IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

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Transcrição:

IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL Iracema Luzitânia de Freitas Lima Universidade Estadual Vale do Acaraú iracemafreitas13@gmail.com Resumo: Este estudo buscou verificar a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Nossa pesquisa realizou uma revisão bibliográfica sobre o tema, na qual descrevemos as teorias e pesquisas recentes desenvolvidas acerca do assunto. Apresentamos diversas contribuições de pesquisa sobre o tema, citando aquelas que aparentemente são analisadas como mais relevantes. Um dos primeiros estudiosos a enfatizar a importância do brinquedo e da atividade lúdica para o desenvolvimento da criança foi o filósofo alemão Friedrich Fröebel (1782-1852). Já Maria Montessori considerava a brincadeira como atividade inata infantil, sem fins pedagógicos. As chamadas Casas di Bambini montessorianas educavam as crianças através de atividades dirigidas e preparação para o trabalho. Com a psicologia infantil, surge a teoria de Groos (1861-1946), que considera o jogo como pré-exercício de instintos herdados, uma necessidade biológica, instintiva e psicológica. Pode-se destacar ainda as teorias psicológicas de desenvolvimento (Piaget (1896-1980), Wallon (1879-1962) e Vygotsky(1896-1934)) que contribuíram fortemente para enfatizar o papel do brincar na educação infantil. Atualmente, podemos destacar que para as crianças da Educação Infantil, em especial, a brinquedoteca proporciona atividades lúdicas capazes de desenvolver a cooperação entre elas e criar situações de espontaneidade no brincar. A importância do brincar na Educação Infantil defendida no presente trabalho também encontra amparo no trabalho de Vygotski, que considera o brincar uma atividade que estimula a aprendizagem, já que ela cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança. Palavras-chave: Educação Infantil; Socialização; Teorias da aprendizagem. INTRODUÇÃO A LDB assegura que a Educação infantil tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade tanto no aspecto físico e psicológico, como no intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. Nesse contexto, muitas pesquisas em Educação têm dirigido sua atenção para o brincar na Educação Infantil como um instrumento de auxílio no desenvolvimento da criança nesses diversos aspectos. Não são poucos os trabalhos recentes sobre o tema. Só para citar alguns exemplos recentes de pesquisa acerca, destacamos os trabalhos de Silva e Santos (2009), Navarro (2009), França (2010), Kishimoto (2010), Crepaldi (2010) e Teixeira e Volpini (2014).

Facilmente pode-se perceber que o tema de nossa pesquisa está associado a preocupações referentes ao cotidiano da pesquisa e da prática pedagógica. Neste sentido, a presente revisão bibliográfica tem como objetivo principal analisar a importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. METODOLOGIA Utilizamos o site de busca Google Acadêmico na busca de trabalhos indexados a brincar na Educação Infantil. Refinamos a pesquisa buscando os artigos de maior relevância. Feita a seleção, analisamos vários artigos, TCCs, teses e dissertações e fizemos uma revisão bibliográfica sobre o brincar na Educação Infantil. RESULTADOS E DISCUSSÃO Um marco histórico na pesquisa acerca do brincar na Educação Infantil ocorreu quando a professora Tizuko Morchida Kishimoto (1992a), apresentou sua tese de livre-docência na Universidade de São Paulo (USP), na qual ela discutiu o jogo, a criança e a educação. Em um artigo posterior, ela esclareceu o conceito de jogo, de brinquedo e de brincadeira e apresentou os paradigmas existentes nas relações entre o jogo infantil e a educação (KISHIMOTO, 1992b). Giselda Wajskop (1995), professora do Centro de Educação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), apresentou uma concepção sócio-histórica do brincar, fez um panorama de sua evolução nas teorias e práticas pedagógicas pré-escolares ocidentais e levantou questões acerca de determinadas competências profissionais consideradas por ela necessárias para o trabalho pedagógico em creches e pré-escolas. Em 2001, o professor dela Faculdade de Educação Física da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), João Batista Freire, publicou sua tese de livre-docência, intitulada O jogo: entre o riso e o choro (FREIRE, 2001), na qual, de uma forma mais à vontade do que ocorre nas teses acadêmicas, apresenta suas ideias em meio às contribuições de autores relacionados ao tema de jogos na Educação como, por exemplo, Schiller, Brougère e Chateau. Ele seleciona alguns estudos a respeito de jogos e defende sua utilização na Educação como forma de tornar mais alegre a relação da criança com a escola. Sempre preocupada com o tema do lúdico na Educação Infantil, Kishimoto (2001) discute os desafios e as perspectivas ligados às instituições de Educação Infantil no contexto da LDB. Vectore (2003) propôs, a partir de resultados de suas pesquisas na Faculdade de Psicologia da Universidade Federal de Uberlândia, um programa de desenvolvimento profissional baseado na

