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Transcrição:

Plataforma IPEA de Pesquisa em Rede PESQUISA: Migrações internas nos decênios 1990 e 2000 em UFs selecionadas: mudanças e continuidades 1. Título da Pesquisa/Projeto: TERMO DE REFERÊNCIA Migrações internas nos decênios 1990 e 2000 em UFs selecionadas: mudanças e continuidades 2. Unidade Responsável no IPEA: 3. Coordenação Nacional e Equipe Técnica do IPEA Diretoria de Estudos e Políticas Sociais - Disoc COORDENADORES: Herton Ellery Araújo e Ana Luiza Machado de Codes EQUIPE IPEA: Larissa de Morais Pinto e Agnes de França Serrano 3.1. Equipes (Instituições Parceiras): IPARDES: Anael Pinheiro de Ulhôa Cintra SEI: Isaac Aroucha Coimbra Lou FEE: Pedro Tonon Zuanazzi CODEPLAN: Lucilene Cordeiro 4. Proposta: Analisar e apresentar as tendências dos movimentos migratórios que configuram a dinâmica demográfica nos estados representantes das instituições parceiras Bahia, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Sul nas duas últimas décadas. Algumas das atividades desenvolvidas no âmbito desta pesquisa serão de interesse comum a todas as instituições participantes. A coordenação e as diretrizes desses trabalhos serão assumidas de forma conjunta pelo IPEA, IPARDES, SEI, CODEPLAN e FEE. Outras atividades serão voltadas para questões específicas de cada estado; essas poderão ser deliberadas e encaminhadas por cada instituição, separadamente. 5. Justificativa: Há praticamente um século a evolução do conjunto da população brasileira se deve quase que exclusivamente ao componente vegetativo, uma vez que as migrações internacionais tem sido irrelevantes nesse processo. Portanto, entender os fatores subjacentes ao crescimento demográfico do país, nesse período, significa compreender as tendências das variáveis mortalidade e natalidade, suas variações e interações. Sob o prisma intra-nacional, contudo, para além do crescimento vegetativo, o componente das migrações internas desempenha um papel fundamental na determinação dos tamanhos populacionais das regiões, estados e municípios, em particular a partir de meados do século passado, bem como na redistribuição espacial da população marcada durante décadas pelos movimentos rurais-urbanos e, em paralelo, pela expressiva concentração urbana e metropolização no centro-sul do país. A etapa de intensa industrialização brasileira, de expansão acelerada das fronteiras agrícolas e de integração do mercado nacional, que perdurou com maior força até início dos anos 1980, foi

amplamente ancorada em volumosos fluxos migratórios originados em distintos pontos do território e com destinos também diferenciados. Segundo BRITO (2009) As migrações internas redistribuíam a população do campo para as cidades, entre os estados e entre as diferentes regiões do Brasil, inclusive para as fronteiras agrícolas em expansão, onde as cidades eram o pivô das atividades econômicas. Mas, o destino fundamental dos migrantes que abandonavam os grandes reservatórios de mão de obra o Nordeste e Minas Gerais, principalmente eram as grandes cidades, particularmente, os grandes aglomerados metropolitanos em formação no Sudeste, entre os quais a Região Metropolitana de São Paulo se destacava. É vasta e extremamente rica a produção brasileira de estudos que mensuram, qualificam e analisam as migrações internas no país sob múltiplos enfoques e a partir de diferentes objetivos 1. Entretanto, grosso modo, percebe-se uma razoável concordância entre os estudiosos na interpretação das mudanças que vêm ocorrendo no panorama da mobilidade populacional que passa a predominar em décadas recentes, no Brasil. Entende-se que as profundas transformações decorrentes da crise econômica e da alternância de ciclos de crescimento/estagnação vigentes nos anos 1980 e 1990, bem como da tendência acelerada de internacionalização da economia brasileira, redesenharam o perfil