CARTA DE VULNERABILIDADE NATURAL DA REGIÃO DO BICO DO PAPAGAIO TO

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Transcrição:

ELIAE VOLL CARTA DE VULERABILIDADE ATURAL DA REGIÃO DO BICO DO PAPAGAIO TO Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Geoprocessamento da Universidade Federal de Minas Gerais para a obtenção do título de Especialista em Geoprocessamento Orientador: Prof. Britaldo Silveira Soares Filho 2001

VOLL, Eliane Carta de Vulnerabilidade atural da Região do Bico do Papagaio - TO. Belo Horizonte, 2001. 20p. Monografia (Especialização em Geoprocessamento) Universidade Federal de Minas Gerais. Departamento de Cartografia Álgebra de mapas, Zoneamento Ecológico-Econômico, Geoprocessamento, Universidade Federal de Minas Gerais. Instituto de Geociências. Departamento de Cartografia

Agradecimentos Agradeço à Karin e ao Luciano, pela ajuda e paciência. Ao Prof. Britaldo, pela orientação. Agradeço à Secretaria do Planejamento do Estado de Tocantins (SEPLA-TO), que disponibilizou os dados para as análises desenvolvidas neste trabalho. Ao Centro de Sensoriamento Remoto (UFMG), pela infra-estrutura cedida.

Resumo Este trabalho discute a metodologia na elaboração de mapa de vulnerabilidade da região do Bico do Papagaio, Estado de Tocantins. Para este fim, será aplicada a metodologia indicada pelo Ministério do Meio Ambiente (Becker & Egler e Barbosa et al., 1998). O Mapa de Vulnerabilidade atural apresenta as unidades territoriais com seus respectivos graus de riscos à erosão do terreno, identificadas através da álgebra de mapas aplicada a mapas temáticos preliminares. A cada mancha delineada nestes mapas (vegetação, solo, geologia, geomorfologia) é dada uma pontuação referente a seu grau de erosão, que é utilizada nas operações algébricas. Os resultados obtidos mostram a viabilidade e relativa facilidade da aplicação de técnicas de geoprocessamento para a determinação de vulnerabilidades e potencialidades de áreas às quais se deseja estudar. Tais resultados podem ser auxiliares no planejamento e gestão territorial para o desenvolvimento regional.

Sumário 1 - Introdução 1 2 - Objetivos 2 3 - Revisão bibliográfica e Metodologia 2 3.1 A álgebra de mapas 2 3.2 Roteiro metodológico 3 4 - Localização 5 5 - Mapa de Vulnerabilidade 7 6 Conclusão 19 7 - Referências bibliográficas citadas 20 Lista de Figuras Figura 1 Localização da área de estudo 5 Figura 2 - Municípios abrangidos pelo estudo para a geração da carta de Vulnerabilidade atural 6 Figura 3 - Descrição do processo de geração do Mapa de Vulnerabilidade atural 7 Figura 4 Mapa geológico da região estudada 7 Figura 5 - Mapa geomorfológico da região estudada 8 Figura 6 - Mapa de solos da região estudada 8 Figura 7 - Mapa de vegetação da região estudada 9 Figura 8 - Mapa geológico da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 10 Figura 9 - Mapa geomorfológico da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 11 Figura 10 - Mapa de solos da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 13 Figura 11 - Mapa de vegetação da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 14 Figura 12 - Mapa gerados a partir da reclassificação do cruzamento entre os mapas de solo e vegetação, reclassificados quanto à erosão. 15 Figura 13 - Mapa gerados a partir da reclassificação do cruzamento entre os mapas de geologia e geomorfologia, reclassificados quanto à erosão. 16 Figura 14 - Mapa gerado através da tabulação cruzada dos mapas reclassificados de geologia x geomorfologia e solos x vegetação 17 Figura 15- Mapa de Vulnerabilidade atural da região do Bico do Papagaio - TO 18