intervenção mediacional, particularmente dando ênfase às contribuições do lúdico como recurso nas interações entre a educadora e as crianças. Queiroz et al. (2006) discutem as questões sobre como e por que as crianças brincam e o significado da brincadeira em cada cultura. Nesse estudo, as autoras abordam a importância da brincadeira do faz-de-conta como atividade que promove a representação e a metarepresentação no desenvolvimento da criança e refletem sobre a brincadeira no contexto pedagógico em que as crianças estão inseridas nas instituições de Educação Infantil e o papel do professor nesse processo. Silva et al. (2008), em TCC apresentado ao curso de Licenciatura Plena em Pedagogia da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), investigaram a importância dos jogos e brincadeiras no desenvolvimento cognitivo da criança na Educação Infantil. O trabalho deles teve como intenção principal a busca das representações sociais e os possíveis sentidos e significados atribuídos aos jogos e brincadeiras de modo mais específico no brincar infantil. Silva e Santos (2009) também pesquisaram o tema da importância do brincar na Educação Infantil. Elas apresentaram observações de duas escolas no município de Mesquita (RJ). Os dados, por elas obtidos, mostraram que havia um distanciamento entre a prática e o discurso. A importância do brincar na Educação Infantil também foi estudada por França (2010). Sua pesquisa teve como base a tese de que o brincar é muito importante para o desenvolvimento das crianças. Crepaldi (2010) voltou a discutir o conceito de jogo, de brinquedo e de brincadeira com a intenção de ampliá-los. Nessa obra, a autora aprofundando o conhecimento sobre o tema, passou a valorizá-lo como ação, como atitude e, em especial, como direito. Ela acredita que o brincar não pode ficar restrito a espaços e tempos determinados por adultos. Recentemente, Silva (2013), buscando compreender a importância da psicomotricidade para o desenvolvimento e aprendizagem na Educação, utilizando como referencial as brincadeiras desenvolvidas com intenção didática nas séries iniciais do Ensino Fundamental, concluiu que é necessário respeitar e explorar as fases e estágios cronológicos das crianças, para desenvolver os aspectos cognitivos, afetivo, motor, e psicomotor. A autora destaca que a criança não aprende e cria apenas por imitação. Assim, conforme ela entende, os educadores devem oferecer brincadeiras criativas sem estabelecer tantas regras, devem oferecer um ambiente de aceitação, integração e liberdade, deixando as crianças livres para expressar sua imaginação (idem, p. 15). Teixeira e Volponi (2014) ressaltam que a importância do brincar no contexto da Educação Infantil está atrelada ao desenvolvimento integral da criança e asseguram que é, através do brincar, que a criança desenvolve, constrói pensamentos e seu próprio jeito de ver o mundo, aprendendo a interagir com a realidade. Elas chamam a atenção também para o fato de que o brincar não é apenas um fator de diversão, mas traz em si uma forma de educar, construir e se socializar. Igualmente, destacam a atuação do professor nesse processo, favorecendo e promovendo a interação, estimulando o gosto da brincadeira nas crianças, a competitividade e a cooperação e servindo de facilitador da aprendizagem.