da estrutura produtiva e seu padrão locacional e impactaram sobremaneira o conjunto da sociedade. Nesse contexto, se na fase anterior os movimentos migratórios eram impulsionados por conjunturas econômicas e sociais altamente propícias à absorção do migrante no local de destino, as décadas de crise do final do século passado introduziram celeremente obstáculos estruturais representados pelo estreitamento e maior rigidez dos mercados de trabalho, mormente nos centros urbanos, e o esgotamento decisivo das fronteiras agrícolas nacionais. Com isso, alterou-se profundamente o substrato motivacional para os deslocamentos migratórios, em particular para os de maior distância, pois as possibilidades de êxito e da tão sonhada ascensão social praticamente se esgotaram. Não por acaso, o país presencia nesse período o aumento expressivo da emigração internacional, especialmente de jovens, que buscam em outros países melhores oportunidades de emprego e de aquisição de renda. Assim, nos últimos trinta anos, no âmbito interno, crescem de importância a ocorrência de fluxos migratórios de mais curta distância, os movimentos intra-regionais e intra-estaduais, o aumento das etapas migratórias, as reemigrações, entre as quais se incluem as migrações de retorno, os movimentos pendulares. Altera-se o padrão do ir e vir das pessoas porque cresceram as incertezas, que sempre existiram, mas que se defrontam atualmente com um leque muito mais amplo de dificuldades no campo do emprego, da moradia, do acesso aos serviços sociais básicos, dos transtornos relacionados aos transportes, poluição, estresse e violência. A compreensão das características e tendências recentes associadas a esse novo padrão migratório brasileiro, sua mensuração, mapeamento dos inúmeros fluxos de origem e destino, a identificação dos movimentos de retorno, das múltiplas etapas, do peso do componente migratório no crescimento, ou decrescimento, da população, trazem à luz elementos fundamentais para o exercício do planejamento, tanto das distintas esferas do setor público, quanto dos setores privados. Cada vez mais, no país, os gestores públicos, os legisladores, o meio empresarial, o terceiro setor, a imprensa, levam em conta o fator demográfico em seus âmbitos de atuação, e a variável migratória ocupa lugar de destaque nesse cenário. Adicionalmente, dentre as variáveis demográficas, a migração é a mais complexa de se prospectar quando se desenvolvem as árduas tarefas de projeções populacionais. Seja porque esse componente inclui múltiplas facetas ou modalidades, seja porque, mesmo na ausência de catástrofes ou de fatores exógenos, as mudanças de rumo e de volume podem se dar no curto prazo, seja porque inexistem no país sistemas de registros administrativos associados à mobilidade espacial da 1 Ver, entre outros, BAENINGER (2008); BRITO (2009); BRITO e CARVALHO (2006); CUNHA (2007); CUNHA e BAENINGER (2005); HAKKERT E MARTINE (2007), PATARRA (2003).

população, o certo é que os estudos migratórios são fundamentais para o conhecimento e monitoramento da sociedade. É de suma importância lembrar que os censos demográficos brasileiros estão incluídos internacionalmente no rol dos mais completos no que tange ao levantamento de dados para os estudos de migração. Os censos de 1970 e de 1980 já eram importantes nesse sentido, mas a partir do censo de 1991 a introdução do quesito que possibilita identificar o lugar de residência do indivíduo 5 anos antes da data de realização da pesquisa censitária ampliou sobremaneira o leque de possibilidades de mensuração da mobilidade espacial da população em suas múltiplas modalidades. Além disso, explorar em profundidade essas fontes de dados migratórios constitui uma contrapartida relevante ao gigantesco investimento da sociedade brasileira subjacente à cada uma dessas pesquisas realizadas. 