RESISTÊNCIA DOS MICRORGANISMOS CAUSADORES DE MASTITE NO GADO LEITEIRO DA REGIÃO DE GARÇA S.P FRENTE A SEIS ANTIMICROBIANOS

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Transcrição:

RESISTÊNCIA DOS MICRORGANISMOS CAUSADORES DE MASTITE NO GADO LEITEIRO DA REGIÃO DE GARÇA S.P FRENTE A SEIS ANTIMICROBIANOS SOUZA, Marcos Rodrigo de SANTOS, Luana Maria ROCHA, Jessé Ribeiro Acadêmicos da Associação Cultural e Educacional de Garça - FAMED. Jessenegao13@hotmail.com PINHEIRO JÚNIOR, Osni Álamo Docente da Associação Cultural e Educacional de Garça FAMED. RESUMO Dentre as diferentes doenças microbianas, a mastite bovina é a de maior impacto econômico na pecuária leiteira pelos prejuízos que causa ao produtor e à indústria de produtos lácteos. Produtores e técnicos, normalmente, adotam medidas preventivas para as vacas em lactação, porém a incidência desta enfermidade ainda é alta se comparada com os prejuízos causados à bovinocultura leiteira. Considerando a importância das infecções intramamárias, em vacas e o prejuízo econômico determinado por elas, este trabalho teve por objetivo avaliar a resistência de dois microrganismos causadores de mastite, na região de Garça/SP, frente a seis antimicrobianos. Palavras-chave: Bovinocultura leiteira, mastite, antimicrobianos. Tema central: Medicina Veterinária ABSTRACT Among the different microbial diseases, bovine mastitis is the most economic impact on livestock for the damage that causes milk to the producer and the industry of dairy products. Producers and technicians, usually adopt preventive measures for the dairy cows, but the incidence of this disease is still high compared to the damage caused to dairy cattle. Considering the importance of intramammary infections in cows and injury economic determined by them, this study aimed to assess the strength of two microorganisms cause mastitis, in the region of Garça/SP, front to six antimicrobials.

Keywords: Bovinocultura milk, mastitis, antimicrobials. Track central: Veterinary Medicine 1. INTRODUÇÃO O leite apresenta um grande valor econômico e um valor alimentar inestimável na nutrição humana, seus derivados desempenham um papel nutricional importante para o homem, particularmente nos primeiros anos de vida, uma vez que fornecem proteínas, carboidratos, gorduras e sais minerais necessários ao desenvolvimento do organismo. Sabe-se que um litro de leite por dia supre todas as necessidades protéicas de crianças com até seis anos de idade e mais de 50% do conteúdo de proteínas requisitado pelos adultos. Em relação ao cálcio, o consumo de um litro de leite diário supre 100% das necessidades diárias deste mineral (FONSECA & SANTOS, 2000). A obtenção, industrialização e comercialização do leite envolvem uma sistemática que visa fornecer a um comprador um produto dentro dos melhores fatores fisiológicos que pode alterar a composição físico-química e celular do leite (BRITO, 1997). A mastite bovina tem sido apontada como a principal doença que afeta os rebanhos leiteiros no mundo inteiro, causando sérios prejuízos econômicos tanto ao produtor de leite quanto à indústria de laticínios, é definida como uma reação inflamatória da glândula mamária e, de acordo com a causa ou principal causa da inflamação, pode ser classificada como infecciosa, traumática ou tóxica (COSTA et al.;1999). As infecções da glândula mamária provocam redução da produção e da mudança da composição do leite que variam de acordo com a intensidade e a duração das infecções. A mastite pode se manifestar na forma clínica ou subclínica (BRAMLEY et al.;1996). É seguida de um aumento do número de leucócitos no leite, a maioria, neutrófilos polimorfonucleares (BURVENICH et al. 1995)

Na forma subclínica, ao contrário da forma clínica, não ocorrem mudanças visíveis na aparência do leite ou do úbere, embora ocorram alterações na composição do leite e deste possam ser isolados microrganismos patogênicos (BRAMLEY et al.; 1996). A mastite subclínica tem grande impacto na produtividade dos rebanhos leiteiros porque sua prevalência é maior que a da forma clínica (PHILPOT & NICKERSON, 1991) e, assim, as medidas para o seu controle têm recebido grande atenção. A qualidade do leite assume destacada importância também sob o ponto de vista de Saúde Pública. No Brasil, embora não existam estatísticas disponíveis sobre o assunto, são freqüentes os casos de doenças associadas ao consumo de leite cru ou de derivados produzidos com leite contaminado com microrganismos patogênicos. Contribui para isto, entre outras causas, o fato de mais de 44% do leite consumido no país ser proveniente do mercado informal (ANUÁRIO MILKBIZZ, 1999), ou seja, comercializado sem qualquer tratamento térmico ou controle laboratorial. Dentre os diversos tipos de microorganismos patogênicos que podem ser transmitidos através do leite e derivados, destaca-se o Staphylococcus aureus, cuja importância na epidemiologia das doenças veiculadas por alimentos decorre de sua alta prevalência e do risco de produção, nos alimentos contaminados, de toxinas causadoras de gastrenterites alimentares (ZECCONI & HAHN, 2000). Considerando o fator de importância desta enfermidade, o presente trabalho teve como objetivo verificar a resistência de dois microrganismos causadores de mastite em vacas leiteiras da região de Garça/ SP frente à seis antimicrobianos. 2. MATERIAL E MÉTODOS Utilizando amostras de leite de 48 vacas de fazendas leiteiras da região da garça SP, realizou-se o teste de CMT (Califórnia Mastitis Test ) onde as amostras positivas (considerou-se positivas as acima ou igual a +++) foram

