AVALIAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE EM EDUCANDOS ENTRE 8 E 10 ANOS ATRAVÉS DE FERRAMENTAS DIDÁTICAS DE FÁCIL ACESSO

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE EM EDUCANDOS ENTRE 8 E 10 ANOS ATRAVÉS DE FERRAMENTAS DIDÁTICAS DE FÁCIL ACESSO Vanessa dos Santos Silva; Renata de Lima Pessoa Universidade Potiguar - callcenter@unp.br RESUMO O campo de estudos sobre a psicomotricidade infantil tem o objetivo de auxiliar o desenvolvimento de crianças, utilizando-se de experiências motoras e cognitivas indispensáveis à maturação. A psicomotricidade engloba toda a relação do indivíduo com o meio ambiente e o meio social e, sua relação com o próprio corpo e a sua composição biológica e formação intelectual. Detectar precocemente fatores que interferem neste processo de amadurecimento, pode ajudar a corrigi-los e garantir um desenvolvimento adequado e que não resulte em problemas futuros para este indivíduo. O presente trabalho foi desenvolvido com o intuito de avaliar o desenvolvimento psicomotor infantil relacionado às práticas de atividades no âmbito escolar, com o auxílio de ferramentas de fácil acesso, visando uma avaliação sistemática, metodológica e exploratória. Em sua composição, a Escala de Desenvolvimento Motor de Rosa Neto, que compreende atividades motoras para cada faixa etária, foi um importante auxílio para observar a coordenação motora de cada educando participante. Os três elementos observados foram à motricidade fina, motricidade global e equilíbrio, elementos estes, substanciais para um bom desenvolvimento do indivíduo e sua relação com o mundo. Em tudo isso, abordar a psicomotricidade no âmbito escolar, fomenta o desenvolvimento psicomotor satisfatório, como também, uma relação saudável e produtiva da criança em seu meio social. Palavras-chave: Desenvolvimento infantil, psicomotricidade, maturação, motricidade, âmbito escolar. INTRODUÇÃO Segundo a Sociedade de Psicomotricidade Brasileira, (apud Alves, 2007, p. 15), a psicomotricidade pode ser entendida como uma ciência que tem por objeto o estudo do homem através do seu corpo em movimento nas suas relações com seu mundo interno e externo". O desenvolvimento das atividades motoras é resultante de um amplo processo da maturação de cada indivíduo desde a sua concepção. O estudo sobre a motricidade torna-se primordial, uma vez que, através de seu desenvolvimento, a criança amplia noções do mundo a sua volta. Assim, a criança adquire habilidades individuais para a conquista da própria independência. O

desenvolvimento intelectual que cada indivíduo é o resultado da soma dessas interações e está intimamente ligada ao sucesso de sua construção individual e coletiva. Segundo Rosa Neto (2002), a motricidade é a interação de diversas funções motoras (perceptivomotora, neuromotora, psicomotora, neuropsicomotora, etc.). Compassi (2002), afirma que a questão das crianças em seus contextos está sendo discutida hoje em todos os segmentos da sociedade. Ainda, para Fonseca (1995, p.12) a Psicomotricidade traduz a solidariedade profunda e original entre a atividade psíquica e a atividade motora. Tendo em vista tais aspectos e reconhecendo a necessidade do estudo da psicomotricidade no âmbito escolar, foi realizado um estudo sobre a motricidade infantil na escola Municipal Neilza Gomes de Figueiredo, trabalho este, que integrou a disciplina de Psicomotricidade e Corporeidade. A escola situa-se no município de Parnamirim-RN. O grupo escolhido para as avaliações foram alunos do 3º ano de ensino fundamental, de faixa etária entre 8 e 10 anos. O objetivo do trabalho foi realizar a avaliação psicomotora das crianças de uma instituição de ensino no município do RN, como também, vivenciar na prática através de ferramentas didáticas os conhecimentos teórico-práticos adquiridos através dos estudos realizados sobre o desenvolvimento psicomotor infantil. METODOLOGIA A amostra foi constituída por 20 educandos, com idades variando entre os 8 e 10 anos, sendo 45% do sexo masculino e 55% do sexo feminino. Para a realização do presente trabalho, foi elaborado um plano de atividades psicomotoras a serem aplicadas em um público-alvo (crianças de 8 a 10 anos). Algumas ferramentas foram utilizadas, tais como: bambolê, corda, bola, folha de papel, e espaço físico para a realização das atividades. As condutas aplicadas por meio da Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Rosa Neto (2002), que utiliza uma bateria de teste envolvendo motricidade fina, motricidade global e equilíbrio, foram a base da avaliação. A EDM compreende tarefas específicas para cada faixa etária (2 a 11 anos) em cada elemento da motricidade. Optou-se por avaliar os 3 fatores, os quais são: motricidade fina, motricidade global e equilíbrio. Sendo que, em motricidade fina, avaliamos a coordenação dinâmica manual e velocidade. Na motricidade global avaliamos a coordenação e no equilíbrio a postura estática.

