O óleo de girassol como agente de glazeamento em massas para a produção de pães tipo forma

Documentos relacionados
Efeito da aplicação de glazeamento utilização solução de óleo de soja e água sobre os parâmetros físicos de qualidade do pão

Otimização das condições fermentativas de massas para a produção de pães tipo forma utilizando a medotologia de superfície de resposta

DESENVOLVIMENTO DE REVESTIMENTO CONTENDO TOMATE EM PÓ PARA APLICAÇÃO EM MASSAS CONGELADAS

Otimização dos parâmetros físicos de pães tipo forma incorporados de açaí e quitosana utilizando a metodologia de superfície de resposta

Análise dos parâmetros físicos e reológicos de pães do tipo forma adicionados de suco e subprodutos do processamento de abacaxi (Ananas comosus).

APLICAÇÃO DE ÓLEOS E GORDURAS DE RELEVÂNCIA NUTRICIONAL EM PRODUTOS DE PANIFICAÇÃO. da Silva e Elisa Makiyama Kim FEA-UNICAMP

Análise dos parâmetros físicos de pães do tipo forma adicionados de suco e subprodutos do processamento de mamão (Carica papaya)

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DE EMULSIFICANTES SOBRE OS PARÂMETROS DE TEXTURA DA MASSA CONGELADA DE PÃO FRANCÊS ATRAVÉS DE UM PROJETO DE MISTURA

DESENVOLVIMENTO DE PÃES TIPO FORMA ADICIONADO DE FARINHA DE BERINJELA

INFLUÊNCIA DO ÁCIDO ASCÓRBICO SOBRE OS PARÂMETROS FÍSICOS E DE TEXTURA DO PÃO FRANCÊS PRODUZIDO DE MASSA CONGELADA

Agrárias, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Rod. Admar Gonzaga, 1.346, CEP , Florianópolis - SC.

Influência da temperatura de fermentação na formação da estrutura do miolo de pães tipo forma

MASSAS DE ESFIHA INCORPORADAS DE INGREDIENTES FUNCIONAIS

I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA ACRE ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BOLO ELABORADO COM FARINHAS DE CASTANHA- DO-BRASIL E BANANA VERDE

ACEITAÇÃO DE PÃES DO TIPO FRANCÊS COM TEOR REDUZIDO DE SÓDIO

Desenvolvimento de uma metodologia de glazeamento para massas congeladas de pães tipo forma

Efeito de grãos verdes na qualidade tecnológica de trigo e dos pães produzidos

ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE PÃO COM REDUÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS

Figura Leito de secagem do lodo de esgoto sanitário doméstico.

Área: Tecnologia de Alimentos USO DO TESTE DE PELSHENKE PARA PREDIZER A QUALIDADE TECNOLÓGICA DO TRIGO

PROPRIEDADES TECNOLÓGICAS DE PÃES PREPARADOS COM FARINHA DE ARROZ DE BAIXA AMILOSE E TRANSGLUTAMINASE

Propriedades texturométricas e sensoriais de pães formulados com polidextrose e brócolis em pó obtidos por massas congeladas

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

Funções dos Ingredientes na Panificação

INTENÇÃO DE COMPRA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

1.0 INTRODUÇÃO. R. A. ZAMBELLI¹, S. C. P. de MELO ¹, E. C. SANTOS-JUNIOR¹, L. I. F. PINTO¹, P. E. F. MELO¹ e D. F. PONTES¹.

DETERMINAÇÃO DA ABSORÇÃO DE ÁGUA EM PRODUTOS CERÂMICOS FORMULADOS COM ADIÇÃO DE CINZAS DA LÃ DE OVINOS

INFLUÊNCIA NA TEXTURA DE PÃES DE FORMA SEM GLÚTEN ADICIONADOS DE FIBRA DE BAMBU

ALTERNATIVAS PARA A REDUÇÃO DO TEOR DE SÓDIO NO PÃO FRANCÊS

EFEITOS DO ARMAZENAMENTO CONGELADO NA QUALIDADE DE BISCOITO TIPO COOKIE

UTILIZAÇÃO DE UM DELINEAMENTO COMPOSTO CENTRAL ROTACIONAL PARA AVALIAÇÃO MICROBIOLÓGICA DE POLPAS DE AÇAÍ PASTEURIZADAS

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE BISCOITOS TIPO COOKIE SABOR CHOCOLATE COM DIFERENTES TEORES DE FARINHA DE UVA

