EMBARGOS DECLARATÓRIOS opostos por ambas as partes. Em relação ao primeiro, observa-se a presença de erro material evidenciado. Correção na fixação da verba honorária. Quanto aos segundos, presente se apresenta a AUSÊNCIA DE PRESSUPOSTOS LEGAIS AO SEU ACOLHIMENTO. ACOLHERAM em parte os primeiros EMBARGOS de declaração e desacolheram os segundos embargos de declaração. UNÂNIME.. Embargos de Declaração Décima Quinta Câmara Cível Nº 70054489737 (N CNJ: 0173600-04.2013.8.21.7000) E 70054519764 Comarca de Porto Alegre CGI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE IMÓVEIS LTDA. 1ª EMBARGANTE/EMBARGADA PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/A 2ª EMBARGANTE /EMBARGADA
ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Décima Quinta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, acolher em parte os primeiros embargos de declaração e desacolher os segundos embargos de declaração. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores Des. Vicente Barroco de Vasconcellos (Presidente) e Des. Angelo Maraninchi Giannakos. Porto Alegre, 02 de outubro de 2013. DES. OTÁVIO AUGUSTO DE FREITAS BARCELLOS, Relator. RELATÓRIO Des. Otávio Augusto de Freitas Barcellos (RELATOR)
Na sessão de 24 de abril de 2013, foram acolhidos os embargos de declaração com efeitos infringentes, no julgamento da Embargos de Declaração nº 70053035218, por acórdão assim ementado: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. LOCAÇÃO. OMISSÃO E CONTRADIÇÃO DO JULGADO VERIFICADA. EMBARGOS ACOLHIDOS PARA SUPRIR OMISSÃO NA DECISÃO, AGREGANDO-SE- LHES EFEITOS INFRINGENTES, A FIM DE MODIFICAR O JULGADO. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO ACOLHIDOS, COM EFEITOS INFRINGENTES. UNÂNIME. Às fls. 1.156/1.167, CGI INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE IMÓVEIS LTDA. interpôs embargos declaratórios, para fins de prequestionamento, dizendo ser contraditório o acórdão acerca de matéria infraconstitucional constante do acórdão, qual seja, a questão da fixação dos honorários advocatícios, postulando o seu arbitramento entre 10% e 20% sobre o valor da condenação, em atenção às diretrizes dos 3º e 4º do art. 20 do CPC. Por sua vez, PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S.A., também apresentou embargos de declaração às fls. 1.173/1.181, dizendo conter erro judiciário, ser contraditório e omisso o acórdão acerca de matérias infraconstitucionais constante dos motivos que sustentaram o recurso, quais sejam: a) o pagamento proporcional dos valores pagos antecipadamente a título de adiantamento, tendo como limite a data em que o Poder Público imitiu-se na posse do imóvel, nos termos da cláusula 8ª do contrato de locação; b) a desvinculação do direito da PETROBRÁS de receber o ressarcimento proporcional dos valores pagos adiantamentos a título de aluguéis, ao término do processo expropriatório e após a CGI ter recebido a justa indenização do órgão expropriante;
c) o afastamento da expressão justa e prévia indenização em dinheiro, como condição para o recebimento dos valores pagos pela PETROBRÁS, uma vez que a cláusula 8ª do contrato firmado entre as partes é expressa ao mencionar apenas o termo indenização; e d) o pagamento da totalidade do crédito da PETROBRÁS junto à CGI, descontado o valor recebido a título de indenização pelo Poder Público, sendo que o saldo do valor pago antecipadamente a título de aluguéis deve ser pago imediatamente, nos termos da cláusula 8ª do contrato. Após, vieram-me conclusos para julgamento. É o relatório. VOTOS Des. Otávio Augusto de Freitas Barcellos (RELATOR) Examinando os primeiros Embargos de Declaração, de nº 70054489737, entendo que o caso é de acolhimento. Com efeito, impõe-se sanar o erro material evidenciado quando da fixação dos honorários advocatícios. Observada a fundamentação do acórdão ora embargado, resta evidente o equívoco ocorrido à fl. 1.152 ao referir que:
Assim, impõe-se o redimensionamento da sucumbência, passando a autora PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S.A. a arcar com a integralidade das custas processuais e com a verba honorária dos procuradores da parte requerida CGI, que restam fixados em R$ 10.000,00. Quando, na realidade, deveria ter constado: Assim, impõe-se o redimensionamento da sucumbência, passando a autora PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S.A. a arcar com a integralidade das custas processuais e com a verba honorária dos procuradores da parte requerida CGI, que restam fixados em R$ 100.000,00. No caso, ao que interpreto, não cabe a aplicação dos percentuais previstos no art. 20, 3º, do CPC, porque não se está diante de hipótese de sentença condenatória, mas de sentença de improcedência, caso em que aplicável o preceito do 4º do referido dispositivo legal. Ressalto que, embora reconhecendo como aplicável à espécie o disposto no 4º do art. 20 do CPC, por se tratar de demanda onde foi declarada a improcedência do pedido vestibular, consideradas as peculiaridades do caso em concreto, especialmente o interesse econômico em liça, bem como o tempo de tramitação do processo, a complexidade da causa, o lugar da prestação do serviço, inclusive com a necessidade de manejar recursos perante os tribunais superiores, deve o valor dos honorários guardar um mínimo de compatibilidade com os referidos parâmetros efetivamente presentes no feito ora sob julgamento. Por isso, numa causa cujo valor histórico atinge o montante atualizado de aproximadamente R$ 3.500.000,00 (IGPM-FGV), conforme a ferramenta Calculadora do Cidadão, disponível no saite do Banco Central do Brasil, em agosto de 2013, o valor de R$ 100.000,00, a título de honorários advocatícios, encontra-se compatível e adequado aos delimitadores legais, e não os R$ 10.000,00 fixados no v. acórdão ora embargado.
