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COOPERAÇÃO JURÍDICA INTERNACIONAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL BRASILEIRO

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Dados Básicos. Ementa. Íntegra. Fonte: Tipo: Acórdão STJ. Data de Julgamento: 19/03/2013. Data de Aprovação Data não disponível

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Transcrição:

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 8.581 - EX (2013/0326237-0) RELATOR REQUERENTE ADVOGADA REQUERENTE ADVOGADO REQUERIDO INTERES. : MINISTRO GILSON DIPP : R J S S : ELIANE ZOGHBI : S P G C : DANIELA PESTANA T. SCHMIDT E OUTRO(S) : OS MESMOS : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL EMENTA SENTENÇA ESTRANGEIRA. ATO ADMINISTRATIVO. ESCRITURA DE DIVÓRCIO CONSENSUAL. DOCUMENTO SUFICIENTE PARA EXTINGUIR O VÍNCULO MATRIMONIAL. ART. 4º, 1º, DA RESOLUÇÃO Nº 9/2005 - STJ. AVERBAÇÃO NO REGISTRO CIVIL. ART. 2º, RESOLUÇÃO Nº 35/2007 CNJ. VIA JUDICIAL OU EXTRAJUDICIAL. OPÇÃO DOS INTERESSADOS. PEDIDO QUE ATENDE ÀS EXIGÊNCIAS LEGAIS. HOMOLOGAÇÃO DEFERIDA. I. Pedido de homologação de escritura de divórcio lavrada junto ao Tabelionato 43 do Círculo de Bogotá, Colômbia, pela qual foi dissolvido consensualmente o vínculo matrimonial entre cidadão brasileiro e cidadã colombiana. II. A Resolução nº 9/2005 deste Superior Tribunal de Justiça, em seu art. 4º, 1º dispõe que serão homologados os provimentos não-judiciais que, pela lei brasileira, teriam natureza de sentença, o que abrange a hipótese dos autos, já que o documento é suficiente para extinguir o vínculo matrimonial no país de origem e alterar o estado civil das pessoas envolvidas. III. É cabível a homologação de documento proveniente de autoridade pública administrativa, quando no estado estrangeiro o ato é por ela realizado legalmente. Precedentes desta Corte e do STF. IV. Facultada a escolha aos interessados que promoveram o casamento e sua dissolução no território nacional (art. da 2º Resolução nº 35/2007 CNJ), torna-se inexigível que aquele que celebrou o ato no exterior se submeta à extinção do vínculo matrimonial por meio de averbação no registro civil competente. Com isso, pode o mesmo optar pela via que lhe parecer mais adequada. V. Presença dos requisitos necessários à homologação do pedido, não se vislumbrando ofensa à soberania nacional, à ordem pública ou aos bons costumes, tendo sido proferida por autoridade competente. VI. Homologação deferida. ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da CORTE ESPECIAL do Superior Tribunal de Justiça. A Corte Especial, por unanimidade, deferiu o pedido de homologação de sentença, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Humberto Martins, Maria Thereza de Assis Moura, Jorge Mussi, Og Fernandes, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves e Felix Fischer votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nancy Andrighi, João Otávio de Noronha, Herman Benjamin e Napoleão Nunes Maia Filho. Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 1 de 9

Brasília (DF), 17 de setembro de 2014(Data do Julgamento). MINISTRO FRANCISCO FALCÃO Presidente MINISTRO GILSON DIPP Relator Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 2 de 9

