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Transcrição:

1 APÊNDICE 1 ROTEIRO DE ENTREVISTA 1 IDENTIFICAÇÃO Nome Data de nascimento Local de Nascimento Estado Civil Profissão atual Desafios, sucessos e fracassos profissionais Profissão e escolaridade dos pais Escolaridade Histórico da Família 2 TRAJETÓRIA ESTUDANTIL Quais foram as dificuldades encontradas na escola até o atual grau de formação escolar? O que o motivou a se dedicar ao estudo? Quais os fatores positivos e negativos da escola naquele período? Como eram ministradas as aulas durante sua formação? Quais as disciplinas que mais ajudou no campo profissional? Cite exemplos? Que aspectos políticos relevantes ocorreram no período em que você estudou? Como as questões política e social do país eram discutidas em sala de aula naquele período? 3 ANÁLISE DO PROJETO UNIVERSIDADE ABERTA Como você tomou conhecimento do Projeto Universidade Aberta à Terceira Idade da USP? O que significa o Projeto Universidade Aberta na sua vida? Quais os motivos que o levaram a retornar aos estudos e escolher o atual curso? Quais outros cursos realizados na USP? Identifique o ano e semestre? Comente sua expectativa inicial e qual sua avaliação do atual curso? O sistema de transmissão de aulas é diferente do período em que você concluiu o ensino médio? Qual é a sua relação com os estudantes da Terceira Idade e com os alunos regulares? Você poderia citar alguns temas discutidos em sala de aula que lhe ajudou em situações cotidianas? Com quais pessoas você costuma discutir as temáticas debatidas em sala de aula?

2 Qual a análise que você faz dos textos discutidos em sala de aula e das discussões? O Projeto Universidade Aberta da USP lhe possibilita aprofundar conhecimentos e trocar experiência com os mais jovens? Cite os pontos positivos e negativos do Projeto Universidade Aberta? 4 INFLUÊNCIA DA COMUNICAÇÃO Qual sua relação e avaliação sobre a influência da televisão na sua vida e na Qual sua relação e avaliação sobre a influência do computador na sua vida e na Em qual destes meios você se sente mais participante? Quais são os assuntos que você mais costuma discutir em família? Comente seu hábito de leitura? Sobre livros: quais os temas que mais o atrai, dificuldades de leitura, pontos interessantes. Quais são seus programas preferidos da Televisão? Comente. Você tem hábito de ler jornal? Qual periodicidade e editorias preferidas? Qual o valor que a sua experiência de vida tem nesta sociedade de informação? O que mais o ajuda na discussão em sala de aula: livro, televisão, jornal ou Internet? O que você almeja com a aquisição destes novos conhecimentos? Qual é o assunto que mais lhe preocupa atualmente no Brasil? Qual fato ocorrido no passado ou atual você poderia destacar para ilustrar a sua análise sobre a história do Brasil? 5 TERCEIRA IDADE Qual sua avaliação sobre o idoso na atual sociedade? Qual sua avaliação sobre estudantes do ensino médio que ensinam idosos a navegar pela Internet? O que é ser um estudante da Terceira Idade? Como você definiria um perfil do que atualmente é um estudante da Terceira Idade? Quais os pontos positivos e negativos de ser estudante da Terceira Idade? Como você avalia esse movimento na sua cidade e no Brasil? Você já teve oportunidade de comentar em sala de aula ou com algum estudante mais jovem suas experiências de vida? Em que medida sua experiência de vida está sendo importante para se relacionar com familiares e amigos, entender e analisar os temas debatidos em aulas na USP? Dê exemplos. Como você analisa atualmente os jovens? Você acredita que o idoso hoje é mais respeitado que em épocas anteriores na Você poderia citar alguns avanços conseguidos pelos idosos?