Lista de Tabelas Tabela 1 Fatores que influenciam na erosão e elementos considerados em cada componente físico da paisagem (modificado de Barbosa, 1998). 4 Tabela 2 - Aspectos para caracterização do mapa geológico para classificação quanto à erosão 10 Tabela 3 - Aspectos para caracterização do mapa geomorfológico para classificação quanto à erosão 11 Tabela 4 - Aspectos para caracterização do mapa de solos para classificação quanto à erosão (modificado de Menk, 2000). 12 Tabela 5 - Aspectos para caracterização do mapa de vegetação para classificação quanto à erosão 14 Tabela 6 Reclassificação dos mapas gerados na tabulação cruzada entre os mapas de solo e vegetação 15 Tabela 7 Reclassificação dos mapas gerados na tabulação cruzada entre os mapas geológico e geomorfológico. 16 Tabela 8 Reclassificação dos mapas gerados na tabulação cruzada entre os resultados de cruzamento dos mapas de solos de vegetação e entre os mapas geológico e geomorfológico. 17 Lista de Siglas CEDEPLAR Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional CSR. Centro de Sensoriamento Remoto Embrapa Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística SEPLA-TO Secretaria do Planejamento do Estado de Tocantins ZEE Zoneamento Ecológico-Econômico

1 - Introdução O Governo Federal estabeleceu em 1991 um programa de Zoneamento Ecológico- Econômico (ZEE) para a Amazônia Legal. O ZEE é um instrumento técnico de informação que provê uma visão integrada em uma base geográfica de uma classificação do território segundo suas potencialidades e vulnerabilidades. Além disso, é também um instrumento político de regulação do uso do território, do planejamento e da gestão territorial para o desenvolvimento regional sustentável. Os objetivos deste zoneamento são, entre outros (Embrapa, 2001): Ajudar na implementação da gestão compartilhada do uso sustentável dos recursos naturais e no conhecimento, conservação e utilização sustentável da biodiversidade; Definir e indicar, no âmbito de suas unidades espaciais, a natureza e intensidade dos programas necessários de reflorestamento e de recuperação de áreas degradadas, de uso sustentável das florestas e outros ecossistemas naturais, de adequação do uso das terras aos limites e potenciais das unidades territoriais, etc.; Contribuir para a redução das disparidades regionais e dos problemas sócio-econômicos decorrentes em termos de uso e ocupação das terras. O Zoneamento Ecológico-Econômico deve manifestar a resultante de dois processos dinâmicos que interagem no território, os processos naturais e os processos sociais. A metodologia para o Zoneamento deve integrar os dois processos, mantendo suas especificidades. São efetuados trabalhos de geração de produtos intermediários, ou seja, cartas de Vulnerabilidade da Paisagem atural e de Potencialidade Social, que serão integradas gerando uma Carta Síntese de Subsídios para a Gestão do Território. O Mapa de Vulnerabilidade atural apresenta as unidades territoriais com seus respectivos graus de riscos à erosão do terreno, definidas pela interseção dos mapas temáticos (vegetação, solo, geologia, geomorfologia), que têm uma pontuação atribuída ao índice de vulnerabilidade à erosão em cada mancha delineada. O Mapa de Potencialidade Social contém as informações sobre os índices de potencialidade natural, humana, produtiva e institucional. A sua construção envolve a demanda de um conjunto de informações sobre parâmetros e indicadores de potencialidade, os quais, são viabilizados pela pesquisa de campo, pelos próprios mapas temáticos e, em alguns casos, por dados secundários. A Carta Síntese de Subsídios para a Gestão do Território é gerada pela sobreposição das cartas de Vulnerabilidade da Paisagem atural e de Potencialidade Social através do uso de sistemas de informação geográficas definindo os níveis de sustentabilidade de uso do território. É o instrumento de informação básica a partir do qual será desenvolvido o Zoneamento Ecológico-Econômico. o presente trabalho, será gerada uma carta de Vulnerabilidade atural para um conjunto de municípios da região do Bico do Papagaio, no extremo norte do Estado de Tocantins. Esta região faz parte da área delimitada pelo Governo do Estado de Tocantins, para a execução de seu Zoneamento Ecológico-Econômico. Os dados foram gerados pela Secretaria do Planejamento do Estado de Tocantins (SEPLA-TO), e disponibilizados ao Projeto ZEE Tocantins - Zoneamento Ecológico- Econômico do Estado de Tocantins executado em parceria entre SEPLA-TO, CEDEPLAR E CSR. 1

