ATUAÇÃO DOS SISTEMAS ATMOSFÉRICOS NO ESPAÇO URBANO DE CATALÃO (GO) EM DEZEMBRO DE 2015

Documentos relacionados
ANÁLISE PRELIMINAR DA GÊNESE DAS CHUVAS NO ESPAÇO URBANO DE CATALÃO (GO)

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

21 Novembro de Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

INFLUÊNCIA DE ANO DE LA NINÃ (1996), EL NINÕ (1997) EM COMPARAÇÃO COM A PRECIPITAÇÃO NA MUDANÇA DE PRESSÃO ATMOSFÉRICA NO MUNICIPIO DE TERESINA PIAUÍ

Dezembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Novembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

SÍNTESE SINÓTICA FEVEREIRO DE Dr. Gustavo Carlos Juan Escobar Grupo de Previsão de Tempo CPTEC/INPE

SÍNTESE SINÓTICA DEZEMBRO DE Dr. Gustavo Carlos Juan Escobar Grupo de Previsão de Tempo CPTEC/INPE

Dezembro de 2012 Sumário

Abril de 2011 Sumário

Dezembro de 2012 Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

AS ESTIAGENS NO OESTE DE SANTA CATARINA ENTRE

Abril de 2011 Sumário

19 Novembro de Sumário

PROGNÓSTICO CLIMÁTICO DE VERÃO. Características do Verão

Dezembro de 2012 Sumário

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL NOVEMBRO DE 2012

Gênese e dinâmica climática no estado do Tocantins: variações no eixo Posse (GO) Peixe (TO)

Abril de 2011 Sumário

Abril de 2011 Sumário

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA INMET 5º DISME BELO HORIZONTE

Dezembro de 2012 Sumário

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Laboratório de física da terra e do universo

BOLETIM PROJETO CHUVA - 22 DE JUNHO DE 2011

PREVISÃO CLIMÁTICA TRIMESTRAL

Balanço das chuvas anômalas sobre estados de MG, RJ e ES no início da estação chuvosa 2011/2012

ESTUDO DE VARIABILIDADE DAS PRECIPITAÇÕES EM RELAÇÃO COM O EL NIÑO OSCILAÇÃO SUL (ENOS) EM ERECHIM/RS, BRASIL.

Gênese e a dinâmica climática no Estado do Tocantins: variações no eixo Alto Parnaíba (MA) Pedro Afonso (TO) Conceição do Araguaia (PA)

Novembro de 2012 Sumário

Zona de Convergência de Umidade (ZCOU) provocou chuvas intensas e impactos significativos em grande parte do Estado do Espírito Santo

EFEITOS DE FRENTES FRIAS NO COMPORTAMENTO CLIMÁTICO DO MUNICÍPIO DE VITÓRIA (ES)

Dezembro de 2012 Sumário

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL OUTUBRO DE 2012

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Recursos hídricos. Especificidade do clima português

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Avaliação da seca de 2013 a 2015

SÍNTESE SINÓTICA MENSAL MAIO DE 2010

Dezembro de 2012 Sumário

INFORMATIVO CLIMÁTICO

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

Boletim do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo Dezembro de 2018

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

ÍNDICE DE ANOMALIA DE CHUVA APLICADO EM IMPERATRIZ MA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO-UEMA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS - CCA NÚCLEO GEOAMBIENTAL - NUGEO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

1) Análise Sinótica e ambiente pré-convectivo

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Gênese e a dinâmica climática no Estado do Tocantins: uma abordagem preliminar comparativa entre Porto Nacional e Araguaína

CONDIÇÕES CLIMÁTICAS OBSERVADAS NO BRASIL EM 2009

Acumulado significativo no Acre ultrapassa média mensal

INFORMATIVO CLIMÁTICO

CARACTERÍSTICAS DA PRECIPITAÇÃO SOBRE O BRASIL NO VERÃO E OUTONO DE 1998.

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INSTITUTO NACIONAL DE METEOROLOGIA INMET 5º DISME BELO HORIZONTE. BOLETIM AGROMETEOROLÓGICO DECENDIAL PARA MINAS GERAIS, 11 a 20 de Março de 2011

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Boletim do Vale do Paraíba e Litoral Norte de São Paulo Outubro de 2018

INFORMATIVO CLIMÁTICO

20 Novembro de Sumário

DOIS EVENTOS EXTREMOS DE CHUVA NA REGIÃO DA SERRA DO MAR. Serafim Barbosa Sousa Junior 1 Prakki Satyamurty 2

INFORMATIVO CLIMÁTICO

BOLETIM DE INFORMAÇÕES CLIMÁTICAS

CLIMAS DO BRASIL PROF. MSC. JOÃO PAULO NARDIN TAVARES

Geografia. Climas Do Brasil. Professor Luciano Teixeira.