Você acredita que projetos como este da USP contribuirão para valorizar o idoso na Como você avalia os trabalhos, livros, filmes e peças de teatro que retratam a velhice na Qual a imagem que você tem do idoso no Brasil? Existe diferença entre ser velho e ser integrante da Terceira Idade? Como você avalia que seja o futuro do idoso na sociedade tecnológica? Qual a transformação que você pode destacar em sua vida desde que iniciou no Projeto Universidade Aberta? O que é experiência? 3

4 APÊNDICE 2 QUESTIONÁRIO 1) Nome 2) Data e Loca de Nascimento 3) Profissão 4) Escolaridade 5) Como você tomou conhecimento e o que o motivou a fazer parte do Projeto Universidade Aberta 6) Quais outros cursos você está realizando ou que já tenha realizado no Projeto Universidade Aberta à Terceira Idade na USP? Identifique o ano e semestre. 7) Qual sua avaliação desses cursos? 8) Qual o motivo que o levou a escolher o atual curso? Qual a sua expectativa inicial e qual a sua avaliação? 9) Você poderia citar algumas temáticas discutidas no atual curso e que foram importantes na sua vida particular e/ou profissional? 10) Como você avalia sua participação em sala de aula? Comente. 11) Qual sua relação com os outros alunos regulares? 12) Qual sua opinião sobre o Projeto Universidade Aberta à Terceira Idade da USP? Cite os pontos positivos e negativos? 13) Qual sua relação com os outros estudantes da Terceira Idade? 14) Você acredita que projetos como este da USP contribuirão para valorizar o idoso na Por quê? 15) Você já foi ou conhece outro estudante da Terceira Idade que tenha sido discriminado por algum professor ou por aluno regular? Comente. 16) Qual a importância que a TV, o livro e a Internet tem na sua experiência de vida e em que medida cada um contribui para as discussões em disciplinas na USP? Comente. 17) Qual sua opinião sobre o que é ser jovem na sociedade contemporânea? 18) Você considera o sistema de aula na USP como o ideal para aprofundar conhecimentos e trocar experiência com os mais jovens? 19) Quais as semelhanças e diferenças que o atual sistema de aula na USP tem em relação às aulas que você tinha no primeiro e segundo graus? 20) Você tem ou já teve espaço nas aulas para comentar sobre suas experiências de vida para auxiliar os mais jovens? Cite um deles. 21) Historicamente, os principais aspectos de respeito aos mais velhos sempre foram a sabedoria e a experiência de vida. Em que medida a sua experiência de vida está sendo importante para entender e analisar os temas debatidos em aulas na USP? Dê exemplos. 22) Como você se define como estudante da Terceira Idade? 23) Qual sua opinião sobre estudantes do ensino médio que visitam asilos para ensinar idosos a se comunicarem pela Internet?

5 APÊNDICE 3 HISTÓRICO DE VIDA RÂMIOS PEREIRA DO NASCIMENTO (SÃO PAULO) Eu nasci no dia 4 de setembro de 1940, na Bahia, na cidade de Saúde, próximo de Jacobino. É uma cidade pequena. Olha eu não sei quantos habitantes têm porque quando eu saí de lá, sinceramente, nem fiquei sabendo a situação daquela cidade. Saúde deve dar aproximadamente umas seis, sete horas. (...) Olha, eu saí de lá quando estava com 18 anos. Eu trabalhava na lavoura de feijão, milho, arroz., juntamente com meus pais e irmãos. Todos trabalhavam na lavoura. Nós éramos em seis. Três homens e três mulheres. Eu sou o mais velho dos homens. Com 18 anos eu vim para São Paulo. Cheguei aqui e fiquei trabalhando em uma construção civil por um ano e meio, depois fui servi ao exército. SEBASTIÃO NAVES DE SOUZA (SÃO PAULO) Eu nasci no dia 7 de junho de 1938, num lugarejo chamado Bonsucesso, em Minas Gerais. Sou casado, tenho três filhos e uma neta de um ano e três meses. Sou aposentado. Fui bancário por 35 anos e 12 dias. A minha experiência no banco foi muito boa. Inclusive nos últimos 12 anos eu viajei para serviço externo na Inspetoria. E foi assim um aprendizado, relacionamento muito grande com vários estados com uso de recursos públicos diferentes uns dos outros. Trabalhei no Banco Regional do Brasil. É aqui em São Paulo, com sede em Porto Alegre. Eu vim para cá (São Paulo) em 62 em busca de crescer, melhorar a vida porque a região onde eu estava na época não era tão bom com emprego como São Paulo. Por isso eu vim para São Paulo. Mamãe é falecida em 72. Papai é ainda vivo, completou 90 anos anteontem. Papai apenas assina o nome e lê, mas não tem uma formação. Ele é semi-analfabeto. Escreve o nome, assina o nome. Pratica leituras da bíblia. DAVID BARBOSA DE MENEZES (SÃO PAULO) Meu nome é David Barboza de Menezes. Nasci no dia 29 de dezembro de 1929 em Amargosa, no Estado da Bahia. Isso fica no Nordeste. Hoje deve ter uns 10 mil habitantes. É uma cidade muito grande. Meu pai chamava João Barboza de Menezes e minha mãe Raimunda Barboza de Jesus Menezes. Meu pai era lavrador e eu também já nasci na lavoura. E toda a minha família, meus irmãos vivia nesse serviço, trabalhando e plantando. A plantação era de café, do norte, nordeste, e plantava fumo, feijão, milho e mandioca. Isso era a lavoura que o povo baiano vive. Neste tempo quando eu trabalhava na roça, desde os 7 anos que eu trabalhei e plantei. Eu fiz uma roça para mim que todo mundo ficava admirado. Eu, naquela idade de 7 anos e trabalhando para fazer roça de plantar feijão. Então, eu fui dormir. E de noite quando eu acordei, eu fiquei pensando que amanhã eu vou pedir ao meu pai que quero trabalhar, que quero fazer uma roça também. Aí como eu ficava com vergonha e acanhado de falar com meu pai, eu falei para a minha mãe: Mãe eu quero limpar aquele pedaço de terra, que fica na estrada ali. Eu quero plantar feijão. Aí minha mãe foi e falou: João: o David disse que quer trabalhar, que quer fazer uma roça, que quer limpar aquela terra para ele plantar feijão. E daí ele mandou que eu fosse limpar a terra e plantar. E aí me acostumei da roça, sempre trabalhando para mim e também ajudando a ele também. Aí entrava a lavoura de café, nós ia limpar café. E plantar as outras plantações de feijão, milho e fumo que lavra muito na Bahia. Aí eu cresci e vim para Belo Horizonte e depois para São Paulo.