6. Objetivos: 1. Pesquisar as tendências dos movimentos migratórios interestaduais e intra-estaduais apresentadas nas duas últimas décadas em cada uma das UFs das instituições parceiras do Projeto CODEPLAN/DF, FEE/RS, IPARDES/PR E SEI/BA, buscando identificar e comparar no tempo: os volumes de imigrantes e de emigrantes; os saldos migratórios; as direções dos fluxos, em termos de origem e destino; as regiões no interior dos estados que mais perdem e as que mais ganham; o peso dos movimentos interestaduais e o dos intraestaduais na dinâmica migratória das regiões de cada UF; as etapas migratórias desses migrantes; a ocorrência de migração de retorno à UF em estudo e sua importância frente ao conjunto da imigração de cada uma das regiões da UF; caracterização do perfil dos migrantes das regiões intra-estaduais, por sexo e por idades. 2. Montar as bases de dados sobre migração por meio dos microdados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e de 2010. Depois de prontas, essas bases serão compartilhadas com todas as instituições parceiras. 3. Homogeneizar o conhecimento das instituições parceiras para a montagem das bases de dados dos Censos a partir dos microdados. Essa disseminação do conhecimento será feita por meio de cursos de capacitação a serem ministrados por técnicos do IPEA e das instituições parceiras. 4. Subsidiar os gestores públicos de cada UF parceira para o planejamento, elaboração e monitoramento de políticas sociais e assistenciais a partir da identificação das tendências recentes de áreas receptoras e fornecedoras de migrantes em nível intra-estadual. 5. Identificar as tendências migratórias recentes de cada UF parceira, tanto do ponto de vista interestadual quanto intra-estadual, com o objetivo de obter sinalizações que auxiliem na formulação de hipóteses sobre o comportamento futuro das migrações nos trabalhos de projeções populacionais. 6. Estimular a realização de pesquisas em rede, aproximando técnicos de distintas instituições públicas estaduais, com formações acadêmicas diferenciadas. 7. Atividades e Procedimentos Metodológicos: O desenvolvimento da pesquisa que ora se propõe deverá se basear integralmente em dados secundários, especialmente aqueles levantados pelos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Na medida do necessário, serão trabalhados dados das PNADs das décadas de 1990 e 2000.

Os indicadores e as análises das UFs parceiras deverão contemplar o conjunto da dinâmica populacional e migratória estadual e as respectivas mesorregiões geográficas do IBGE. Sempre que possível e recomendável, serão analisadas as regiões metropolitanas oficiais de cada estado bem como os municípios de maior peso nos processos migratórios. Estarão sendo contemplados no estudo, a partir de cada censo demográfico adotado como fonte, os dados relacionados aos quantitativos populacionais, suas desagregações por situação de domicílio, sexo, idades, segundo UFs e respectivas regiões. No que diz respeito à mensuração das migrações, pretende-se trabalhar com o conjunto de quesitos levantados em cada uma das pesquisas censitárias e que investigam: a) local (município e UF) de nascimento; b) município e UF de última procedência (migração de última etapa) relacionado ao tempo de residência no município atual; c) município e UF de residência 5 anos antes da data da pesquisa (migração de data fixa). As análises deverão se basear especialmente nos indicadores relacionados à evolução: a) da dinâmica populacional: taxas anuais de crescimento geométrico, variações absolutas e relativas entre um censo e outro, graus de urbanização, pirâmides etárias e razões de sexo; b) da dinâmica migratória: quantitativos de imigrantes e emigrantes intercensitários, fluxos de origem e destino segundo os recortes regionais contemplados, imigrantes e emigrantes de data fixa e respectivos fluxos de origem e destino, trocas e taxas líquidas migratórias de data