Entrevista com PMH Produtos Médico Hospitalares. José Augusto M. Cordeiro. Presidente del C. de A.

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Transcrição:

Entrevista com PMH Produtos Médico Hospitalares José Augusto M. Cordeiro Presidente del C. de A. www.pmh.pt Com quality media press para LA VANGUARDIA Esta transcrição reproduz fiel e integralmente a entrevista. As respostas que aqui figuram em linguagem coloquial não serão editadas como tal na nossa reportagem. Elas serão alvo de uma revisão gramatical, sintáctica e ortográfica. Certas frases serão extraídas e inseridas sob a forma de citações no seio do artigo dedicado à vossa empresa, instituição ou sector de actividade. Primeiro gostaríamos de lhe colocar algumas perguntas enquanto Presidente da PMH e depois entrar mais em detalhe noutros pontos. Se nos esquecermos de referir alguns, por favor lembre-nos no final da entrevista. Quality Media Press Fale-nos um pouco do historial da empresa. R. PMH começou como uma empresa comercial, a distribuir na altura luvas cirúrgicas fabricadas em Espanha por uma empresa chamada Prolax. Evoluímos de uma forma rápida. A empresa era pequena, apenas eu e uma secretária. Eu vendia, distribuía, pagava, enfim fazia de tudo. Fomos crescendo e ganhando dimensão. Em 1993 já com alguns resultados visíveis, na moeda antiga tínhamos cerca de 100 mil contos de lucros acumulados e resolvi fazer a fabrica. Começamos por fazer sistemas de soros, comprando todas as peças em Itália e apenas montávamos e esterilizávamos aqui. Fomos tendo algum sucesso, os produtos tinham qualidade, evoluímos. A partir de 1999 resolvemos investir com resultados disponíveis no alargamento da fábrica e começamos a fazer o nosso próprio 1

sistema de soros. Sempre com a mesma filosofia, cada vez com mais segurança e com menos riscos para o ambiente. Começamos também a automatizar o mais possível. Os investimentos foram sempre provenientes de capitais próprios. Em 1999 já fazíamos alguma exportação mas muito pouco. No ano de 2000 atingimos a capacidade máxima da fábrica em Samora Correia e surge a possibilidade desta empresa. Aqui já existia uma fábrica deste sector (de um concorrente nosso) onde inicialmente alugamos um espaço e em 2001 acabamos por comprar as instalações. Q. Qual o volume de facturação da empresa? R. Temos um volume de facturação de 17 milhões de euros. Este ano esperamos atingir os 20 milhões de euros. Q. Quando começou o mercado internacional? R. Começamos o mercado internacional em 1995, muito timidamente com a situação de França. A PMH participava no capital da empresa francesa que foi criada de raiz. O mercado francês é muito conservador e de muito difícil introdução. A nossa aposta foi exactamente essa, começar por um mercado que seja mais difícil de entrar. Iniciamos com algum sucesso, mas com poucos clientes a confiar numa empresa portuguesa. Demos passos progressivos com a qualidade com a criação e neste momento somos líderes em França. 2

Em Espanha começamos um anos depois com um distribuidor e depois acabamos por adquirir 67% do capital dessa empresa que é a nossa distribuidora. Em 1999 começamos com a Irlanda, em 2003 com a Bélgica. Nós não nos lançamos na Europa global temos vindo a crescer país a país gradualmente e sem conflitos para ir conquistando o mercado. Q. A experiência no mercado espanhol é diferente dos outros mercados? R. O mercado espanhol e o mercado português em termos de concepção são muito parecidos. É um mercado em que o preço é fundamental. Não somos lideres em Espanha, mas temos uma boa quota de mercado, somos a segunda maior empresa em Espanha. A grande diferença do mercado espanhol em relação ao português é a sua dimensão. Ao contrário de França em Espanha não sentimos qualquer tipo de rejeição. Q. Acha que o mercado espanhol é muito proteccionista? R. Nós não sentimos isso. Primeiro porque apresentamos um produto tecnicamente diferente do que existe embora para o mesmo fim mas que é fabricado em Espanha. Como nós prestamos um bom serviço e não sentimos qualquer tipo de restrição. Q. Neste sector o mercado ibérico é uma realidade? 3

R. Sim, nós em qualquer desenvolvimento de um produto não pensamos no mercado português mas sim no mercado europeu, onde Espanha está incluída e que faz parte da filosofia da empresa. O grande passo para fazer bons produtos é saber o que cada cliente necessita. Q. Qual a importância do sector de desenvolvimento de novos produtos na empresa? R. Nós neste momento temos dois constrangimentos. Um são os chineses com um preço muito baixo e que infelizmente para nós sem qualidade. Nós investimos em produtos de qualidade muito superior com um preço moderado. A ideia que vendemos é a qualidade de um produto e a sua segurança. Na filosofia da empresa inclui produtos de boa qualidade com segurança e que podemos confiar, tem as melhores matériasprimas e por fim com um preço médio. O mais importante é fornecer atempadamente, ter um produto com qualidade e o cliente tem que entender que o nosso produto é mais caro porque nós fazemos mais e melhor. Q. Quais os objectivos para os próximos 5 anos? R. Neste momento estamos numa crise económica, a empresa tem os seus pontos fortes e os seus pontos fracos. O problema actual da empresa é que somos uma media empresa mas que não tem a dimensão necessária ainda para suportar algumas agressões de multinacionais. A dimensão para termos uma empresa estável seria com 1000 trabalhadores em vez dos 400 que temos actualmente, e ter três vezes mais de facturação do que a actual. Neste momento estamos numa fase 4

de crescimento como temos vindo até aqui, vamos devagar mas sustentado. Este ano vamos investir novamente na fábrica. Já temos 2 robots encomendados para começarem a trabalhar em Fevereiro do próximo ano está previsto mais um esterilizador e são admitidas mais 70 ou 80 pessoas ainda este ano. Para 2010 pretendemos tem 600 empregados e o dobro da facturação. Vamos continuar a desenvolver outros produtos para alargar a gama e para que a empresa não fique fragilizada com uma linha de produtos. Imaginemos que se descobre uma inovação que não é necessário administrar mais soros aos doentes, seria um problema para a empresa. Neste momento estamos a diversificar para termos outros produtos para que a empresa se possa manter até se adaptar a uma nova realidade. A ideia da empresa foi sempre efectuar um mix de tal forma a que exista estabilidade para dentro da empresa e para fora da empresa. Em 2015 gostaria já de estar com 1000 empregados. Ainda não estamos no mercado americano porque as quantidades podem ser muito grandes e depois não podemos entrega-las. Penso que a empresa com a postura que tem tido vai ser uma empresa que se vai enfrentar as multinacionais. Q. Existe alguma mensagem que gostaria de deixar para os nossos leitores? R. Acho que os governos europeus estão a esquecer-se de alguns pontos importantes, nomeadamente o apoio as empresas que sejam nacionais. Os governos tentaram apoiar multinacionais que se viessem cá instalar e esquecem as 5

nacionais. Uma multinacional tem uma filosofia completamente diferente de uma empresa nacional. Tanto o governo português como o espanhol durante um largo período apoiavam a internacionalização. Portugal está a passar por uma crise e um dos motivos é exactamente devido ao apoio que se deu a empresas que vieram para Portugal e não a empresas nacionais. São as empresas nacionais que mais podem contribuir para gerar empresa no país. Este ano vamos atingir 62% de facturação proveniente de exportação, a parte fabril vai atingir os 90%. 6