NORMAS E CERTIFICAÇÃO DE OLERICULTURA ORGÂNCA TECPAR INSTITUTO DE TECNOLOGIA DO PARANÁ Divisão de Certificação Eng Agrônomo Danilo Grapiuna Pereira grapiuna@tecparbr 3316 3070 Palestra apresentada no 48 Congresso Brasileiro de Olericultura Maringá (PR) 27 de julho a 01 de agosto de 2008
Welcome: Hora de Escolher o Verde 75%, dos alimentos mais vendidos nos últimos anos estão diretamente ligados à preocupação do público com a saúde (Serviço de inteligência de mercado ACNielsen) Doenças Modernas : obesidade, hipertensão, diabetes e câncer), que fizeram os produtos ligth e diet aumentar nove vezes na última década No mesmo período quase um quarto da população brasileira criou o hábito de consumir algum tipo de produto orgânico E questões como aquecimento global, poluição das águas, 2
BRASILEIRO já prioriza o meio ambiente IBOPE, 70% dos brasileiros estão dispostos a pagar mais por um produto que não cause prejuízo ao meio ambiente 45% pagam mais caro por alimento orgânico 60% mudaria o estilo de vida para beneficiar o meio ambiente Milho e morango orgânicos ajudam a combater o câncer, devido a presença de Flavonóides antioxidantes ( Jounal of Agricultural and Food Chemistry, 2003) Resíduos químicos quando presentes no sangue, causa graves danos aos sistemas hormonais, nervoso e imonologico (US Centers for Disease Control 3
Instituto de Tecnologia do Paraná O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) é uma empresa pública vinculada à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior É uma instituição de pesquisa, desenvolvimento, produção e prestação de serviços O Instituto de Tecnologia do Paraná, com sede em Curitiba, PR, teve sua primeira acreditação pelo Inmetro, em 1997, como organismo para certificação de sistemas da qualidade Os programas de avaliação e certificação da conformidade estão estruturados em padrões internacionais Contando com a força de uma equipe especializada e direcionada para satisfação de seus clientes, o Tecpar marca sua presença no mercado brasileiro da avaliação da conformidade, diferenciada pela credibilidade e atendimento personalizado 4
INSTITUTO DE TECNOLOGIA DO PARANÁ Sistema de Gestão da Qualidade (ISO 9001); Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001); Produtos elétricos; Pneus remoldados; Construção civil (PBQP-H); Manejo Florestal e Cadeia de Custódia; Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL CRÉDITO de CARBONO) Eurep Gap; Sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional (OHSAS 18001); Produtos Orgânicos; Soja Não Geneticamente Modificada; Produção Integrada de Frutas; Cesta de alimentos 5
NORMA Documento estabelecido por consenso e aprovado por um organismo reconhecido, que fornece, para uso comum e repetitivo, regras, diretrizes ou características para atividades ou seus resultados, visando à obtenção de um grau ótimo de ordenação em um dado contexto 6
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO ISO IEC Normas Regionais Mercosul CEN Normas Nacionais ABNT BSI AFNOR DIN Normas de Associação SAE ASME ASTM Normas de Empresa Internacional Regional Nacional Associação Empresa 7
NÍVEIS DE NORMALIZAÇÃO 8
REGULAMENTO TÉCNICO Documento que contêm regras de caráter obrigatório e que é adotado por uma autoridade, o qual estabelece requisitos técnicos, seja diretamente pela referência ou incorporação do conteúdo de uma norma, de uma especificação técnica ou de um código de prática Em geral, regulamentos técnicos visam assegurar aspectos relativos à saúde, segurança ou meio ambiente 9
O que é avaliação da conformidade? Avaliação da Conformidade ("conformity assessment"): qualquer atividade com o objetivo de determinar, direta ou indiretamente, que um produto, processo, pessoa ou serviço atende aos requisitos técnicos especificados Requisitos técnicos são itens ou critérios definidos em uma norma técnica, regulamento técnico ou outro documento de referência 10
