CASA EM IBIRAPITANGA

Documentos relacionados
CASA EM TIBAU. Implantação e Partido Formal. Local: Tibau do Sul, RN Ano: Autoras: Brena M. de Oliveira, Cristina Piccoli, Ana Elísia da Costa

CASA EM IBIRAPITANGA. Implantação e Partido Formal

CASA EM CATALÃO. Implantação e Partido Formal

CASA EM TIBAU CASA BIOVILLA PATIO

CASA BIOVILLA PATIO. (b) (c)

CASA CA. Implantação e Partido Formal

CASA UBATUBA CASA MAIA

ANÁLISE COMPARATIVA: CASAS GUAECÁ E ITATIBA. Implantação e Partido Formal. Local: Itatiba - SP Ano: Local: São Sebastião - SP

CASA DE RIBERÃO PRETO

RESIDÊNCIA FB. Local: Bragança Paulista - SP Ano: 2011 Jacobsen Arquitetura Autores: Rafael Susin Baumann, Cristina Piccoli e Ana Elísia da Costa

RESIDÊNCIA YAMADA. Implantação e Partido formal

Residências Atibaia, Florianópolis e Alto de Pinheiros

CASA UBATUBA. Implantação e Partido Formal

CASA DE RIBERÃO PRETO

RESIDÊNCIA ZM. Implantação e Partido Formal

CASA BARRA DO UNA. Figura 2: Declividade do terreno e implantação da Casa Barra do Una SIAA Arquitetos Fonte: RODRIGUES, Web G. P., 2015.

RESIDENCIA KS. Implantação e Partido formal

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ESTÁGIO EM ARQUITETURA E URBANISMO

CASA MAIA. Implantação e Partido Formal

CASA NO PEIXE GORDO ANÁLISE: CASA NO PEIXE GORDO. Implantação e Partido Formal

RESIDÊNCIA WP RESIDÊNCIA ML2. CASA DO CUMBUCO Local: Sete Lagoas, Local: Brumadinho, Local: Praia do Cumbuco, Implantação e Partido Formal

RESIDÊNCIA BROOKLIN. Implantação e Partido Formal

CASA LP. Implantação e Partido Formal. Local: São Paulo Ano: 2012 Escritório: METRO Arquitetos Associados Autoria: Mariana Samurio

ANÁLISE COMPARATIVA: CASAS RP E KG

Figura 1: Implantação da casa no Derby O Norte Oficina de criação. Fonte: Jéssica Lucena, 2015.

CASA BERTOLINI CASA PORTO DO SOL

CASA EM PINHEIROS. Local: Pinheiros, SP Ano: Escritório: UNA Arquitetos

CASA EM MANGABEIRAS. Casa em Mangabeiras Promenade Contemporânea 1. Implantação e Partido Formal

CASA SANTA TERESA CASA ILHABELA

CASA NA BARRA DO SAHY

CASA EM ITU CASA BRASILEIRA 2

Implantação e Partido Formal

Implantação e Partido Formal

Implantação e Partido Formal

CASA UBATUBA II O MIRANTE PRAIANO 1. Implantação. Local: Ubatuba - SP Ano: Escritório SPBR Autoras: Paula Hallal e Ana Elísia da Costa

LINEARIDADE COMO PRINCÍPIO ORGANIZADOR

Figura 1: Implantação Casa Cafezal FGMF. Fonte: Banco de dados LPPM, 2014.

CASA ATELIER. Implantação e Partido Formal. Local Itanhangá, Rio de Janeiro Ano 2002 Escritório Carla Juaçaba Arquitetura

ANÁLISE COMPARATIVA: SAHY, PRAIA PRETA E PIRACAIA

Figura 1: Implantação da Casa das Pérgolas Deslizantes FGMF Fonte: Revista Monolito, 21ª edição, ano 2014

CASA ALTO DE PINHEIROS

ANÁLISE COMPARATIVA: CASAS LE E ACPO. Implantação e Partido Formal. Local: Santana de Parnaíba-SP Local: Mogi das Cruzes- SP Ano: 2010

CASA EM ALDEIA Local Camaragibe - PE Ano Escritório O Norte Oficina de Criação Autoras: Jéssica Lucena e Tamires Cabral

ANÁLISE COMPARATIVA: Residências Alto de Pinheiros e Boaçava. Introdução. Implantação

CASA NB Local: Nova Lima, Minas Gerais Ano: 2007 Escritório Arquitetos Associados Autoras: Ana Elísia da Costa e Beatriz Dornelles Bastos

