INDICADORES DE QUALIDADE: DESAFIOS DE UM CONJUNTO DE MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO OESTE CATARINENSE

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Transcrição:

INDICADORES DE QUALIDADE: DESAFIOS DE UM CONJUNTO DE MUNICÍPIOS DA MESORREGIÃO OESTE CATARINENSE Camila Regina Rostirola - Instituição Resumo: O estudo insere-se no campo das políticas públicas em educação e possui vinculações com um projeto de pesquisa mais amplo, vinculado ao Programa Observatório da Educação (CAPES/INEP) e que trata dos indicadores de qualidade do Ensino Fundamental. Analisa um conjunto de 18 municípios situados na mesorregião oeste do estado de Santa Catarina a partir dos resultados alcançados na Prova Brasil e, consequentemente, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. No tocante ao levantamento dos dados e informações, os procedimentos compreenderam (i) consulta às bases de dados educacionais visando ao levantamento de informações, (ii) apresentação dos seus indicadores de qualidade (iii) análise qualitativa dos dados levantados. Os resultados alcançados evidenciam o delineamento de um quadro preocupante em se tratando da qualidade educacional destes municípios, haja vista que a extensiva maioria deles não vem atingindo a pontuação mínima desejável nas avaliações da Prova Brasil. Palavras Chave - Municípios da mesorregião oeste. Indicadores de qualidade. Educação Básica. Introdução A mesorregião oeste do estado de Santa Catarina é formada por um conjunto de 118 (cento e dezoito) municípios. A extensiva maioria deles conta com população de até 10.000 habitantes, tendo como principal atividade econômica a agricultura familiar. Dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), de 2010, informam que estes municípios respondem por aproximadamente 40% do atendimento da educação básica da região e cobrem cerca de 92% das matrículas na educação infantil e 43% no ensino fundamental regular. A escolha dos municípios do corpus seguiu critérios de recorte geográfico e considerou sua localização no conjunto de municípios da mesorregião oeste do estado. A tabela 1 sintetiza a relação dos municípios da representação.

2 Tabela 1: Municípios da representação Municípios até 10 mil habitantes Municípios com mais de 10 mil habitantes Municípios com mais de 30 mil habitantes 1.Calmon (P) 1. Dionísio Cerqueira 1.Concórdia 2.Caxambu do Sul (P) 2.Itapiranga 3. São Miguel do Oeste 3.Entre Rios (P); 3. Joaçaba 4.Videira 4.Formosa do Sul (P) 4. Lebon Régis (P) 5.Ibiam 5. São Lourenço do Oeste (P) 6.Galvão (P) 6. Palmitos 7.Lindóia do Sul (P; 8.Santa Terezinha do Progresso (P) 9.Vargem Bonita (P) Obs.: Os municípios com (P) referem-se àqueles considerados prioritários. Fonte: Brasil (2008). A amostragem pesquisada compreende 18 municípios, dentre estes 10 são considerados prioritários pelo MEC para o repasse de recursos técnicos e financeiros pelo Plano de Ações Articuladas (Resolução CD/FNDE/29/2007). Como se pode verificar 50% deles possuem até 10 mil habitantes, 27,7% até 29 mil habitantes e 22,3% acima de 30 mil habitantes. Referente ao critério Prioritário, 55,5% deles (dez ao todo) são considerados prioritários para recebimento de auxílio técnico ou financeiro pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). Desse total, 80% possuem menos de 5 mil habitantes e os 20% restantes contam com porte populacional compreendido entre 11 e 22 mil habitantes. O estudo insere-se no campo das políticas públicas em educação e possui vinculações com um projeto de pesquisa mais amplo, vinculado ao Programa Observatório da Educação (CAPES/INEP), este procura avaliar a potencialidade das ações deflagradas pelos 18 municípios da mesorregião oeste catarinense entre os anos de 2010 e 2014, no tocante a melhoria dos seus indicadores de qualidade. Tendo em vista o objetivo de analisar qualitativamente e caracterizar os indicadores de qualidade, passemos a apresentação dos resultados alcançados por estes municípios no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) e na Prova Brasil nos anos de 2007 e 2009. Foram tomados como referência estes dois anos considerando que a avaliação dos instrumentos é bianual. INDICADORES DE QUALIDADE

3 A Prova Brasil é calculada em uma escala numérica de 0 a 500 pontos, sendo que a média alcançada pelas escolas corresponde ao número de competências e habilidades que os alunos, até a faixa etária exigida para a resolução da prova, desenvolveram. Acredita-se que, com o avanço paulatino das séries, as competências e as habilidades irão se aperfeiçoando e se agrupando a outras exigidas pelo currículo proposto pelos órgãos legisladores. Segundo o Parecer CNE/CEB nº 8/2010, para que uma instituição educativa alcance um patamar mínimo de qualidade, ela deve atingir, na Prova Brasil, a pontuação desejável para cada nível de escolaridade. A Tabela 2 expressa estes valores. Tabela 2: Pontuação desejável na Prova Brasil Etapa da Educação Básica Disciplina Pontuação Desejável 4ª Série do E.F. Língua Portuguesa > 200 Pontos Matemática > 225 Pontos 8ª Série do E.F. Língua Portuguesa > 275 Pontos Matemática > 300 Pontos 3ª Série do E.M Língua Portuguesa > 300 Pontos Matemática > 350Pontos Fonte: Brasil (2010a). O IDEB, criado pelo Ministério da Educação em 2007 relaciona informações de rendimento escolar (aprovação) e desempenho (proficiências) em exames como a Prova Brasil e o Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica). Trata-se do indicador de maior impacto, atualmente, nas redes de ensino brasileiras por traduzir, simbolicamente, o quanto as unidades escolares, o município e o estado avançaram em suas metas educacionais de qualidade. Conforme pode ser visualizado na Tabela 3, os municípios do corpus vem demonstrando crescimento nos seus indicadores de desenvolvimento educacional. Até mesmo os considerados prioritários sobrepujaram as metas projetadas para as avaliações nos biênios 2007 e 2009. Certamente, vários deles também irão sobrepujar a média 6,0 prevista para ser alcançada pelas escolas, redes e municípios em 2021, o que representa importante avanço em termos da almejada qualidade educacional. Tabela 3: Desempenho dos municípios da mesorregião oeste de SC - IDEB 2007 e 2009