2 - Objetivos Aplicar metodologia de álgebra cartográfica para geração de Carta de Vulnerabilidade da Paisagem atural da região do Bico do Papagaio, no Estado de Tocantins. Para este fim serão processados os mapas de uso do solo, vegetação, tipos de solo, geologia e geomorfologia. Será aplicada a metodologia indicada pelo Ministério do Meio Ambiente (Becker & Egler e Barbosa et al., 1998). 3 - Revisão bibliográfica e Metodologia 3.1 A álgebra de mapas O termo álgebra de mapas foi utilizado por Tomlim (1990) para indicar o conjunto de procedimentos de análise espacial em Geoprocessamento que produz novos dados a partir de funções de manipulação aplicadas a um ou mais mapas. Esta álgebra organiza os operadores e expressões para a manipulação dos dados espaciais. A maioria dos operadores de álgebra de mapas está baseada na sobreposição de mapas de uma mesma região coincidentes em escala, localização e projeção cartográfica. O resultado das operações pode ser um novo mapa (Fonseca e Davis Jr., 1998). As operações com mapas podem ocorrer em escala regional, de vizinhança ou a nível local. Uma região é uma área mais ou menos extensa, com características que possuem mesmo atributo. Uma operação comum sobre regiões é identificá-las usando como base um critério estabelecido para o atributo. A determinação de áreas e perímetros de uma região são exemplos de operações espaciais na informação de regiões. Também conhecidas como operações de contexto, as operações de vizinhança local envolvem a manipulação de um conjunto de pontos relativamente próximos num mapa. Um novo mapa é produzido como resultado dessas operações, que incluem filtros e cálculos de declives. As operações de vizinhança regional envolvem um conjunto de pontos que se podem estender por uma grande área. Envolvem operações com distância, proximidade e conectividade. A distância é usada para determinar o grau de interação entre dois elementos no espaço, por exemplo, o caminho mais curto entre dois pontos, ou distâncias de um elemento espacial a uma característica (casa a corpo de água). Buffering (áreas tampão) é uma das operações espaciais mais úteis que se baseia na distância. A operação buffer não é mais que a expansão de uma propriedade espacial às células adjacentes, seja essa propriedade um ponto, uma linha ou uma área. As operações com mapas a nível local produzem um novo mapa a partir de um ou mais mapas de entrada. Podem ser operações de reclassificação ou sobreposição. o caso da reclassificação, é criado um novo mapa por alteração dos atributos dos pixeis do mapa original, ou seja, atribui-se um novo valor a cada ponto da imagem original, criando-se novo mapa. Existem quatro abordagens possíveis para a reclassificação dependendo do objetivo da reclassificação: 2