Instituto de Tecnologia do Paraná A avaliação da conformidade à especificações, normas e/ou regulamentos técnicos pode ser realizada pelo uso de algumas ferramentas: Inspeção; Coleta de amostras no fornecedor e/ou no comércio; Auditorias 11
TIPOS DE AVALIAÇÃO DA CONFORMIDADE 12
Instituto de Tecnologia do Paraná CERTIFICAÇÃO Formas para se garantir a conformidade Garantia escrita (3ªparte) de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados DECLARAÇÃO DO FORNECEDOR Um fornecedor dá garantia escrita de que um produto, processo ou serviço está em conformidade com os requisitos especificados QUALIFICAÇÃO DE FORNECEDOR Avaliação realizada pelo comprador (2ªparte) Verifica se o produto, processo, serviço ou sistema está em conformidade com uma norma ou outro documento normativo especificado 13
CREDENCIAMENTO (ACREDITAÇÃO) É o modo pelo qual um organismo autorizado dá reconhecimento formal de que uma organização ou pessoa é competente para desenvolver tarefas específicas No âmbito do Sistema Brasileiro de Certificação o organismo autorizado é o INMETRO O INMETRO acredita organismos de certificação de sistemas, produtos, serviços, pessoal e de treinamento; organismos de inspeção, laboratórios de ensaios e laboratórios de calibração 14
Obrigatoriedade Legal da Avaliação da Conformidade Voluntária Decisão exclusiva da empresa que fabrica produtos ou fornece serviços Exemplos PIF APPCC ISO 9001:2000 Compulsória Estabelecida pelo governo para comercialização de produtos e serviços Exemplos Extintores de incêndio Botijão de GLP 15
ENSAIO Determinação de uma ou mais características de um dado produto, processo ou serviço, de acordo com um procedimento especificado 16
INSPEÇÃO É a avaliação da conformidade pela observação e julgamento, acompanhada, conforme apropriado, por medições, ensaios ou uso de calibres 17
CERTIFICAÇÃO DO SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO É um documento emitido pelo TECPAR CERT de acordo com as regras de certificação de produtos orgânicos atestando que o mesmo esta em conformidade com o sistema orgânico de produção Auditoria: inspeções de um técnico capacitado que verifica se a unidade de produção pode ou não ser considerada orgânica 18
CERTIFICAÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ORGÂNICO A No Brasil, a Lei 10831/2003 estabelece que o processo pode ser efetivado através de certificações por auditoria Na certificação de Olericultura, não só as lavouras são inspecionadas, mas também todo o processo de beneficiamento (higienização, embalagem, etc) A Olericultura orgânico é um produto diferenciado, de maior valor agregado, cujo mercado tem crescido e se fortalecido ao longo dos anos (Caixeta, 2000) 19
REQUISITOS PARA CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS Plano de Manejo; Período de conversão; Rastreabilidade do produto Isenção de contaminação Sementes e Mudas; Recursos hídricos Registros Higienização, embalagem e processamento; Comercialização; Legislação sócio ambiental e relativo ao produto 20
PLANO DE MANEJO A conversão da propriedade deve ser realizada a partir de um plano de manejo que especifique, no mínimo: Histórico da área Manejo de insetos e doenças Manejo da produção animal Processamento, Comercialização Croqui da propriedade 21
PRODUÇÃO PARALELA Produção Paralela Segregar e rastrear; Conversão total da propriedade; Área de produção convencional deve ser claramente identificada e demarcada e ser passível de inspeção; A produção e processamento de produtos animais e vegetais na forma convencional ou orgânica simultaneamente somente é permitida: Segregação e Rastreabilidade, Não forem utilizados organismos geneticamente modificados (OGM) 22
