Graduanda em Fisioterapia, 7º Semestre, URI - Extensão São Luiz Gonzaga/RS. Bolsista de Extensão. 3

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Transcrição:

A UTILIZAÇÃO DE REDES DE BALANÇO EM INCUBADORAS PARA RECÉM- NASCIDOS PREMATUROS INTERNADOS EM UNIDADES DE TERAPIA INTENSIVA NEONATAIS COMO UM MÉTODO DE HUMANIZAÇÃO: UMA REVISÃO DE LITERATURA 1 Iara Oliveira Guerin 2, Marcio Adriano Birck 3. 1 Pesquisa Bibliográfica desenvolvida na disciplina de Fisioterapia Cardio-Respiratória do 7º semestre do Curso de Graduação em Fisioterapia da Universidade Regional Integrada do Alto Uruguai e das Missões - URI Extensão São Luiz Gonzaga/RS. 2 Graduanda em Fisioterapia, 7º Semestre, URI - Extensão São Luiz Gonzaga/RS. Bolsista de Extensão. 3 Professor orientador. Fisioterapeuta. Especialista em Fisioterapia Cardio-Respiratória. Especialista em Docência do Ensino Superior. Mestre em Ciências Pneumológicas. Docente do Curso de Graduação em Fisioterapia da URI - Extensão São Luiz Gonzaga/RS. RESUMO: A Unidade de Terapia Intensiva Neonatal é um dos elementos essenciais para a sobrevivência dos recém-nascidos prematuros. Estão sendo desenvolvidos e aplicados programas e técnicas de intervenção humanizada nestas unidades, e há evidências que estão contribuindo para ganho de peso, redução das alterações fisiológicas, e consequentemente menor tempo de internação. Dentre estas, destaca-se as redes de balanço, sendo um novo método que visa o uso de pequenas redes dentro das incubadoras para posicionamento do prematuro simulando a posição do útero materno. As redes de balanço propiciam aconchego aos bebês, trabalha na melhora do quadro de estresse que é fornecido a eles, e promove uma melhor reorganização tônica e comportamental, além de estimular os sentidos, amadurecer os reflexos primitivos, e, sobretudo obtém uma melhora em alguns fatores que foram prejudicados pela prematuridade, pelo ambiente da unidade, ou ainda pelos procedimentos hospitalares sofridos. O presente estudo tem por objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre o uso das redes de balanço dentro das incubadoras para recémnascidos prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais como um método de humanização. Porém o que se verificou é que existe uma escassez de pesquisas na literatura sobre este novo método, sendo assim, novos estudos são necessários para uma melhor compreensão sobre o uso de rede de balanço em incubadoras nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais utilizadas por recém-nascidos. Em conclusão, o método de redes de balanço adotado remete a uma prática de humanização hoje amplamente discutida e recomendada pelos seus benefícios e por não prejudicar a situação clínica, sendo muito importante para a melhoria da qualidade de vida dos recém-nascidos prematuros. PALAVRAS-CHAVE: Prematuridade, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Rede de descanso, Humanização. INTRODUÇÃO

A Organização Mundial de Saúde (OMS) determina que o nascimento dos bebês entre a 20ª e a 37ª semanas de idade gestacional é considerado prematuridade (SILVA, et al., 2010). O recém-nascido pré-termo é carente do último trimestre do período intrauterino, designado como o estágio de máximo desenvolvimento, possuem baixo peso ao nascer (peso abaixo de 2.500g), tem maior probabilidade de gerar retardo no desenvolvimento neuropsicomotor, malformação sensorial, dificuldade no aprendizado e doenças respiratórias (MELO; ANDRADE, 2013). Contudo, o período prolongado de internação pode vir a gerar complicações no desenvolvimento dos bebês em diferentes aspectos, pois a Unidade de Terapia Intensiva é um ambiente que proporciona estresse constante por causa dos ruídos dos equipamentos, pelo excesso de luminosidade, e também pelo neonato ser submetido a diversos estímulos dolorosos, onde o mesmo não pode verbalizar o que sente, mas expressa a dor na forma dele, que seria o choro e por expressões faciais (VERÇOSA, 2001). Com as situações de estresse, separação dos pais, manobras dolorosas, entre outras que enfrenta um prematuro na Unidade de Terapia Intensiva, todos estes eventos levam a um esgotamento físico ou emocional, exaustão, com muito gasto de energia, que deveria ser poupada, pois sua escassez causa um impacto futuramente na qualidade de vida desses bebês. Sendo assim, uma mudança importante para a melhoria da qualidade no atendimento de um recémnascido prematuro é incluir o processo de humanização em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (OLIVEIRA, et al., 2006). Entre os recursos existentes para intervenção precoce nos recém-nascidos pré-termos, vem se destacando um novo método que se designa como Redes de balanço, Redinhas, ou Redes de descanso, independente dos nomes utilizados é o uso de pequenas redes, um artefato de tecido ou de malha resistente, que são colocadas dentro das incubadoras, suspensas pelas extremidades se tornando um lugar onde os bebês dormem e descansam na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal. O posicionamento na rede simula a postura que o recém-nascido se encontrava no útero materno, sendo uma posição de alternância para aqueles recém-nascidos que vão permanecer por um longo período de internação (CAVALARIA, 2009). A rede de balanço dentro das incubadoras vem sendo utilizada com muito sucesso nas instituições hospitalares, onde seu objetivo é um posicionamento adequado ao recém-nascido prematuro (ZIADE; TOLEDO; REBELO, 2009). O recém-nascido prematuro na rede pode se acomodar da forma que se sinta mais tranquilo e seguro, ela propicia aconchego na incubadora, acarretando uma melhora do quadro de estresse que é fornecido a ele, estimula os sentidos, além de aprimorar os reflexos primitivos (CAVALARIA, 2009). Com o posicionamento adequado na rede o recém-nascido tem demonstrado diminuição da irritabilidade, redução de perda de calor, menor gasto de reserva energética, e assim proporcionando aumento do peso, além de possibilitar estimulação sensorial, visual, auditiva e tátil, disponibiliza conforto, uma melhora na frequência cardíaca, da função respiratória, e da saturação de oxigênio, esses itens contribuem muito para a evolução do desenvolvimento neuropsicomotor do bebê prétermo (ZIADE; TOLEDO; REBELO, 2009). Em virtude do que está sendo evidenciado foi o motivo de interesse e relevância para ser realizado um estudo de revisão com objetivo de relatar o que a literatura científica nos traz sobre o uso das redes de balanço dentro das incubadoras para recém-nascidos prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais como um método de humanização.

