COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE CÁPSULAS

Documentos relacionados
INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Resultado de um relato de atividade de aluna do Curso de Graduação em Farmácia da UNIJUÍ 2

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE CÁPSULAS MANIPULADAS CONTENDO ATENOLOL

CONTROLE DE QUALIDADE DE CÁPSULAS DE CHÁ VERDE MANIPULADAS NO MUNICÍPIO DE FRANCISCO BELTRÃO (PR)

Padronização do tempo de homogeneização na produção de cápsulas magistrais

A diretoria do NUPLAM torna pública a realização de processo de seleção para candidatos a bolsista de apoio técnico nas áreas de:

Controle de qualidade 01 Físico-químico ou Engenharia Química Controle de qualidade Farmácia, Biologia ou Contratação imediata e 01

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE FARMÁCIA DEPARTAMENTO DE PRODUÇÃO E CONTROLE DE MEDICAMENTOS FAR 02

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE FARMÁCIA. Vanessa Meurer Benetti

Cursos de Graduação que podem concorrer. Contratação imediata e Engenharia de Alimentos físico-químico

INFLUÊNCIA DO PROCESSO DE MISTURA DE PÓS NA PREPARAÇÃO MAGISTRAL DE CÁPSULAS DE IBUPROFENO

EDITAL 04/ SELEÇÃO DE ESTAGIÁRIOS BOLSITAS PARA O NUPLAM

FARMACOTÉCNICA. Glauce Desmarais

RESOLUÇÃO-RE Nº 91, DE 16 DE MARÇO DE 2004.

CURSO: Farmácia PROFESSOR (A): Me. Erika Lizette S. UNIDADE CURRICULAR:

POR QUE A FARMA JÚNIOR?

ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE VITÓRIA - EMESCAM ANA CAROLLINA COUTO ALVES JHENIFFER SANTOS QUENUPES

Vigilância Sanitária ANVISA (Lei 9782, 1999)

HISTÓRIA DA FARMACOTÉCNICA grego phárn, que tanto pode significar veneno/remédio.. substância química conhecida e de estrutura química definida dotada

INFORMAÇÕES BÁSICAS Unidade curricular Farmacotécnica II Carga Horária Prática 36 Habilitação / Modalidade Bacharelado/ Educação presencial

TÍTULO: AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DOS EXCIPIENTES NO PERFIL DE DISSOLUÇÃO DE CÁPSULAS CONTENDO MALEATO DE ENALAPRIL

Unidade Universitária: C.C.B.S. Centro de Ciências e Biológicas e da Saúde DRT:

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico

Unidade Universitária: C.C.B.S. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

MANIPULAÇÃO MAGISTRAL ALOPÁTICA

Unidade Universitária:C.C.B.S. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

PRÓ-REITORIA DE GESTÃO DE PESSOAS INSTRUÇÕES ESPECÍFICAS QUE REGULAMENTAM O CONCURSO PÚBLICO PARA PROFESSOR DE ENSINO SUPERIOR

USO DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO NA AVALIAÇÃO DE CONFORMIDADE DE MEDICAMENTOS. Noh Ah Jeong

Bioequivalência e Equivalência Farmacêutica

PADRONIZAÇÃO DE EXCIPIENTES PARA CÁPSULAS gelatinosas

Unidade Universitária: C.C.B.S. Centro de Ciências Biológicas e da Saúde

CONTROLE DE QUALIDADE QUANTO À DETERMINAÇÃO DE PESO NAS CÁPSULAS MANIPULADAS EM FARMÁCIAS DA CIDADE DE MOGI GUAÇU, SP

CONTROLE DE QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICO DE COMPRIMIDOS DE DIPIRONA SÓDICA ADQUIRIDOS EM DROGARIAS DE SÃO LUIS DE MONTES BELOS (GO) 1

Edital de seleção de estagiários para a Farmácia Escola - Período

Qualidade de fitoterápicos para o registro sanitário. Ivan da Gama Teixeira Vice Presidente Anfarmag

AVALIAÇÃO DA EQUIVALÊNCIA FARMACÊUTICA DE COMPRIMIDOS DE NIMESULIDA PHARMACEUTICAL EQUIVALENCE EVALUATION IN NIMESULIDA TABLETS

USO DE FERRAMENTAS DE CONTROLE ESTATÍSTICO PARA O ENTENDIMENTO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO DE CÁPSULAS EM FARMÁCIAS MAGISTRAIS

