PRÁTICA PENAL. 3. Bibliografia trata-se da bibliografia indicada para a correta preparação para a 2ª fase da prova do Exame de Ordem.

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Transcrição:

CURSO COMPLETO DE PEÇAS E QUESTÕES 2ª FASE PRÁTICA PENAL Prezado Aluno, Este material tem como objetivo complementar o conteúdo das aulas que serão ministradas ao longo do curso. Mais especificamente, você contará com: 1. Modelos das peças processuais - aqui você encontrará modelos com explicações detalhadas de como elaborar as principais peças processuais (Parte I Peça passo a passo). Para facilitar o manuseio do conteúdo, também há de maneira resumida e objetiva o esqueleto das principais peças (Parte II Peça Fácil) 2. Dicas de Estudos dicas de como estudar e racionalizar. 3. Bibliografia trata-se da bibliografia indicada para a correta preparação para a 2ª fase da prova do Exame de Ordem. 4. Proposta de Peça e Questões na apostila encontram-se as propostas de peças e questões para aulas de assistência e de correção em sala, conforme calendário na carta em anexo. 5. Folhas pautadas para protocolo ao final da apostila encontram-se as folhas pautadas que devem ser destacadas e utilizadas para desenvolver as peças e questões que serão protocoladas na recepção do curso. 1

ÍNDICE Parte I PEÇA PASSO A PASSO Explicação detalhada de como elaborar as principais peças processuais. 1. Notitia Criminis...04 2. Relaxamento de Prisão...08 3. Pedido de Liberdade Provisória...14 4. Revogação de Prisão Preventiva...19 5. Queixa-Crime...23 6. Defesa Preliminar...28 7. Resposta à Acusação...32 8. Alegações Finais e Memoriais...37 9. Apelação...43 10. Recurso em Sentido Estrito...54 11. Embargos Infringentes e de Nulidade...62 12. Revisão Criminal...70 13. Habeas Corpus...75 14. Mandado de Segurança Criminal...80 15. Carta Testemunhável...84 16. Recurso Ordinário, Especial e Extraordinário...90 17. Agravo em Execução...98 Parte I PEÇA FÁCIL Esqueleto das principais peças, de forma rápida e precisa. 1. Notitia Criminis...104 2. Relaxamento de Prisão em Flagrante...105 3. Pedido de Liberdade Provisória...106 4. Revogação de Prisão Preventiva/Temporária...107 5. Queixa-Crime...108 6. Defesa Preliminar...109 2

7. Resposta à acusação...110 8. Alegações Finais e Memoriais...111 9. Apelação...112 10. Recurso em Sentido Estrito...114 11. Embargos Infringentes e de Nulidade...116 12. Revisão Criminal...118 13. Habeas Corpus...119 14. Mandado de Segurança Criminal...120 15. Carta Testemunhável...121 16. Recurso Especial/Extraordinário...123 17. Agravo em execução...125 Parte III DICAS DE ESTUDOS A bibliografia básica e técnicas para otimizar o estudo 1. Dicas de Estudos...127 2. Indicação Bibliográfica...128 Parte IV PEÇAS E QUESTÕES Propostas de exercícios para treinamento do candidato 1. Peças e questões...129 2. Folhas pautadas...140 3

Parte I PEÇA PASSO A PASSO 1. Notitia Criminis É através da notitia criminis que se comunica à autoridade policial a ocorrência de uma conduta delituosa, para que seja instaurado o inquérito policial. 1. Endereçamento: Deve ser endereçada para a autoridade policial que tem atribuição para a investigação. Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico. a) Polícia Civil: ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO... DISTRITO POLICIAL DE CURITIBA ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO DE POLÍCIA DO... DISTRITO POLICIAL DE... b) Polícia Federal: ILUSTRÍSSIMO SENHOR DOUTOR DELEGADO FEDERAL DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA POLÍCIA FEDERAL NO ESTADO DO PARANÁ 2. Qualificação resumida: são as informações básicas da peça (nome do noticiante e do noticiado). Devem ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda: (01 linha) 01 linha Noticiante: Noticiado: 3. Qualificação do noticiante e de seu advogado: qualificar o noticiante e seu advogado FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, vem perante Vossa Excelência, por 4

intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº, com escritório profissional na rua, onde recebe intimações para foro em geral, Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração, procuração em anexo. Obs. 2: Qualifique apenas com os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados pode caracterizar identificação da prova. Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados. 4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do tempo ministrada em aula. Coloque o nome da peça processual em caixa alta e fundamente-a com o artigo correspondente. (...) apresentar, nos termos do art. 5º, inciso II, do Código de Processo Penal, NOTITIA CRIMINIS, em face de (...). 5. Qualificação do noticiado e tipificação do delito: (...) em face de BELTRANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, pela prática da conduta delituosa prevista no art. (...), como se passa a demonstrar: 6. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas de verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão. No dia..., o noticiado subtraiu a bolsa (...). Obs. 1: Aqui não se fala em síntese fático-processual, pois ainda não há processo. Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos necessários que comprovem os fatos alegados, desde que haja menção, no enunciado, da existência destes documentos. Ex: nota fiscal, etc. Caso o enunciado não faça referência a nenhum documento, a invenção da existência destes pode culminar em anulação da prova. 5