encaminhadas para o laboratório de microbiologia da faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de garça da FAMED. Para as amostras positivas realizou-se cultura e antibiograma. Para a cultura das amostras utilizou-se BHI (meio de cultura líquido) colocando-o em estufa em por 24horas na temperatura de 37ºC. Para o antibiograma colocou-se as amostras em BHI ( à 24 horas em 37ºC ) semeou-se por toda a placa de petricom o meio Miller- Hinton, colocou-se os discos de antibióticos e encubou-os por 18 horas em temperatura de 37ºC. Após 18 horas foi feita a leitura dos halos e comparação com a tabela de halos para cada antibiótico utilizado, verificou-se a resistência e sensibilidade dos microrganismos frente a estes antibióticos. Utilizou-se discos de antimicrobianos com Gentamicina, Neomicina, Caefalexina, Trimetoprim, Ampicilina e Amoxacilina. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Do total de 48 amostras de leite de vacas das fazendas da região de Garça SP testados para mastite com o método de CMT ( Califórnia Mastitis Test), foi realizado, das 6 amostras positivas, cultura e os microrganismos encontrados em todas as amostras testadas foram Staphylococcus sp. e Bastonete gramnegativo, os quais foram submetidos aos antimicrobianos: Gentamicina, Neomicina, Trimetoprim, Cefalexina, Ampicilina e Amoxacilina. Os Staphylococcus sp. foram resistentes a Neomicina e Ampicilina, e sensíveis a gentamicina, Cefalexina, Trimetoprim e Amoxacilina. Já o bastonete gram-negativo foi resistente para Cefalexina, Trimetoprim, Ampicilina e Amoxacilina, mas sensíveis à Gentamicina e Neomicina (Quadro 1 e 2). Somente a Gentamicina foi eficaz contra ambos os microrganismos. Os resultados encontrados em nosso trabalho apresentam divergência se comparado com as informações publicadas por REIS et al. (2003) afirmaram que os antimicrobianos mais eficientes para os microrganismos Staphylococcus spp. e Bastonetes gram-negativos foram Cefoperazona e cefalotina

respectivamente, porém suas pesquisas foram efetuadas no estado de Minas Gerais, o que torna os dados obtidos em nosso trabalho importantes para a região de Garça SP. Da mesma maneira, PINHEIRO JR (2003) relatou que os Staphylococcus aureus foram resistentes à Gentamicina e os Bastonetes gramnegativos sensíveis à Gentamicina e Trimetoprim na região de Botucatu. Demonstrando assim as peculiaridades existentes entre cada região. Quadro 1. Resistência do Staphylococcus sp. frente aos antimicrobianos utilizados no antibiograma. Antimicrobianos Gentamicina Neomicina Cefalexina Trimetoprim Ampicilina Amoxacilina Comportamento do Staphylococcus SP. Quadro 2. Resistência do bastonete gram-positivo frente aos antimicrobianos utilizados no antibiograma. Antimicrobianos Gentamicina Neomicina Cefalexina Trimetoprim Ampicilina Amoxacilina Comportamento dos bastonetes gram-positivos 4. CONCLUSÃO Concluimos que os atimicrobianos que apresentaram menor eficácia para o gado leiteiro da região de Garça SP foram: Neomicina,

Cefalexina, Ampicilina, Amoxacilina e Trimetoprim. Sendo a Gentamicina o antimicrobiano mais eficaz. 5.REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 1. ANUÁRIO MILKBIZZ. Anuário Milkbizz 1999/2000. São Paulo : Milkbizz, 1999. 326p. 2. Bramley A. J., Cullor J. S., Erskine R. J., Fox l. K., Harmon R. J., Hogan J. S., Nickerson S. C., Oliver S. P., Smith K. L. & Sordillo l. M. 1996. Current concepts of bovine mastitis. National Mastitis Council, Madison, p. 1-3. 3. BRITO, José Renaldi Feitosa. Sensibilidade e especificidade do "California Mastitis Test" como recurso diagnóstico da mastite subclínica em relação à contagem de células somáticas. Pesq. Vet. Bras., Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, 1997. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0100-736x1997000200002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 Abr 2008. doi: 10.1590/S0100-736X1997000200002 4. Burvenich C., Guidry A. J. & Paape M. J. 1995. Natural defence mechanisms of the lactating and dry mammary gland. Proc. IDF Int. Mastitis Seminar, Tel Aviv, p. 1.3-1.13. 5. COSTA, E O. Importância da Mastite na Produção Leiteira do País. Revista Educação Continuada. CRM SP, v.1, p.7-25, 1998. 6. COSTA, E.O., MELVILLE, P.A., RIBEIRO, A.R., et al. Infecções intramamárias em novilhas primíparas no período pré ao pós-parto e sua importância no controle de mastite. Napgama, n.1, p.16-20, 1999. 7. FAGUNDES, Helena; OLIVEIRA, Carlos Augusto Fernandes. Infecções intramamárias causadas por Staphylococcus aureus e suas implicações em paúde pública. Cienc. Rural, Santa Maria, v. 34, n. 4, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=s0103-84782004000400058&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 03 Abr 2008. doi: 10.1590/S0103-84782004000400058 8. FONSECA, L.F.L.; Santos, M.V. Qualidade do leite e controle de mastite. São Paulo : Lemos Editorial, 2000. 175p.

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