Associar um novo valor a cada valor do mapa de entrada com o propósito de criar uma máscara binária (0 e 1) para uso posterior. Associar novos valores a classes ou faixas de valores com o propósito de reduzir o número de classes original ou agrupar valores em categorias. Associar ordens (níveis de importância) a valores ou categorias únicos no mapa original. Aplica-se quando se pretende avaliar a capacidade, aptidão ou potencial de certos fenômenos ou atividades. ote-se que a escala pode ser alterada para uma escala ordinal. Associar ordens ou pesos a um mapa qualitativo (escala nominal) para gerar um mapa quantitativo. A Sobreposição de mapas é uma das mais importantes e usadas operações em análise espacial. Usualmente envolve operações aritméticas em 2 ou mais matrizes de igual dimensão, devendo estar bem registradas geometricamente. Estas operações podem ser a adição, que corresponde à operação lógica "união", a multiplicação, que corresponde à "interseção", a subtração e a divisão. 3.2 Roteiro metodológico A geração de uma carta temática de vulnerabilidade natural à erosão faz parte da caracterização do meio físico nos processos de Zoneamento Ecológico-Econômico (Barbosa et al., 1998). O roteiro metodológico indicado para a elaboração desta carta é o seguinte (adaptado de Becker & Egler e Barbosa et al., 1998,e Soares Filho et al., 1998): Levantamento e aquisição de material bibliográfico, cartográfico e de imagens de satélite Aquisição de imagens TM/LADSAT (bandas 3, 4 e 5) Levantamento de dados bibliográficos sobre a região Aquisição de mapas geológico, geomorfológico, pedológico e de vegetação (Projeto RADAM) e topográfico (IBGE) Preparação de Overlay de interpretação Compilação cartográfica de pontos de referência, obtidos sobre a carta topográfica do IBGE. Elaboração de mapa preliminar de unidades fotográficas Elaboração de mapa preliminar a partir da análise das imagens TM/LADSAT, composto por unidades homogêneas, considerando os padrões fotográficos identificados. Estas unidades homogêneas são chamadas de Unidades Territoriais 3

Básicas (UTB), e são entidades geográficas que contém atributos ambientais que as distinguem de suas vizinhas. Associação a cada mapa base a pesos que indiquem a contribuição relativa de cada tema para os processos de morfogênese e pedogênese. A estabilidade ou vulnerabilidade das unidades de paisagem natural é definida pela análise integrada do conjunto rocha, solo, relevo e vegetação, bem como do clima (temperatura e a precipitação) e do uso da terra. O uso da Terra e o clima só devem ser considerados quando interferirem de modo significativo na definição de unidades homogêneas. Os elementos considerados em cada componente físico da paisagem são (tabela 1): Tabela 1 Fatores que influenciam na erosão e elementos considerados em cada componente físico da paisagem (modificado de Barbosa, 1998). Tipo de rocha Aspectos para caracterização atureza litológica, estrutura e evolução. Classificação quanto à erosão 1 2 3 Muito resistente Solo Características físicas e Tipo Muito resistente moderado moderado Pouco resistente Pouco resistente Forma de relevo Morfografia e morfometria ão favorece moderado favorece Vegetação Tipo e densidade da cobertura ão favorece moderado favorece A partir de cada mapa temático são gerados modelos numéricos de terreno nos quais os valores estarão entre 1 (predomínio da estabilidade) e 3 (predomínio da morfogênese). Geração de mapas derivados, através de uma operação de interseção entre os modelos numéricos gerados. Operação de interseção entre os novos modelos, gerando o mapa final de vulnerabilidade. A Carta Síntese de Subsídios para a Gestão do Território para a Região do Bico do Papagaio está sendo elaborada pelo CEDEPLAR-UFMG e CSR-UFMG, em parceria com a SEPLA-TO. A definição da área alvo de estudo para esta monografia foi efetuada levando-se em conta a disponibilidade de dados necessários e o interesse na avaliação da metodologia de elaboração da carta de Vulnerabilidade atural na área. Originalmente, os dados disponibilizados estavam em formato.shp (ArcView 3.2 ). Os mapas vetoriais foram importados no programa Idrisi 3.2, onde foram convertidos para formato matricial. este programa, foram executadas as operações de álgebra cartográfica (reclassificação, tabulação cruzada). Os mapas foram novamente convertidos para formato vetorial e exportados novamente para formato.shp. Foi utilizado o programa ArcView 3.2 para a confecção dos layouts finais dos mapas gerados. 4