Validação de processos em farmácia oncológica Marcos Coelho Soares

VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Faculdade Pitágoras Unidade Timbiras Curso: Farmácia. Prática de Tecnologia Farmacêutica I

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

COMPARAÇÃO DE FORMAS FARMACÊUTICAS PARA A NIMESULIDA Antonio Carlos; Adélio Junior; Mayko Fernandes; Reverton Siqueira; Rudney

CURSO: FARMÁCIA. INFORMAÇÕES BÁSICAS Unidade curricular Farmacotécnica I Carga Horária Prática 36 h

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE CI ÊNCIAS FARMACÊUTICAS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE Decanato Acadêmico

Revista Científica UMC

Requisitos para registro de medicamentos por bioisenção

Estudos de equivalência farmacêutica para registro de medicamentos genéricos no Brasil. Chin Yi Su Renato Kanda Maalouf

DESENVOLVIMENTO DE PASTILHAS COMO FORMA ALTERNATIVA DE SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA C PARA CRIANÇAS¹

Ministério da Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária RESOLUÇÃO DA DIRETORIA COLEGIADA - RDC Nº 58, DE 20 DE DEZEMBRO DE 2013.

1. PREPARO DE SOLUÇÕES E TITULAÇÃO

ESTUDO DA AVALIAÇÃO E RENDIMENTO DO PROCESSO DE MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS NA FORMA CÁPSULAS GELATINOSAS

Material desenvolvido de acordo com a RDC Nº 58, DE 10 DE OUTUBRO DE 2014.

Além disso, o Laboratório também trabalha com substâncias anti-hipertensivas, anticonvulsionantes e drogas contra o Mal de Parkinson, entre outras.

UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI

MANIPULAÇÃO DE MEDICAMENTOS VETERINÁRIOS DE USO ORAL

CONTROLE DE QUALIDADE DE CÁPSULAS DE PIROXICAM MANIPULADAS EM FARMÁCIAS DO MUNICÍPIO DE ERECHIM (RS)

Edital de seleção de estagiários para a Farmácia Escola - Edital 01/2017 -

AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DO MISTURADOR E TRITURADOR DESCARTÁVEL POWDERMIX EM RELAÇÃO AO PROCESSO CONVENCIONAL

Identificação UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL LCMEC - PA Data PROCEDIMENTO AUXILIAR Página COLETA DE AMOSTRA 01 de 07

Reconhecer as vidrarias volumétricas utilizadas no preparo de soluções;

EXPERIÊNCIA 04: DETERMINAÇÃO DA DENSIDADE DE LÍQUIDOS E SÓLIDOS

Preparação do extrato da Cannabis sativa por farmácias magistrais

26/03/2015 VALIDAÇÃO CONTROLE FÍSICO-QUÍMICO DA QUALIDADE RDC 899/2003. Por que validar? OBJETIVO DA VALIDAÇÃO:

ESTUDO DA UTILIZAÇÃO DE CONTROLE ESTATÍSTICO DE PROCESSO EM FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO: APLICAÇÃO EM PRODUÇÃO DE CÁPSULAS

Farmácia de Manipulação

Análise das cápsulas manipuladas segundo a RDC 67/2007 da ANVISA/ MS para a garantia da qualidade

Medicamentos sujeitos a controle especial. Jackson C. Rapkiewicz Farmacêutico Gerente do Centro de Informação sobre Medicamentos do CRF-PR

Estudo realizado durante a disciplina de Química Analítica, UNIJUÍ. 2

AULA 3. Soluções: preparo e diluição. Laboratório de Química QUI OBJETIVOS

Identificação UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL LCMEC - PA 025. Página COLETA DE AMOSTRA 01 de 07. Procedimento Para Coleta de Amostras

A manipulação farmacêutica tem crescido muito nos últimos anos em função da ampliação do mercado magistral em nosso país. Isto tem motivado um grande

RDC67/07 C.G

Parte I Visão Geral do Processo de Pesquisa 21. Capítulo 1 Introdução à Pesquisa em Atividade Física 23

Aulas Práticas de Farmacotécnica Especial. Segundo Semestre de Alterações de Cronogramas