Fatores climáticos altitude. Inversão de proporcionalidade em relação à temperatura

BOLETIM DIÁRIO DO TEMPO

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

GÊNESE E DINÂMICA CLIMÁTICA NO EXTREMO NORTE DO ESTADO DO TOCANTINS: UM ESTUDO COM BASE NA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA DE MARABÁ (PA)

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

INFORMATIVO CLIMÁTICO

SUPORTE METEOROLÓGICO DE SUPERFÍCIE PARA O MONITORAMENTO DE PRECIPITAÇÃO NA AMAZÔNIA.

INFORMATIVO CLIMÁTICO

Onda frontal associada a instensa massa de ar frio causa temporais e derruba a temperatura no centro-sul do continente Sulamericano

Transcrição:

ATUAÇÃO DOS SISTEMAS ATMOSFÉRICOS NO ESPAÇO URBANO DE CATALÃO (GO) EM DEZEMBRO DE 2015 AYR CARVALHO COSTA¹ THIAGO PATROCÍNIO DA SILVA² LEONARDO FERREIRA PRADO 3 RAFAEL DE ÁVILA RODRIGUES 4 RESUMO O atual estudo realiza um enfoque das chuvas no espaço urbano de Catalão-GO e objetivase quanto a identificação dos sistemas atmosféricos atuantes no referido município compreendido entre os dias 20 a 23 de Dezembro de 2015, associados a altura pluviométrica em diferentes pontos da cidade. Os dados apresentados foram coletados através de uma rede de pluviômetros, modelo Ville de Paris, instalados em dez pontos estratégicos da cidade, a 1,5m do solo. Concluiu-se que a formação das chuvas no período analisado resultou da dinâmica frontal (Frente Polar acompanhada das Linhas de Instabilidade Tropical), sendo que a Frente Fria é formada pelo encontro da Massa Polar Atlântica com a Massa Tropical Atlântica e da Zona de Convergência de Umidade (ZCOU). Palavras-Chave: Catalão, Sistemas Atmosféricos, Rede Pluviométrica, Análise Sinótica, Massas de Ar. ABSTRACT The present study conducts a focus of rainfall in the urban space of Catalão-GO and objective is as the identification of active weather systems in the municipality between days 20-23 and December 13, 2015, associated with rainfall time different points of the city. The data presented were collected through a network of rain gauges, Ville model Paris, installed in ten strategic points of the city, 1.5 m from the ground. It was concluded that the formation of rain in the analyzed period resulted from frontal dynamics (Polar Front accompanied by Instability Lines Tropical), and the cold front is formed by the meeting of the Atlantic Polar Mass with the Atlantic Tropical Mass and Convergence Zone humidity (ZCOU). Key-words: Catalão, Atmospheric Systems, Rain gauge network, Synoptic Analysis, Air Masses. 1 - Introdução Segundo Tucci (1993) a precipitação é o elemento atmosférico de maior variabilidade (desvios anuais). A unidade de medição habitual é o milímetro de chuva, definido como a quantidade de precipitação correspondente ao volume de 1 litro por metro quadrado de superfície, ou seja, a quantidade de chuva que cai durante determinado tempo é indicada como a profundidade de água que se produziria numa vasta superfície lisa impermeável e plana. Nimer (1989) comenta que a região Centro-Oeste do Brasil tem clima caracterizado por invernos secos e verões chuvosos. O tempo seco no meio do ano (inverno) tem sua origem na estabilidade gerada pela influência do anticiclone subtropical do Atlântico Sul e de 1175