7. Conduta Punível: Deve-se demonstrar que a conduta do noticiado é típica, antijurídica e culpável. 8. Requerimentos: Na Notitia Criminis, o pedido é a instauração de inquérito policial ou termo circunstanciado (crimes de menor potencial ofensivo), requerendo, ainda, a oitiva de testemunhas arroladas. Diante do exposto, respeitosamente requer-se: 1. A instauração de inquérito policial/ termo circunstanciado, em face de..., haja vista a prática da conduta delituosa prevista no art. (...); 2. Outrossim, requer-se a oitiva das testemunhas abaixo arroladas. Obs. 1: Em suma, o modo como deve ser feita a notitia criminis está disciplinado no artigo 5, inciso II, 1, do Código de Processo Penal, caso a peça seja elaborada em favor do ofendido. Obs. 2: É preciso, além disso, que, no momento de elaborar a peça, seja dada especial atenção sobre o crime em questão. O delito poderá ser processado mediante ação penal pública condicionada ou ação penal privada. No caso de ação penal pública condicionada, é importante que conste na notitia criminis que a vítima tem o interesse de representar contra o autor do fato punível, nos termos do artigo 5, 4, do Código de Processo Penal. Na hipótese de ação penal privada, não é demais lembrar que o inquérito policial só terá início caso ocorra o requerimento da vítima ou de quem tenha qualidade para intentá-la, conforme dispõe o artigo 5, 5, do Código de Processo Penal. Obs. 3: Não fazer pedido genérico: para cada tese trazida na peça abrir tópico específico. 9. Rol de testemunha: Identifique na proposta de peça as eventuais testemunhas dos acontecimentos e qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja testemunhas, apenas mencione a existência do rol de testemunha: Rol de testemunhas: Testemunha (qualificação); 9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB. 6

Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB Obs. 1: Caso inexista indicação, no enunciado, da cidade, o candidato não deve inventar este dado ou colocar a cidade onde está prestando o Exame de Ordem. Neste caso, deve ser colocada apenas a palavra CIDADE, e em seguida de reticências. Ex. Cidade... Obs. 2: Não há prazo para apresentar notitia criminis. Assim, caso inexista qualquer indicação de prazo, o candidato deve colocar da seguinte forma: dia..., mês..., ano... Em hipótese alguma o candidato deve inventar uma data ou colocar a data da realização da prova. Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Coloque apenas a expressão ADVOGADO OAB.... 7

2. Relaxamento de Prisão em Flagrante, Temporária e Preventiva O relaxamento de prisão tem base constitucional (art. 5, inciso LXV, da Constituição da República) e presta-se ao controle da legalidade das prisões processuais (prisão em flagrante, prisão temporária e prisão preventiva). São exemplos de prisões processuais ilegais: a) a prisão em flagrante que aconteceu sem que tivesse ocorrido situação de flagrância (art.302 do CPP) ou quando existente vício formal na lavratura do auto de flagrante; b) a prisão temporária decretada quando o delito investigado não está dentre os crimes previstos no rol do inciso III do art.1º da lei nº 7.960/89; c) a prisão preventiva decretada sem que esteja concretamente configurada qualquer uma das situações previstas no artigo 312 do Código de Processo Penal, como por exemplo, quando não há nenhum indício de que a autoria recaia sobre a pessoa que foi desfavorecida pelo decreto prisional. A eventual vedação legal à liberdade provisória não impede o relaxamento da prisão ilegal. Isto porque, como se verá adiante, enquanto o relaxamento de prisão busca apontar a ilegalidade da prisão; a liberdade provisória é a medida cabível quando a prisão em flagrante é legal e estão ausentes os requisitos para a prisão preventiva. 1. Endereçamento: deve ser motivo de atenção para qual vara será endereçado o pedido: a) Algumas comarcas possuem Vara Especializada em Inquéritos Policiais. Por isso, caso o enunciado da peça ou questão indique a existência desta vara especializada. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE X ESTADO Y b) Na hipótese de não haver nenhuma indicação sobre a existência de vara especializada em inquéritos policiais, o candidato deve endereçar seu pedido para a vara apontada no enunciado como sendo onde o flagrante foi homologado, ou onde a preventiva e a temporária foram decretadas, ou seja, a vara criminal preventa: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE PORTO ALEGRE ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL 8

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL FEDERAL DE CURITIBA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ. c) O candidato deve ficar atento, também, para o recebimento da denúncia. Isto porque pode ocorrer da vara em que a prisão em flagrante foi homologada ou em que a prisão temporária ou preventiva foram decretadas ser distinta da vara onde a denúncia foi recebida. Neste caso, a peça processual deve ser endereçada para o juízo que recebeu a denúncia, por ser o competente para a análise da matéria. Ex. a Vara de Inquéritos Policiais de São Paulo homologou a prisão em flagrante, porém a denúncia foi recebida pelo magistrado da 5ª Vara Criminal desta mesma comarca. O juízo competente para analisar o pedidos será o juiz da 5ª Vara Criminal: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO d) Por último, devemos lembrar que o EOAB é nacional. Portanto, há possibilidade de ser exigido o endereçamento em qualquer cidade de qualquer Estado da federação. É possível, também, a exigência de que a peça seja endereçada ao juiz da comarca denominada com as letras X, Y e Z. ou ainda, inexistir qualquer indicação da comarca e do estado, hipótese na qual o candidato deverá colocar endereçamento genérico. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA X ESTADO Y. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... ESTADO... 2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado): (01 linha) (01 linha) Autos nº Acusação: Acusado: 3. Qualificação detalhada: é a qualificação completa do preso e de seu advogado. 9

FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº, com escritório profissional na rua, onde recebe intimações para foro em geral,(...). Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração utilizando a expressão procuração em anexo. Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados pode caracterizar identificação da prova. Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados. 4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do tempo ministrada em aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e fundamente-a com o artigo correspondente o relaxamento de prisão ilegal terá sempre o fundamento no art. 5 o, LXV da Constituição da República. (...) requerer, com fulcro no art. 5 o, LXV da Constituição Federal, RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão. Código Penal (...). No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o art. (...) do Obs. 1: Caso já haja processo penal (recebimento da denúncia), dizer síntese fáticoprocessual. Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova decorrente de identificação. Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal. 10

6. Do direito: No pedido de relaxamento de qualquer uma das prisões processuais (flagrante, temporária e preventiva) não se analisa o mérito do crime (reservado para a discussão durante a ação penal), mas apenas a legalidade da prisão. Por exemplo: 1) na prisão em flagrante, verifica-se a existência de vícios formais (requisitos do art. 304 e seguintes do Código de Processo Penal), ausência de flagrante delito (art.302 do Código de Processo Penal), etc.; 2) na prisão temporária, verifica-se se estão preenchidos os requisitos do artigo 1º da lei nº 7.960/89; 3) na prisão preventiva, verifica-se se a prisão apresenta conformidade com as hipóteses do artigo 313 e as vedações do artigo 314 do CPP, se não cabe nenhuma outra medida cautelar prevista no artigo 319 do CPP e, finalmente, se estão concretamente presentes os requisitos previstos no artigo 312 do CPP. Como a Constituição da República determina que qualquer prisão ilegal deve ser imediatamente relaxada, ainda que o preso não tenha bons antecedentes, emprego e residência fixa, o pedido de relaxamento deve ser deferido. Por outro lado, na hipótese do caso analisado indicar que o investigado ou acusado não tenha antecedentes criminais, possua residência fixa e emprego, tais pontos devem ser destacados na peça processual elaborada. Por mais que seja pacífico nos Tribunais que os bons antecedentes, a residência fixa e o emprego não obstem a prisão preventiva, a presença de tais aspectos no caso concreto é um indicativo indireto da ausência concreta dos requisitos da prisão preventiva, previstos no artigo 312 do CPP. O relaxamento da prisão não impede que outras medidas cautelares distintas da prisão preventiva (art. 319 do CPP) sejam aplicadas ao caso. No entanto, neste ponto, é importante ressaltar que, conforme dispõe o artigo 282, 2, do CPP, durante a fase de investigação, nenhuma medida cautelar (onde estão incluídas as medidas cautelares do artigo 319 do CPP) pode ser decretada de ofício pelo magistrado. A fundamentação judicial utilizada para a prisão temporária e a prisão preventiva deve sempre ser objeto de atenção. Isto porque a prisão preventiva e a prisão temporária devem estar lastreadas, sempre, em elementos concretos que indicam a necessidade extrema da medida. Neste contexto, não basta ao magistrado se ater a mera reprodução do texto legal, mas sim mostrar as provas apresentadas que evidenciam concretamente a necessidade da prisão temporária ou preventiva. Exemplo: na prisão temporária e na prisão preventiva, deve haver indício concreto de que o preso pode ser o autor do crime. Se inexistir tal indício e, ainda assim, for decretada a prisão, esta deve ser imediatamente relaxada. 7. Requerimentos: O requerimento não pode ser genérico. Isto é, para cada um dos vícios da prisão deve haver um pedido em separado: 11

Diante do exposto, respeitosamente requer o relaxamento da prisão em flagrante, haja vista: 1. Ter a prisão acontecido fora das hipóteses de flagrante delito (...); 2. A ausência da oitiva do condutor, contrariando o disposto no art.304, caput, do Código de Processo Penal; Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL, para que possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal. 8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB. Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando qual cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito ao (à) magistrado (a) de forma genérica, pois os dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca... Estado...) Obs. 2: Não há prazo para requerer o relaxamento de prisão em flagrante ou de prisão temporária. Mas nem por isto você deve colocar a data da prova ou a data da prisão, salvo se o enunciado expressamente determine que você apresente a peça processual nestas datas. No caso de não existir exigência da data da propositura da peça, o candidato deve colocar: Cidade..., dia..., mês..., ano... Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente as palavras ADVOGADO OAB.... 12

