SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA. Profa. Luanna Tomaz

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Transcrição:

SUSPENSÃO CONDICIONAL DA PENA Profa. Luanna Tomaz

INTRODUÇÃO Origem: Surge na França em 1884. Medida judicial que determina o sobrestamento da pena, preenchidos determinados requisitos. Natureza Jurídica: Faculdade do juiz (art. 77) ou direito público subjetivo do sentenciado(art. 157 da LEP).

REQUISITOS a) OBJETIVOS: a.1) quantidade da pena: não superior a 2 anos, ainda que resulte de concurso de crimes a.2) qualidade da pena: privativa de liberdade. a.3) Quando não seja cabível a pena restritiva de direito. Em geral é aplicado quando a reclusão ou detenção não ultrapassar dois anos e na sentença o juiz declara não cabível a substituição por restritiva de direitos (ex: crime cometido com emprego de violência ou grave ameaça). b) SUBJETIVOS: b.1) condenado não reincidente em crime doloso; b.2) circunstâncias judiciais (art. 59 do Código Penal) favoráveis ao agente.

ESPÉCIES Sursis simples. art. 78, 1º, do CP. Sursis especial. art. 78, 2º, do CP. Sursis etário. art. 77, 2º, do CP. Sursis humanitário. art. 77, 2º, do CP.

APLICAÇÃO Condições estabelecidas: a) condições legais. São as do sursis simples (art. 78, 1º) e as do especial (art. 78, 2º); b) condições judiciais: são impostas livremente pelo juiz ( art. 79 do CP) O juiz poderá modificar as condições (art. 158, 2º, da LEP). AUDIÊNCIA ADMONITÓRIA: Transitado em julgado a sentença, o juiz designará data para realização da audiência admonitória. Quando o sentenciado não comparece à audiência admonitória há revogação do benefício (art. 160-161 da LEP). Período de Prova. Competência.

ELEMENTOS CONSIDERADOS NA FIXAÇÃO DO PERIODO DE PROVA TJSP: Sua duração deve guardar adequabilidade ao tipo de delito, suas repercussões sociais e à situação pessoal do condenado. Não se justifica prolongá-lo ao limite de quatro anos, somente porque a pena aplicada equivale ao máximo admitido para o beneficium legis, pois pode muito bem acontecer ser a mesma o piso mínimo abstratamente reservado para a espécie em foco. (RT 719/386 e JTJ 174/351)

CASSAÇÃO Hipóteses: -Recusa do beneficiado à proposta de sursis -Não comparecimento do beneficiado à audiência admonitória (art. 161 da LEP). Reestabelecimento: Justificada a ausência à admonitória e não havendo outra causa impeditiva, de rigor a restauração do sursis tornado sem efeito. (RJDTACRIM 2/210) -Provimento do recurso que impossibilite a concessão do benefício ao acusado. É possível cassação de sursis indevidamente concedido, após decisão irrecorrível? Faz coisa material julgada.

REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA (ART.81): 1. Se o sentenciado sofrer nova condenação, em sentença irrecorrível, por crime doloso. 2.Quando o agente frustra, mesmo solvente, o cumprimento de pena de multa a que foi condenado. Pode haver conversão da pena de multa em pena privativa de liberdade? 3. Quando descumpre o 1º, do art. 78, do Código Penal. 4. Não reparação do dano, salvo impossibilidade. FACULTATIVA (art 81, 1º): -Condenação transitada em julgado por crime culposo ou contravenção penal, salvo se imposta a pena de multa. -Descumprimento de qualquer outra condição Ao invés da revogação: advertir o sentenciado; prorrogar o período de prova até o máximo se este não foi fixado; exacerbar as condições impostas (acrescentando condições judiciais) (art. 707, parágrafo único, do CPP) É possível a revogação sem oitiva do sentenciado?

PRORROGAÇÃO E EXTINÇÃO O art. 81, 2º e 3º do CP Durante esta prorrogação, não subsistem as condições impostas ao sursis, servindo apenas para aguardar o processo. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE: Artigo 82, CP. Só é possível a prorrogação e a revogação se o juiz ainda não declarou extinto o processo. É automática a prorrogação do sursis? (art. 82 do CP e art. 81, 2º).

CONDIÇÕES DA EXTINÇÃO a) condições legais: previstas em lei. São as do sursis simples (art. 78, 1º) e as do especial (art. 78, 2º); b) condições judiciais: são impostas livremente pelo juiz, não estando previstas em lei (art. 79 do CP); c) condições legais indiretas: é como são chamadas as causas de revogação do benefício. A extinção da PPL deve ser decretada nos autos pelo juízo de execução, ouvido sempre o MP, já que incumbe a ele a fiscalização da execução da pena (art. 67 da LEP). Sigilo do sursis (art. 163 da LEP).

QUESTÕES CONTROVERSAS É cabível sursis para os crimes hediondos? OBS: A Lei 11.343/06 veda expressamente. Cabe sursis ao estrangeiro? É possível dupla concessão do sursis ao mesmo réu em processos distintos? Suspende-se os direitos políticos do acusado? (Art. 15, CF)

SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO Art. 89 da Lei n. 9.099/95 Natureza jurídica Princípio da oportunidade e da economia processual Pena cominada em abstrato. Evita a estigmatização decorrente da sentença penal condenatória e a derivada do próprio processo.