Nas diversas publicações analisadas, referências históricas são feitas aos grandes investigadores da pedagogia, psicologia, filosofia, sociologia e demais Ciências que contribuem com nosso conhecimento sobre Educação significativa de qualidade. Um dos primeiros estudiosos a enfatizar a importância do brinquedo e da atividade lúdica para o desenvolvimento da criança foi o filósofo alemão Friedrich Fröebel (1782-1852). Ele também foi um dos primeiros a reconhecer a importância do início da infância no desenvolvimento da formação da criança. Já Maria Montessori considerava a brincadeira como atividade inata infantil, sem fins pedagógicos. As chamadas Casas di Bambini montessorianas, em clara discordância do valor educacional do brincar, educavam as crianças através de atividades dirigidas e preparação para o trabalho. No século XIX, com o surgimento da psicologia da criança, com uma forte influência da Biologia, surge a de Groos, que considera o jogo como pré-exercício de instintos herdados, ou seja, uma necessidade biológica, instintiva e psicológica. As pesquisas acerca do tema do brincar também foram destaque em diversas pesquisas psicológicas. Pode-se destacar que as teorias psicológicas de desenvolvimento (Piaget, Wallon e Vygotsky) contribuíram fortemente para enfatizar o papel do brincar na educação infantil. CONCLUSÕES O principal aspecto a ser analisado corresponde à importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil. Diversas foram as pesquisas teóricas realizadas sobre o assunto como, por exemplo, os trabalhos de Kishimoto (1992a, 1992b, 1994, 2008, 2011), Wajskop (1995), Santos e Silva (2009) e França (2010) que enfatizaram esse fato. Deve-se deixar claro que, como qualquer atividade inerente ao ser humano, o ato de brincar é aprendido pela criança desde a mais tenra idade. Isso decorre de seu relacionamento com outros bebês, com crianças mais velhas e com adultos. Manipular e utilizar brinquedos possibilita às crianças uma aprendizagem multidisciplinar das formas de ser e pensar da sociedade (WAJSKOP, 1994, p. 68). Os brinquedos apresentam imagens que moldam o desenvolvimento cognitivo da criança, desenvolvem suas habilidades motoras e auxiliam na formação sociocultural. Naturalmente, a partir da brincadeira, um profissional atento deve ampliar o horizonte de possibilidades para os diferentes conhecimentos que a criança precisa atingir. Podem-se utilizar livros, filmes, televisão, passeios ou outras situações úteis ao processo educativo, dentro de um planejamento que venha a integrar a formação completa da criança.

A importância do brincar na Educação Infantil defendida no presente trabalho também encontra amparo no trabalho de Vygotski, que considera o brincar uma atividade que estimula a aprendizagem, já que ela cria uma zona de desenvolvimento proximal na criança e é fundamental na formação social da mesma. O professor percebe, ao trabalhar o lúdico no processo de ensino-aprendizagem, o crescimento do aluno. É muito gratificante quando um aluno, que não domina a escrita e a leitura, consegue se desenvolver a partir de aulas mais lúdicas, utilizando, por exemplo, contação de histórias e teatro. Assim sendo, concluímos que o lúdico é um instrumento pedagógico de grande importância na socialização entre as crianças, no desenvolvimento da linguagem e na construção de um mundo mais cooperativo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS COMENIUS. João Amos Didática Magna.. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. São Paulo: Martins Fontes, 1997. CREPALDI, Roselene. Jogos, brinquedos e brincadeiras. Curitiba: IESDE Brasil S. A., 2010. FRANÇA, Vanessa Christine Benato de. A importância do brincar na Educação Infantil crianças de 3 a 5 anos. 2010. 53 f. Monografia (Especialização em Psicopedagogia) Universidade Tuiuti do Paraná, 2010. FREIRE, João Batista. O jogo: entre o riso e o choro. Campinas: Autores Associados, 2002. KISHIMOTO, Tizuko Morchida. O jogo, a criança e a Educação, 1992. Tese (livre-docência em Educação) Universidade de São Paulo, 1992a, mimeografado.. O jogo e a Educação Infantil. Perspectiva, Florianópolis, UFSC/CED, NUP, n. 22, p. 105-128, jul. 1992b.. A LDB e as Instituições de Educação Infantil: desafios e perspectivas. Rev. Paul. Educ. Fís., São Paulo, supl. 4, p. 7-14, 2001.. O jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.. Brinquedo, gênero e educação na brinquedoteca. Pro-Posições, Campinas, UNICAMP, v. 19, n. 3 (57), p. 209-223, set./dez. 2008.. Brinquedos e brincadeiras na Educação Infantil. In: I Seminário Nacional: currículo em movimento Perspectivas Atuais, 2010. Belo Horizonte: Anais do I Seminário Nacional: currículo em movimento Perspectivas Atuais. Belo Horizonte: UFMG, nov./2010, p. 1-20.

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