4 - Localização A área se encontra no extremo norte do Estado de Tocantins, entre os paralelos 5:15S e 6:00S e os meridianos 47:30W e 48:45W (Figura 1). 53 52 51 50 49 48 47 46 6 6 Área de Estudo Municípios de Tocantins Área de Estudo Outros 11 10 8 7 7 8 9 9 10 11 12 12 13 13 100 0 100 Kilometers 53 52 51 50 49 48 47 46 Figura 1 Localização da área de estudo 5

Os Municípios abrangidos por este estudo são (Figura 2): Esperantina São Sebastião do Tocantins Buriti do Tocantins Carrasco Bonito Sampaio Augustinópolis Praia orte Arixá dos Tocantins Araguatins Sítio ovo do Tocantins São Miguel do Tocantins Municípos Bico do Papagaio - TO Municípios Araguatins Augustinópolis Axixá do Tocantins Buriti do Tocantins Carrasco Bonito Esperantina Praia orte Sampaio São Miguel do Tocantins São Sebastião do Tocantins Sítio ovo do Tocantins 25 0 25 Kilometers Figura 2 - Municípios abrangidos pelo estudo para a geração da carta de Vulnerabilidade atural 6

5 - Mapa de Vulnerabilidade Mapa Temático Preliminar Tabulação Tabulação Reclassificação Reclassificação Reclassificação Cruzada Cruzada Solos rcsolos Solos/Vegetação rcsolveg Vegetação rcveg rcsolveg/ rcgeolgeom Vulnerabilidade atural Geologia rcgeol Geologia/ Geomorfologia rcgeolgeom Geomorfologia rcgeom Figura 3 - Descrição do processo de geração do Mapa de Vulnerabilidade atural A partir dos mapas Geológico (Figura 4), Geomorfológico (Figura 5), de Solos (Figura 6) e de Vegetação (Figura 7) da região, utilizados para a geração da carta, foram criados modelos numéricos de terreno. estes modelos, os valores dos mapas originais foram reclassificados para novos valores, variando entre 1 (predomínio da estabilidade) e 3 (predomínio da morfogênese), segundo classificação proposta por Barbosa (1998) (Tabela 1). Geologia Bico do Papagaio - TO Geologia Depósitos Aluvionares Formação Codó Formação Corda Formação Itapecuru Formação Mosquito Formação Motuca Formação Pedra de Fogo Formação Sambaiba Rio Araguaia 25 0 25 Kilometers Figura 4 Mapa geológico da região estudada 7

Geomorfologia Bico do Papagaio - TO Geomorfologia Acumulação Fluvial de Planície Acumulação Fluvial de Planície e Terraço Aplanamento de Pediplano Degradado Desnudado Dissecação em Ravinas Dissecação Homogênea com Feições do Topo Convexas Dissecação Homogênea com Feições do Topo Tabulares 25 0 25 Kilometers Figura 5 - Mapa geomorfológico da região estudada Solos Bico do Papagaio - TO Solos AQ1 G LA1 Lago LV1 LV2 LV3 LV4 PA1 PE1 PE2 PP1 PV10 PV11 PV12 PV14 PV16 PV17 PV2 PV5 PV6 PV8 R1 R3 25 0 25 Kilometers Figura 6 - Mapa de solos da região estudada 8

Vegetação Bico do Papagaio - TO Vegetação Floresta Estacional Floresta Ombrófila Aberta Floresta Ombrófila Densa Savana Arborizada Savana Florestada Savana Parque 25 0 25 Kilometers Figura 7 - Mapa de vegetação da região estudada 9

Para cada um dos mapas foi feita a reclassificação dos valores quanto à erosão, considerando cada componente físico da paisagem. Para a reclassificação do mapa geológico (Figura 8), foram consideradas a natureza litológica, a estrutura e a evolução das unidades (Tabela 2). Tabela 2 - Aspectos para caracterização do mapa geológico para classificação quanto à erosão Símbolo no mapa Aspectos para caracterização Classificação (qto à erosão) Depósitos aluvionares Coberturas Cenozóicas 3 Formação Codó Formação Corda Formação Itapecuru Formação Mosquito Bacia Sedimentar do Parnaíba 2 Formação Motuca Formação Pedra de Fogo Formação Sambaíba Rio Araguaia Rio Araguaia 0 Geologia reclassificada quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Geologia 0 2 3 25 0 25km Figura 8 - Mapa geológico da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 10