Observo que se deve considerar fixada a verba honorária desde o julgamento ocorrido em 16.05.2012 (acórdão de fls. 1.104/1.109-v.), momento em que deveria ter sido fixada a sucumbência adequada, devendo a partir dessa data incidir a devida correção monetária. Restam, pois, parcialmente acolhidos os primeiros Embargos de Declaração, de nº 70054489737, para corrigir o erro material na forma supra. Passo a apreciar os segundos Embargos de Declaração, de nº 70054519764. No caso, ao que entendo, não se fazendo presentes quaisquer dos pressupostos processuais alinhados no art. 535 do CPC, não há como acolher os embargos declaratórios opostos. Com efeito, o que pretendem os embargantes é uma nova apreciação de questões já decididas, o que refoge ao objeto do recurso manejado. Sobre o assunto, já se decidiu: Os embargos de declaração não servem para responder a questionários sobre meros pontos de fato; para reexame da matéria de mérito; para explicitar dispositivo legal, quando a matéria controvertida foi resolvida; para repetir fundamentação da sentença de primeiro grau, adotada pelo acórdão; para obrigar o Juiz a renovar ou reforçar a fundamentação do decisório; para provocar lições doutrinárias; para abrandar o impacto que a concepção jurídica do julgado cause aos jurisdicionados; para esclarecimentos de matéria doutrinária; para permitir a interposição de recurso extraordinário, pois a Súmula 356 não criou caso novo de embargos de declaração. Embargos rejeitados (RJTJRGS, 148/166, Rel. Des. Elias Elmir Manssour). Inexiste a alegada omissão por não haver o acórdão enfrentado expressamente todos fundamentos deduzidos nas razões de recurso.
As Cortes Superiores mantêm entendimento de que o acórdão não é obrigado a examinar todo e qualquer fundamento invocado pelas partes, mas apenas aqueles suficientes e necessários ao deslinde do feito. Na hipótese dos autos, a questão foi solucionada, sem que houvesse necessidade de analisar todos os fundamentos invocados. Portanto, não ocorre a alegada omissão quando o acórdão deixa de responder exaustivamente a todos os argumentos invocados pela parte, certo que a falha deve ser aferida em função do pedido, e não das razões invocadas pelo litigante. Não há confundir ponto do litígio com argumento trazido à colação pela parte... (omissis)... os embargos declaratórios devem referir-se a ponto omisso ou obscuro da decisão e não a fatos e argumentos mencionados pelas partes (JTACSP, Lex 47/106, apud SONIA M. H. DE ALMEIDA BATISTA, "Dos Embargos de Declaração, ed. RT, 2ª ed., pág. 123). Resta claro que, na verdade, os embargantes pretendem um novo julgamento para a causa, agora mediante embargos declaratórios aos quais tencionam atribuir efeitos infringentes. Assim, desacolho os segundos Embargos de Declaração, de nº 70054519764. Diante do exposto, restam acolhidos em parte os primeiros Embargos de Declaração, de nº 70054489737, nos termos da fundamentação supra, e desacolhidos os segundos Embargos de Declaração, de nº 70054519764. É o voto. Des. Angelo Maraninchi Giannakos - De acordo com o(a) Relator(a). Des. Vicente Barroco de Vasconcellos (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a).
DES. VICENTE BARROCO DE VASCONCELLOS - Presidente - Embargos de Declaração nº 70054489737, Comarca de Porto Alegre: "ACOLHERAM, EM PARTE, OS PRIMEIROS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO E DESACOLHERAM OS SEGUNDOS. UNÂNIME." Julgador de 1º Grau: DR LEO ROMI PILAU JUNIOR