CONSIDERAÇÕES INICIAIS



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Transcrição:

REPRESENTAÇÃO DO MEIO AMBIENTE MAPAS MENTAIS UMA LINGUAGEM NO ENSINO DA GEOGRAFIA Kelli Carvalho Melo - Mestre em Geografia - PPGG/UNIR. Pesquisadora do Grupo de Estudos e Pesquisas Modos de Vidas e Culturas Amazônicas- GEPCULTURA/UNIR. E-mail kelli_geo@hotmail.com Denise Peralta Lemes - Graduada em Geografia, Mestre em Geografia Física pela Universidade Federal de Santa Maria. Professora de Geografia Física da AJES Faculdades do Vale do Juruena deniseperaltalemes@yahoo.com.br Marina Silveira Lopes Graduado em Geografia. Mestre em Ciências da Religião pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Professora de Georafia Humana. marinaslopes@terra.com.br GT Representações do espaço e ensino RESUMO Para o ensino da geografia na educação escolar torna-se indispensável articular assuntos e conceitos básicos, como a paisagem, meio ambiente, espaço e lugar para relacioná-los com a vida do aluno. No entanto, percebe-se certa ausência das reflexões espaciais, ou ainda quando são abordados faltam às conexões entre os temas, as relações com as categorias geográficas e principalmente com a realidade vivenciada pelo aluno. Desta forma, no intuito, de tentar a clareza e a reflexão sobre as espacialidades geográficas, pretende-se contextualizar a temática meio ambiente, com a participação dos alunos do 6º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Nove de Maio, no município de JUÍNA-MT. O objetivo do trabalho é articular os conceitos espaciais que os alunos trazem para a sala de aula. Como metodologia de trabalho, escolheu-se a pesquisa-ação pautada nos mapas mentais, em que a professora atuou como mediadora do processo de ensino-aprendizagem, viabilizando um diálogo entre os conceitos prévios que as crianças carregam em si mesmas e os conceitos geográficos que desejamos construir. PALAVRAS-CHAVE: Ensino. Geografia. Percepção. Mapas Mentais CONSIDERAÇÕES INICIAIS No ambiente escolar, o meio ambiente é visto como sinônimo de natureza e não apenas os alunos do ensino fundamental fazem essa relação, mas em âmbito global. O meio ambiente é visto sempre pelos alunos como um espaço natural ou conservado, ou o que mesmo deverá ser protegido de qualquer dano à sua ordem. No ensino da geografia na educação escolar torna-se indispensável articular assuntos e conceitos básicos, como a paisagem, meio ambiente, espaço, entre outros para relacioná-los com a vida do aluno, sua experiência e vivência, de modo que este possa estabelecer múltiplas relações com os demais componentes do conhecimento e situar-se no mundo. No entanto, percebe-se certa ausência das

reflexões espaciais, ou ainda quando são abordados faltam conexões entre os temas, as relações com as categorias geográficas e principalmente com a realidade vivenciada pelo aluno. Assim a escola é um lugar onde a busca da superação da realidade e a criatividade podem ser estimuladas, proporcionando a produção de saberes que possibilitam a mudança de atitudes e transformam o espaço vivenciado pelos alunos. É nesse espaço que os discentes desenvolvem suas potencialidades e adotam posturas pessoais e comportamentos sociais construtivos, a fim de que possam colaborar para a construção de uma sociedade mais justa em um ambiente saudável. Nesse sentido, cabe à escola oferecer meios efetivos para que cada aluno compreenda os fenômenos naturais, as ações humanas e suas consequências para consigo, para com seus semelhantes, para com os seres vivos e o ambiente. (PIRES, LINDAU E RODRIGUES 2003). Nesse desígnio o trabalho tem o objetivo de analisar o significado que os alunos da 3ª Fase do 2º Ciclo ou 6º ano do ensino fundamental possuem sobre meio ambiente. A representação desse conceito foi realizada através da paisagem que é um dos conceitos chave da geografia, pois a paisagem em si nos revela aspectos distintos e possibilidades de se compreender a relação que os seres humanos estabelecem em seu mundo, por meio de experiências, vivências e visões de mundo. Desta forma, no intuito, de tentar a clareza e a reflexão sobre as espacialidades geográficas trouxe à baila temática meio ambiente, para os alunos do 6º ano do ensino fundamental da Escola Estadual Nove de Maio, no município de Juína-MT. Quando se trabalha com o conceito de espacialidades geográficas nos apoiamos em Henri Lefebvre (1992 [1974] p. 26) o espaço é um produto, ou seja, o espaço é social em sua essência. Ele é uma produção social, assim, criando espacialidades diferentes. Que implica num movimento contínuo e estrutural, no qual há uma ação direta do ser humano que constrói e altera um determinado espaço. A espacialidade implica na qualificação do espaço que os indivíduos fazem, por meio de suas representações, uma vez que ele transmite as vivencias e experiências, a maneira de ver o mundo. A espacialidade humaniza o espaço por meio das vivencias.