pequenas dorsais que se formam sobre a parte continental sul americana. O período de chuva está associado ao deslocamento para sul da Zona de Convergência Intertropical. Sobre a porção central da América do Sul a CIT (Convergência Intertropical) avança mais para sul do que nas regiões costeiras gerando instabilidade em todo o Brasil central nos meses de verão. A precipitação é a variável meteorológica que influencia diretamente no balaço hídrico de uma região, podendo-se por meio dela determinar o excesso ou escassez de chuvas de uma determinada região, sendo essencial na constituição do clima de uma determinada região, agindo principalmente sobre o balanço de água no solo, na temperatura e umidade do ar. (Silva et al., 2003). Vários autores relacionam as chuvas à dinâmica do ambiente, considerando a mesma como fundamental nas trocas de energia dentro do sistema (SANTOS, 1993; NETO e BAPTISTA, 1995; BOIN, 2000). Para Vianello (1986) as condições gerais do tempo meteorológico atuante em uma região estão relacionadas aos mecanismos da escala global da atmosfera. Daí qualquer tentativa de entendimento da dinâmica atmosférica sobre uma área deve iniciar-se com uma visão mais ampla. Na região Centro Oeste, o clima é classificado como tropical, apresentando duas estações bem definidas, menos pelas temperaturas, mas principalmente pelo regime de chuvas. O verão quente e chuvoso estende-se de outubro ou novembro até março ou abril, conforme a latitude, e é controlado pelas massas tropicais, bastante instáveis na primavera e no verão. (SANT ANNA NETO; NERY, 2005). Rodrigues & Castro (2008) por meio de uma rede de pluviômetros instalados na área urbana de Araguari (MG) observaram que a estrutura espacial das chuvas é condicionada pelo deslocamento dos sistemas atmosféricos: a Frente Polar e as Linhas de Instabilidade Tropical, as quais no decorrer dos meses possuem diferentes direções de deslocamento e conduziam à distribuição diferenciada das chuvas nos diferentes pluviômetros. Aparentemente, como o eixo frontal descreve uma faixa de direção NW-SE e seu avanço se dá para NE, com flexões, e que os bairros com maiores alturas de chuva estão a NW-N-NE da cidade. O clima é considerado um fenômeno dinâmico, dessa forma somente o conhecimento dos fatores geográficos ou estáticos não é suficiente para a sua compreensão. Devemos levar em consideração fatores dinâmicos (mecanismos atmosféricos) para que possamos analisar e compreender o clima com propriedade. Os fatores climáticos estáticos agem sobre o clima de determinada região em interação com os sistemas regionais de circulação atmosférica (NIMER, 1979). 1176

Diante do que foi exibido, o presente artigo, tem como objetivo a verificação de uma análise dos sistemas atmosféricos atuantes na região, em especial, no espaço urbano de Catalão, correspondente ao período entre os dias 20 a 23 de dezembro de 2015. 2. Material e Métodos Com finalidade da realização do recorte espacial, para que se atenda a demanda da pesquisa, a área denominada como Área de Estudo é o Município de Catalão, localizado no Estado de Goiás. 2.1. Área de Estudo Catalão é um município brasileiro do estado de Goiás. Localiza-se à latitude 18 9' 57" sul e à longitude 47 56' 47" oeste e à altitude de 835 metros. Sua população segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) 2015, é de 98. 737 habitantes conforme mostra a Figura 01. Figura 01- Localização geográfica da área de estudo e recorte do município de Catalão (GO) A precipitação é uma variável que proporciona uma grande variabilidade temporal, sobretudo na escala de tempo interanual. A Figura 2 ilustra a distribuição dos totais mensais de chuva no município de Catalão, no período de 1961-1990 de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Na figura pôde-se observar que as menores ocorrências de chuvas no município foram registradas nos meses de junho e julho, historicamente, com apenas 10,0 e 10,3mm, respectivamente, o que caracteriza os períodos de estiagem crítica para a região, ao passo que os maiores valores registrados ocorreram em dezembro com 1177

total de 283,5mm, caracterizando o período de chuvas da região o que ressalta uma alta variabilidade que pode ser observada nesses períodos secos e chuvosos. Destaca-se para precipitação anual de 1484,8mm. Mais detalhes sobre a caracterização climática na região Sudeste de Goiás podem ser encontrados em Rodrigues et al. (2009 e 2012). Figura 02 - Precipitação Pluviométrica em Catalão (GO) de 1961-1990 Fonte - INMET Normais Climatológicas 1961-1990. 2.2. Coleta de Dados O processo para a coleta de dados referente ao presente artigo foi dividido em duas etapas: 2.2.1 Primeira Etapa - verificação dos sistemas atmosféricos atuantes sobre a região em questão, por meio das cartas sinóticas coletadas no site do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC). Como complemento da análise da dinâmica climática da área de estudo, serão coletadas diariamente cartas sinóticas (Figura 03) do CPTEC/INPE, via Internet, as quais serão analisadas e relacionadas com os dados de superfície coletados pela rede pluviométrica, por meio da seleção de episódio pluvial durante a estação chuvosa. 1178