METODOLOGIA Foi realizada uma revisão da literatura com busca nas bases de dados disponíveis na internet: GOOGLE acadêmico, SCIELO, Lilacs, PubMed, em português, e inglês, por meio dos seguintes descritores: Prematuridade, Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, Rede de descanso, Humanização. Em inglês pelas palavras: Prematurity, Neonatal Intensive Care Unit, Hammock, Humanization, ambos combinados entre si. Foram utilizados como critérios de inclusão, publicações que abordassem o uso da rede de balanço como recurso de intervenção em recémnascidos prematuros internados em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais. Porém, devido à escassez de artigos sobre a temática abordada acarretando em uma dificuldade no levantamento bibliográfico, houve então, há necessidade de considerar anais de congressos, teses, dissertações, livros onlines, e demais publicações acadêmicas que se encaixavam na pesquisa. DISCUSSÃO E RESULTADOS A prematuridade é compreendida no sentido que quando o bebê nasce ele realiza uma troca de ambiente, ele passa do útero materno um ambiente totalmente de aconchego, para um meio agressivo que seria o meio externo (CAVALARIA, 2009). De acordo com Kirschbaum (1985) apud kudo (1997), eles descrevem que os recém-nascidos prematuros são seres imaturos e pequenos, pois eles não permaneceram tempo suficiente contidos no meio intrauterino, consequentemente vão apresentar um menor padrão flexor, e diminuição do tônus muscular (KUDO, et al., 1997). Em uma análise, alguns autores apontam que grande parte das mães dos recém-nascidos, porém sem generalização eram adolescentes, e é de entendimento de todos que a gravidez na adolescência é o maior fator para agravos à saúde materna, bem como complicações perinatais, prematuridade e baixo peso ao nascer (GOLDENBERG; FIGUEIREDO; SILVA, 2005. RAMOS; CUMAN, 2009). Evidenciou-se uma ligação entre a baixa escolaridade com o baixo padrão socioeconômico, que são dois fatores que podem predispor a situações de impedimento de acesso as informações e orientações, restringindo a capacidade de cuidado e assistência, pois quanto menor a escolaridade, maior a dificuldade de entendimento da necessidade de cuidados especiais durante a gestação (GOLDENBERG; FIGUEIREDO; SILVA, 2005. RAMOS; CUMAN, 2009). Autores relatam que se deve adotar uma tática de cuidado humanizado para os recém-nascidos prematuros, para aqueles sujeitos que tem total necessidade, conforme as condições de nascimento e saúde, para aqueles que não são monitorados adequadamente e que as situações de risco podem aumentar (SILVA, 2008). No momento atual, as Unidades de Terapia Intensiva Neonatais estão desenvolvendo métodos alternativos para melhor atender os recém-nascidos, neste contexto encontra-se como novo recurso a utilização das redes de balanço, redinhas ou redes de descanso, uma oportunidade dos bebês prematuros poderem vivenciar um cuidado humanizado (CAVALARIA, 2009). O método de redes nas incubadoras em Unidades de Terapia Intensiva Neonatais proporcionam para os bebês um ambiente de aconchego, a maneira como eles podem se posicionar na rede lembra a posição que se encontravam na barriga da mamãe, simula a postura intrauterina. É uma técnica