Para a reclassificação do mapa geomorfológico (Figura 9), a morfografia e morfometria do relevo foram levados em conta (Tabela3). Tabela 3 - Aspectos para caracterização do mapa geomorfológico para classificação quanto à erosão Símbolo no mapa Classificação (qto à erosão) Acumulação Fluvial de Planície 2 Acumulação Fluvial de Planície e Terraço 2 Aplanamento de Pediplano Degradado Desnudado 3 Dissecação em Ravinas 3 Dissecação Homogênea com Feições do Topo Convexas 2 Dissecação Homogênea com Feições do Topo Tabulares 2 Geomorfologia reclassificada quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Geomorfologia 2 3 25 0 25km Figura 9 - Mapa geomorfológico da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 11

Para a reclassificação do mapa de solos (Figura 10), foram observadas a classificação e as características físicas (Tabela 4). Tabela 4 - Aspectos para caracterização do mapa de solos para classificação quanto à erosão (modificado de Menk, 2000). Símbolo no mapa Classificação do solos Classificação (qto à erosão) AQ1 Areia Quartzosa Distrófico e Álico A moderado 3 LA Latossolo Amarelo Plíntico Álico A moderado textura média 1 LV1 Latossolo Vermelho-Amarelo Eutrófico A moderado textura média 1 LV2 Latossolo Vermelho-Amarelo Álico e Distrófico A moderado textura média 1 LV3 Associação de Latossolo Vermelho-Amarelo Álico A moderado textura média + 1 Latossolo Amarelo Álico A moderado textura média LV4 Associação de Latossolo Vermelho-Amarelo Plíntico Álico A moderado textura média + 1 Latossolo Amarelo Álico A moderado textura média PA1 Podzólico Amarelo Distrófico A moderado textura arenosa/média 2 PE1 Associação de Podzólico Vermelho-Escuro Eutrófico A moderado e proeminente 2 textura média/argilosa e média/muito argilosa + Podzólico Vermelho-Escuro Distrófico e Álico A moderado e proeminente textura arenosa/média e arenosa/argilosa + Solo Litólico Eutrófico A moderado textura argilosa e média PE2 Associação de Podzólico Vermelho-Escuro Eutrófico A moderado textura média + 2 Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico A moderado textura arenosa/média PP Petroplintossolo Álico A moderado e proeminente textura média/argilosa 1 PV2 Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico e Distrófico A moderado textura arenosa/média 2 PV5 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico A moderado textura média + 2 Podzólico Vermelho-Amarelo Plíntico Distrófico A moderado textura média PV6 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Álico A moderado textura arenosa/média 3 + Solo Litólico Pedregoso Eutrófico A moderado textura média PV8 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Álico A moderado textura arenosa/média 2 + Podzólico Amarelo Plíntico Álico A moderado textura arenosa/média PV10 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Álico A moderado textura arenosa/média 3 + Areia Quartzosa Álico e Distrófico A moderado PV11 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Álico A moderado textura arenosa/média e média/argilosa + Podzólico Vermelho-Amarelo Plíntico ou Pedregoso Álico e Distrófico A moderado textura arenosa/média e média/argilosa 2 PV12 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Eutrófico A moderado textura 2 arenosa/média + Podzólico Vermelho-Escuro Eutrófico A moderado textura arenosa/média PV14 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico A moderado textura média 3 cascalhenta + Solo Litólico Pedregoso Distrófico A moderado textura arenosa PV16 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Plíntico Álico e Distrófico A moderado 2 textura arenosa/média + Podzólico Vermelho-Amarelo Álico e Distrófico A moderado textura arenosa/média PV17 Associação de Podzólico Vermelho-Amarelo Plíntico Eutrófico e Distrófico A 2 moderado textura média/argilosa + Cambissolo Álico e Eutrófico A moderado textura média R1 Solo Litólico Distrófico A moderado textura arenosa 3 R3 Associação de Solo Litólico Distrófico e Eutrófico A moderado textura média e 3 arenosa + Podzólico Vermelho-Amarelo Distrófico e Álico A moderado textura arenosa/média G Associação de Gleissolo + Solo Aluvial ambos álicos e distróficos, textura indiscriminada 3 12