No pedido de relaxamento de prisão, busca-se demonstrar a ilegalidade de qualquer prisão processual. Assim, na hipótese de ser reconhecida a ilegalidade, a prisão é imediatamente relaxada e o preso, por consequência, tem sua liberdade restituída. Antes da entrada em vigor da Lei 12.403/2011, o reconhecimento da ilegalidade da prisão de caráter processual culminava na restituição integral da liberdade do réu, independente desta prisão ter ocorrido na fase de inquérito policial ou durante a ação penal. Ou seja, antes da entrada em vigor da nova disciplina da prisão e medidas cautelares, era impossível impor qualquer limitação ou vinculação ao processo do acusado que teve a prisão processual reconhecida como ilegal. Neste tocante, a Lei 12.403/2011, no entanto, trouxe inovações substanciais. A prisão preventiva deixou de ser a única medida cautelar que buscava assegurar o andamento normal do inquérito policial ou da ação penal. A nova lógica trazida por esta inovação legislativa prevê diversas medidas cautelares distintas da prisão, as quais estão previstas no artigo 319 do CPP, e também buscam proteger o andamento do inquérito policial e do processo penal para que ocorram sem conturbações. E mais: conforme prevê o artigo 282, 6, do CPP, a prisão preventiva somente poderá ser aplicada quando não for possível a sua substituição por uma destas medidas cautelares diversas da prisão que estão previstas no artigo 319 do Código de Processo Penal. Como se vê, a prisão preventiva, com a entrada em vigor da Lei 12.403/2011, passou a ser medida extrema que só pode ser aplicada quando nenhuma outra medida cautelar puder ser aplicada com eficácia para garantir o normal andamento do processo. Outro ponto importante é que, de acordo com o artigo 282, 2, do CPP, as medidas cautelares, dentre as quais se inclui a prisão preventiva, não podem ser decretadas de ofício pelo magistrado no curso de inquérito policial. Neste caso, qualquer medida cautelar somente poderá ser decretada a pedido da autoridade policial ou do representante do Ministério Público. Por outro lado, durante o processo penal, é possibilitado ao magistrado decretar qualquer medida cautelar de ofício ou a pedido das partes. Assim, caso reconheça a ilegalidade da prisão, ao contrário do que ocorria antes da entrada em vigor da Lei 12.403/2011, é possível a aplicação de medida cautelar diversa da prisão preventiva. Em outras palavras, isto significa que o acusado pode ser posto em liberdade e, ao mesmo tempo, ser submetido a qualquer das medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP. Contudo, é importante destacar, mais uma vez, que se este relaxamento ocorrer durante o inquérito policial, as medidas cautelares do artigo 319 do CPP não podem ser aplicadas de ofício pelo magistrado, mas somente a pedido da autoridade policial ou do representante do Ministério Público. Porém, se o relaxamento ocorrer durante o andamento da ação penal, o juiz pode decretar de ofício ou a pedido das partes as medidas cautelares. 13

3. Pedido de Liberdade Provisória com ou sem fiança A liberdade provisória é uma medida substitutiva da prisão em flagrante legal que é aplicada quando não estão presentes os requisitos para a prisão preventiva (art. 321 do CPP). Ao invés de ter a prisão em flagrante legal convertida em prisão preventiva, a liberdade provisória é concedida. A liberdade provisória, com as alterações trazidas pela Lei 12.403/2011, pode ser concedida: a) com fiança; b) com fiança cumulada com outra(s) medida(s) cautelar(es) diversa(s) previstas no artigo 319 do CPP, conforme dispõe o artigo 319, 4, do CPP; c) sem fiança, mas com a submissão à uma ou mais medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP; d) sem fiança, mas com a obrigação de comparecer a todos os atos previstos no processo, desde que o agente tenha praticado o fato sob o abrigo de qualquer das causas de exclusão da ilicitude (art. 310, parágrafo único, do Código de Processo Penal). A Lei 12.403/2011 trouxe um novo delineamento para a fiança. A fiança é uma garantia patrimonial dada ao investigado ou denunciado com dupla função: a) De um lado, serve como garantia de pagamento das despesas processuais, multa e indenização, em caso de condenação (art. 336 do CPP); b) De outro lado, serve como fator que inibe a fuga ou a prática de qualquer outro ato que busque conturbar o andamento da ação penal, na medida em que a sua quebra acarreta na perda de metade do valor, conforme dispõe o artigo 343 do CPP. Na hipótese do acusado ser absolvido ou ser declarada extinta a ação penal, o valor atualizado da fiança será restituído (art. 337 do CPP). O valor da fiança é fixado em salários mínimos e deve observar a gravidade do delito imputado e a possibilidade econômica do agente, conforme dispõem os artigos 325 e 326 do CPP. De acordo com a redação do artigo 343 do CPP, quando a fiança é quebrada injustificadamente, ou seja, quando o acusado praticar qualquer das ações previstas no artigo 341 do CPP, haverá perda de metade do valor apresentado, podendo o magistrado, também, impor outras medidas cautelares (art. 319 do CPP) ou decretar a prisão preventiva. Caso a infração penal imputada tenha pena privativa máxima culminada não superior a 04 (quatro) anos, ela pode ser concedida pela autoridade policial, nos termos do artigo 322, caput, do CPP. Se neste caso, a autoridade policial retardar ou se recusar a prestar a fiança, o preso ou algum representante poderá solicitá-la ao juiz, nos termos do artigo 335 do CPP. Já nos casos de infração penal cuja pena máxima ultrapasse 04 (quatro) anos, a fiança deve ser fixada pelo juiz (art. 322, parágrafo único, do Código de Processo Penal). Na hipótese do réu não ter condições de arcar com o pagamento de fiança, poderá o magistrado, nos termos do artigo 350 do CPP, conceder a liberdade provisória sem fiança. Porém, neste caso, o acusado ficará subordinado às condições previstas no artigo 327 e 328 do CPP. Ainda, há a possibilidade de a fiança ser reforçada, conforme prevê o artigo 340 do CPP. Este reforço sempre será determinado quando ocorrer qualquer das hipóteses previstas nos incisos do artigo mencionado. 14