6 DALVA MATOSO ARGOUD (PIRACICABA) Meu nome é Dalva Mattoso Argoud, eu nasci em 10 de abril de 1930, em São Paulo. A minha mãe Maria Chagas Mattoso era dona de casa. Meu pai (Mathuzalem Mattoso) trabalhava como padeiro em uma padaria. Ele mexia muito com política. Na década de 40 ele chegou a ser eleito deputado estadual pela Penha, mas morreu antes de assumir o cargo. Depois que terminou as eleições ele foi visitar o seu pai (Alvaro Mattoso) em uma fazenda na cidade de Biraci, no Estado de Minas Gerais. Lá ele teve pancreatite aguda, mas não foi socorrido a tempo. Ele teve que ser levado para um Hospital em Franca, que era a cidade mais próxima. Permaneci em São Paulo por mais alguns anos, estudei, fiz enfermagem alto padrão. Casei na Capital com Lucien (August Argoud) que trabalhava na Caterpillar. Ele foi transferido para trabalhar em Piracicaba, quando decidimos vir morar nesta cidade. ARACY DUARTE FERRARI (PIRACICABA) Meu nome é Aracy Duarte Ferrari. Minha profissão é diretora de Escola. Meus pais tinham conhecimento primário. Meus avós imigrantes de Portugal; batalhadores. Minha mãe, embora na sua simplicidade de uma força interior muito positiva. Tive uma adolescência normal, com muita dificuldade financeira; perdi meu pai ainda jovem. Mas sempre estudei, sempre gostei de escola, dado ser o nosso canal de ascensão. Abertura para novas propostas e projetos. O meu pai comerciante. Minha mãe dona de casa. Do lar, que hoje chama do lar. Somos em quatro irmãos. Três estudaram até o ensino de segundo grau e apenas eu que fui para o nível superior. ESTHER WACCHI PASSOS (PIRACICABA) Meu nome é Esther Wacchi Passos. Tenho 56 anos. Sou casada, tenho 4 filhos. Nasci em Piracicaba em 13 de fevereiro de 1945. Sou descendente de italianos. Os meus bisavós vieram para o Brasil no fim do século passado como imigrantes. E moraram numa fazenda e depois compraram um terreno em Dois Córregos aonde resido até hoje. E o meu sonho sempre foi estudar, mas como não tive a possibilidade quando era jovem, agora estou realizando este sonho. Não tive oportunidade porque morava no Sítio e não tinha condições financeira, nem condições... não tinha carro na época, o ônibus, não tinha nada, não tinha acesso. Meus pais trabalhavam na roça com frutas, cereais. Meu pai plantava legumes batata, mandioca frutas e vendia no mercado da cidade de Piracicaba. E meu pai vinha de carroça naquela época. Então a gente, como tinham outros filhos, os filhos ficavam lá na ajuda da colheita. Então eles necessitavam dos filhos lá para ajudar. Então não tinha mesmo condições, não tinha como a gente sair de lá para estudar. Lá só tinha escola primária. Eu cursei até o quarto ano primário, mas ficou aquele sonho de estudar, sabe? Depois eu casei, fui para São Paulo onde fiquei lá por 13 anos. ERLINDA TEREZA TRAVAGLINI CASAROTTI - (PIRACICABA) Meu nome é Erlinda Tereza Travaglini Casarotti. Eu nasci em 13 de maio de 1935, em Piracicaba. Sou natural de Piracicaba. Eu pertenço ao ciclo secundário. Sou professora primária. Eu me formei em 1955 e lecionei cinco anos, dei aula. Depois eu desisti para me dedicar ao casamento e criar os filhos. Eu casei em 1960. No tempo em que eu estudava, o objetivo para as moças era ter uma cultura. Para ter um nível de conhecimento, mas era meio feio, meio deprimente para os pais e pros maridos deixar a mulher trabalhar fora. Então meu pai não me deixou trabalhar fora. E eu além do curso de professora eu fiz o curso de especialização, mais um ano, um ano e meio, me lembro bem. E depois eu fiz outros cursos de férias, eu sempre gostei de estudar, então nas férias eu fazia cursos na Esalq, fazia tudo que dava para eu fazer eu fazia. Minha mãe só pertenceu ao lar mesmo. Só os filhos dela se formou todos, estudaram. Ela mesmo, não. Ela é de origem humilde, imigrante de pais italianos. Todos italianos. Meu pai era italiano também de nascimento.