considerada simples, que transmite proteção e conforto ao recém-nascido, e de acordo com os estudos analisados foi notório que os recém-nascidos que fizeram utilização da rede de balanço, possuíram menos cólicas e, contudo obtiveram menos crises de choro (CAVALARIA, 2009). As posturas convencionais utilizadas na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal acabam prejudicando o tônus flexor próprio do recém-nascido, sendo que a utilização da rede como método humanizado proporciona uma melhora na reorganização tônica e comportamental, e, sobretudo favorece o tônus flexor, e alguns fatores que foram prejudicados pela prematuridade como as reações de equilíbrio, de proteção e integração sensorial (CAVALARIA, 2009). Algumas pesquisas enfatizam as mudanças adquiridas nos bebês que fizeram uso de redes nas incubadoras, se observou que permaneceram estáveis a frequência cardíaca e respiratória, pele com coloração normal, os movimentos corporais se apresentam suaves e com sincronia, ocorreu adequação do tônus, e a transição entre sono e vigília ocorreu de maneira suave, apresentaram comportamentos como sucção dos dedos da mão e colocação da mão na face, e uma excelente adaptação comportamental aos estímulos adversos, apresentaram uma expressão de tranquilidade, e demostraram menos estresse nesta situação (CAVALARIA, 2009). É notório que o uso da rede de balanço tem uma grande contribuição para o desenvolvimento dos recém-nascidos prematuros em tempo hábil, onde essa intervenção é algo simples, não invasiva e com custo baixo, que foi bem tolerado pelos prematuros internados, e contudo, proporcionou uma melhora na qualidade vida durante o período de hospitalização (LINO, et al., 2015). CONSIDERAÇÕES FINAIS Percebemos que o método de redes de balanço adotado, remete a uma prática de humanização dentro de uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, sendo hoje amplamente discutida e recomendada pelos seus benefícios e por não prejudicar a situação clínica, sendo muito importante para a melhoria da qualidade de vida dos recém-nascidos prematuros. Este assunto está em grande evidência, porém o que se verificou é que existe uma escassez de pesquisas na literatura sobre este novo método e os efeitos que eles proporcionam, assim como o uso das redes associadas com outras técnicas de fisioterapia, e comparado com outros decúbitos que o recém-nascido pode ser posicionado, e também não fazem grandes referências para as variáveis neurológicas ou neuromotoras. Portanto podemos concluir que novos estudos são necessários para uma melhor compreensão sobre o uso da rede de balanço em incubadoras nas Unidades de Terapia Intensiva Neonatais utilizadas em recém-nascidos, aliadas com condições hospitalares apropriadas, e com um contato leve dos profissionais da saúde durante os procedimentos prestados. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CAVALARIA, S. V. F. A terapia ocupacional utilizando redinhas no atendimento de recémnascidos na UTI neonatal. Lins, SP, 2009.

GOLDENBERG. G. P.; FIGUEIREDO, M. C. T.; SILVA, R. S. Gravidez na adolescência, prénatal e resultados perinatais em Montes Claros, MG, Brasil. Cadernos de Saúde Pública, vol. 21, nº 4, pág. 1077-85, 2005. KUDO, et al. Fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional em pediatria. Sarvier, 2ª ed. São Paulo, 1997. LINO, et al. Os benefícios da rede de balanço em incubadoras utilizadas em recém-nascidos na UTI neonatal: uma estratégia de humanização. Revista Enfermagem Revista, vol. 18, nº 1, jan/abr.2015. MELO, M. R. O.; ANDRADE, I. S. N. S. Desenvolvimento infantil e prematuridade: Uma reflexão sobre o conhecimento e as expectativas maternas. Revista Brasileira em Promoção de Saúde, vol. 26, nº 4, pág. 548-553, out/dez.2013. OLIVEIRA, et al. O processo de trabalho da equipe de enfermagem na UTI Neonatal e o cuidar humanizado. Texto contexto enfermagem, vol. 15, Florianópolis, 2006. RAMOS, H. A. C.; CUMAN, R. K. N. Fatores de risco para prematuridade: pesquisa documental. Escola Anna Nery Revista Enfermagem, vol. 13, nº 2, pág. 297-304, 2009. SILVA, et al. Posicionamento no Leito e Saturação de Oxigênio em Neonatos Prematuros. Fisioterapia Brasil, vol. 11, nº 5, pág. 387-391, 2010. SILVA, N. D.; VIEIRA, M. R. M. A atuação da equipe de enfermagem na assistência ao recémnascido de risco em um hospital de ensino. Arquivos de Ciências da Saúde, vol. 15, nº 3, pág, 110-6, jul/set.2008. VERÇOSA, A. Efeitos Preventivos dos Cuidados Posturais em Neonatologia. VIII Congresso Brasileiro de Terapia Intensiva Pediátrica, Rio de Janeiro 18 a 22 de setembro de 2001. ZIADE, S.; TOLEDO, M.; REBELO, C. No Embalo da Rede. Minas Saúde, vol. 2, nº 2, pág. 20-23, 2009.