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 8.581 - CO (2013/0326237-0) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO GILSON DIPP (Relator): Trata-se de pedido de homologação de escritura de divórcio lavrada junto ao Tabelionato 43 do Círculo de Bogotá, Colômbia, pela qual foi dissolvido o vínculo matrimonial entre cidadão brasileiro e cidadã colombiana. Infere-se dos autos que o matrimônio dos requerentes foi celebrado em 26/12/10, em regime de comunhão parcial de bens, tendo a certidão de casamento sido registrada junto à Embaixada Brasileira. Em seguida, foi procedida à transcrição do casamento na 1ª Circunscrição do Registro Civil de Pessoas Naturais - 1ª CRCPN no Rio de Janeiro. Posteriormente, em 20/10/11, foi lavrada escritura pública de divórcio junto ao Tabelionato 43 do Círculo de Bogotá, o que implicou em cessação dos efeitos civis do matrimônio religioso e em liquidação da sociedade conjugal. No presente feito, os requerentes buscam homologar o divórcio celebrado por escritura pública, a fim de que possa produzir seus efeitos no Brasil, noticiando a inexistência de filhos e de bens a serem partilhados, assim como a renúncia ao direito de perceber alimentos. À fl. 96, o Ministério Público Federal informou que nada tinha a opor ao pedido de homologação da sentença de divórcio. À fl. 98, a Presidência desta Corte determinou a intimação dos requerentes para que apresentassem original ou cópia autenticada da sentença estrangeira com chancela consular e certidão ou documento equivalente, chancelado e traduzido, que atestasse o trânsito em julgado da sentença. Às fls. 191/278, os requerentes informaram que o divórcio foi celebrado por via extrajudicial, tendo sido lavrada escritura pública pela qual foram extintos os efeitos civis do matrimônio religioso e liquidada a sociedade conjugal e, portanto, inexiste sentença e documento que ateste o trânsito em julgado de tal decisão. Esclareceram, ainda, que a escritura de divórcio foi chancelada e traduzida por tradutor juramentado. Em seguida, foi dada vista ao Parquet, que opinou pela extinção do processo, pois a escritura pública de divórcio consensual não possui natureza de sentença, bastando a Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 3 de 9

sua averbação no registro civil competente, o que afasta a possibilidade de homologação por esta Corte Superior de Justiça, bastando a averbação no registro civil competente (fl. 284). Às fls.289/292, os requerentes reiteraram o pleito de homologação do divórcio, pois o 1º do art. 1.124-A do CPC, ao prever que a escritura não depende de homologação judicial, refere-se à escritura celebrada no Brasil, não fazendo menção à escritura de divórcio lavrada no estrangeiro. Ainda, asseveram que a Lei de Registros Públicos elenca os atos passíveis de registro ou averbação, mas não prevê a possibilidade de averbação direta da escritura de divórcio lavrada fora do Brasil diretamente no Registro de Pessoas Naturais. À fl. 298, o Ministério Público Federal reiterou os termos da manifestação de fl. 298. À fl. 300, a Presidência deste Tribunal determinou a expedição de oficio ao Cartório de 1º Ofício de Registro Civil, consultando sobre a possibilidade de se proceder à averbação direta de divórcio consensual realizado no estrangeiro por escritura pública, sem o procedimento homologatório desta Corte, nos termos do art. 1.124-A do Código Civil. À fl. 307, o Escrevente Substituto do 1º Ofício de Registro Civil de Pessoas Naturais e Jurídicas do Distrito Federal informou que a averbação do divórcio passou a ser admitida na certidão de casamento por ato notarial com o advento da Lei nº 11.441/07, regulamentada pelo Conselho Nacional de Justiça por meio da Resolução nº 35/07, porém não foram contemplados atos administrativos estrangeiros, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal. Às fls. 313/314, o Parquet ratificou as manifestações anteriores, opinando pela extinção do feito. Diante da objeção da Subprocuradoria-Geral da República, a Presidência desta Corte determinou a distribuição dos autos, nos moldes do art. 9º, 1º, da Resolução n 9/2005. É o relatório. Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 4 de 9