Revista Científica UMC

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

DETERMINAÇÃO DO PESO MÉDIO E DOSEAMENTO DE MEDICAMENTOS DE REFERÊNCIA, GENÉRICOS E SIMILARES CONTENDO ÁCIDO ACETILSALICÍLICO (AAS)

CURSO DE FARMÁCIA Reconhecido pela Portaria MEC nº 220 de , DOU de PLANO DE CURSO

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE FARMACÊUTICOS MAGISTRAIS

LQFEx: arte e resgate histórico em publicação requintada

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DOS MEDICAMENTOS CONTENDO DICLOFENACO DE POTÁSSIO

Análise e validação do procedimento de manipulação de cápsulas por encapsulamento manual por nivelamento

DRT: Conceitos Procedimentos e Habilidades Atitudes e Valores

Fitoterapia. Atuação do Nutricionista em

Situação podem concorrer Farmácia, Biologia, Controle de qualidade. Contratação imediata e 01. Biomedicina ou Engenharia Microbiológico

Definição. RDC 17: 16 de abril de Validação de metodologia analítica

DETERMINAÇÃO DE SOLUBILIDADE DE FÁRMACOS NA OBTENÇÃO DE REGISTROS DE MEDICAMENTO GENÉRICO

Soluções, concentrações e diluições

FORMAS FARMACÊUTICAS. Apresentação da fórmula farmacêutica.

A Farmácia Magistral no contexto da saúde

ALTERNATIVA PARA DESINFECÇÃO E RECICLAGEM DE SACOS PLÁSTICOS UTILIZADOS PARA O ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE (RSSS)

Estudo do impacto da formulação no delineamento e resultado do processo de manipulação de cápsulas gelatinosas

INSTRUÇÕES. O tempo disponível para a realização das duas provas e o preenchimento da Folha de Respostas é de 5 (cinco) horas no total.

Introdução à Bioestatística Turma Nutrição

UTILIZAÇÃO DE FERRAMENTAS DE ANÁLISE E CONTROLE DE PROCESSO NO DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO DE CÁPSULAS EM FARMÁCIAS DE MANIPULAÇÃO

Echinacea Ext. Seco 4%

Transcrição:

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE CÁPSULAS FRANCISCO, Amanda.O. 1 ; MOREIRA, Paula.T.D 1 ; FERRARINI, Marcio 2 ; FARIA, Luciane G. 2 1 Estudante do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo, São Paulo, SP. amanda.ofrancisco@gmail.com 2 Docente do Curso de Farmácia do Centro Universitário São Camilo. Palavras-Chave: ENCAPSULAMENTO. MÉTODO VOLUMÉTRICO. MÉTODO PONDERAL. INTRODUÇÃO Ao longo dos anos as Farmácias Magistrais assumiram um papel determinante na sociedade brasileira, já que proporcionam acesso a fórmulas oficinais e personalizadas a fim de cumprir esquemas terapêuticos. Em 2010 verificou-se que existem aproximadamente 5.800 farmácias magistrais no Brasil e 17.000 farmacêuticos trabalhando nestes estabelecimentos, o que garante ao segmento magistral, como sendo um dos maiores empregadores de farmacêuticos no país (ANFARMAG, 2010). Devido a esse crescimento, em 1990 estabeleceram-se recomendações para os produtos farmacêuticos manipulados (ALLEN, ANSEL & POPOVICH, 2007). Segundo Ferreira (2002), no processo de manipulação de cápsulas em Farmácias Magistrais as operações unitárias envolvidas são: pesagem dos componentes, tamisação dos pós, enchimento das cápsulas, limpeza externa, acondicionamento e rotulagem. O objetivo da operação de mistura de pós é criar um produto com distribuição homogênea dos constituintes da formulação, o que é essencial para obtenção de doses uniformes em diversas formas farmacêuticas. Vários métodos são descritos em livros de farmácia como métodos de mistura na manipulação de medicamentos (THOMPSON, 2006). O ácido acetilsalicílico (AAS) é um fármaco pertencente ao grupo dos anti-inflamatórios não esteroides, mas que também é classificado e utilizado como antipirético, analgésico e também como antiplaquetário, tem como mecanismo de ação a via do processo inflamatório, inibindo de maneira não seletiva a ação da enzima cicloxigenase (COX) a fim de reduzir a formação dos precursores de prostaglandinas e dos tromboxanos a partir do ácido araquidônico (HOEFLER, 2004). OBJETIVO Este trabalho tem como objetivo avaliar especificamente, a variação de peso de capsulas após diferentes métodos de preparação do pó: método ponderal (pela capacidade em termos do peso) e volumétrico (pela capacidade em termos de volume da cápsula) os quais serão descritos posteriormente. METODOLOGIA O presente estudo foi realizado na farmácia escola do Centro Universitário São Camilo. Foram escolhidos os dois métodos de mistura de pós, os manipuladores e o princípio ativo, e fez-se os testes durante 15 dias, no mês Março de 2014. Cada manipulador efetuou cada método em triplicata. Determinação da Densidade: Primeiramente, conferiu-se o lote, a validade, o fator de pureza e o fator de equivalência da matéria- prima e excipiente. Tarou-se a balança com a proveta vazia e, em seguida, encheu-a com a matéria prima. Elevou-se a proveta e deixou-a bater na bancada. Observou-se o volume obtido. Anotou-se o peso correspondente ao volume e calculou-se a

