SEQUÊNCIA N.º 1 TEXTOS DOS DOMÍNIOS TRANSACIONAL E EDUCATIVO O ESSENCIAL. 1. Artigos científicos e técnicos



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Transcrição:

SEQUÊNCIA N.º 1 TEXTOS DOS DOMÍNIOS TRANSACIONAL E EDUCATIVO O ESSENCIAL 1. Artigos científicos e técnicos Textos que tratam áreas específicas do saber, sendo normalmente escritos por especialistas, o que acaba por determinar o uso de um vocabulário muito específico e cientificamente rigoroso. Relatar analiticamente/divulgar os resultados de estudos elaborados e dar a conhecer ao público interessado novas ideias e abordagens. Revistas, jornais e periódicos especializados. No caso das revistas e jornais destinados a um público mais vasto, os artigos não são propriamente científicos mas apenas de divulgação científica. Consoante o público a que se destinam e a sua especialização, a linguagem poder-se-á apresentar mais simplificada ou complexa. No entanto, mantém-se objetiva, não empregando, por norma, artifícios de estilo. A função da linguagem que neles predomina é a função informativa, associada às frases curtas e ao uso da 3.ª pessoa do singular. A estrutura dos artigos científicos e técnicos publicados em periódicos da especialidade é variável, embora o esquema geral recomendado pelo International Committee of Medical Journal Editors (ICMJE)recomende: - Identificação (título, autor, credenciais e procedência do autor); - Resumo (descrição sumária da totalidade do artigo 1 a 4 parágrafos); - Corpo do artigo (introdução; desenvolvimento e conclusão); - Elementos referenciais (bibliografia, apêndice, anexos, agradecimentos, data). Maria Serafina Roque 1

2. Artigos de apreciação crítica Textos de opinião da autoria de um jornalista ou de uma figura de reconhecido mérito. Podem assumir diferentes formas: pode tratar-se de um artigo de opinião, de uma crónica, de um artigo de crítica de cinema ou de literatura, um texto de análise política, etc. Comentar acontecimentos ou factos de uma área da sociedade (política, costumes, cultura, economia, desporto,..)formulando e fundamentando opiniões. Frequentemente, o signatário do texto procura que o leitor adira ao seu ponto de vista, tentando persuadi-lo através de um discurso argumentativo. Revistas e jornais. Por servirem à expressão dos pontos de vista dos seus autores, podem ser escritos na 1.ª pessoa. Socorrem-se do discurso argumentativo, embora não excluam sequências expositivas. Apresentam um estilo pessoal, diferente de autor para autor, podendo ser pontuados pelo tom humorístico e/ou satírico. A estrutura dos artigos de apreciação crítica não é fixa, até porque podem assumir, como já se disse, as formas de diferentes géneros jornalísticos específicos. Contudo, respeitam a organização tripartida: introdução, desenvolvimento e conclusão. Frequentemente, os autores dos textos de apreciação crítica optam por apresentar os factos que vão comentar para depois exporem a sua opinião fundamentada sobre eles. Noutros casos, os articulistas vão dando conta de diferentes aspetos de uma situação, comentando cada facto de imediato. Maria Serafina Roque 2

2.1. Editorial Texto jornalístico que veicula a opinião do órgão em que se insere e normalmente ocupa um espaço fixo nesse mesmo órgão. Exprimir a opinião do meio de comunicação sobre os factos mais importantes, no espaço político, social e económico, com abrangência local, nacional e internacional, procurando influenciar os leitores. Revistas e jornais. Por servirem à expressão dos pontos de vista dos seus autores, podem ser escritos na 1.ª pessoa. Socorrem-se do discurso argumentativo, embora não excluam sequências expositivas. Apresentam um estilo pessoal, diferente de autor para autor, podendo ser pontuados pelo tom humorístico e/ou satírico. Não obedecem a uma estrutura fixa, contudo, frequentemente, obedecem a uma tripartição que segue o seguinte esquema: - Introdução (apresentação sucinta das questões de fundo); - Desenvolvimento: - Apresentação do referencial (que reforça a apresentação das questões em foco); - Argumentação (discussão sobre os tópicos); - Conclusão (exposição da posição adotada e antecipação dos diversos assuntos tratados na publicação). Maria Serafina Roque 3

3. Publicidade O anúncio publicitário é um tipo textual que tem a finalidade de promover uma marca de um produto ou de uma empresa, ou de promover uma ideia. A publicidade comercial visa levar o público a adquirir um determinado produto ou a utilizar um determinado serviço. A publicidade institucional visa convencer o público a realizar uma determinada ação que resulte num bem para si ou para a comunidade. À semelhança dos textos expositivo-argumentativos, a publicidade tem também o objetivo de persuadir. Sumariamente, o objetivo de um anúncio publicitário pode sintetizar-se na sigla AIDMA (atenção, interesse, desejo, memorização, ação) ou na sigla DDPC (dramático, descritivo, persuasivo, compra). Revistas, jornais, rádio, tv, web, mupis, Deve adaptar-se ao público-alvo; às suas qualificações e interesses, usando, preferencialmente, palavras que evoquem imagens e que apelem à ação. O anúncio publicitário socorre-se, assim, de uma linguagem profundamente polissémica ( A sua conta é da nossa conta ); de frases nominativas curtas a par de frases exclamativas e imperativas ( Pedras salgadas o poder da natureza ; Não invente, vá ao Continente ); de rimas, onomatopeias e aliterações ( Sssschhhh Schweppes., Bosch é bom. Há mar e mar/há ir e voltar. ), de adjetivação expressiva, de figuras de estilo como a metáfora, a comparação, a alegoria ou a hipérbole; de linguagem profundamente apelativa e/ou emotiva. (Ver imagem abaixo) Maria Serafina Roque 4

TÍTULO apresenta o essencial da mensagem e procura atrair a atenção do destinatário. SLOGAN frase/expressão que define o produto ou a marca. É mais estável que o título, podendo identificar a marca ao longo de várias campanhas. IMAGEM complementa ou provoca a leitura do texto. CORPO DO TEXTO informa, argumenta, sintetiza e apela à ação. Maria Serafina Roque 5

4. Reclamação/Protesto A reclamação é uma forma de preservação dos nossos direitos individuais e, ao mesmo tempo, um ato de consciência coletivo. O ato de reclamar pressupõe, deste modo, um juízo de valores. Formular uma queixa ou um protesto devido a um facto que se considera injusto ou indevido. Deve basear-se em factos objetivos e deve sser clara, precisa e formulada com cortesia. Carta formal; livros de reclamações. A carta de reclamação é, em geral, um texto formal, mas argumentativo, que exige uma exposição clara daquilo que se reclama e raciocínios lógicos para convencer o interlocutor das nossas razões. A linguagem deve ser clara e concisa, devendo sempre optar-se por um registo padrão. A carta de reclamação possui as mesmas partes e caraterísticas observadas nas cartas comerciais. (ver exemplo na página seguinte). Maria Serafina Roque 6

Identificação do reclamante Identificação do destinatário Data Saudação inicial Indicação do assunto Corpo da carta Fórmula de despedida Assinatura Anexos (se for o caso) Maria Serafina Roque 7