A figura 01, demonstra a posição geográfica do estado de Mato Grosso e o município, e propicia aos alunos a ideia macro de onde estão localizados. Desse modo, tem-se o contato perceptivo com o espaço local, regional e nacional e abre-se a possibilidade de extrapolar para as escalas continental e mundial. Por esse contato inicial, o aluno tem de imediato algumas percepções como a rede hidrográfica, a malha viária terrestre e a divisão político-administrativa, que posteriormente são incorporadas pela compreensão do meio ambiente por meio da representação da paisagem. Neste contexto, como apoio às atividades didáticas, o professor poderá utilizar-se dos mapas mentais como um instrumento importante às atividades de ensino e aprendizagem, visto que os mapas mentais se constituem como uma forma de linguagem que possui referência com as relações sociais, onde os valores, atitudes e vivências são constituintes dessas relações (KOZEL, 2007). Estrategicamente, o trabalho desenvolvido foi realizado em duas etapas, sendo que a primeira consistiu na representação do meio ambiente sem informações prévias da professora. Dessa forma, os educandos representaram o meio ambiente realizando uma relação com a paisagem natural ou conservada. Na segunda etapa, com a intervenção e informações da professora, os alunos retrataram o meio ambiente em sua definição real, ora se apresentando natural e artificial. Como metodologia de trabalho escolheu-se a pesquisa-ação, por ter um caráter participativo e estimular a participação dos envolvidos, alunos e professor. Assim, a professora atuou como mediadora no ensino-aprendizagem. Esse tipo de pesquisa tem por característica intervir no processo ensino-aprendizagem, no caso do trabalho, de modo inovador, os mapas mentais. A fenomenologia aparece como o método, pois quando se trabalha com os mapas mentais, estimula-se a percepção e a cognição dos alunos, onde as suas vivências, experiências e subjetividade é valorizada, e representada nos mapas mentais. Os mapas mentais enquanto forma de linguagem é uma ótima ferramenta para interpretar as construções simbólicas tanto individuais quanto coletivas. MAS O QUE É MEIO AMBIENTE? Muito tem-se falado de educação ambiental nas últimas décadas, devido ao acelerado ritmo do desmatamento das florestas com sua vegetação nativa, e ainda a