densidade através da fórmula; d c = m c.v c Onde, dc= densidade do componente (g/ml), m c = massa do componente (g) e v c = volume do componente (ml). Manipulação de cápsulas pelo método Ponderal: Pesou-se a quantidade de matéria- prima (AAS) necessária para a produção de cápsulas exigidas e concentração do ativo e transferiu-o para um gral de porcelana. Escolheu-se o tamanho da cápsula. Através da determinação de densidade descrita acima, determinou-se a massa de excipiente que deveria ser utilizada para completar todas as cápsulas. Pesou-se o excipiente e transferiu-o para o gral. Iniciou-se procedimento de encapsulamento com encapsuladores manuais. Determinou-se o peso médio. Manipulação de cápsulas pelo método Volumétrico: Pesou-se a quantidade de matériaprima (AAS) necessária para a produção de cápsulas exigidas e concentração do ativo em proveta graduada. Elevou-se a proveta e deixou-a bater na bancada. Observou-se o volume obtido. Escolheuse o tamanho da cápsula. Na proveta, completou-se até o volume final com o volume necessário para completar todas as cápsulas com excipiente. Anotou-se o peso. Iniciou-se procedimento de encapsulamento com encapsuladores manuais. Determinou-se o peso médio. RESULTADOS E DISCUSSÃO De acordo com o que foi descrito na metodologia, obtiveram-se os valores de 0,7303 g/ml de densidade para o Ácido Acetilsalicílico e de 0,6075 g/ml para o excipiente. Analisou-se estatisticamente o peso médio das cápsulas, via Teste F, de modo a verificar diferenças estatísticas entre os manipuladores e os métodos utilizados. Os dados podem ser verificados nos Gráficos 1, 2, 3 e 4. Gráfico 1: Comparação de dados pelo método volumétrico. Comparação entre o Peso médio de 10 cápsulas preparadas pelo método volumétrico por dois manipuladores ilustradas por carta controle. (Média 784.83 ± 8.34 e 801.41 ± 7.64, manipulador 1 e 2, respectivamente).

Gráfico 2: Comparação de dados pelo método de densidade.comparação entre o Peso médio de 10 cápsulas preparadas pelo método de densidade por dois manipuladores ilustradas por carta controle. (Média 765.86 ± 5.16 e 783.47 ± 5.47, manipulador 1 e 2, respectivamente). Gráfico 3: Comparação de dados obtidos pelo manipulador 1 pelos diferentes métodos. Comparação entre o Peso médio de 10 cápsulas preparadas pelo manipulador 1 pelos métodos de densidade e volumétrico, ilustradas por carta controle. (Média 765.86± 5.16 e 784.83± 8.34, por densidade e volumétrico, respectivamente). Gráfico 4: Comparação de dados obtidos pelo manipulador 2 pelos diferentes métodos. Comparação entre o Peso médio de 10 cápsulas preparadas pelo manipulador 1 pelos métodos de densidade e volumétrico, ilustradas por carta controle. (Média 783.47± 5.47 e 801.41± 7,64, por densidade e volumétrico, respectivamente).