Cumpre destacar que a inafiançabilidade dos delitos previstos no rol do art. 323 e das hipóteses elencadas no art. 324, ambos do CPP, não impedem a concessão da liberdade provisória. A lógica trazida pelo artigo 310 do CPP veda que a prisão em flagrante se estenda pelo tempo. A manutenção do acusado na prisão só é possível quando presentes os requisitos para a prisão preventiva e, além disso, quando as medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP se mostrem insuficientes. Isto é, o fato de o crime ser inafiançável, por si só, não impede a concessão da liberdade provisória. Ao contrário, a liberdade provisória deve ser concedida sem fiança, podendo tal concessão ser acompanhada de uma ou mais medidas cautelares previstas no artigo 319 do CPP. Por último, nos termos do artigo 310, parágrafo único, do CPP, quando o agente pratica a ação sob o manto de qualquer das causas excludentes da ilicitude previstas no artigo 23 do CP, a liberdade provisória é concedida sem fiança. Mas, neste caso, o acusado deve assinar termo em que se compromete a comparecer a todos os atos do processo. 1. Endereçamento: O pedido de liberdade provisória deve ser endereçado à autoridade judicial competente para julgar questões referentes ao inquérito policial ou para julgar a ação penal. Nem sempre o pedido será endereçado para o juiz que homologou a prisão em flagrante: suponha-se que a prisão em flagrante tenha sido homologada pelo juiz da Vara de Inquéritos Policiais. Neste mesmo ato de homologação, não houve manifestação sobre prisão preventiva ou temporária. Passado o prazo legal para encerramento do inquérito, a denúncia é oferecida pelo Ministério Público e recebida pelo juiz da 7ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba. Neste contexto, o juízo competente para apreciar o pedido de liberdade provisória passa a ser o juiz que recebeu a denúncia e não mais o juiz que homologou a prisão preventiva. Mesmo que a comarca não possua uma vara especializada em inquéritos, esta situação pode ocorrer. A mesma forma de raciocínio deve ocorrer nas hipóteses em que há duas varas na comarca, e que as duas são competentes para julgamento de questões criminais, sendo que uma delas homologa a prisão em flagrante e a outra recebe a denúncia. Assim, diante das peculiaridades apontadas, o endereçamento deve ser feito da seguinte maneira: a) Vara de Inquéritos Policiais, quando não foi proposta a ação penal e a comarca possuir esta vara especializada: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO. b) Nos demais casos (vara criminal preventa - aquela que, embora não seja especializada em inquéritos policiais, homologou a prisão em flagrante; ausência de vara de inquéritos; vara que 15

homologou a prisão ser distinta daquela que recebeu a denúncia ou ausência de indicação), deve ser endereçada para estas varas. Ex.: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 7ª VARA CRIMINAL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA - PR. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1 VARA CRIMINAL DE SANTA MARIA ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE X ESTADO Y. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL CRIMINAL DE CURITIBA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... ESTADO... 2. Qualificação resumida: são as informações básicas (número dos autos, se houver processo, acusação e acusado) e deve ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda: (01 linha) (01 linha) Autos nº Acusação: Acusado: 3. Qualificação detalhada: a qualificação completa do preso e de seu advogado. FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, OAB nº, com escritório profissional na rua, onde recebe intimações para foro em geral,(...). 16

Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração. Para tanto, utilize a expressão procuração em anexo. Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados pode caracterizar identificação da prova. Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados. 4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do tempo ministrada em aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e fundamente-a com o artigo correspondente: (...) requerer, com fulcro no art. 321 e seguintes do Código de Processo Penal, LIBERDADE PROVISÓRIA, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão: Código Penal (...). No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o art. (...) do Obs. 1: Caso já haja processo penal (recebimento da denúncia), dizer síntese fáticoprocessual. Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova decorrente de identificação. Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal. 6. Do direito: No pedido de liberdade provisória, o mérito cinge-se a analisar a presença ou não dos requisitos constantes no art. 321 do Código de Processo Penal, devendo ser ressaltado que o 17

requerente tem bons antecedentes, emprego e residência fixa (com a menção dos respectivos documentos comprobatórios, caso mencionados no enunciado). 7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, devendo ser separado em itens: Diante do exposto, respeitosamente requer: a- A concessão de liberdade provisória, nos termos dos art.321 e seguintes do Código de Processo Penal; b- A expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL, para que, após assinado termo de comparecimento a todos os atos processuais, possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal; 8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB. Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade..., dia..., mês..., ano... ADVOGADO OAB Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual cidade e unidade da federação foi homologado o flagrante. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito de forma genérica ao (à) magistrado (a) da comarca. Os dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e Estado... (Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca... Estado...) Obs. 2: Não há prazo para requerer a liberdade provisória. Mas nem por isto você deve colocar a data da prova ou a data da prisão, salvo se o enunciado expressamente determine que você apresente a peça processual nestas datas. No caso de não existir exigência da data da propositura da peça, o candidato deve colocar: Cidade..., dia..., mês..., ano... Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Coloque somente a expressão ADVOGADO OAB.... 18