AVALIAÇÃO DA COR E VOLUME ESPECÍFICO EM PÃES DE FORMA SEM GLÚTEN PRODUZIDOS COM ADIÇÃO DE FIBRA DE BAMBU

PRODUÇÃO DE ETANOL ENRIQUECIDO UTILIZANDO ADSORÇÃO EM FASE LÍQUIDA COM MULTIESTÁGIOS OPERANDO EM BATELADA E ALTA EFICIÊNCIA DE ENERGIA

AVALIAÇÃO DA REMOÇÃO DE ETANOL DE SOLUÇÕES HIDROALCOÓLICAS POR STRIPPING UTILIZANDO NITROGÊNIO COMO GÁS DE ARRASTE

Inovação tecnológica no processamento de pães: otimização da incorporação de suco de acerola e manga

Química Geral Experimental - Aula 5

ELABORAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE ENROLADINHOS DE SALSICHA A PARTIR DA SUBSTITUIÇÃO DE PARTE DA FARINHA DE TRIGO POR MANDIOCA COZIDA

EFEITO DA ADIÇÃO DE HIDROCOLÓIDES NAS CARACTERÍSTICAS FÍSICO- QUÍMICAS DE BOLOS SEM GLÚTEN

VISCOELASTICIDADE DO GLÚTEN: MÉTODO RÁPIDO PARA CLASSIFICAÇÃO DE GENÓTIPOS DE TRIGO BRASILEIRO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO PÃO FRANCÊS COMERCIALIZADO EM PEQUENAS PANIFICADORAS DE JOÃO PESSOA - PB.

XIX CONGRESSO DE PÓS-GRADUAÇÃO DA UFLA 27 de setembro a 01 de outubro de 2010

SOBREMESAS LÁCTEAS SABOR CHOCOLATE E BARU (Dipteryx Alata Vogel): DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

Bibliografia Recomendada.

PÃO ENRIQUECIDO COM FARINHA PROTEICA DE Barata cinérea

Biscoitos e cookies com Tom Abrahão

AVALIAÇÃO DO PROCESSO DE OBTENÇÃO DE LEITE EM PÓ PELO PROCESSO DE SECAGEM EM SPRAY DRYER

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

ELABORAÇÃO DE IOGURTE CASEIRO SABORIZADO COM CAFÉ E CHOCOLATE

AVALIAÇÃO SENSORIAL DA FIBRA DO PEDÚNCULO DO CAJÚ (Anacardium occidentale L.) EM DIFERENTES CONCENTRAÇÕES COMO RECHEIO EM PASTEIS

ELABORAÇÃO E ACEITAÇÃO DE BOLO DE CENOURA SEM GLÚTEN PARA PORTADORES DE DOENÇA CELÍACA

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

DESENVOLVIMENTO E CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DE PÃO DE CEBOLA COM ADIÇÃO DE ORA-PRO-NÓBIS

Estudo Sobre Polvilho Azedo: comportamento do ph da massa fermentada e variação da expansão em diferentes métodos de secagem

ACEITAÇÃO SENSORIAL DE CHIPS DE BATATA-DOCE (IPOMOEA BATATAS) E INHAME (DIOSCOREA SPP) FRITOS EM OLEÍNA E ESTEARINA DE PALMA

2.1. Temperatura da massa dos grãos durante o resfriamento e o armazenamento

PANIFICAÇÃO INDUSTRIAL

ELABORAÇÃO E ACEITABILIDADE PÃO ENRIQUECIDO COM FARINHA DE LINHAÇA E CENOURA.

03/02/2016. Métodos físicos e instrumentais de análise de alimentos INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, MÉTODOS FÍSICOS

Padaria - elaboração de massas de pães salgados e doces, pães congelados atendendo à legislação vigente DANIELE LEAL

DETERMINAÇÃO DE PROPRIEDADES DO ÓLEO RESIDUAL DE FRITURAS, COM E SEM FILTRAÇÃO, EM DIFERENTES TEMPERATURAS

EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE AMÊNDOAS DE CUMARU POR PRENSAGEM (DIPTERYX ODORATA)

FÉCULA DE MANDIOCA PRÉ-GELATINIZADA COMO ADITIVO NA PANIFICAÇÃO

DETERMINAÇÃO DA CONDUTIVIDADE TÉRMICA DE LEGUMES UTILIZANDO O MÉTODO GRÁFICO DE HEISLER

(com até 0,7% em massa de água) na mistura com gasolina pura (gasolina A). A meta almejada era de 20% de adição de etanol anidro à gasolina (gasolina

