O Trabalho com a Memória das Escolas Municipais de São Leopoldo

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Transcrição:

O Trabalho com a Memória das Escolas Municipais de São Leopoldo Quênia Renee Strasburg Secretária de Educação de São Leopoldo Resumo: Esta comunicação pretende apresentar o Projeto Memória Escolar que iniciou suas atividades 2006, no entanto, o mesmo teve uma alteração significativa em 2007. Foram redefinido os objetivos e a metodologia do projeto, passando, a partir deste momento, a pretender resgatar o histórico de todas as escolas municipais, como também privilegiar o processo pedagógico de coleta da história envolvendo os alunos e professores no processo de pesquisa junto às comunidades escolares. Em síntese, foi proposto às escolas o projeto, como forma de oportunizar a reconstrução da história da escola que fosse realizada por um grupo de professores, envolvendo toda a comunidade escolar, e possibilitando aos alunos reconhecerem na história da escola um pouco da sua própria história. O projeto tinha como fim principal pesquisar e escrever a história das escolas municipais de São Leopoldo, contando com a participação coletiva da comunidade escolar, dando visibilidade, especialmente, às lutas e conquistas populares. Palavras chaves: memória, escola, ensino de história O Projeto Memória Escolar iniciou suas atividades no ano de 2006, neste momento, tendo como proposta inicial de trabalho, conhecer a história de três escolas e a realidade da comunidade escolar através da pesquisa histórica, utilizando-se da metodologia da História Oral e de consulta a documentos. Esta pesquisa era realizada por uma equipe composta por dois estagiários, Daniel Fogaça e Mônica Nunes Neves, e coordenada pela equipe da Coordenação de Gestão Democrática da SMED. O trabalho iniciou com levantamento de pessoas e de lideranças que pudessem, pelo seu testemunho, contribuir no resgate da trajetória da Escola Municipal de Ensino Fundamental João Belchior Marques Goulart. Posteriormente, realizou-se entrevistas com diversos membros desta comunidade escolar como: professores, ex-professores, alunos, ex-alunos e líderes comunitários que trabalharam pela reivindicação da escola em foco. Além da transcrição das entrevistas, levantou-se a documentação existente na escola, em jornais, em revistas e em fotos. No final de 2006, houve uma reorganização do organograma interno da SMED, fato que deslocou o Projeto Memória Escolar para a Diretoria Pedagógica. No início do ano de 2007, o Projeto Memória Escolar foi redefinido não só na amplitude de seus objetivos como na metodologia. Além do resgate histórico ampliado para

todas as escolas municipais, o projeto privilegiou o processo pedagógico de coleta da história envolvendo os alunos e professores no processo de pesquisa junto às comunidades escolares. Diversas reuniões foram realizadas com a participação de Leocádia Inês Schoffen (Diretora Pedagógica), Quênia Strasburg, Andrea Helena Petry Rahmeier e Melissa da Rosa Wonghon (historiadoras), Daniel Fogaça e Mônica Nunes Neves (estagiários), com o objetivo de delinear os rumos que o projeto tomaria. Reconhecendo a importância que a pesquisa na E.M.E.F. João Goulart teve, evidenciou-se o desejo por estender o Projeto Memória Escolar para todas as escolas municipais de São Leopoldo, visto a relevância que um trabalho de reconstrução da história das escolas teria para a rede municipal de ensino, pois muitos professores e diversas pessoas da comunidade escolar não conheciam o processo histórico de formação da escola ou não tinham este registrado. Entre as várias questões abordadas encarou-se o seguinte desafio: transformar o projeto original em um projeto que contemplasse todas as escolas. Após as discussões, concluiu-se que o projeto deveria ser dividido com cada escola possibilitando exercícios de fazer história, através do resgate, protagonismo e apropriação dos dados coletados. Assim sendo, decidiu-se propor às escolas o projeto, oportunizando que a reconstrução da história da escola fosse assumida e realizada por um grupo de professores, envolvendo toda a comunidade escolar, e possibilitando aos alunos reconhecerem na história da escola um pouco da sua própria história. A nova configuração do Projeto Memória Escolar teve como objetivo principal pesquisar e escrever a história das escolas municipais de São Leopoldo, contando com a participação coletiva da comunidade escolar, dando visibilidade, especialmente, às lutas e conquistas populares. Neste sentido, a metodologia da História Oral foi utilizada fora da academia, neste caso, dando voz aos participantes da história da escola através do trabalho com os alunos, oportunizando a estes o trabalho de pesquisa e investigação para que se sentissem agentes da história, como forma de tornar o aprendizado da História mais concreto. O resultado desse trabalho é esta publicação. Apesar de ter uma ênfase histórica, a participação no Projeto Memória Escolar não foi limitada aos professores vinculados à disciplina de História, pois desenvolver este trabalho foi possibilitado a qualquer professor da rede municipal que desejasse trabalhar com o projeto na escola, independente de sua área de atuação, tendo o apoio e orientação da equipe do Projeto Memória Escolar da SMED. Durante o mês de abril de 2007, foram expostos, às/aos supervisoras/res das escolas