EMBALAGEM E ROTULAGEM Atender a legislação relativa a rotulagem e embalagem de produtos alimentícios vigente no país consumidor do produto final; Colocar os responsáveis pelo produto, assim como contato e atendimento ao consumidor para comentários, reclamações e sugestões; Orgânico 95% Feito com Ingredientes Orgânicos 95% e 70% Não poderão ser rotulados como orgânicos > 70% 23
RESPONSABILIDADE SOCIAL Não utilizar trabalho forçado ou involuntário de crianças e adultos Capacitação; Higiene e Limpeza Segurança do Trabalho EPI quando necessário; Sem discriminação sexo cor ou religião; Respeito a tradições e cultura locais; 24
ASPECTOS AMBIENTAIS Não desmatamento ilegal; Licenças ambientais e legislação ambiental; Não Agressão ao meio ambiente; Diversificação da produção como rotação, consorciação ou outras; Adotar práticas e técnicas que proporcionem a proteção e conservação do solo e recursos hídricos; Técnicas de preparação do solo usando queima de vegetação devem ser restritas ao mínimo; 25
ASPECTOS AMBIENTAIS Obedecer os critérios de distanciamento em áreas limítrofes, para evitar o risco de contaminação; Zonas limítrofes 10 metros com barreira Zonas limítrofes 20 metros sem barreira Zonas limítrofes 100 metros onde é utilizada pulverização aérea, Obedecer a legislação ambiental nacional e o código florestal nacional vigente 26
ADUBAÇÃO Priorizar materiais de origem microbiana, vegetal ou animal Para culturas anuais a 170 kg de N/ha/ano É vedada a utilização de material fertilizante contendo fezes humanas, lixo urbano ou esgoto Insumos Permitidos Estercos de aves de origem convencional; Fertilizantes de fora da unidade de produção A utilização de fertilizantes mineirais 27
PROCESSAMENTO, ACONDICIONAMENTO, EMBALAGEM E TRANSPORTE Legislação Sanitária Segregação e Rastreabilidade; Implantar e manter procedimentos para armazenamento; Controle de Pragas e doenças; Boas Práticas de Processamento Informar início de produção ANVISA/SESA Registros Acondicionamento; Qualificação de fornecedores e matéria prima; 28
PROCESSO DE CONCESSÃO DO CERTIFICADO ACESSO: não apresenta limitações ou condições discriminatórias; SOLICITAÇÃO DA CERTIFICAÇÃO; AVALIAÇÃO TÉCNICA DA VIABILIDADE DE CERTIFICAÇÃO; AUDITORIA DE CERTIFICAÇÃO; AUDITORIAS DE ACOMPANHAMENTO; AUDITORIA SEM AVISO PRÉVIO; COLETA DE AMOSTRAS; ENSAIO DE RESÍDUOS Os ensaios são realizados em laboratórios reconhecidos pelo tecpar cert, selecionados pela gerencia de certificação 29
PROCESSO DE CERTIFICAÇÃO DE PRODUTOS ORGÂNICOS Contato inicial Solicitação de certificação Avaliação da documentação Ações corretivas Auditoria de certificação Não-conformidades Aprovação da certificação Ações corretivas Emissão do certificado Auditorias de acompanhamento 30
CERTIFICAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES DE PRODUTORES Pode ser realizada a certificação de associações ou cooperativas de produtores desde que todos os seus membros sejam produtores orgânicos Entidade Legalmente constituída A associação ou cooperativa deve apresentar para avaliação pelo tecpar cert: Estatutos e regulamentos, Procedimentos para produção orgânica, Atas de eleições de diretores e conselhos, Responsável, qualificação Contato 31
CERTIFICAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES DE PRODUTORES Avaliação inicial de todos os membros Responsabilidade compartilhada Controle Interno Registros; Comprometimento em cumprir as normas; Todo novo membro será inspecionado; Informações sobre entrada e saída de membros Acesso às unidade de produção O acompanhamento amostragem atendendo o critério de avaliação de, pelo menos, 25% das unidades de produção 32
A certificação orgânica do TECPAR-CERT O Selo Orgânico garante: A qualidade orgânica e a origem do produto; Respeito ao meio-ambiente; A qualidade de vida dos envolvidos em toda a cadeia produtiva; Isenção de uso de agrotóxicos, de contaminação e de praticas que comprometam a saúde e o meio ambiente ; fertilidade do solo; Uso racional dos recursos naturais, água, solo, fauna e flora 33