crise que os grandes centros urbanos, e não somente eles, mas o urbano em geral sofre, sobretudo com as constantes enchentes e deslizamentos. Esses problemas de ordem social, política, econômica e ambiental fazem gerar em torno da educação ambiental uma importância necessária na reflexão das práticas sociais. No entanto a sociedade em geral desconhece o próprio significado de meio ambiente, para compreender a necessidade e as práticas da educação ambiental. No pensamento global, o meio ambiente é visto como sinônimo de natureza, algo natural que não sofreu nenhuma ou pouca interferência humana. O termo meio ambiente é considerado pelo senso comum como sinônimo de natureza, local a ser admirado, respeitado e conservado. É necessário uma visão holística do termo, ou seja, estabelecer a noção no ser humano de pertencimento ao meio ambiente. Percebesse que a dificuldade do aluno é ainda maior, no sentido de compreender o real significado do meio ambiente, em decorrência dele próprio não possuir a noção exata que é integrante do ambiente, e como tal interage, modifica e qualifica o espaço onde vive. E essa dificuldade faz com que estabeleçam princípios errôneos ao significado de meio ambiente. Mas o que é mesmo meio ambiente? O meio ambiente não está relacionado apenas ao meio natural, mas sim, a tudo que nos rodeia: é a nossa casa, a escola, a sala de aula, o nosso planeta. De acordo com a resolução CONAMA (2002, p. 2), o "meio ambiente é o conjunto de condições, leis, influência e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas". Na realidade o meio ambiente é conjunto de relações entre os meios físicos, biológicos e antrópicos, sendo intangível e, portanto não podemos tocar no meio ambiente, e, sim, o quê tocamos são os elementos ambientais do meio físico, do biológico ou do antrópico. Neste contexto é imprescindível a discussão sobre a educação ambiental que tem recebido grande atenção seja por meio de divulgação científica, seja informalmente, situando que essa prática ocupa as preocupações no meio educacional. Logo, a educação surge como a contribuição na busca de soluções aos diversos problemas socioambientais presentes nos dias atuais. A educação ambiental é uma prática educativa e social que tem por intuito a construção de valores, conceitos, habilidades e atitudes que possibilitem o entendimento da realidade de vida e atuação responsável de atores sociais

individuais e coletivos no ambiente, para reflexão da questão ambiental numa perspectiva contemporânea (BELIM & CARVALHO, 2006). A educação ambiental assume cada vez mais uma função transformadora, na qual os indivíduos passam a se ver como responsáveis do meio, o objetivo essencial é a promoção de um novo tipo de desenvolvimento, onde surge o desenvolvimento sustentável. Ela torna-se a condição necessária, mas não suficiente, para modificar os processos de degradação ambiental, de modo que sua aplicabilidade se converte em mais um instrumento de intervenção para a construção das transformações. Entretanto, devemos entender em sua complexidade o significado do conceito de meio ambiente que esteve sempre atrelado aos aspectos biológicos e físicos. Hoje a sua concepção está mais ampla, associado também a aspectos econômicos, sociais e culturais, de acordo com Medina (2002) é o conjunto de componentes naturais e sociais e suas interações em um espaço e em um tempo determinados, associando à dinâmica das interações sociedade natureza e suas consequências no espaço em que habita o homem, e do qual o mesmo também é parte integrante (MEDINA, 2002, p. 22 [1992]). Ainda segundo o autor não se trata somente de ensinar a Natureza, e sim de educar para e com a Natureza, para compreender e agir corretamente diante dos problemas das relações humanas com o ambiente. De educar sobre o papel do ser humano na Biosfera, para a compreensão das complexas relações entre a sociedade e a natureza, e os processo históricos que condicionam os modelos de desenvolvimentos adotados pelos diferentes grupos sociais. Sendo assim, o conceito de meio ambiente não pode ser confundido como o sinônimo de natureza, mas como uma relação sociedade e natureza, sendo um conjunto de componentes naturais e sociais. Destarte, perpassa essa observação, visto que o meio é relativo ao lugar onde se vive, enquanto ambiente é o que cerca uma pessoa ou coisa. A ideia defendida por Brandão (1997) de que o conhecimento só tem sentido se valorizar a vida, tem-se aí o elemento decisivo para estabelecermos qual é a relação com o conhecimento que a educação ambiental quer encampar. Assim é necessária uma observação mais crítica e criteriosa do conceito, em que se conclui que tudo que nos rodeia é o meio ambiente: nossa casa, quintal, rua, bairro, cidade, estado, país, continente e o planeta. Contudo a apropriação desse