Solos, reclassificados quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Solos 0 1 2 3 25 0 25km Figura 10 - Mapa de solos da área estudada, reclassificado quanto à erosão. 13

Finalmente, para a reclassificação do mapa de vegetação (Figura 11), observou-se o tipo e a densidade da cobertura vegetal da área (Tabela 5). Tabela 5 - Aspectos para caracterização do mapa de vegetação para classificação quanto à erosão Símbolo no mapa Classificação (qto à erosão) Floresta Estacional 2 Floresta Ombrófila Aberta 1 Floresta Ombrófila Densa 1 Savana Arborizada 2 Savana Florestada 1 Savana Parque 2 Vegetação, reclassificada quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Vegetação 1 2 25 0 25km Figura 11 - Mapa de vegetação da área estudada, reclassificado quanto à erosão. estas reclassificações foram geradas 4 classes (Figuras 7, 8, 9 e 10).: classe 1 (regiões muito resistentes à erosão) classe 2 (regiões moderadamente resistentes à erosão) classe 3 (regiões pouco resistentes à erosão) classe 0 (áreas sem informação) A partir destes mapas reclassificados foi feita uma tabulação cruzada entre os mapas de solo e vegetação e entre o geológico e geomorfológico. o primeiro caso, foram geradas 12 classes (Tabela 6), e no segundo caso foram geradas 9 classes (Tabela 7). Os mapas gerados foram novamente reclassificados (Figuras 12 e 13) segundo os valores indicados nas tabelas 6 e 7. 14

Tabela 6 Reclassificação dos mapas gerados na tabulação cruzada entre os mapas de solo e vegetação Classes geradas por solo x vegetação Reclas. 0-0 0 1-0 1 2-0 2 3-0 3 0-1 1 1-1 1 2-1 1 3-1 2 0-2 2 1-2 1 2-2 2 3-2 3 Solos x Vegetação reclassificado quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Solos X Vegetação 1 2 3 25 0 25km Figura 12 - Mapa gerados a partir da reclassificação do cruzamento entre os mapas de solo e vegetação, reclassificados quanto à erosão. 15

Tabela 7 Reclassificação dos mapas gerados na tabulação cruzada entre os mapas geológico e geomorfológico. Classes geradas por Geologia x geomorfologia Reclas 0-0 0 2-0 2 3-0 3 0-2 2 2-2 2 3-2 3 0-3 3 2-3 3 3-3 3 Geologia x Geomorfologia reclassificado quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Geologia x Geomorfologia 2 3 25 0 25km Figura 13 - Mapa gerados a partir da reclassificação do cruzamento entre os mapas de geologia e geomorfologia, reclassificados quanto à erosão. 16

Foi feita nova tabulação cruzada entre estes mapas reclassificados, gerando um novo mapa (Figura 14), com 12 classes (Tabela 8). Tabela 8 Reclassificação dos mapas gerados na tabulação cruzada entre os resultados de cruzamento dos mapas de solos de vegetação e entre os mapas geológico e geomorfológico. Classes geradas por (Solo x Veg) x (Geol x Geom) Reclas 0-0 0 2-0 2 3-0 3 0-1 1 2-1 1 3-1 2 0-2 2 2-2 2 3-2 3 0-3 3 2-3 3 3-3 3 Tabulação cruzada entre os mapas reclassificados Bico do Papagaio - TO Tabulação Cruzada 2-0 3-0 0-1 2-1 3-1 0-2 2-2 3-2 0-3 2-3 3-3 25 0 25km Figura 14 - Mapa gerado através da tabulação cruzada dos mapas reclassificados de geologia x geomorfologia e solos x vegetação A reclassificação deste último mapa gerou o Mapa de Vulnerabilidade atural (Figura 15). 17