CERTIFICAÇÃO PRODUTOS ORGÂNICOS TECPAR Requisitos avaliados: Plano de manejo da Propriedade/Processamento Produção e Processamento Orgânico, Período de Conversão, Manejo de Solos/água, Manutenção da Biodiversidade e Legislação Ambiental, Origem dos Produtos e Insumos Aplicados: Rastreabilidade Adubos aplicados Sementes Controle de Pragas, Doênças e Plantas Espontâneas Manejo Sanitário, Reprodutivo e Nutricional e Sanitário Registros e Procedimentos, Relações Trabalhistas e Sociais, Armazenamento e Transporte de Produtos Embalagens e Rotulagem Análise de Resíduos de Agrotóxicos 34
Legislação Orgânicos!! 35
LEGISLAÇÃO ORGÂNICOS!! Instrução Normativa Nº 7, DE 17 DE MAIO DE 1999 Ementa: Estabelece as normas de produção, tipificação, processamento, envase, distribuição, identificação e de certificação da qualidade para os produtos orgânicos de origem vegetal e animal Instrução Normativa Nº 16, DE 11 DE JUNHO DE 2004 Ementa: Estabelece os procedimentos a serem adotados, até que se concluam os trabalhos de regulamentação da Lei nº 10831, de 23 de dezembro de 2003, para registro e renovação de registro de matériasprimas e produtos de origem animal e vegetal, orgânicos, junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento 36
Lei 10831 de 23 de Dezembro de 2003 SISTEMA ORGÂNICO DE PRODUÇÃO Art 1º Considera-se se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não-renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente 37
Lei 10831 de 23 de Dezembro de 2003 O conceito de sistema orgânico de produção agropecuária e industrial abrange os denominados: ecológico, biodinâmico, natural, regenerativo biológico, agroecológicos, permacultura e outros que atendam os princípios estabelecidos por esta Lei Art 3º Para sua comercialização, os produtos orgânicos deverão ser certificados por organismo reconhecido oficialmente, segundo critérios estabelecidos em regulamento 1º No caso da comercialização direta aos consumidores, por parte dos agricultores familiares, inseridos em processos próprios de organização e controle social, previamente cadastrados junto ao órgão fiscalizador, a certificação será facultativa, uma vez assegurada aos consumidores e ao órgão fiscalizador a rastreabilidade do produto e o livre acesso aos locais de - produção ou processamento 38
Decreto 6323 de 27 de dezembro de 2007 Regulamenta a Lei 10831 de 23 de dezembro de 2003 que dispõem sobre agricultura orgânica, e dá outras providencias 39
Informações sobre Mercado Fonte: http://wwworganicaberacuk/statsshtml - Organic Farming Statistics for Wales 2000/01 Prepared by Carolyn Foster, Jane Powell and Nic Lampkin 40
Informações sobre Mercado 41
Informações sobre Mercado Vendas totais em 2003 % do total de vendas Crescimento anual estimado (milhões de US$) de alimentos (estimado) entre 2003-2005 Alemanha 2800-3100 17-22 5-10 Reino Unido 1550-1750 15-20 10-15 Itália 1250-1400 10-15 5-15 França 1200-1300 10-15 5-10 Suíça 725-775 32-37 5-15 Holanda 45-475 10-15 5-10 Sécia 350-400 15-20 10-15 Dinamarca 325-375 22-27 0-5 Áustria 325-375 20-25 5-10 Bélgica 200-250 10-15 5-10 Irlanda 40-50 <05 10-20 Outros países europeus 750-850 - - Total na Europa 10000-11000 - - EUA 11000-13000 20-25 15-20 Canadá 850-1000 15-20 10-20 Japão 350-450 <05 - Oceania 75-100 <05 Total 23000-25000 - Fonte: ITC, December 2002 42
Informações sobre Mercado 43
Informações sobre Mercado 44
Pesquisa Consumidor: 87% das donas de casa dos bairros de Alto de Pinheiros, Jardins, Itaim e região consideram o produto orgânico como melhor que o convencional Quase todas as donas de casa da região (90%) disseram que gostariam de dispor de uma garantia que lhes assegure e certifique serem efetivamente orgânicos 45
OBRIGADO!!! wwwtecparbr/cert grapiuna@tecparbr (41) 3316 3268 46