meio pelo ser humano é o ponto a ser discutido com cuidado, pois é essa noção que modifica todo o significado, subdividindo-o como natural e artificial e/ou modificado pelas suas ações. PAISAGEM: UMA CATEGORIA FUNDANTE DA GEOGRAFIA Dentro da geografia muitos conceitos antigos ou recentes são importantes para compreender a complexa teia de conhecimentos e questionamentos, o que não pode ser dispensados à atenção dos estudiosos em suas análises e abordagens, tais como: espaço, região, paisagem, território e lugar (LISBOA, 2007). Sendo áreas privilegiadas pelos geógrafos na sua tarefa de conhecer e compreender o espaço geográfico (SALGUEIRO, 2001). Uma questão central que persiste acerca da própria natureza da geografia é a de seu objeto, acreditando alguns geógrafos ser a paisagem, a região, ou mesmo o espaço. Mas na verdade o objeto da geografia é a sociedade. A objetivação do estudo da sociedade pela geografia faz-se pela sua organização espacial (CORRÊA, 1990), e esta organização tanto no que se refere à percepção e à representação pode-se viabilizar pelas estratégias adotadas pelos professores, entre elas as histórias em quadrinhos, os mapas mentais e outras representações. A paisagem é uma das categorias geográficas de espaço, sendo este considerado como uno e múltiplo. A geografia se expressa suportada por um conjunto de conceitos que, muitas vezes são considerados como equivalentes, a exemplo do espaço geográfico e a paisagem. O espaço geográfico ao longo da história foi concebido de diferentes maneiras, uma referência é o conceito expresso por Santos (1997) apud Suertegaray (2001) no qual o espaço geográfico se constitui um sistema de objetos e ações. A definição da paisagem e toda a sua temática é algo muito antigo dentro da geografia, suas discussões vêm desde o século XIX para se entenderem as relações sociais e naturais em um determinado espaço (SCHIER, 2003). A paisagem e o espaço geográfico são os principais conceitos dentro da geografia, assim a paisagem é vista como um conceito-chave, ou seja, um conceito capaz de fornecer unidade e identidade à geografia num contexto de afirmação da disciplina (CASTRO, 2007) coloca que de acordo com Berque (1998)

a paisagem é simultaneamente uma marca, uma geo-grafia, que é impressa pela sociedade na superfície terrestre, e ao mesmo tempo estas marcas são matrizes, ou seja, constituem a condição para a existência e para a ação humana. Se por um lado ela é vista por um olhar pelo outro ela determina este olhar. Nas palavras do autor, (...) a paisagem é plurimodal (passivaativa-potencial.) como é plurimodal o sujeito para o qual a paisagem existe; (...) a paisagem e o sujeito são co-integrados em um conjunto unitário que se autoproduz e se auto-reproduz. (BERQUE, 1998, p.86 apud CASTRO 2007, p 13). Deste modo, a paisagem deve ser analisada como uma marca que os grupos humanos imprimem no espaço. Essas marcas refletem a maneira que foram feitas e caracteriza a condição da existência do ser humano como capaz de transformar a paisagem, sendo essa um constructo sociocultural, porque é construída e dotada de valores sociais e culturais. Para RAFFESTIN (2010, p.15), a paisagem tanto revela quando esconde, pois é um produto da territorialidade, que resulta de um conjunto de relações mediatizadas, produto expresso por meio de diversas linguagens, em certas escalas. Segundo o autor há um duplo sistema de relações entre a realidade em construção e as diversas possibilidades de sua representação. Um conjunto de signos imperfeitos, a paisagem não satisfaz e não se satisfaz do território na exata medida em que ela tem uma vida própria independente e, por isso, autônoma. A paisagem também se encontra associada ao sentido do olhar, da observação, logo está plena de valores culturais intrínsecos na concepção desses sentidos, sendo ela a paisagem: um conjunto de formas naturais e culturais associadas em uma dada área, é analisada morfologicamente, vendo-se a integração das formas entre si e o caráter orgânico ou quase orgânico delas. O tempo é uma variável fundamental. A paisagem cultural ou geográfica resulta da ação, ao longo do tempo, da cultura sobre a paisagem natural. (SAUER, 1998, p.9 apud CASTRO 2007, p.14). Dessa forma, o estudo da paisagem se faz necessário em nossa análise por se apresentar em sua forma natural e cultural. É por meio da percepção que o ser humano entra em contato com a paisagem, e essa percepção leva a formação dos mapas mentais. É dessa forma que a fenomenologia se apresenta como método nessa pesquisa, a partir de seus estudos os indivíduos são desafiados a examinarem as suas experiências que advém de suas vivências. De acordo com Tuan (1982, p. 139):