4. Revogação de Prisão Preventiva A revogação de prisão preventiva está prevista no artigo 316 do Código de Processo Penal. Diz respeito aos casos em que a prisão preventiva foi legalmente decretada, mas durante o processo verificou-se que o motivo que levou a adoção da medida extrema deixou de existir, tornando-se desnecessária. Por exemplo: o indiciado ou acusado é preso preventivamente por conveniência da instrução criminal, pois em liberdade estava, ameaçando as testemunhas que o acusavam da prática de um fato punível. Porém, todas as testemunhas que o imputavam a prática delitiva são ouvidas, sendo designada, para a oitiva do acusado, data posterior. Deste modo, como não há mais produção probatória, inexiste o motivo que ensejou a prisão processual. Por isso, ela deve ser revogada. Não se pode confundir a revogação com o relaxamento de prisão preventiva. O relaxamento de prisão preventiva ocorre quando a prisão é decretada de forma contrária à lei, enquanto que a revogação se dá no caso de prisão preventiva decretada dentro dos moldes legais, mas cujo motivo que ensejou a medida deixou de existir. Não se confunda, ainda, com a liberdade provisória, pois esta medida é restrita à hipótese de legalidade da prisão em flagrante. 1. Endereçamento: A revogação da prisão preventiva deve ser endereçada à autoridade que esteja processando o caso penal. Nem sempre será a mesma que decretou a prisão preventiva. Suponhamos que a prisão preventiva tenha sido decretada pelo juiz da vara de inquéritos policiais, e a denúncia foi recebida pelo juiz da 5ª Vara Criminal do Foro Central da Comarca da Região Metropolitana de Curitiba. O juiz que será o competente para apreciar o pedido de revogação da prisão será o da 5ª Vara Criminal. Assim, diante das peculiaridades de cada caso, o endereçamento deve ser feito da seguinte maneira: a) Em caso da comarca possuir vara especializada em inquéritos policiais, e ainda não tiver se iniciado a ação penal, o juiz desta vara será o competente para apreciar o pedido de revogação: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DE INQUÉRITOS POLICIAIS DA COMARCA DE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO b) Se o caso penal já está sendo processado por uma das Varas criminais da Comarca: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SÃO PAULO ESTADO DE SÃO PAULO 19

c) Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... ESTADO... 2. Qualificação resumida: são as informações básicas do processo (número dos autos, acusação e acusado), e devem ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda: (01 linha) (01 linha) Autos nº Acusação: Acusado: 3. Qualificação detalhada: a qualificação completa do preso e de seu advogado. FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, com escritório profissional na rua, onde recebe intimações para foro em geral,(...). Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração. Para tanto, mencione a expressão procuração em anexo. Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados pode caracterizar identificação da prova. Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados. 4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do tempo ministrada em aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e fundamente-a com o artigo correspondente. (...) requerer, com fulcro no art. 316 do Código de Processo Penal, REVOGAÇÃO DE PRISÃO PREVENTIVA, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: 20

5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão. Código Penal (...). No dia..., o réu foi preso sob a alegação de ter infringido o art. (...) do Obs. 1: Caso já haja processo penal (recebimento da denúncia), dizer síntese fáticoprocessual. Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova decorrente de identificação. Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal. 6. Do direito: No pedido de revogação de prisão preventiva, o mérito se restringe a demonstração de que, durante o andamento do processo, os motivos que levaram à decretação da prisão preventiva deixaram de existir. Deve-se ressaltar, sempre, que o requerente tem bons antecedentes, emprego e residência fixa (com a menção dos respectivos documentos comprobatórios, caso mencionados no enunciado). 7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, deve ser dividido por itens. Diante do exposto, requer-se a revogação da prisão preventiva, haja vista: a- que a instrução processual está encerrada, de modo que não há mais necessidade da prisão para a sua conveniência; b- (...) Requer, ainda, a expedição de alvará de soltura em nome de FULANO DE TAL, para que possa ele, em liberdade, defender-se de eventual ação penal. 8. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB. Nestes Termos, Pede Deferimento. 21

Cidade, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito ao (à) magistrado (a) da comarca. Os dados nunca devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da Vara Criminal da Comarca... Estado...) Obs. 2: Não há prazo para requerer a revogação da prisão preventiva. Mas nem por isto você deve colocar a data da prova ou a data da prisão, salvo determinação expressa do enunciado de que a peça seja apresentada nestas datas. No caso de não existir exigência da data da propositura da peça, o candidato deve colocar: Cidade..., dia..., mês..., ano... Obs. 3: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique somente com a expressão ADVOGADO OAB... 22