fixa, migração de retorno à UF e à mesorregião de nascimento, movimentos migratórios de curto prazo (migrantes de retorno pleno, migrantes de passagem, migração por etapas). Em termos de execução, este projeto prevê, para o ano de 2012, duas etapas relativas ao trabalho com os microdados: a) De 27 de abril, quando o IBGE divulgará os microdados do Censo 2010, até o curso, previsto para final de junho ou começo de julho: nessa etapa o Ipea fornecerá às instituições parceiras as informações já extraídas dos microdados dos Censos 1991, 2000 e 2010. A territorialidade será definida por cada instituição parceira; b) Depois do curso, cada instituição deverá começar a manipular os microdados, que serão fornecidos pelo Ipea durante o curso, para executar tabulações mais refinadas. Nesta etapa, o Ipea teria uma função apenas de trocar experiências de programações com as instituições parceiras. 8. Produtos e Resultados Esperados: 8.1. Resultados e produtos esperados: Os principais resultados e produtos esperados, para o ano de 2012, são: Quatro instituições capacitadas (CODEPLAN/DF, FEE/RS, IPARDES/PR E SEI/BA) e em condições de trabalhar com os microdados das PNADS 1992 a 2009 e Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Quatro relatórios sobre os fluxos migratórios intermesorregionais de data fixa (interestaduais e intraestaduais) nos períodos 1986/1991, 1995/2000 e 2005/2010, referentes aos estados participantes do projeto. Participação de técnicos das instituições parceiras no XVIII Encontro Nacional da Associação Brasileira de Estudos Populacionais ABEP, com o objetivo de expandir a rede de Estudos Migratórios do ProRedes. 9. Recursos Disponibilizados:

Em termos de recursos humanos, as instituições parceiras pretendem alocar, no conjunto, de 12 a 13 técnicos envolvidos diretamente no projeto, com formações acadêmicas variadas (economia, sociologia, geografia e estatística) e cerca de um terço deles com mestrado e doutorado. Com relação à capacidade de infraestrutura para realização das atividades no âmbito da Rede IPEA, as instituições parceiras estarão disponibilizando microcomputadores com razoável capacidade de comportar as bases de dados dos censos demográficos; impressoras de boa qualidade; salas de reunião equipadas com projetor de vídeo; e espaços para realização de capacitações (laboratórios) por parte dos técnicos envolvidos no projeto. Duas das instituições parceiras contam com setor de geoprocessamento e com setor de editoração. 10. Parcerias Estratégicas: Até o momento, as instituições proponentes não estabeleceram parcerias estratégicas para o desenvolvimento do projeto. Porém, vários dos técnicos envolvidos nesse trabalho são membros integrantes do Grupo de Trabalho sobre Migrações, da Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Ao longo do projeto pretende-se buscar articulações nesse âmbito por parte das instituições parceiras. 11. Tipo de Apoio Solicitado: Bolsas de pesquisa: contratação de bolsistas para cada instituição parceira. Auxílio financeiro: todas as despesas cobertas por essa modalidade de recurso.

12. Orçamento para 2012: ATIVIDADE INSTITUIÇÃO Nº VALOR TOTAL 1 - Atualização / Aquisição Software Aquisição Licença - Versão 20 ( Módulos Base + Tables) FEE 1 7.663 7.663 Atualização da Licença 17 para 20 ( Módulos Base + Tables) IPARDES 2 3.898 7.796 Aquisição Licença - Versão 20 ( Módulos Base + Tables) SEI 1 7.663 7.663 Aquisição Licença - Versão 20 ( Módulos Base + Tables) CODEPLAN 1 7.663 7.663 SUB-TOTAL 30.785 2 - Curso de Capacitação Microdados - Brasília Diárias - 2 técnicos IPARDES 10 250 2.500 Diárias - 2 técnicos SEI 10 250 2.500 Diárias - 2 técnicos FEE 10 250 2.500 Diárias - 2 técnicos (Residem em Brasília) CODEPLAN 250 - Diária - Consultor UFMG 1 300 300 Sub-total diárias 7.800 Passagens ida e volta - 2 técnicos IPARDES 2 980 1.960 Passagens ida e volta - 2 técnicos SEI 2 