O PÁTIO/ÁTRIO COMO PRINCIPIO ORGANIZADOR

DESLIZANTES Local: Serra da Mantiqueira - SP Local: Bauru- SP Ano: 2012 a 2014

RESIDÊNCIA MDT. Implantação e Partido Formal

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

ANÁLISE COMPARATIVA PLANAR

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA NATURAL, CHEGANDO A SE CONFUDIR COM O MESMO, E DIALOGA

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL RAFAEL SUSIN BAUMANN A CASA CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA: REGRA E TRANSGRESSÃO TIPOLÓGICA NO ESPAÇO DOMÉSTICO -

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA ESSENCIALMENTE RETANGULAR E DELGADO.

CASA GRELHA. Casas Atomizadas: Casa Grelha

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA CROQUIS DO ARQUITETO.

PARÂMETRO DESCRIÇÃO IMAGEM SÍNTESE FUNCIONAL IMPLANTAÇÃO TOPOGRAFIA CIRCULAÇÃO E ACESSOS

CASA PARA UM CASAL SEM FILHOS

FUNCIONAL TOPOGRAFIA ZONEAMENTO/ MEDIDAS APROXIMADAS DE 70M X 110M, OCUPANDO CERCA DE 14,3% DA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA. island road. Contentment.

METODOLOGIAS DO PROJETO: ESQUEMAS TIPOLOGICOS USADOS NA ARQUITETURA RESIDENCIAL CONTEMPORÂNEA BRASILEIRA.

PARÂMETRO DESCRIÇÃO IMAGEM SÍNTESE FUNCIONAL ENTORNO IMPLANTAÇÃO TOPOGRAFIA AVENIDA OITO AVENIDA GENESEE RUA DR OGDEN

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA GRANDES VAZIOS URBANOS, GRANDES LOTES, MARCADA PELA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA SUNRISE LN

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA EM TODOS OS LADOS. OVERLAY ESCALA 1/1500

CASA ZM CASA CT CASA MDT CASA FB

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA RUI CARNEIRO, DE GRANDE FLUXO.

UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO ESTÁGIO EM ARQUITETURA E URBANISMO STEFÂNIA ROSSATO TONET

Implantação e Partido Formal

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA PREDOMINANDO EM SEU ENTORNO ELEMENTOS EXCLUSIVAMENTE

Unidades Habitacionais Coletivas - CODHAB (2016) Sobradinho, Brasília - Distrito Federal, Brasil

ELFRIEDESTRABE ELFRIEDESTRABE ELFRIEDESTRABE ELFRIEDESTRABE OBERSEESTRABE LAGO OBERSEE

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA

Ventos predominantes. Poente. P Ponto de ônibus

Saneamento e Meio ambiente para Arquitetura Edificações Sustentáveis Análise E1. G10. Brunieli Mori Juliana Oliveira Mayara Serra

Carlos Alberto Maciel. Alexandre Brasil. Residência RP Sete Lagoas, MG. Juliana Barros e Michelle Andrade (colaboradoras)

FICHA 06. Tir o de Gu e r r a Foto _TIro de Guerra em dia de formatura. Fonte: Acervo MUSA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA SEGUNDA APRESENTA SENTIDO DUPLO (L-O / O-L).

69,76% FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS SOLAR/

FICHA 03. Foto _Ginásio do Taboão, visto do pátio externo logo na sua inauguração. Fonte: Acrópole nº364 outrubro de 1969.

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR- MASSAS TOPOGRAFIA

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA APRESENTA DUAS FRENTES DEVIDO AO TERRENO CRUZAR TODA A

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA EM UM BAIRRO MAJORITARIAMENTE RESIDENCIAL, ONDE QUASE

ANTEPROJETO DO CENTRO CULTURAL PIUM ARTES INTEGRADAS

CASA EN TERRAVILLE. Implantação e Partido Formal. Local: Porto Alegre Ano: 2010 Escritório MAPA Autoras : Ana Elísia da Costa e Thaís Gerhardt

CASA CIRURGIÕES Local Botucatu Ano Escritório FGMF Autoras: Jéssica Lucena e Tamires Cabral

CASA VARANDA. Implantação e Partido Formal

CONVENÇÕES DE PROJETO E DESENHO ARQUITETÔNICO

FICHA 04 == Foto _Fachada para a Rua Ramiro Coleoni Fonte: FERRAZ, 2008

DESENHO TÉCNICO 3. Prof. Mariana Gusmão e Gabriel Liberalquino

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA FRANCIS AV. IRVING ST.