½ = realizou a atividade com apenas uma parte do corpo (direito ou esquerdo) 1= não conseguiu realizar a atividade A tabela a seguir permite a observação geral dos resultados avaliados individualmente. Com a observação dos escores, foram obtidos os seguintes resultados: RESULTADOS As crianças estiveram divididas em três grupos, ao término de cada ciclo houve revezamento dos grupos para a realização das outras tarefas. O primeiro grupo realizou atividades voltadas a avaliação do domínio da motricidade fina, para isso foram feitas provas motoras, como: bolinha de papel, ponta do polegar e lançamento com uma bola. O segundo grupo, atividades voltadas a motricidade global: pé manco, saltar numa altura de 40 cm, saltar sobre o ar. Terceiro grupo, foi trabalhado o equilíbrio: equilíbrio de cócoras, equilíbrio com o tronco flexionado e fazer um quatro. A complexidade da tarefa a ser realizada aumentava de acordo com o aumento da idade. Veja a seguir: - Os valores entre 0 e 1 indicam a seguinte situação: 0 = não conseguiu realizar a atividade ALUNOS Motricidade Fina Motricidade Global Equilíbrio 1 1 1 1 2 1 1 1 3 1 1 1 4 1 1 1 5 1 1 1 6 1 1 1 7 1 1 1 8 1 1 1 9 1 1 1 10 1 1 1 11 1 1 1 12 1 1 1 13 1 1 1 14 1 1/2 1 15 1 1/2 1 16 1 1 1 17 1 1 1 18 1 1 1 19 1 1 1 20 1 1/2 1 Nos resultados das atividades, 100% dos alunos apresentaram uma destreza para executar atividades mais complexas, sendo estas no campo da motricidade fina e equilíbrio. No quesito motricidade global 20% dos alunos mostraram-se fora do contexto esperado na execução de atividades

com grandes movimentos voluntários corporais. Foi possível observar que, as atividades realizadas pela presente escola no campo do desenvolvimento infantil mostramse satisfatórias para a construção intelectual e psicossocial de cada criança atendida no processo educacional. Com isso, as crianças compreendem que o processo de aprendizado não está apenas ligado ao processo da aprendizagem de leitura e escrita, mas, a toda e qualquer atividade que os auxiliem em seu crescimento e desenvolvimento biopsicossocial. DISCUSSÕES Em seus estudos, Piaget menciona que a motricidade intervém a todos os níveis das funções cognitivas da percepção aos próprios esquemas. Todos os mecanismos cognitivos repousam na motricidade (cit. In Sérgio, 2000, pág. 95). As funções cognitivas e motoras são fundamentais para a realização de tarefas cotidianas. A dificuldade na realização de atividades motoras é definida como Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação (Developmental Coordination Disorder DCD) ou TDC. O seu diagnóstico é estabelecido quando não há histórico ou diagnóstico de distúrbio físico e neurológicos. A criança tende a apresentar dificuldade na realização de atividades cotidianas (adequadas a sua faixa etária) que necessitem empregar força motora. A motricidade infantil é interdependente de fatores intrínsecos e extrínsecos. O seu desenvolvimento é resultante de fatores biológicos, psicossociais e estímulos externos. A observação cotidiana e um bom acompanhamento são fatores decisivos para a garantia de que esse processo seja eficaz e não acarretem problemas futuros para a criança. Os pais, demais familiares, professores e os profissionais da saúde, em sua totalidade, são responsáveis por este processo matural que cerca cada indivíduo que compõe à sociedade. À inserção de indivíduos com dificuldades em seu desenvolvimento normativo em atividades traçadas por um plano sistemático que atendam suas necessidades primárias, podem ajudar na correção destes fatores que inviabilizam um desenvolvimento pertinente a faixa etária. Crianças que apresentam dificuldades motoras na primeira década de

vida, podem a vir desenvolver outros problemas de desenvolvimento, incluindo, distúrbios psíquicos. CONCLUSÃO O desenvolvimento motor infantil é interdependente de diversos fatores externos. As respostas motoras de cada indivíduo têm um caráter individual e específico, respostas estas que são resultados de sua interação com o mundo externo em seu processo de maturação. Embora cada criança possua suas especificidades, algumas atividades possuem um padrão de amadurecimento para o processo do crescimento infantil. Em detrimento de todos estes aspectos, o presente estudo foi concretizado no processo de análise da potência psicomotora de crianças da escola Municipal Neilza Gomes de Figueiredo no município de Parnamirim-RN. Com isso, foi verificada a capacidade que os alunos de 8 a 10 anos da presente escola têm para realizar atividades de Motricidade Fina, Motricidade Global e Equilíbrio cabíveis as suas faixas etárias. Ao final das avaliações foi possível verificar que em suma maioria, os alunos estavam com o desenvolvimento motricial no padrão considerado normal. Notavelmente as crianças eram estimuladas em seu cotidiano nas práticas recreativas escolares. Com o auxílio de um professor de educação recreativa, as crianças recebiam os estímulos necessários que compactuam com suas faixas etárias. Em tudo isso, percebemos a importância e a necessidade dos estímulos para a continuidade do desenvolvimento infantil e a participação de uma equipe que conheça e fomente um desenvolvimento adequado na educação desses indivíduos.

REFERÊNCIAS 1. ALVES, Fátima. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 38 ed. Rio de Janeiro: Wak Editora, 2007. 164 p. 2. ROSA NETO, Francisco. Manual de Avaliação Motora. Porto Alegre: Artmed, 2002. 3. COMPASSI, V. M. R. As brincadeiras de tempo livre das crianças de acampamento do movimento sem-terra com elementos de mediação das relações interpessoais: uma abordagem ecológica. 2002. f. Dissertação (Mestrado em Educação Física Ciências do Movimento Humano) Curso de Pós- Graduação em Ciências do Movimento Humano, Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis. 4. FONSECA, Vítor da. Manual de observação psicomotora: significação psiconeurológica dos fatores psicomotores. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. 5. Sérgio, M. (2000). Para uma Epistemologia da Motricidade Humana: Prolegómenos a uma Nova Ciência do Homem. 4ª. Ed. Lisboa: Compendium.