramenta Fatigue Tool foi realizada para as seguintes condições: 1. Curva S-N do aço estrutural disponível na biblioteca do programa ANSYS (2015), como mostrada na Figura 5. Figura 5 Curva SN do aço ASTM A36. Observa-se na curva SN da Figura 5 que o limite de fadiga do material é definido como sendo o valor da tensão alternante de 86,2 MPa e que corresponde a um milhão (1e6) de ciclos. 2. Carregamento de amplitude constante e de ciclo completamente reverso, sem a consideração de teoria de fadiga para correção da influência da tensão média. 3. Cálculo da tensão alternante baseado no resultado da tensão de von Mises. Figura 6 mostra a configuração da ferramenta Fatigue Tool do programa ANSYS (2015) para representar as condições 2 e 3 mencionadas anteriormente. Figura 6 Fatigue Tools Configurações para análise de fadiga.

Os seguintes resultados foram considerados para a análise de fadiga da estrutura da viga de rolamento: Tensão alternante (Equivalent Alternating Stress): Resultado utilizado para identificar as regiões da estrutura da viga de rolamento que estão acima do limite de fadiga do material. Vida a fadiga (Life): Resultado que representa a quantidade de ciclos necessários para causar falha por fadiga em uma estrutura. Caso esse resultado seja igual a um milhão (1e6), implica que a estrutura da viga de rolamento terá vida infinita. Fator de segurança a fadiga (Safety Factor): Razão entre a tensão do limite de fadiga do material pela tensão alternante calculada. Para comprovar que a estrutura da viga de rolamento de ponte rolante atender a condição de projeto a fadiga, o resultado do fator de segurança a fadiga (Safety Factor) deve ser maior que dois. Conclusões Determinação da posição desfavorável da carga móvel na viga de rolamento A carga móvel atuante na viga de rolamento foi representada por um trem tipo de duas cargas concentradas de valor igual a 215 kn e equidistantes de 4 metros, como mostrado na Figura 7. Figura 7 Trem tipo da carga móvel. A posição desfavorável da carga móvel ao longo da viga de rolamento foi determinada pelo processo de Linhas de Influência do programa FTOOL (2012) e considerando os resultados de momentos fletores obtidos para a condição de envoltória, como descrito na Figura 8. A posição desfavorável da carga móvel foi estabelecida como sendo o local aonde acontece o máximo momento fletor positivo na estrutura da viga de rolamento.

Figura 8 Envoltória de momentos fletores. Figura 9 mostra o trem-tipo da carga móvel, posicionado na condição desfavorável, e que foi adotado para a verificação de fadiga da estrutura da viga de rolamento. Figura 9 Posição do trem-tipo da carga móvel na condição desfavorável. Avaliação a fadiga para a estrutura da viga de rolamento A viga de rolamento aqui estudada foi projetada para uma ponte rolante poder operar em serviço durante 50 anos. Assim, o número de ciclo de vida a fadiga de projeto para a estrutura da viga de rolamento foi estimado como sendo: Regime de trabalho diário da ponte rolante: 8 horas diárias e com ciclo de repetição acontecendo a cada 5 minutos. Dias úteis por ano igual a 253. Logo, para duração de uso de uma ponte rolante durante 50 anos, obtém-se o ciclo de vida a fadiga de 1.214.400 ciclos.

Figura 10 apresenta os resultados de tensão alternante. Nota-se que as tensões alternantes, em geral, encontram-se abaixo do limite de fadiga do material (86,2 MPa). Figura 10 Tensão alternante. Figura 11 apresenta os resultados de vida à fadiga. Avaliando esse resultado, pode-se afirmar que a estrutura da viga de rolamento terá vida infinita. Figura 11 Vida a fadiga.

Figura 12 apresenta os resultados de fator de segurança à fadiga para a viga de rolamento. Figura 12 Fator de segurança a fadiga. Como os resultados de fator de segurança à fadiga são superiores a dois (Safety Factor > 2,0), conclui-se que a estrutura da viga de rolamento de ponte rolante aqui estudada não apresentará falhas à fadiga para o número de ciclo de vida de projeto. Referências ANSYS: Engineering Analysis System - Release 16, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR8800: Projeto de estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de Janeiro, ABNT, 2008. BISHOP, N. W. M., SHERRATT, F. Finite Element Based Fatigue Calculations. NAFEMS, Birniehill, East Kilbride, Glasgow, 2000. FTOOL: Um Programa Gráfico-Interativo para Ensino de Comportamento de Estruturas. Versão Educacional 3.0, Rio de Janeiro, 2012. MARTHA, L. F. Análise de Estruturas - Conceitos e Métodos Básicos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. THOMPSON, G. Best practice of crane support structures design - an expert survey. Master of Science Thesis, Stellenbosch University, South Africa, 2007.