SENTENÇA ESTRANGEIRA CONTESTADA Nº 8.581 - CO (2013/0326237-0) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO GILSON DIPP (Relator): Trata-se de pedido de homologação de escritura de divórcio lavrada junto ao Tabelionato 43 do Círculo de Bogotá, Colômbia, pela qual foi dissolvido o vínculo matrimonial entre cidadão brasileiro e cidadã colombiana. Infere-se dos autos que o matrimônio dos requerentes foi celebrado em 26/12/10, em regime de comunhão parcial de bens, tendo a certidão de casamento sido registrada junto à Embaixada Brasileira. Em seguida, foi procedida à transcrição do casamento na 1ª Circunscrição do Registro Civil de Pessoas Naturais - 1ª CRCPN no Rio de Janeiro. Posteriormente, em 20/10/11, foi lavrada escritura pública de divórcio junto ao Tabelionato 43 do Círculo de Bogotá, foi lavrada certidão de divórcio na Notaría 43 do Círculo de Bogotá, D.C., o que implicou em cessação dos efeitos civis do matrimônio religioso e em liquidação da sociedade conjugal. No presente feito, os requerentes buscam homologar o divórcio celebrado por escritura pública, a fim de que possa produzir seus efeitos no Brasil, noticiando a inexistência de filhos e de bens a serem partilhados, assim como a renúncia ao direito de perceber alimentos. Passo à análise do pleito. Inicialmente, cumpre reconhecer que a escritura de divórcio foi lavrada por autoridade competente, qual seja, o Tabelião do Tabelionato 43 do Círculo de Bogotá, tendo as partes comparecido perante a referida serventia extrajudicial, solicitando, consensualmente, a extinção do vínculo matrimonial. A escritura pública de divórcio foi devidamente traduzida e autenticada, sendo certo que não ofende os bons costumes ou a soberania nacional, estando assim, quanto a essa parte, apta à homologação. Ainda, a circunstância que fez os autos virem ao colegiado foi, apenas, a contestação por parte do Órgão ministerial, sob o argumento de que não havendo filhos menores, sendo consensual o divórcio, o qual, inclusive, foi realizado por escritura pública, não necessitaria de homologação judicial, já que o documento não teria natureza de sentença, Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 5 de 9

bastando a averbação no registro civil competente. O argumento, contudo, não deve prosperar. A Resolução nº 9/2005 deste Superior Tribunal de Justiça, em seu art. 4º, 1º dispõe que serão homologados os provimentos não-judiciais que, pela lei brasileira, teriam natureza de sentença, o que abrange a hipótese dos autos, já que o documento é suficiente para extinguir o vínculo matrimonial no país de origem e alterar o estado civil das pessoas envolvidas. A Jurisprudência desta Corte, bem como do Supremo Tribunal Federal, se firmou no sentido de que é cabível a homologação de documento proveniente de autoridade pública administrativa, quando no estado estrangeiro o ato é por ela realizado legalmente. Neste sentido, trago à colação os seguintes precedente: SENTENÇA ESTRANGEIRA. ATO DE REGISTRO CIVIL PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO. ATO ADMINISTRATIVO COM EFICÁCIA SENTENCIAL. ART. 4º, 1º, DA RESOLUÇÃO 9/2005/STJ. APLICABILIDADE DO DIREITO LOCAL, ART. 7º DA LINDB. PRECEDENTES. 1. Cuida-se de requerimento de homologação de ato administrativo, equivalente à sentença estrangeira, nos termos do 1º do art. 4º da Resolução STJ 9/2005. Nos termos do direito do país de origem, o pedido da requerente somente pode ser atendido pela via administrativa e sua aplicação é devida por força do art. 7º do Decreto-Lei n 4.657/42 (Lei de Introdução às normas do Direito Brasileiro). 2. O STJ tem seguido a jurisprudência do Pretório Excelso no sentido de acolher a possibilidade de homologação de atos administrativos, por força do art. 4º, 1º, da Resolução STJ 9/2005. Precedente específico: SE 5.177/CH, Rel. Min. César Asfor Rocha, publicada no no DJe em 27.8.2010. Também: SEC 6399, Rel. Min. Marco Aurélio, Tribunal Pleno, julgado em 21.6.2000, publicado no DJ em 15.9.2000, p. 119 e no Ementário vol. 2.004-01, p. 20. Pedido de homologação deferido. (SE 7.312/EX, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 05/09/2012, DJe 18/09/2012). PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DE PROVIMENTO ADMINISTRATIVO QUE ASSENTOU ACORDO DE GUARDA COMPARTILHADA NA ALEMANHA. EFICÁCIA SENTENCIAL. EQUIVALÊNCIA. PRECEDENTES DO STF. MÃE E FILHO RESIDENTES, HOJE, NO BRASIL. CONCORRÊNCIA DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA. DECISÃO DESTA, CONFERINDO A GUARDA PROVISÓRIA DO FILHO À MÃE E FIXANDO ALIMENTOS PROVISÓRIOS. NOVO TÍTULO, A PARTIR DA MODIFICAÇÃO DOS FATOS. PEDIDO DE HOMOLOGAÇÃO DO Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 6 de 9