Fermento Massa Sal Seco Instantâneo

PROPRIEDADES FÍSICAS DOS FRUTOS DE MAMONA DURANTE A SECAGEM

PROCESSAMENTO DE LIGAS À BASE FERRO POR MOAGEM DE ALTA ENERGIA

TÍTULO: EFEITO DA REDUÇÃO DE NACL E SUBSTITUIÇÃO POR GLUTAMATO MONOSSÓDICO NA ACEITAÇÃO SENSORIAL DE PÃO DE QUEIJO

INFLUÊNCIA DA ADUBAÇÃO ORGÂNICA E MATERIAL HÚMICO SOBRE A PRODUÇÃO DE ALFACE AMERICANA

Pesquisador. Planejamento de Experimentos Design of Experiments - DOE NOÇÕES SOBRE EXPERIMENTOS FATORIAIS. 1 - Fixar T e variar P até > Pureza

AVALIAÇÃO SENSORIAL DE BARRAS DE CEREAIS COM PASSAS DE MIRTILO (Vaccinium ashei Reade) COM E SEM DESIDRATAÇÃO OSMÓTICA

NOÇÕES SOBRE EXPERIMENTOS FATORIAIS

APLICAÇÃO DE QUITOSANA MODIFICADA COMO CATALISADOR HETEROGÊNEO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL POR ESTERIFICAÇÃO

EXPANSÃO DE BISCOITOS Á BASE DE FARINHA DE SOJA, FÉCULA E FARELO DE MANDIOCA EXTRUSADOS SOB DIFERENTES TEMPERATURAS E ROTAÇÕES

ESTUDO DA CRISTALIZAÇÃO DA LACTOSE A PARTIR DA ADIÇÃO DE ETANOL RESUMO

OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO DE GOMA XANTANA À PARTIR DE SORO DE LEITE

APLICAÇÃO DA EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO NA NEUTRALIZAÇÃO DE ÓLEO BRUTO DE SOJA COM FOCO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE MEL CO- CRISTALIZADO COM SACAROSE

Desenvolvimento de bebida mista à base de suco de frutas tropicais e cereais utilizando a metodologia de superfície de resposta

INFLUÊNCIA DO PH E TEMPERATURA NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

RESUMO INTRODUÇÃO. Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 1

Panetone Trufado Como Fazer Panetone Trufado

EFEITO DE VARIÁVEIS DE EXTRUSÃO EM PROPRIEDADES FíSICAS DE EXTRUSADOS DE FARINHA INTEGRAL DE TRIGO GERMINADO (FITG) Resumo

INFLUÊNCIA DO TEOR DE FIBRAS DE AÇO NA TENACIDADE DO CONCRETO CONVENCIONAL E DO CONCRETO COM AGREGADOS RECICLADOS DE ENTULHO

ESTUDO DA ESTABILIDADE DA ESPUMA DA POLPA DO UMBU (SPONDIAS TUBEROSA L.) PARA SECAGEM PELO MÉTODO FOAM-MAT

aroma & sabor massa madre e malte para panificação IREKS cor, Pão à moda antiga com praticidade e conveniência!

UTILIZAÇÃO DA POLPA DE COCO VERDE DESIDRATADA NA FABRICAÇÃO DE PÃO DE FORMA

9º Congresso Interinstitucional de Iniciação Científica CIIC a 12 de agosto de 2015 Campinas, São Paulo

Análise e Determinação da Umidade de Equilíbrio Higroscópico de Grãos e da Farinha de Trigo na Temperatura de 50 ºC

11º ENTEC Encontro de Tecnologia: 16 de outubro a 30 de novembro de 2017

ELABORAÇÃO DE PÃES DE FORMA ENRIQUECIDOS COM CENOURA, BETERRABA E ESPINAFRE

TESTE DE PANIFICAÇÃO EM PEQUENA ESCALA: RELAÇÃO COM PARÂMETROS REOLÓGICOS EM ANÁLISE DE FARINHA DE TRIGO

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA EM SISTEMAS E INSTALAÇÕES

Definição de Secagem. Secagem e Armazenagem de Grãos e Sementes. Importância da Secagem. Aula 05