A Geografia Humanística procura um entendimento do mundo humano através do estudo das relações das pessoas com a natureza, do seu comportamento geográfico bem como dos seus sentimentos e ideias a respeito do espaço e do lugar. Assim, quando os estudantes representam o meio ambiente por meio da paisagem e o relacionam com o natural ou/e conservado com pouca alteração, é uma relação que fazem com a natureza que vem de sua visão de mundo por meio de suas vivências e experiências. Assim, a paisagem possui um caráter específico dentro do estudo da Geografia, sendo, pois definida como sendo uma unidade visível do território e lugar, que possui identidade visual, caracterizada por fatores de ordem social, cultural e natural. É por meio da paisagem que estão presentes as marcas da história de uma sociedade, de modo que se caracteriza como um testemunho de acúmulo de tempos desiguais. MAPAS MENTAIS: UMA LINGUAGEM DO COTIDIANO O estudo da geografia encontra-se atrelado à representação do espaço por meio de imagens, na transmissão de informações sobre o espaço, e posteriormente com os estudos da percepção, a imagem se associa como forma de comunicação/representação tanto do espaço físico quanto do espaço vivido (KOSEL, 2001). As representações do espaço estão ligadas às percepções, de como os seres humanos percebem e codificam seu espaço. A representação é uma forma de linguagem que carrega consigo significados diversos, assim como imagens e valores, esses são intrínsecos de vivências e experiências espaciais (KOZEL, 2011), em que a abordagem da percepção encontra-se associada aos estudos dos mapas mentais. O estudo dos mapas mentais situa-se na Geografia Humanista, cujo fundamento assenta-se na fenomenologia - um método e uma forma de pensar e compreender a ação humana no espaço, considerando as vivências sensíveis do ser humano. Nessa perspectiva, Kozel (2007) considera que os mapas mentais são uma forma de linguagem, uma perspectiva metodológica, que reflete o espaço vivido,

valoriza o ser humano enquanto produtor da cultura capaz de atribuir valores e significados aos objetos apreendidos. Os mapas mentais são signos originários da construção social, em que cada indivíduo faz a apreensão e representação do mundo ancorada a uma forma de linguagem, fazendo a construção de imagens. A apreensão de espaços, lugares, realizada pelos seres humanos envolve as trajetórias de vida que cada um percorre, podendo ser lugares conhecidos, direta ou indiretamente, pode ser do espaço vivido no cotidiano, como por exemplo, os lugares construídos do presente ou do passado; de localidades espaciais distantes, ou ainda, formadas a partir de acontecimentos sociais, culturais, históricos e econômicos, divulgados nos meios de comunicação. Essa trajetória está acoplada diretamente as vivências e experiências de cada pessoa em sua atribuição de significados ao espaço. Esses significados na verdade podem ser atribuídos individual ou coletivamente. Assim, a subjetividade é fundamental para a construção dos mapas mentais, e manifesta as experiências por meio dos sentidos e vivências do ser humano, o que para Buttimer (1982, p.172), trata-se de representações do vivido ou o mundo vivido propriamente dito. São representações, que trocamos ao longo de nossa trajetória com os lugares experienciados ou imaginados. O conceito de mundo vivido expresso por Buttimer constitui-se como parte inerente para se compreender os mapas mentais, não apenas como uma construção perceptiva que imita a realidade, mas especialmente como uma construção sociocultural (KOZEL, 2007). A possibilidade de compreensão perpassa as representações do espaço e adquire as qualidades de representações mentais: são as representações do real e são elaboradas por um processo no qual se relacionam percepções próprias: visuais, auditivas, olfativas, as lembranças, as coisas conscientes ou inconscientes, ou pertencer a um grupo, social, cultural: assim, mediante e seguida de filtros, nasce uma reconstrução: a carta mental (ANDRÉ, 1989, apud NOGUEIRA, 2009, p.127). Ao considerar a afirmativa do autor, consta-se que as representações não são dissociadas da leitura que os seres humanos fazem do mundo, ou seja, apesar dos mapas mentais trazerem uma representação do real, essa é percebida subjetivamente por cada um.