Os dados foram obtidos após aplicação do Teste T com nível de significância adotado sendo α=0,05. De modo geral, pode-se verificar que não houve diferença significativa em nenhuma das comparações. Mais especificamente, analisando-se o Gráfico 1.0 verifica-se que o coeficiente de variação foi maior quando o método volumétrico foi realizado pelo manipulador 1 em comparação com o manipulador 2. No entanto, a diferença apresentada não foi significativa, de modo que não há variações consideráveis entre o peso médio das cápsulas em relação ao manipulador nesta metodologia. Analisando-se o Gráfico 2.0 verifica-se que, de modo geral, o coeficiente de variação foi maior quando o método de densidade foi realizado pelo manipulador 2 em comparação com o manipulador 1. No entanto, a diferença apresentada também não foi significativa, de modo que não há variações consideráveis entre o peso médio das cápsulas em relação ao manipulador nesta metodologia. Ainda, quando se compara o peso médio das cápsulas nos diferentes métodos por manipulador, observa-se que o método volumétrico gerou cápsulas mais pesadas que o método por densidade, independentemente dos manipuladores enquanto que o método por densidade gerou cápsulas mais leves. Isso nos leva a crer que esta metodologia tende a gerar cápsulas com maior peso médio. Por outro lado, observa-se que o método por densidade gerou cápsulas mais leves que o método volumétrico, levando-nos a crer que este método gera cápsulas com menos peso médio. Contudo, vale ressaltar que independentemente da variação entre o peso médio das cápsulas, as diferenças encontradas não foram significativas, de modo que mesmo que as cápsulas geradas apresentem pesos médios diferentes, todas as cápsulas estão dentro dos limites de controle de qualidade. Para comprovar a hipótese, realizou-se, adicionalmente, o Teste T: duas amostras presumindo variâncias equivalentes. Constatou-se que o valor encontrado era superior ao t-crítico uni-caudal, levando a não rejeição da hipótese. Em outras palavras, mesmo que eu verifique variações no peso médio das cápsulas nos diferentes métodos pelos manipuladores, essas diferenças realmente não são significativas. Uma possível justificativa para esses dados são o fato de o número de manipuladores e de realização de cada método ter sido limitado. Havia dois manipuladores diferentes que realizaram uma vez cada metodologia, o que pode ter refletido no resultado obtido. Sendo assim, a confirmação destes dados requer mais estudos experimentais para que se comprove esta hipótese. Em resumo, os dados obtidos evidenciam que diferentes métodos de preparo de cápsulas são igualmente eficazes, independente de quem os manipula. Estes dados trarão contribuições importantes para a comunidade científica à medida que visam à produção de cápsulas com qualidade. Ainda, os dados aqui descritos não são suficientes para garantir a igual eficácia dos dois procedimentos por manipuladores diferentes. Seriam interessantes mais estudos para realizar uma análise mais profunda sobre o assunto. Tudo isto, somado a outras evidências experimentais, fundamentará nossas discussões sobre farmacotécnica e aprimoramento de técnicas farmacêuticas além de servir para uma reflexão a respeito dos métodos de enchimento de cápsulas utilizados na rotina das Farmácias Magistrais. CONCLUSÃO Este estudo tratou da avaliação dos diferentes métodos de encapsulamento de AAS por diferentes manipuladores. Sendo assim, pôde-se concluir que: Independentemente de as cápsulas serem preparadas pelo método de densidade ou volumétrico, não há diferença significativa no peso médio das cápsulas produzidas; Independentemente de os métodos serem executados por manipuladores diferentes, não há diferença significativa no peso médio das cápsulas produzidas. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA). Farmacopéia Brasileira. 5 ed. Brasília, 2010.

ALLEN JUNIOR, L. V; ANSEL, H. C; POPOVICH, N.G. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 8 ed. Porto Alegre: Artmed, 2007. ANFARMAG. Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais. Histórico. 17 fevereiro, 2010. Disponível em: <http://www.anfarmag.org.br/integra.php?codcategoria_menu=9&codcategoria=19>. Acesso em: 14 abr. 2014. FERREIRA, A de O. Guia Prático da Farmácia Magistral. 2.ed. São Paulo: Pharmabooks, 2002. HOEFLER, R. Ácido Acetilsalicílico como antiagregante plaquetário: qual a conduta ideal?. Pharmacia Brasileira Julho/Agosto 2004. PETROVICK, P. R. Tecnologia Farmacêutica IF 2009/1: poligrafo de acompanhamento. Porto Alegre: UFRGS, 2009. THOMPSON, J. E. A Prática Farmacêutica na Manipulação de Medicamentos. Porto Alegre: Artmed, 2006.