4 MUNICÍPIOS IDEB IDEB PROJEÇÕES DO BIÊNIO 2007 2009 2007 2009 Calmon (P) 3,8 4,4 3,4 3,8 Caxambu do Sul (P) 3,8 4,8 3,5 3,9 Concórdia 5,0 5,5 4,8 5,2 Dionísio Cerqueira 3,9 5,0 3,2 3,6 Entre Rios (P) 4,7-3,7 4,0 Formosa do Sul (P) 4,2 4,5 3,7 4,0 Galvão (P) 3,4 4,4 3,2 3,5 Ibiam 5,0 5,3-5,2 Itapiranga 5,4 5,6 5,2 5,6 Joaçaba 5,3 5,1 5,0 5,3 Lebon Régis (P) 3,3 4,3 3,0 3,4 Lindóia do Sul (P) 5,1 6,2 3,6 4,0 Palmitos 4,1 5,5 4,3 4,7 Santa Terezinha do 4,1 4,9 3,7 4,0 Progresso (P) São Lourenço do 4,4 4,8 3,3 3,7 Oeste (P) São Miguel do Oeste 5,0 4,8 4,7 5,0 Vargem Bonita (P) 3,9 5,2 3,5 3,8 Videira 4,8 5,0 4,2 4,6 Fonte: Brasil (2011b). Conforme dados coletados no sítio INEP na Prova Brasil de 2007 nenhum dos municípios da representação logrou pontuação considerada desejável para a disciplina de Matemática, quer se considere os resultados obtidos pelos estudantes de 4ª ou de 8ª série do ensino fundamental. Nas provas de 2009, em apenas três dos 18 municípios avaliados (Itapiranga, Lindóia do Sul e Vargem Bonita) estudantes de 4ª série superaram a pontuação desejável em Matemática (mais de 225 pontos). Dois desses municípios (Lindóia do Sul e Vargem Bonita) são prioritários para recebimento de apoio técnico e/ou financeiro pelo MEC. No caso de Língua Portuguesa, esse percentual foi inferior. Apenas dois municípios (Itapiranga e Lindoia do Sul) apresentaram resultados considerados desejáveis (mais de 200 pontos) para os estudantes de 4ª série. Situação ainda mais adversa ocorreu em relação aos estudantes de 8ª série desses municípios. Nenhum deles atingiu a pontuação considerada desejável para a série nas duas disciplinas avaliadas. Isso sopesando tanto a prova de 2007 como a de 2009. Cotejados os resultados obtidos por esses municípios na Prova Brasil de 2007 e de 2009, observarmos que houve um quadro mais favorável neste último IDEB considerando que, em 2007, nenhum dos 18 municípios havia alcançado a pontuação desejável para a série.

5 Ponderando que o IDEB foi criado em 2007, podemos admitir que os gestores ainda estejam em fase de compreensão e amadurecimento acerca deste indicador. CONSIDERAÇÕES FINAIS Estima-se que o conjunto de municípios do corpus da pesquisa tem importantes desafios em se tratando da conquista da tão propalada qualidade educacional, haja vista que a extensiva maioria deles vem demonstrando melhorias no seu IDEB, no entanto sem necessária correlação com resultados de desempenho escolar. Os resultados dos dados que retratam a situação educacional revelam que a qualidade educacional ainda é um desafio não devidamente enfrentado pelo conjunto de municípios avaliados. Elementos qualitativos precisam somar-se aos quantitativos de modo a assegurar a implementação de políticas educacionais, por parte do Estado, que assegure avanços reais e concretos nas condições de melhoria educacional. REFÊRENCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Conselho Deliberativo. Resolução /CD/FNDE/N.46 de 31 de outubro de 2008. Altera a Resolução CD/FNDE N. 29 de 20 de junho de 2007,que estabelece os critérios, os parâmetros e os procedimentos para operacionalização da assistência financeira suplementar e voluntária a projetos educacionais, no âmbito do Compromisso Todos pela Educação. Brasília, out. 2008.. Parecer CNE/CEB n. 8/2010, de 5 de maio de 2010. Estabelece normas para aplicação do inciso IX do artigo 4º da Lei n. 9.394/96 (LDB), que trata dos padrões mínimos de qualidade de ensino para a Educação Básica pública. Disponível em:<portalmec.gov.br> Acesso em: 10 mai./2011. Aguardando homologação. 2010a..INEP. IDEB. Planilhas para dowlound. Disponível em:http://inep.gov.br >Acesso em 25 jun.2011b.