O PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO REGISTRAL Lei nº /2015 Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2017

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Transcrição:

O PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO REGISTRAL Lei nº 13.097/2015 Porto Alegre, 21 de fevereiro de 2017 João Pedro Lamana Paiva Registrador de Imóveis da 1ª Zona de Porto Alegre www.lamanapaiva.com.br Conceito do Princípio da Concentração O princípio da concentração tem por objetivo concentrar todas as informações e direitos que tenham influência no registro imobiliário ou nas pessoas. A situação jurídica que não estiver na matrícula, não será oponível, pois não atinge o imóvel. Segurança Jurídica O terceiro adquirente procura na instituição registral a eliminação dos riscos, no que diz respeito à verdadeira situação jurídica das propriedades territoriais. A matrícula imobiliária A matriculação dos imóveis fez com que o sistema registral imobiliário brasileiro fosse modernizado já que origina um histórico completo relativo aos imóveis, formando um verdadeiro curriculum vitae de cada unidade imobiliária. Alcance do princípio Assim, nenhum fato jurígeno ou ato jurídico que diga respeito à situação jurídica do imóvel ou às mutações subjetivas que possa vir a sofrer podem ficar indiferentes ao registro/averbação na matrícula. Dos atos a incluir na matrícula Devem ser incluídos na matrícula imobiliária para que esta cumpra sua finalidade de repositório único de informações sobre o imóvel: Os atos translativos da propriedade; As instituições de direitos reais; Os atos judiciais e administrativos; Os atos de outra natureza que digam respeito à situação jurídica das pessoas e do imóvel. LEI nº 13.097/2015 O princípio da concentração e a segurança jurídica Dormentibus non succurrit jus O direito não socorre aos que dormem Medida Provisória nº 656/2014 A Medida Provisória nº 656 de 8 de novembro de 2014 provocou uma ampliação da força do princípio da concentração. A força probatória da certidão e a publicidade registral foram significativamente ampliadas.

Conversão da Medida em Lei No dia 19 de janeiro de 2015 foi convertida em Lei a Medida Provisória nº 656/2014, passando a integrar o ordenamento jurídico através da Lei n. 13.097/2015, publicada no dia 20 de janeiro de 2015. Lei 13.097/15 Art. 54. Os negócios jurídicos que tenham por fim constituir, transferir ou modificar direitos reais sobre imóveis são eficazes em relação a atos jurídicos precedentes, nas hipóteses em que não tenham sido registradas ou averbadas na matrícula do imóvel as seguintes informações: I - registro de citação de ações reais ou pessoais reipersecutórias; II - averbação, por solicitação do interessado, de constrição judicial, do ajuizamento de ação de execução ou de fase de cumprimento de sentença, procedendo-se nos termos previstos do art. 615-A da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil ( Art. 828 do CPC Lei 13.105/15); III - averbação de restrição administrativa ou convencional ao gozo de direitos registrados, de indisponibilidade ou de outros ônus quando previstos em lei; e IV - averbação, mediante decisão judicial, da existência de outro tipo de ação cujos resultados ou responsabilidade patrimonial possam reduzir seu proprietário à insolvência, nos termos do inciso II do art. 593 da Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil ( Art. 792, IV do CPC Lei 13.105/15). Análise da Lei n. 13.097/15 As hipóteses dispostas nos incisos do artigo 54 da Lei n. 13.097/2015 visam impedir o registro de atos posteriores ou relativizar a eficácia dos atos registrados posteriormente. Impedir: indisponibilidade de bens, ordem judicial para não praticar atos sem autorização, etc. (Exemplo: contendo na matrícula a averbação de indisponibilidade do bem imóvel, não é possível praticar atos de constituição, alienação ou modificação de direitos reais) Relativizar: ajuizamento de ação de execução, existência de ação, etc. (Exemplo: contendo averbação de notícia de ação na matrícula, Art. 799, IX ou Art. 828 do CPC, é possível registrar a transferência de direitos sobre o imóvel, desde que no título conste a ciência do adquirente sobre a existência do gravame. Posteriormente, este imóvel poderá ser retirado do atual proprietário). Art. 54, único Parágrafo único. Não poderão ser opostas situações jurídicas não constantes da matrícula no Registro de Imóveis, inclusive para fins de evicção, ao terceiro de boa-fé que adquirir ou receber em garantia direitos reais sobre o imóvel, ressalvados o disposto nos arts. 129 e 130 da Lei no 11.101, de 9 de fevereiro de 2005, e as hipóteses de aquisição e extinção da propriedade que independam de registro de título de imóvel.

Art. 54, único Este parágrafo expressa a garantia do terceiro de boa-fé que registra o seu título aquisitivo no Registro de Imóveis competente. Regra: Ao terceiro de boa-fé que registra o título, não será oponível situação não constante na matrícula. Primeira Exceção à Regra: - Falência de Empresa. Exemplo: Art. 129, VII da Lei nº 11.101/2005. Ineficácia, em relação à massa falida, dos atos de registro de direitos reais e de transferência de propriedade realizados após a decretação da falência, salvo se tiver havido prenotação anterior. Segunda Exceção à Regra: Hipótese que independe de registro de título pode ser oponível ao terceiro adquirente de boa-fé. Exemplos: Aquisição de propriedade ou Extinção/Perda da propriedade - usucapião e aquisição por acessão (Art. 1.238 e 1.248, CC). Novo Código de Processo Civil Lei n. 13.105/15 A nova lei processual alterou a concepção de fraude à execução nas alienações e onerações de bens imóveis. O princípio da concentração passou a nortear a configuração da fraude, corroborando a Súmula 375 STJ: O reconhecimento da fraude à execução depende do registro da penhora do bem alienado ou da prova de má-fé do terceiro adquirente. Para haver fraude é necessária a prévia averbação do gravame judicial. Repercussões Negociais da Lei 13.097/2015 Inovações da nova Lei Adquirente de boa-fé Credor Devedor Negócios Imobiliários (incorporadoras, loteadores, etc.) Anteriormente Adquirente de boa-fé Tinha que proceder buscas referente a feitos ajuizados e tendo em vista todas as Justiças, Instâncias e Comarcas do Brasil, gerava incerteza. Precisa apenas analisar a matrícula e as certidões fiscais. Atentar-se nos negócios com pessoas jurídicas e sócios de empresas (Art. 54, único)