Figura 03: Carta Sinótica 19/01/2016 Fonte: http://previsaonumerica.cptec.inpe.br/ 3 Resultados e Discussão 3.1. Sucessão de tipos de tempo na cidade de Catalão (GO) A pesquisa baseou-se na análise e interpretação de registros de chuvas durante 4 dias (20/12/2015 a 23/12/2015) por meio da correlação com as cartas sinóticas divulgadas no site do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE, 2015), buscando assim compreender quais os sistemas atmosféricos estavam diretamente relacionados com a caracterização dos tipos de tempo no município de Catalão entre os respectivos dias, conforme mostram as Figuras 05 a 07. Na análise da carta sinótica de superfície da 00Z do dia 20/12 observa-se uma frente fria sobre o Oceano Atlântico a leste de SC, que prossegue até um centro de baixa pressão com valor de 992 hpa, localizado em torno de 45 S/36 W. O anticiclone associado a este sistema encontra-se pouco configurado com valor de 1016 hpa centrado em torno de 35 S/56 W. No Oceano Pacífico, observam-se sistemas frontais acoplados ao sul de 30 S estendendo-se até o sul da América do Sul e Oceano Atlântico sudeste. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) apresenta valor de 1020 hpa, centrada a em torno de 30 S/100 W. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) com valor de 1024 hpa, encontra-se a leste de 1179

20 W (fora do domínio desta figura). A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila entre 02 N e 03 N sobre o Oceano Pacífico e entre 02 N e 05 N no Oceano Atlântico. (CPTEC, 2015). Figura 5 Cartas Sinóticas do dia 20/12/2015 e 21/12/2015 Fonte: CPTEC/INPE, Dezembro, 2015 Figura 6 Cartas Sinóticas do dia 22/12/2015 e 23/12/2015 Fonte: CPTEC/INPE, Dezembro, 2015 1180

Figura 07 Gráfico de Análise Rítmica para o período de 20 a 23 da dezembro de 2015 Legenda das cartas sinóticas 1181

Na análise da carta sinótica de superfície da 00Z do dia 21/12, observa-se um sistema frontal estacionário com ciclone em estágio de oclusão sobre o oceano Atlântico com valor de 992 hpa localizado em torno de 47 S/29 W. O anticiclone associado a este sistema tem valor de 1020 hpa centrado em torno de 36 S/41 W. No Oceano Pacífico, observa-se um sistema frontal, associado a uma baixa pressão relativa no valor de 1008 hpa posicionada em 43 S/78 W. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) apresenta valor de 1024 hpa e está posicionada a oeste de 90 W (fora do domínio desta figura). A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) com valor de 1020 hpa, encontra-se a leste de 30 W (fora do domínio desta figura). A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila entre 01 N e 04 N sobre o Oceano Pacífico e entre 01 N e 06 N no Oceano Atlântico. (CPTEC, 2015). Na análise da carta sinótica de superfície da 00Z do dia 22/12, observamse a atuação de cavados invertidos: um sobre o Uruguai e RS; e outro do Atlântico ao leste de SP. Também há um cavado nas proximidades da Península de Valdés na Argentina. Notase uma frente fria no nordeste da Província de Santa Cruz, com área de baixa pressão relativa associada e localizada nas proximidades à noroeste das Ilhas Malvinas. Um frente atua no Pacífico sudeste. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) apresenta valor de 1020 hpa à oeste de 87 W. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) apresenta valor de 1024 hpa, localizada em torno de 37 S/34 W. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 5 N e 8 N sobre o Oceano Pacífico e entre 03 N e 06 N no Oceano Atlântico. (CPTEC, 2015). Na análise da carta sinótica de superfície da 00Z do dia 23/12 observa-se observa-se um cavado invertido estendido de SP ao oceano. Um sistema frontal é observado no Atlântico Sul, com baixa pressão relativa de 996 hpa centrada em 50 S/53 W. No Pacífico nota-se uma frente fria associada a uma baixa pressão relativa de 1012 hpa, no sul do Chile. Observam-se também cavados ao sul de 40 S, no continente. A Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) apresenta valor de 1020 hpa em 39 S/92 W. A Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) apresenta valor de 1028 hpa, localizada em torno de 37 S/27 W. A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) oscila em torno de 5 N e 8 N sobre o Oceano Pacífico e entre 04 N e 07 N no Oceano Atlântico. (CPTEC, 2015). A proposta desenvolvida por MONTEIRO (1971) permite visualizar a variação do elemento climático em análise em termos dos valores reais alcançados, como também acompanhar a evolução temporal e genética do mesmo, de modo a individualizar na superfície terrestre os impactos por ele causados. 1182