O espaço e o lugar se apresentam nas representações construídas através da percepção e cognição, no mapa mental assim é percebido, vivido e apreendido, em suas formas tanto concreto como simbólica. A partir desse enunciado os mapas mentais se tornam eficazes no processo de ensino e aprendizagem, pois o educando é visto como ator na construção do processo de conhecimento, de modo que sua percepção e saberes são valorizados, com isso passa a ser protagonista na construção do espaço, ao se inserir diretamente nele. De modo eficiente, os mapas mentais ajudam a orientar os indivíduos a compreender os espaços subjetivos e estabelecer conexões com a realidade material, o que implica na ampliação de seu conhecimento e dos conceitos que lhes são apresentados. Nessa acepção, a partir de mapas mentais, podem-se conhecer os valores previamente desenvolvidos pelos alunos e avaliar a imagem que eles têm da sua paisagem, pois segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais PCNs, a compreensão geográfica das paisagens significa a construção de imagens vivas dos lugares que passam a fazer parte do universo de conhecimento dos alunos, tornando-se parte de sua cultura (PCN, 1997). PERCEPÇÃO E REPRESENTAÇÃO DO MEIO AMBIENTE - MAPAS MENTAIS Para obtenção dos resultados da pesquisa, o trabalho consistiu de duas etapas, para que o sentido real da análise fosse compreendido pelos estudantes. A primeira etapa constituiu na representação do meio ambiente por meio da paisagem, a professora, como mediadora, não interferiu nessa análise, deixando que os 27 educandos meninas e meninos - retratassem de acordo com seus conhecimentos prévios. No presente trabalho encontram-se uma parcela de mapas mentais produzidos por esse grupo de alunos que retratam suas percepções de paisagem com os elementos abióticos como água, atmosfera, relevo e radiação solar, conforme ilustrações 1 a 4. Em tal contexto, verificou-se que os alunos possuem a tendência de vincular a palavra meio ambiente à natureza ou natural, local a ser estimado e/ou avaliado, respeitado e conservado com pouca ou nenhuma interferência antrópica, local sem poluição - esta última ocasionada pela ação do homem sobre o meio, modificando e