7 ELIZABETH VIDOR (PIRACICABA) Meu nome completo é Elizabeth Vidor. Eu nasci no Rio de Janeiro, nasci e me criei, me formei em Arquitetura no Rio (de Janeiro), na Federal, na época não chamava de Federal. E me casei com um colega de Faculdade, que também se formou em Arquitetura. Eu tenho 42 anos de formado. Meus pais já são falecidos. Eram judeus-húngaros, mas se conheceram e se casaram aqui no Brasil. Meu pai (Arpad Vidor) trabalhava no Comércio e minha mãe (Clara Santo Vidor) sempre foi dona de casa, embora muito atualizada, acompanhava todos os acontecimentos, mas era dona de casa. ELLEN SCHAFFA (SÃO PAULO) Meu nome é Ellen Schaffa, eu nasci em Berlim, na Alemanha, em abril de 1925. Sou formada pela USP em Letras, especialidade em Inglês, Alemão e Português e eu fiz também o curso de economia. Sou viúva, tenho quatro filhos e oito netos. Em 1933, com a ascensão de Hitler começou a perseguição aos Judeus. Então os meus pais, desde aquela época prepararam a imigração. Eu era criança, não senti muita dificuldade, para mim foi uma aventura vir para o Brasil. Vieram os meus pais, a minha avó e o meu irmão, que é três anos mais velho do que eu. No Brasil não foi muito difícil me adaptar, fiz logo amizades e o problema da língua, como eu era muito criança também foi superado rapidamente. Os meus pais na Alemanha estavam bem situados. O meu pai (Max Phiebig) tinha uma fábrica de talheres e minha mãe (Klara Phiebig) ajudava. E a casa corria bem, nunca houve problemas financeiros. Nós viemos aqui para o Brasil em 1937. Depois de uma curta estadia na Dinamarca, meio ano, a gente veio para o Brasil e foi uma escolha muito boa, pelo que eu acho hoje. THEREZINHA CEZAR SAVAYA Do lar. Professora primária e dois anos de administração escolar na Caetano de Campos. GRAÇAS MARIA SANTOS OLIVEIRA 47 anos. Aposentada Bancária. Nível superior. MARINA Salvador,11 de dezembro de 1939. Do lar. Escolaridade 2º grau. IGNEZ AMÉLIA BREDARIOL GOSUEN Ribeirão Preto, 01 de outubro de 1940. Professora de História, aposentada. AUREA DI RIENZO BULBÃO 75 anos. Aposentada. 1º grau normalista. MARIA VERA RIBEIRO THURLER 64 anos. Do lar. Secretariado. SHYRLEI P. LYRA GRACIANO 63 anos. Professora. Curso Superior