Vunerabilidade atural quanto à Erosão Bico do Papagaio - TO Vunerabilidade atural Estável Moderadamente Estável / Vunerável Vulnerável 25 0 25km Figura 15- Mapa de Vulnerabilidade atural da região do Bico do Papagaio - TO 18

6 Conclusão O mapa de Vulnerabilidade atural é um auxiliar nos processos de Zoneamento Ecológico-Econômico. Utilizando-se das técnicas de geoprocessamento, é possível a elaboração deste mapa com relativa facilidade. As dificuldades encontradas durante este trabalho são, principalmente, relacionadas com a exportação e importação de formatos de arquivo de um programa para outro. Este tipo de problema tende a ser minimizado com a evolução dos programas. O resultado obtido mostra coerência com os índices de vulnerabilidade à erosão atribuídos às unidades dos temas utilizados para o trabalho. Pode-se obter maior detalhamento e precisão neste resultado com o aumento do número de classes de vulnerabilidade trabalhadas. Entretanto, a classificação dos diversos mapas quanto à erosão deve ser feita por especialistas em cada área, para que se obtenha resultado ideal. este trabalho, foram atribuídos valores nesta classificação apenas com o objetivo de se testar a metodologia de geração da carta de Vulnerabilidade atural. 19

7 - Referências bibliográficas citadas BARBOSA, C. C., CÂMARA, G., MEDEIROS J. S., CREPAI, E., OVO, E., CORDEIRO, J. P. C., Operadores Zonais em Álgebra de Mapas e Sua Aplicação a Zoneamento Ecológico-Econômico, XI Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, 1998, Santos. BECKER, B. K., EGLER, C. A G. Detalhamento da Metodologia para Execução do Zoneamento Ecológico-Econômico pelos Estados da Amazônia Legal. Brasília, MMA/SAE, 1997. 43 p. Estudo de Desenvolvimento do Setor Agropecuário da Região orte do Tocantins Esboço do Relatório Final. Secretaria do Planejamento e Meio Ambiente SEPLA TO. Palmas-To, 2001 FOSECA, F.T.; DAVIS JUIOR. C.A. Geoprocessamento e Internet: Cenário Atual e Perspectivas. Fartogis on line, 1998. http://www.fatorgis.com.br/artigos/gisgeo_int/ geo_int.htm LUCEA, I.S. Projeto de Interfaces para Álgebra de Mapas em Geoprocessamento no Ambiente Spring. Tese de Mestrado, IPE, São José dos Campos, 1998. MEK, J.R.F.; ROSSI, M.; BERTOLAI, F.C.; COELHO, M.R.. Solos da Região do Bico do Papagaio: Folha Marabá (SB 22 XD, MIR 172). Relatório Técnico, SEPLA TO. 2000 MEK, J.R.F.; ROSSI, M.; BERTOLAI, F.C.; COELHO, M.R.. Solos da Região do Bico do Papagaio: Folha Imperatriz (SB 22 VC, MIR 173). Relatório Técnico, SEPLA TO. 2000 SOARES-FILHO, B. S., AMORIM, V. C., OGUEIRA, V. Metodologia para elaboração do mapa do potencial erosivo da Bacia do Rio das Velhas. GEOOMOS, v. 5, p-34-56, 1998. TOMLIM, D. Geographic Information Systems and Cartographic Modeling. Prentice Hall, ew York, 1990. Zoneamento Ecológico-Econômico dos Eixos acionais de Integração e Desenvolvimento do Plano Plurianual PPA do Governo Federal. 2001, http://www.cnpm.embrapa.br/projetos/eixos/index.html 20