PROVIMENTO ALIENÍGENA. IMPOSSIBILIDADE. RESGUARDO DA SOBERANIA DA JURISDIÇÃO BRASILEIRA. 1. O provimento extrajudicial - acordo sobre guarda de menor homologado por órgão administrativo alemão -, quando, em conformidade com o ordenamento jurídico estrangeiro, possuir a mesma eficácia de decisão judicial, pode perfeitamente subsidiar a pretensão de se estender os seus efeitos para o território brasileiro. Precedentes do STF. 2. Há competência concorrente entre a jurisdição brasileira e a estrangeira para processar e julgar ação de guarda e alimentos envolvendo menor que, atualmente, residente no Brasil com a mãe, enquanto o pai, em outro país. Precedentes do STJ. 3. As decisões acerca da guarda de menor e respectivos alimentos não se submetem aos efeitos da coisa julgada, que pode ser relativizada diante da alteração dos fatos, sempre, sobrelevando o interesse do infante. 4. Hipótese em que a Justiça brasileira, tendo em conta as circunstâncias atuais da família, deferiu a guarda provisória do filho à mãe, ora Requerida, bem como fixou alimentos provisórios. 5. Nesse contexto, homologar o provimento estrangeiro que decidiu sobre a mesma matéria, mas em circunstâncias outras - já modificadas, e reconsideradas, ainda que em sede provisória, pela Justiça brasileira -, implicaria a coexistência de dois títulos contraditórios, em manifesta afronta à soberania da jurisdição nacional. Precedentes do STF. 6. Pedido de homologação indeferido. Custas ex lege. Condenação do Requerente ao pagamento dos honorários advocatícios. (SEC 5635/DF, Rel. Ministra LAURITA VAZ, CORTE ESPECIAL, julgado em 18/04/2012, DJe 09/05/2012). SENTENÇA ESTRANGEIRA - HOMOLOGAÇÃO - DIVÓRCIO - ATO ADMINISTRATIVO - EXTENSÃO. A norma inserta na alínea "h" do inciso I do artigo 102 da Constituição Federal, segundo a qual compete ao Supremo Tribunal Federal processar e julgar, originariamente, a homologação das sentenças estrangeiras, há de ser tomada respeitando-se a soberania do país em que praticado o ato. Prevendo a respectiva legislação o divórcio mediante simples ato administrativo, como ocorre, por exemplo, no Japão, cabível é a homologação para que surta efeitos no território brasileiro. Precedentes: Sentença Estrangeira nº 1.282/Noruega, Relator Ministro Mário Guimarães; Sentença Estrangeira nº 1.312/Japão, Relator Ministro Mário Guimarães; Sentença Estrangeira nº 1.943/Dinamarca, Relator Ministro Adaucto Cardoso; Sentença Estrangeira nº 2.251/Japão, Relator Ministro Moreira Alves; Sentença Estrangeira nº 2.626/Bélgica, Presidente Ministro Antonio Neder; Sentença Estrangeira nº 2.891/Japão, Presidente Ministro Xavier de Albuquerque; Sentenças Estrangeiras nºs 3.298, 3.371 e 3.372, todas do Japão, Presidente Ministro Cordeiro Guerra; e Sentença Estrangeira nº 3.724/Japão, Presidente Ministro Moreira Alves. (SEC 6399, Relator Min. MARCO AURÉLIO, TRIBUNAL PLENO, julgado em 21/06/2000, DJ 15/09/2000). Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 7 de 9