Denominada de Análise Rítmica dos Tipos de Tempo, a proposta metodológica de individualizar os tipos de tempo atmosféricos e assim acompanhar seus ritmos vem sendo amplamente utilizada nas pesquisas geográficas de caráter climático. Em sua maioria estes estudos, aplicam a metodologia como uma ferramenta para compreender a dinâmica da circulação de superfície no que concerne aos seus impactos e/ou interações com os aspectos sócio-ambientais pesquisados (DANNI-OLIVEIRA, 2005). Por meio da Figura 07 segundo metodologia proposta por Borsato et al. (2014) temse o gráfico de análise rítmica em Climatologia Geográfica que mostra a variação dos elementos climáticos diários e sua relação com a atuação dos sistemas atmosféricos. Observou-s e atuação das linhas de instabilidade tropical. Tabela 1: Índice Pluviométrico para Catalão (GO) em dezembro de 2015 Dia 20/12/2015 21/12/2015 22/12/2015 2312/2015 Sistema Atmosférico FF FF IT IT Estação Automática INMET 0 12,4mm 15,7mm 0 Estação Convencional INMET 16,6mm 0 21,4mm 0,6mm * Ausência de dados meteorológicos Fonte: INMET/CPTEC, 2015 4. Considerações Finais Observou-se que a análise das cartas sinóticas entre os dias entre os dias 20 e 23 de Dezembro de 2015 nos mostra uma evolução da frente fria sobre o Oceano Atlântico a leste de SC, que prossegue até um centro de baixa pressão, formando um sistema estacionário sobre o continente, bem como a atuação das Linhas de Instabilidade Tropical. 5. Referências BOIN, M. N. Chuvas e Erosões no Oeste Paulista: uma análise climatológica aplicada. Rio Claro. Tese (Doutoramento). Geociências Unesp. 2000. BORSATO; V. A.; BORSATO, F. H. A elaboração dos gráficos da Análise Rítmica por meio do software livre gnuplot. In: XI SBCGA (Simpósio Brasileiro de Climatologia Geográfica Aplicada e - V SPEC - Simpósio Paranaense de Climatologia., 2014, Curitiba. Anais - 1183

Contribuições Científicas, 2014. CPTEC, Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos. Disponível em: www.cptec.inpe.br/.acesso em 08.04.2016. DANNI-OLIVEIRA, I. N. A utilização da internet como suporte à análise ritmica: uma proposta de aula prática. Anais do X Encontro de Geógrafos da América Latina 20 a 26 de março de 2005 Universidade de São Paulo, 2005. MONTEIRO, C A F. Análise Rítmica em Climatologia. Problemas da atualidade climática em São Paulo e achegas para um programa de trabalho. IN: Climatologia, São Paulo, Instituto de Geografia/USP, nº 1, 25 p. 1971. NETO, M. D. de A.; BAPTISTA, G. M. de Mello. Recursos Hídricos e Ambiente. Brasília: Edição do autor. 1995. NIMER, E. Climatologia do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE/SUPREN, 1979. NIMER, E. Clima. In.: IBGE. 1989. Geografia do Brasil Região Centro-Oeste. Rio de Janeiro, IBGE. v. 1, p. 23-34, 1989. RODRIGUES, R.A.; CASTRO, S.S. A Estrutura Espacial das Chuvas na Cidade de Araguari (MG) Durante a Estação Chuvosa 2001-2005. Revista Geográfica Acadêmica, v.2, n.1, p. 43-55, 2008. RODRIGUES, R. A.; OLIVEIRA, G. A.; FARIA, A. L. L.; OLIVEIRA JÚNIOR. Caracterização Climática no entorno da Usina Hidroelétrica Serra do Facão (GO). In: TORRES, F. T. P.; DAGNINO, R. S.; OLIVEIRA JÚNIOR, A. (Orgs.). Contribuições Geográficas, p. 521-542, 2009. RODRIGUES, R. A.; OLIVEIRA, G. A.; FARIA, A. L. L.; OLIVEIRA JÚNIOR, A.; DELGADO, R. C. Determinação de Regiões climaticamente homogêneas no Estado de Goiás. In: ASSIS, A. A. F.; FARIA, A. L. L (Orgs.). O onde e o quando: espaço e memória na construção da história e da geografia, p. 274-289, 2012. SANT ANNA, J. L.; NERY, J. T. Variabilidade e Mudanças Climáticas no Brasil e seus Impactos Regionais. In: SOUZA, Célia Regina de Gouveia. et al. (org). Quaternário do Brasil. São Paulo: Holos, 2005. cap.2, p.28-50. SANTOS, M. J. Z. Tendências das Chuvas no Nordeste Paulista e Problemas Ligados com as Pesquisas em Climatologia Agrícola. Boletim degeografia Teorética. Rio Claro, vol. 23, nº 45 46 (volume especial) pp. 39-48. 1993. TUCCI, C. E. M. Hidrologia: ciência e aplicação. 1ª ed. Porto Alegre: ABRH/EDUSP, 1993. 1184