980 1.960 Passagens ida e volta - 2 técnicos FEE 2 980 1.960 Passagens - 2 técnicos (Residem em Brasília) CODEPLAN 0 980 - Passagens ida e volta - consultor UFMG 1 980 980 Sub-total passagens 6.860 SUB-TOTAL CURSO CAPACITAÇÃO 14.660 3 - Reunião sobre andamento do Projeto - Brasília Diárias - 1 técnicos IPARDES 1 300 300 Diárias - 1 técnicos SEI 1 300 300 Diárias - 1 técnicos FEE 1 300 300 Diárias - 2 técnicos (Residem em Brasília) CODEPLAN 300 - Sub-total diárias 900 Passagens ida e volta - 1 técnicos IPARDES 1 980 980 Passagens ida e volta - 1 técnicos SEI 1 980 980 Passagens ida e volta - 1 técnicos FEE 1 980 980 Passagens - 1 técnicos (Residem em Brasília) CODEPLAN 0 980 - Sub-total passagens 2.940 SUB-TOTAL REUNIÃO BRASÍLIA 3.840 4 - Encontro Nacional da Abep Diárias - 1 técnicos IPARDES 5 250 1.250 Diárias - 1 técnicos SEI 5 250 1.250 Diárias - 1 técnicos FEE 5 250 1.250 Diárias - 1 técnicos CODEPLAN 5 250 1.250 Sub-total diárias 5.000 Passagens ida e volta - 1 técnicos IPARDES 1 980 980 Passagens ida e volta - 1 técnicos SEI 1 980 980 Passagens ida e volta - 1 técnicos FEE 1 980 980 Passagens ida e volta - 1 técnicos CODEPLAN 1 980 980 Sub-total passagens 3.920 SUB-TOTAL ENCONTRO ABEP 8.920 5 - Bolsistas Meses Limite Bolsistas - 1 Mestre (R$ 2.500) ou 2 Graduados (R$3.000) IPARDES 8 3.000 24.000 Bolsistas - 1 Mestre (R$ 2.500) ou 2 Graduados (R$3.000) SEI 8 3.000 24.000 Bolsistas - 1 Mestre (R$ 2.500) ou 2 Graduados (R$3.000) FEE 8 3.000 24.000 Bolsistas - 1 Mestre (R$ 2.500) ou 2 Graduados (R$3.000) CODEPLAN 8 3.000 24.000 SUB-TOTAL 96.000 ORÇAMENTO 2012 1 - Atualização / Aquisição Software 30.785 2 - Curso de Capacitação Microdados - Brasília 14.660 3 - Reunião sobre andamento do Projeto - Brasília 3.840 4 - Encontro Nacional da Abep 8.920 5 - Bolsistas 96.000 TOTAL (MAIO - DEZEMBRO 2012) 154.205

13 Cronograma Físico 2012 ETAPAS E ATIVIDADES MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Etapa I Definição do objeto do estudo e procedimentos metodológicos Reunião de trabalho em Brasília (participação do IPEA, IPARDES, SEI, FEE e CODEPLAN Curso de manipulação de microdados dos censos e PNAD s. Etapa II Cálculo das matrizes de migração (IPEA) X X X X X X Elaboração do relatório do IPEA X X X X X X X X Elaboração do relatório do IPARDES X X X X X X X X Elaboração do relatório da SEI X X X X X X X X Elaboração do relatório da FEE X X X X X X X X Elaboração do relatório da CODEPLAN X X X X X X X X 14. Referências: BAENINGER, Rosana. In: XVI ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS POPULACIONAIS, XVI, 2008, Caxambu. Anais. Belo Horizonte: ABEP, 2008. BRITO, Fausto R. A. de. As migrações internas no Brasil: um ensaio sobre os desafios teóricos recentes. Belo Horizonte: UFMG/Cedeplar, 2009. 20 p. (Textos para discussão; 366) BRITO, Fausto R. A. de; CARVALHO. José Alberto M. de. As migrações internas no Brasil: as novidades sugeridas pelos censos demográficos de 1991 e 2000 e pelas PNADs recentes. Parcerias Estratégicas, CGEE, n. 22, p. 441-456, jun. 2006. Edição especial. CUNHA, José Marcos P. da. A migração no Brasil no começo do século XXI: continuidades e novidades trazidas pela PNAD 2004. In: Taller Nacional sobre Migración interna y desarrollo en Brasil: diagnóstico, perspectivas y políticas, 2007, Brasília. CELADE: División de Población, 2007. CUNHA, José Marcos P. da; BAENINGER, Rosana. Cenários da migração no Brasil nos anos 90. Caderno CRH, Salvador, v. 18, n. 43, p. 87-101, Jan./Abr. 2005. HAKKERT, Ralph; MARTINE, George. Tendências migratórias recentes no Brasil: as evidências da PNAD de 2004. In: Taller Nacional sobre Migración interna y desarrollo en Brasil: diagnóstico, perspectivas y políticas, 2007, Brasília. CELADE: División de Población, 2007. PATARRA, Neide L. Movimentos migratórios no Brasil: tempos e espaços. Rio de Janeiro: IBGE/Ence, 2003. 50 p. (Textos para discussão; 7).