Ademais, não há que se falar em obrigatoriedade de os interessados na homologação do divórcio realizarem o ato pela via extrajudicial. O Conselho Nacional de Justiça, ao editar a Resolução nº 35/2007, a qual disciplinou a aplicação da Lei 11.441/07 pelos serviços notariais e de registro, dispôs, em seu art. 2º: Art. 2º É facultada aos interessados a opção pela via judicial ou extrajudicial; podendo ser solicitada, a qualquer momento, a suspensão, pelo prazo de 30 dias, ou a desistência da via judicial, para promoção da via extrajudicial Assim, facultada a escolha aos interessados que promoveram o casamento e sua dissolução no território nacional, torna-se inexigível que aquele que celebrou o ato no exterior se submeta à extinção do vínculo matrimonial por meio de averbação no registro civil competente. Com isso, pode o mesmo optar pela via que lhe parecer mais adequada. Cumpre consignar, por fim, que a Presidência desta Corte determinou o envio de ofício ao 1º Ofício de Registro Civil das Pessoas Naturais e Jurídicas do Distrito Federal, consultando sobre a possibilidade de se proceder à averbação direta de divórcio consensual realizado no estrangeiro por escritura pública, sem o procedimento homologatório desta Corte. Em resposta, a referida escrivania informou que nada obstante o fato de a averbação do divórcio no Brasil ter passado a ser admitida após o advento da Lei nº 11.441/2007, os atos administrativos estrangeiros não foram contemplados por tal alteração legislativa e, portanto, devem passar pelo crivo judicial (fl. 307). Com efeito, verifica-se que os interessados, caso houvessem optado pela averbação direta da escritura de divórcio pela via extrajudicial, possivelmente não teriam êxito, diante da falta de previsão explícita em lei sobre a averbação em cartório da escritura de divórcio lavrada no estrangeiro. Ante o exposto, preenchidos os requisitos necessários, defiro o pedido de homologação do divórcio consensual, para os efeitos constitucionais e legais. É como voto. Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 8 de 9

CERTIDÃO DE JULGAMENTO CORTE ESPECIAL Número Registro: 2013/0326237-0 PROCESSO ELETRÔNICO SEC 8.581 / CO Número Origem: 201201331663 PAUTA: 17/09/2014 JULGADO: 17/09/2014 SEGREDO DE JUSTIÇA Relator Exmo. Sr. Ministro GILSON DIPP Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro FRANCISCO FALCÃO Subprocuradora-Geral da República Exma. Sra. Dra. ELA WIECKO VOLKMER DE CASTILHO Secretária Bela. VÂNIA MARIA SOARES ROCHA REQUERENTE ADVOGADA REQUERENTE ADVOGADO REQUERIDO INTERES. AUTUAÇÃO : R J S S : ELIANE ZOGHBI : S P G C : DANIELA PESTANA T. SCHMIDT E OUTRO(S) : OS MESMOS : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL ASSUNTO: DIREITO INTERNACIONAL - Casamento e Divórcio CERTIDÃO Certifico que a egrégia CORTE ESPECIAL, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Corte Especial, por unanimidade, deferiu o pedido de homologação de sentença, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Laurita Vaz, Humberto Martins, Maria Thereza de Assis Moura, Jorge Mussi, Og Fernandes, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Benedito Gonçalves e Felix Fischer votaram com o Sr. Ministro Relator. Ausentes, justificadamente, os Srs. Ministros Nancy Andrighi, João Otávio de Noronha, Herman Benjamin e Napoleão Nunes Maia Filho. Documento: 1349386 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 29/09/2014 Página 9 de 9