Anteriormente Credor Poderia buscar o imóvel a qualquer momento sem necessidade de proceder anterior notícia, causando insegurança nas celebrações de negócios imobiliários (Ex.: Justiça do Trabalho). Credor Para garantir o seu crédito junto ao imóvel, deverá diligenciar a notícia na matrícula, o que tornará pública a existência do crédito, agilizando o seu resgate, inclusive com redução de custos. Anteriormente Devedor Poderia alienar o imóvel livremente, inclusive a terceiro de boa-fé, causando prejuízos. Devedor Tem seus imóveis com restrição noticiada na matrícula, através da publicidade registral, impossibilitando que venha a alienar/onerar o imóvel sem prestar informações ao adquirente de boa-fé. Anteriormente Negócios Imobiliários Incerteza da manutenção do negócio jurídico, pois poderia ser desfeito em razão de dívidas do vendedor do imóvel. Menor segurança para investimentos. Negócios Imobiliários Maior segurança, pois a matrícula do imóvel concentra as informações relativas ao imóvel e aos direitos incidentes sobre ele. Proteção aos investimentos. Vigência da Lei 13.097/15 Art. 61. Os registros e averbações relativos a atos jurídicos anteriores a esta Lei, devem ser ajustados aos seus termos em até 2 (dois) anos, contados do início de sua vigência. Início da Vigência: 19 de fevereiro de 2015 (Art. 168, II da Lei 13.097/15) Vigência Plena: 20 de fevereiro de 2017

Efeitos da Lei n. 13.097/2015 nas ações ajuizadas Art. 61 da Lei 13.097/15 c/c Art. 17 da MP 656/14 Efeitos da Lei n. 13.097/2015 a partir de 20/2/2017 A matrícula imobiliária, passou a ser o documento básico de referência para a comprovação da situação jurídica em que se encontra o imóvel. Simplificação da documentação exigível à lavratura dos atos notariais. Dispensa legal das certidões de feitos ajuizados. Fortalecimento do crédito imobiliário. Facilidade Um dos maiores reflexos da Lei foi simplificar a forma de obtenção de informações fidedignas sobre o imóvel, concentrando-as em uma fonte única, verdadeiro curriculum vitae a matrícula imobiliária, do Registro de Imóveis com circunscrição sobre o lugar onde situado o imóvel. Repositório Real A partir de agora registro imobiliário espelhará a realidade do imóvel dando credibilidade e confiança à prática dos atos de disposição sobre a propriedade imobiliária, evitando as surpresas ocultas do negócio. Celeridade A implementação das tecnologias de acesso a informação e a vigência plena da Lei nº 13.097/15, aliada ao Registro Eletrônico, trouxe maior agilidade na formalização dos negócios imobiliários. Comparativo Temporal *Informações do Banco Mundial A transmissão da propriedade no RI deverá ser de 10 a 15 dias.

Solução para Todos Adquirente do imóvel: a cautela necessária será a verificação do conteúdo da matrícula onde poderá contar com o princípio da fé pública registral, assim como na Espanha e em outros países da Europa continental. Credor: a diligência necessária será levar para a matrícula os créditos existentes, para publicizá-los, através de averbações e/ou registros. Dessa forma, de acordo com o novo regime instituído pela Lei nº 13.097/2015, só podem ser opostos, ao adquirente de boa-fé, os atos jurídicos que tiverem averbação ou registro precedentes na matrícula imobiliária. Exceção 1 Ressalvas estabelecidas pela própria Lei nº 13.097/2015, no artigo 54, único: Alienações que são ineficazes em relação à massa falida, artigos 129 e 130 da Lei nº 11.101/2005 (Falência de Empresa). Hipóteses de aquisição e extinção da propriedade que independam de registro do título respectivo (Usucapião). Exceção 2 A penhora do bem em execução fiscal, sem averbação na matrícula, é oponível ao terceiro de boa-fé, se estiver configurado o disposto no art. 185 do CTN. Código Tributário Nacional Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida ativa. Atenção! Código Tributário Nacional Art. 185. Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. Conclusão De tal forma, excetuadas as hipóteses acima, os atos jurídicos que não estiverem registrados ou averbados na matrícula do imóvel não terão eficácia em relação ao terceiro de boa-fé que tenha adquirido ou recebido em garantia direitos reais sobre o imóvel. O principal objetivo dessa lei foi o de ampliar a segurança jurídica àquele que, de boa fé, adquire um imóvel no Brasil, bem como trazer simplificação, celeridade e redução de custos aos negócios imobiliários. Muito obrigado! João Pedro Lamana Paiva www.lamanapaiva.com.br cartorio@lamanapaiva.com.br