de ensino fundamental, em duas oportunidades, de forma sucinta, as concepções e os objetivos do projeto com o intuito de buscar aliados na sua execução, junto às escolas. A primeira reunião com os professores interessados no Projeto Memória Escolar, realizou-se em 14 de maio, onde foi apresentada a proposta. Nesta reunião, ficou acordado que os professores presentes repassariam na escola a proposta do projeto e coordenariam o trabalho em suas respectivas escolas. Como o projeto buscou aliados, sendo livre a adesão das escolas, decidiu-se conjuntamente que a equipe da SMED se responsabilizaria em construir um texto sucinto sobre a história das instituições que optassem em não efetivar a pesquisa, assegurando, desta forma, que todas as unidades escolares da rede municipal de ensino estivessem presentes nesta publicação. Observou-se, ao final, que professores de diferentes disciplinas e do currículo engajaram-se no projeto em suas respectivas escolas, dando ao mesmo um caráter interdisciplinar. Efetivamente o projeto começou a ser desenvolvido em maio de 2007. Com o objetivo de auxiliar os professores envolvidos, os estagiários Mônica e Daniel realizaram visitas nas escolas. Nestas visitas, foi possível ter uma visão geral e particular do andamento do projeto em cada estabelecimento, o envolvimento dos alunos na pesquisa, a existência ou não de documentos escritos na escola, a efetivação ou não das entrevistas, entre outras questões. As escola apresentavam suas diferenças no processo de construção e implementação do projeto: algumas com planejamento bem definido e outras com muita dificuldade de organizar as tarefas para o desenvolvimento do mesmo. Cabe ressaltar que, desde o início, o Projeto Memória Escolar foi apresentado como uma proposta coletiva e em construção e, portanto, aberto a sugestões das pessoas envolvidas com o mesmo. Isto favoreceu e contribuiu para torná-lo mais rico e dinâmico, como pode ser visto nos textos produzidos pelos professores e inseridos nesta publicação. Em agosto/07, o Projeto Memória Escolar foi apresentado também às supervisoras das escolas de educação infantil, buscando sua adesão e participação do mesmo. Na Educação Infantil, a metodologia de trabalho envolveria mais a direção, supervisão e professores, em função das características próprias desta idade escolar. Apesar das diferenciações inerentes a esta modalidade, o projeto foi bem recebido pelas supervisoras. A segunda reunião com os professores responsáveis pelo projeto nas escolas, realizada em agosto/07, definiu alguns pontos ainda em aberto como: data de entrega do texto final para a SMED, formatação padrão no texto final, limite na inserção de fotos, entre outros.

Também houve um espaço para socialização acerca do andamento do projeto em cada escola bem como exposição de idéias e experiências vividas durante o desenvolvimento do trabalho. No segundo semestre, houve mais uma rodada de visitas às escolas. Importante salientar que, sempre que solicitada, a equipe da SMED se deslocava para auxiliar e orientar. Conforme combinado em agosto, os textos das escolas de ensino fundamental deveriam ser entregues até 10 de novembro e os das escolas de educação infantil até 12 de fevereiro de 2008, em função de ter iniciado, nestas escolas, no segundo semestre de 2007. Com a chegada dos textos das escolas, realizaram-se as leituras dos mesmos, observando alguns pontos que deveriam estar presentes nos artigos, como a fonte das fotos utilizadas, a metodologia do trabalho realizado na escola e com os alunos, a listagem de nomes dos entrevistados durante a pesquisa, assim como observações de casos individuais de cada texto. Realizadas estas leituras pelos integrantes da equipe da SMED, resultaram considerações e sugestões referentes a cada texto que foram repassadas dialogicamente aos professores responsáveis de cada escola. Um novo período se estabelecia para o retorno dos mesmos a SMED. Algumas unidades de ensino desenvolveram o projeto, porém, não conseguiram concluir o texto para esta publicação. Nestes casos, a equipe da SMED assumiu a redação final do texto, utilizando o material pesquisado pelos professores responsáveis nas respectivas escolas. O projeto Memória Escolar foi concebido desde o princípio como o início do registro coletivo da história das escolas municipais, num exercício e ousadia de escrita com várias mãos. Sabemos que esta publicação não é o único registro da história das escolas, pois entendemos que os textos presentes neste livro são apenas uma das versões dos fatos. Esperamos que este projeto tenha continuidade em cada uma das comunidades escolares e que situações aqui ora desconhecidas, mas não menos importantes, e outras versões da história de cada unidade escolar municipal possam inspirar novos projetos e novas publicações. Todo o trabalho resultou num livro que estará sendo lançado em fim de junho. O mesmo se estruturou em seis partes, conforme a conjuntura histórica e o início de funcionamento de cada unidade escolar. A primeira parte apresenta do período que corresponde ao início do século XX até os fins de 1950, época em que as comunidades auxiliaram, tanto de forma financeira como voluntária as escolas. A segunda parte aborda as escolas inauguradas entre 1961 e 1962, reconhecidas popularmente como brizoletas, não sendo só mérito do estado a criação destas, mas envolvendo um contexto histórico mais

complexo. A terceira parte trata do período auge do regime militar entre 1964 a 1985, período onde o município de São Leopoldo criou apenas quatro escolas de Ensino Fundamental e as duas primeiras creches, hoje denominadas de escolas de Educação Infantil. A quarta parte apresenta o período da redemocratização de 1985 a 2004, em que surgiram as escolas do Ensino Fundamental de reivindicação popular. A penúltima parte aborda o mesmo período da parte anterior, no entanto narra o surgimento das escolas de Educação Infantil desta época. A última parte trata da criação das escolas no contexto atual, a partir de 2005. Na Educação Infantil, as comunidades continuam reivindicando a criação de escolas, tanto que esta é uma das demandas do Orçamento Participativo. No entanto, no Ensino Fundamental, a criação de escolas não fez parte de nenhuma demanda do OP até 2007, pois o desejo dos cidadãos leopoldenses estava centrado na conquista de vagas nas escolas próximas da sua residência e não necessariamente na construção de novas unidades escolares. Em função da grande quantidade de alunos matriculados nas escolas já existentes, fez-se necessária a criação de duas novas escolas.