5. Queixa-Crime A regra é que a ação penal seja pública incondicionada, sendo exceções a ação penal pública condicionada à representação e a ação penal privada. Neste contexto, caso o tipo penal não faça expressa menção à ação penal, ela será pública incondicionada. A ação penal será pública condicionada à representação quando o próprio tipo penal fizer menção à necessidade de representação da vítima ou requisição do Ministro da Justiça (ex: Art. 145, parágrafo único, do Código Penal). A ação penal privada (art. 30, CPP), ocorre naqueles casos em que o tipo expressamente dispõe que a persecução penal só se dará mediante o oferecimento da queixa crime. Ex: artigo 167 do Código Penal. Tem-se, portanto, que a ação penal privada trata das hipóteses em que o ofendido tem o poder de decidir se inicia ou não a ação penal em face do autor da conduta punível. 1. Endereçamento: A queixa-crime deve ser endereçada à autoridade judicial competente para processar o caso penal, segundo as regras de competência trazidas no Código de Processo Penal. Na ausência de indicação, faça o endereçamento genérico. a) Justiça Comum: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CHOPINZINHO ESTADO DO PARANÁ EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA X ESTADO Y EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... ESTADO... b) Juizado Especial: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... SECRETARIA DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA X DO ESTADO Y c) Justiça Federal: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL CRIMINAL DE CURITIBA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ 23

2. Qualificação resumida: informações básicas da ação penal (nome do querelante e querelado), que devem ser mencionadas logo abaixo do endereçamento, à esquerda: (01 linha) (01 linha) Querelante: Querelado: Obs.: Na queixa-crime, o querelante é aquele que propõe a ação penal. O querelado, por sua vez, é o autor da conduta delituosa, ou seja, o acusado. 3. Qualificação do querelante: qualificar de forma completa o querelante e seu advogado: FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração com poderes especiais em anexo (art.44 do CPP), com escritório profissional na rua, onde recebe intimações para foro em geral,(...) Obs. 1: Mencionar a juntada de procuração com poderes especiais art. 44 CPP, procuração com poderes especiais em anexo. Obs. 2: Qualifique com apenas os dados fornecidos pela prova. A invenção de novos dados pode caracterizar identificação da prova. Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados. 4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do tempo ministrada em aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e fundamente-a com o artigo correspondente. (...) oferecer, com fulcro no art. 100, 2º, do Código Penal, e art. 41, Código de Processo Penal, ação penal na forma de QUEIXA-CRIME, em face de (...). 5. Qualificação do querelado: qualificar de forma completa o querelado. 24

(...) em face de CICLANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, pelas razões fáticas e jurídicas a seguir expostas: 6. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão. No dia..., o querelante fora agredido verbalmente pelo querelado (...) dentre as várias ofensas verbais (...). Obs. 1: Aqui não se fala em síntese fático-processual, pois ainda não há processo. Obs. 2: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova decorrente de identificação. Por isso, deve ficar-se restrito aos fatos trazidos no enunciado da questão. Obs. 3: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que comprovam os fatos alegados. Ex: boletim de ocorrência, nota fiscal, etc. 7. Conduta Punível: Deve-se demonstrar que a conduta narrada se amolda em um dos tipos cuja aplicação da pena só será possível, se for intentada ação penal privada. Nos crimes contra a honra, por exemplo, é preciso fundamentar o enquadramento da conduta do querelado em um dos seguintes tipos penais: calúnia, difamação ou injúria (respectivamente arts. 138, 139 e 140, todos do CP). No caso de crime de calúnia, deve ser apontado qual crime que fora falsamente imputado, justificando sempre as suas respostas. 8. Requerimentos: O requerimento não pode ser genérico, isto é, para cada tese deve haver um pedido específico em separado. Diante do exposto, requer: a) seja a presente queixa-crime recebida e autuada; b) seja colhido parecer do Ministério Público, o qual deverá ser chamado a se manifestar em todas as fases do processo (CPP, art. 45); c) seja o Querelado citado para se defender; 25

d) seja permitida a produção de todas as provas em direito admitidas, em especial a documental e testemunhal, cujo rol segue abaixo; e) seja, ao final, julgada procedente a presente queixa-crime, a fim de condenar o querelado nas penas dos artigos (...) f) seja fixado valor mínimo de reparação dos danos causados pela infração penal, nos moldes do art. 387, IV, CPP. 9. Rol de testemunha: O rol de testemunha deve ser apresentado junto com a queixa-crime. Assim, identifique na proposta de peça as eventuais testemunhas dos acontecimentos e qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja testemunhas, apenas mencione a existência do rol de testemunhas: Rol de testemunhas: Testemunha (qualificação); 10. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB. Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB Obs.1: O candidato deve sempre prestar atenção se o enunciado está indicando em qual cidade e unidade da federação a decisão foi proferida. Se houver a indicação, não haverá problemas, pois é só endereçar para o juiz da comarca indicada. No entanto, caso inexista a indicação, o endereçamento deve ser feito ao (à) magistrado (a) da comarca. Os dados NUNCA devem ser inventados. O candidato, nesta hipótese, deve apenas colocar as palavras Vara, Comarca... e Estado... (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca... Estado...) Obs. 2: O enunciado deve trazer a exigência para que se apresente a queixa crime no último dia do prazo decadencial. No entanto, caso não haja esta determinação, o candidato deve colocar a data genérica, ou seja, não especificar data alguma (Ex. Cidade..., dia..., mês..., ano...). 26