E S TA R S O C I A L PRAÇA MAJOR JOAQUIM DE QUEIROZ

CONJUNTO HABITACIONAL MANGUETOWN

Distribuição de Ações Horizontais

LEITURA E INTERPRETAÇÃO DE PROJETOS DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Aula 17- ARQ-011 Desenho Técnico 1: Representação de projetos de arquitetura (seg. NBR-6492: 1994) Antonio Pedro Carvalho

FUNCIONAL ENTORNO ELEMENTOS DE ENTORNO, CONSIDERANDO OS ATRIBUTOS DO LUGAR - MASSAS TOPOGRAFIA A CASA PEDRO PAES DE CARVALHO LOCALIZA-SE CIDADE DE

1/5. Unidade Habitacional Permear. Departamento de Arquitetura e Urbanismo. Disciplina: ARQ Projeto Arquitetônico IV

Anna Juni Enk te Winkel Gustavo Delonero. Portfolio. Sesc Limeira. Rua Catequese, 77 Butantã SP

Transcrição:

CASA EM IBIRAPITANGA CASA EM TIBAU CASA EM CATALÃO Local: Santa Isabel, Local: Tibau do Sul, Local: Catalão, SP Ano: 2009 RN Ano: 2011 GO Ano: 2011 Escritório Yuri Vital Autoras: Brena M. de Oliveira, Cristina Piccoli, Ana Elísia da Costa ANÁLISE COMPARATIVA: CASA EM IBIRAPITANGA, CASA EM TIBAU E CASA EM CATALÃO Implantação e Partido Formal Apesar de as casas terem sido planejadas com objetivos diferentes e para ambientes distintos, observa-se que todas foram implantadas em terrenos de geometria e topografia irregulares. A casa em Ibirapitanga, de final de semana, está em um condomínio fechado às margens da reserva florestal de mesmo nome. A casa em Tibau, de veraneio, também está implantada em um condomínio fechado, este na exuberante praia da Pipa - RN. Já a casa em Catalão, de uso regular, foi projetada para ser construída em zona suburbana da cidade de Catalão - GO. A topografia, a despeito da diferença de níveis ser grande ou pequena, condicionou em todos os casos a criação taludes, ora de inclinação suave, ora fortemente pendentes, originando platôs onde as casas estão assentadas. (Figura 1) Figura 1: Implantação e esquemas de manipulação da topografia (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital O partido decomposto, com duas alas claramente identificáveis, é adotado nas três residências. Condicionados pela geometria do terreno, as alas se articulam entre si de diferentes maneiras perpendicularmente (Ibirapitanga); paralelamente, com um pátio no meio (Tibau); e com angulação irregular (Catalão). Por outro lado, a topografia íngreme condiciona nos três casos que uma ala se apoie diretamente no terreno e o outra sobre pilotis. (Figura 2)

Figura 2: Esquema composição volumétrica (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital O arranjo volumétrico sugerido na composição é tensionado por elementos planares verticais que possuem forte expressão formal. Estes planos podem funcionar como elemento conector entre os volumes (Tibau e Catalão) ou para evidenciar um componente estrutural do conjunto (Ibirapitanga). Ainda evidenciam o desejo de imprimir uma expressão planar à composição o uso recuado de planos verticais de vedação em relação às lajes de piso e cobertura. (Figura 3) Figura 3: Esquema da volumetria apoiada sobre o terreno e sobre pilotis (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital O tratamento dado a cada uma das alas sugere as suas funções, bem como o grau de exposição a ser submetido o usuário. O vidro é usado sem reservas nas alas sociais, buscando sempre explorar visuais privilegiadas (Tibau e Ibirapitanga). Quando isto não ocorre, como na casa em Catalão, um ripado de madeira cobre a fachada voltada para a rua. Já nas fachadas das alas íntimas e de serviço, há o predomínio dos cheios sobre os vazios, através da utilização do concreto ou de painéis de madeira. (Figura 4) Figura 4: Perspectiva: ala social e íntima (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital

Configuração funcional A organização do programa é realizada em dois blocos e, com exceção da casa em Catalão, em dois níveis. É notável, nos três casos estudados, a segregação total da área social em um pavimento ou bloco. Em função disso, percebe-se que em residências com um programa mais extenso (Catalão e Ibirapitanga) a criação de um segundo grau de ambientes sociais, mais familiar, que acaba sendo acolhido dentro do bloco que abriga os setores íntimo e de serviço. (Figura 5) Figura 5: Zoneamento (a) Casa em Ibirapitanga,2009; Casa em Tibau, 2011; Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital Nos setores sociais, não há compartimentação dos ambientes, configurando sempre uma planta livre em que a circulação é sugerida na sua periferia, quer seja longitudinal (Ibirapitanga e Tibau) ou transversal (Catalão). Já o arranjo dos outros setores íntimo e de serviços não obedece a uma regra norteadora, podendo se apresentar de duas maneiras distintas: a) em alas independentes, organizadas ao redor de um pátio, e com eixos de circulações periféricos aos ambientes e tangentes ao pátio (Ibirapitanga e Tibau); b) em uma única ala, com faixas organizadas ao longo de um corredor periférico (Catalão). (Figuras 5 e 6)

Figura 6: Circulação vertical e acessos - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital Nos três casos, os acessos social e de serviço são independentes, não havendo, contudo, um hall social que distribua os fluxos internos e que dê autonomia de uso aos setores. Assim, para acessar os setores de serviço e íntimo, é necessário transpor o setor social. Transposto o social, o sistema de circulação se explicita claramente e ganha expressão formal ao se articular com os pátios gerados entre as alas. (Figura 6) De modo geral, se observa que as plantas não são regidas por uma modulação rígida, bem como a disposição dos elementos irregulares de composição também não parece seguir uma padronização, estando algumas vezes internalizados e, em outras, na periferia da planta e, sempre que possível, agrupados. (Figura 7) Figura 7: Circulação e elementos irregulares - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital

Espacialidade O observador é sempre conduzido ao ingresso através de uma escada ou passarela. Ao final deste percurso, depara-se com um espaço de transição entre exterior e interior configurado pelo recuo dos planos de vedação em relação às empenas laterais e da laje do piso. Este espaço faz as vezes de hall que, nas casas Tibau e Ibirapitanga, pelo plano envidraçado, permite antever o interior da sala, ao contrário da casa Catalão, na qual a superfície envidraçada está camuflada sob uma trama de madeira. (Figura 8). Figura 8: Acesso - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital

Nas salas de estar, as experiências vivenciadas são repletas de relações abertas e dinâmicas, promovidas pela planta livre e pelos extensos planos de vidro que favorecem a permeabilidade visual, configurando assim tensões multidirecionais. Na casa Catalão, entretanto, há um certo unidirecionamento promovido pelas empenas laterais opacas. (Figura 9) Figura 9: Estar e jantar - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital

É curioso notar como as circulações entre blocos, pavimentos e alas são tratados de forma peculiar. Nas três residências elas têm papel relevante não só funcional, mas também na fruição da edificação. Na casa Ibirapitanga, o usuário é convidado a percorrer uma longa passarela ao ar livre antes de ingressar no setor social. Também nesta residência, o pátio articula a passagem de uma ala a outra promovendo um passeio pelo interior da casa. Da mesma forma, na casa em Tibau, um conjunto de escadas preenchem o pátio entre os dois blocos, obrigando um deslocamento nada convencional. Na casa em Catalão um corredor envidraçado, conecta os dois blocos e permite experimentar, assim como nas situações anteriores, relações abertas e tensões multidirecionais. (Figura 10) Figura 10: Transição entre as alas - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital

Nos percursos que conduzem aos dormitórios, os corredores estreitos e profundos sugerem um unidirecionamento que é tratado de maneira distinta em cada residência. Na Casa em Ibirapitanga, o unidirecionamento é rompido pelo plano vertical envidraçado que delimita o corredor para o pátio interno. Na Casa em Tibau, o observador se depara com um corredor que separa os dormitórios de solteiro e de casal, causando forte tensão unidirecional. Já na Casa em Catalão, o corredor que leva aos dormitórios, com suas pequenas janelas verticais, possui um caráter ambíguo - quando as aberturas estão obscurecidas pelas venezianas, a sensação é de unidirecionamento, mas quando estas são abertas, as tensões passam a ser multidirecionais. (Figura 11) Figura 11: Corredor íntimo - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital

Nos dormitórios, a experiência é primordialmente estática, causada pela geometria regular dos ambientes. Contudo, tensionam a estaticidade dos quartos as grandes aberturas que os dilatam visual e/ou fisicamente para o exterior. De qualquer modo, configura-se uma tensão unidirecional, onde as aberturas se consolidam com pontos focais destes ambientes. (Figura 12) Figura 12: Dormitório - (a) Casa em Ibirapitanga,2009; (b) Casa em Tibau, 2011; (c) Casa em Catalão, 2011. Escritório Yuri Vital