transformando a partir de suas necessidades para sobrevivência e muitas vezes motivado pela sua ganância. Como pode ser observado nos mapas mentais acima, os alunos relacionaram o meio ambiente sempre a um ambiente natural, algo imaginado, subjetivo, onde o sol aparece com uma expressão de felicidade. Com isso desvenda o significado de como acreditam ser o meio ambiente, suas percepções mostram seu imaginário associado a valores construídos social e culturalmente. Os estudantes representam principalmente elementos que são familiares, como árvores, riacho, pássaros, o sol, nuvens e flores. Pela metodologia Kozel, os signos representados nos mapas mentais refletem a construção social e cultural, tendo referência na visão de mundo (KOZEL, 2007; 2009). Assim, essas representações fazem referencia a visão de mundo dos estudantes e seus sentidos culturalmente construídos, ou seja, que essa percepção do meio ambiente é construída a partir do meio de vivência, de suas referências no espaço. Segundo Ferrarezi Jr. (2003) apud Agra (2011, p. 9) os sentidos se constroem culturalmente, e tudo o que é construído culturalmente é, obrigatoriamente, vinculado a valores culturais. Por isso mesmo os sentidos expressam, além de suas ações referenciais, valores culturais [...]. Esse conceito de meio ambiente vinculado a priori ao natural são referencias que os alunos trazem de casa, que foram construídos num processo cultural, ligado a valores apreendidos culturalmente. No segundo momento do trabalho os alunos desenvolveram novas representações de sua percepção quanto ao meio ambiente, agora com as informações e contextualizações fornecidas pela professora. Com isso, os discentes conseguiram de certa forma, através das intervenções a busca da definição real do que é o meio ambiente e sua devida importância para sua vivência. (Ilustrações 5 a 9). Com a intervenção e a contextualização acerca da análise realizada pela professora as representações atingidas na segunda etapa do trabalho descreveram elementos construídos pelo homem, como casas em sua grande maioria, carros e prédios. No entanto, elementos naturais como árvores continuaram a aparecer em todos os mapas mentais, seja por ser uma referência ou porque, esta forma de meio

ambiente ainda é forte na construção sociocultural dos estudantes e de modo geral da maioria da população. PARA NÃO CONCLUIR Este estudo faz refletir que a Geografia, em tempos atuais, exige posturas diferenciadas em seu ensino, de modo que deve oferecer ferramentas específicas de sua área aos alunos para que estes sejam capazes de entender e compreender a realidade em que vivem, por isso convém desenvolver o raciocínio crítico, prospectivo e interpretativo das questões socioambientais, sociocultural, bem como a cidadania ambiental para com esses alunos. Desse modo, os mapas mentais se apresentam como uma metodologia que auxilia na tentativa de compreender a realidade vivenciada e experienciada de mundo, pois refletem a construção sociocultural que estes trazem para a escola. Ressalta-se que o professor que atua como mediador no ensino-aprendizagem por meio dos mapas mentais ou de outra metodologia que não a tradicional realiza a inserções de outra visão de mundo, com isso abre a possibilidade de interação e interconexão com outras áreas do conhecimento, de forma que o aluno possa apreender e compartilhar, de forma holística, as múltiplas possibilidades de construção intelectual. De tal modo, que o aluno poderá compreender melhor a sua realidade, ajudando a construir e reconstruir a realidade do mundo e transformandose em um agente ativo do processo de mudança. REFERENCIAL AGRA, Klondy Lucia de Oliveira. A mídia e o sujeito Amazônico. BOCC Biblioteca On-line de Ciências da Comunicação. 2011. BRANDÃO,C. R. O ambiente, o sentimento e o pensamento: dez rascunhos de ideias para pensar as relações entre eles e o trabalho do educador ambiental. In: IV FÓRUM DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL. Cadernos do IV Fórum. Rio de Janeiro: Associação Projeto Roda Viva, Instituto Ecoar para a Cidadania, Instituto Estudos Econômicos, 1997. BUTTIMER, A. Aprendendo o dinamismo do mundo vivido. In: CHRISTOFOLETTI, A. Perspectiva da Geografia. São Paulo: Difel, 1985. BELIM, O. de L.; CARVALHO M. A. B. A concepção de meio ambiente na transição entre o ensino fundamental e médio. Disponível em: <

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Anexos: Figura 01: Localização do Município de Juína-MT. Fonte: IBGE, 2010. Ilustração 1 a 4: Representações de paisagem com os elementos abióticos como água, atmosfera, relevo e radiação solar. Fonte: Mapas Mentais produzidos pelos discentes da Escola Nove de Maio.

Ilustração 5 a 9: Representação da percepção quanto ao meio ambiente, com as informações e contextualizações fornecidas pela professora. Fonte: Mapas Mentais produzidos pelos discentes da Escola Nove de Maio.