Obs. 3: No caso da queixa-crime, o prazo é decadencial de 06 (seis) meses a partir do dia que o querelante tomar conhecimento de quem é o autor do crime ou do dia em que se esgotar o prazo para o oferecimento da denúncia (queixa-crime subsidiária da denúncia, nos termos do Art.38 CPP). Obs. 4: Além do pedido de condenação do querelado, a queixa crime deve conter, também, o pedido de fixação, pelo magistrado, de valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração penal, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal. Obs. 5: Não assine a prova, sob pena de identificá-la. Indique apenas as palavras ADVOGADO OAB... 27

6. Defesa Preliminar Em algumas hipóteses (art. 55 da Lei 11.343/2006 e art. 514 do CPP ressalvada, nesta última hipótese, a questão tratada pela Súmula 330 do STJ), é dada a oportunidade da defesa se manifestar antes do recebimento da denúncia. A peça apresentada nestes casos é a chamada defesa preliminar e o seu objetivo principal é evitar o recebimento da denúncia ou queixa, através da demonstração da inexistência de condições que justifiquem o início do processo (falta das condições de ação, por exemplo). 1. Endereçamento: Verifique na proposta de peça para qual juízo foi distribuída a ação penal, pois isto determinará a competência para a apreciação da defesa preliminar. Na ausência de indicação, o endereçamento deve ser feito de maneira genérica (Ex: Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da... Vara Criminal da Comarca... - Estado...). a) Justiça Estadual: EXCELENTENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA DA CAMPO GRANDE ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... ESTADO... b) Justiça Federal: EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA FEDERAL CRIMINAL DE CURITIBA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO ESTADO DO PARANÁ 2. Qualificação resumida: logo abaixo do endereçamento, à esquerda, mencione as informações básicas do processo (número dos autos, denunciante e denunciado). (01 linha) (01 linha) Autos nº Denunciante: Denunciado: 3. Qualificação do acusado: qualificar de forma completa o denunciado e seu advogado. 28

FULANO DE TAL, nacionalidade, estado civil, profissão, cédula de identidade, inscrição no CPF, filiação, residência, vem perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado que ao final assina, procuração em anexo, com escritório profissional na rua, onde recebe intimações para foro em geral,(...). Obs. 1: Verificar se já houve informação sobre juntada de procuração nos autos ou constituição de advogado no interrogatório. Caso contrário, deve-se fazer menção à procuração em anexo. Obs. 2: Na ausência de dados na prova da OAB, estes não devem ser inventados sob pena de identificação da prova. Obs. 3: Jamais abreviar nomes e dados 4. Peça e fundamento jurídico: Para identificação da peça, lance mão da linha processual do tempo ministrada em aula. Coloque o nome de peça processual em caixa alta e fundamente-a com o artigo correspondente: art. 514 do Código de Processo Penal, quando o crime for de responsabilidade dos funcionários públicos; e art. 55 da Lei n.º 11.343/2006, quando o rito for o de tóxicos. (...) apresentar, com fulcro no art. 514 do Código de Processo Penal, DEFESA PRELIMINAR, pelas razões de fato e de direito que passa a expor: Obs.: importante observar o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (súmula 330), no sentido de que é desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514 do código de processo penal, na ação penal instruída por inquérito policial. Assim, se o enunciado trouxer nos dados que determinado servidor público foi investigado em inquérito, não caberá defesa preliminar. 5. Síntese fática: Em todas as peças da OAB, é necessário relatar, sinteticamente, os fatos. Não se trata de mera transcrição do problema, mas verdadeiro resumo do acontecido. Deve-se narrar os fatos de maneira clara, lógica e concisa, seguindo a ordem lógica de introdução, desenvolvimento e conclusão. O Ministério Público do Estado do Paraná ofereceu denúncia (...). 29

Obs. 1: Na prova da OAB não devem ser inventados fatos, sob pena de anulação da prova decorrente de identificação. Obs. 2: Ao redigir a peça, fazer remissão aos documentos mencionados na proposta que comprovem os fatos alegados. Ex: nota fiscal. Obs. 3: Na defesa preliminar, não se fala em síntese fático-processual, já que ainda não existe processo penal em curso, em razão de não ter ocorrido recebimento da denúncia. 6. Do direito: A Defesa Preliminar é o momento adequado para requerer o não recebimento da ação penal. Para tanto, deve-se atacar a denúncia de forma a demonstrar ausência das condições de ação e de processo. 7. Dos requerimentos: O requerimento não pode ser genérico. Isto é, deve ser dividido por itens. Na Defesa Preliminar, o pedido é de não recebimento da denúncia e não o de absolvição. Diante do exposto, requer a rejeição da denúncia, haja vista (...). 8. Rol de testemunha: A defesa preliminar, quando no rito de tóxicos, é o momento oportuno para especificar as provas que pretende produzir e arrolar as testemunhas - até o número de 05 (cinco) - ( 1º do art.55 da Lei n.º 11.343/2006). Desta forma, identifique na proposta de peça as eventuais testemunhas dos acontecimentos e qualifique-as no rol de testemunhas. Caso não haja testemunhas, apenas mencione a existência do rol de testemunha: Rol de testemunhas: Testemunha (qualificação); 9. Encerramento: A peça processual deve ser encerrada com i- pedido de deferimento; ii- local e data iii- nome do advogado, inscrição na OAB. Nestes Termos, Pede Deferimento. Cidade, dia, mês, ano. ADVOGADO OAB 30