VALIDAÇÃO DE MÉTODOS ANALÍTICOS

AVALIAÇÃO DO TEOR PROTÉICO E ACEITAÇÃO GLOBAL DE BARRAS ALIMENTÍCIAS PRODUZIDAS COM VEGETAIS DESIDRATADOS E RESÍDUO DO EXTRATO DE SOJA

DETERMINAÇÃO DA VELOCIDADE DE INFILTRAÇÃO BÁSICA EM ÁREAS CULTIVADAS SOB REGIME DE IRRIGAÇÃO

Avaliação sensorial de requeijão cremoso de diferentes marcas comerciais

Transcrição:

O óleo de girassol como agente de glazeamento em massas para a produção de pães tipo forma R. A. ZAMBELLI¹, L. F. L. HERCULANO¹, D. L. BRASIL¹, S. C. P. MELO¹, E. R. PONTES¹, L. I. F. PINTO¹ e D. F. PONTES¹. ¹ Universidade Federal do Ceará, Departamento de Tecnologia de Alimentos. E-mail para contato: Zambelli@alu.ufc.br RESUMO - O estudo teve o objetivo de avaliar a ação do óleo de girassol como agente de glazeamento em massas para a produção de pães. Para o estudo, utilizou-se soluções óleo de girassol/água em concentrações variando de 0 a 50 ml, sendo estas, as variáveis independentes. O efeito do glazeamento foi observado no fator de expansão, volume produzido e específico, densidade e índice de expansão dos pães, foi utilizado o utilizando o delineamento composto central rotacional e a análise feita por metodologia de superfície de resposta. A faixa ótima do fator de expansão consistiu para valores superiores entre a 2,0 cm³, com adição de 10 a 30 ml de óleo e 0 a 10 ml de água. Para o volume produzido, a zona de otimização correspondeu a valores superiores a 20 ml. A densidade obteve valores abaixo de 0,3 g/ml na otimização e o índice de expansão com valores maiores que 1,40. Pode-se concluir que soluções contendo até 25 ml de água 30 ml de óleo de girassol promoveram melhoria dos parâmetros físicos de qualidade. 1.0 INTRODUÇÃO Os produtos de panificação começam a sofrer deterioração da sua qualidade logo após o seu forneamento e durante o armazenamento por causa do endurecimento e de contaminação microbiana. O processo de endurecimento torna o miolo mais rígido, seco e quebradiço, enquanto a crosta setorna macia e com aparência semelhante à couro (Cauvain, 2009). O endurecimento do pão pode ser dividido em duas partes: o endurecimento do miolo e da crosta, de acordo com Primo-Martin et al. (2006) o endurecimento do miolo é de maior preocupação industrial pois está relacionado diretamente com a aceitabilidade do produto por parte do consumidor. Uma das formas de reduzir à perca de qualidade dos produtos de panificação durante o armazenamento é a utilização da técnica de glazeamento, as soluções, de acordo com Chin et al. (2010), podem ser usadas para produzir diferentes efeitos, fornecendo brilho, melhorando a aparência, retenção de umidade, além de ajudar a prolongar a vida útil dos produtos. Casper et al. (2007) afirmam que o glazeamento em produtos de panificação possui propriedade de barreira à umidade e retenção de água, que permite a retenção da umidade durante a etapa final de forneamento, o que faz com que colabore com a expansão da massa. O estudo tem como objetivo estudar o uso de diferentes solições contendo água e óleo de girassol como agente de glazeamento em pães tipo forma e verificar o efeito sobre as características físicas de qualidade dos produtos. Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 1

2.0 METODOLOGIA 2.1 Delineamento Experimental O desenvolvimento das formulações de pães tipo forma foi realizado a partir de uma formulação padrão, cuja composição é: 100% de farinha de trigo; 55-60% de água, 10% de Gordura Vegetal Hidrogenada; 5% de açúcar, 3,3% de fermento biológico e 2% de sal. Na tabela 1 são apresentados as faixas de valores codificados e reais utilizados para os ensaios e na tabela 2 é apresentada a matriz do planejamento. Tabela 1 Variáveis e níveis do planejamento experimental completo 2² Níveis codificados e reais das variáveis independentes Variáveis Independentes -α = -1,41-1 0 +1 +α = +1,41 Óleo de Girassol (ml) 0 12,5 25 37,5 50 Água (ml) 0 12,5 25 37,5 50 *Em relação a farinha de trigo (base 100). Para o desenvolvimento das formulações de pães tipo forma incorporadas com diferentes quantidades de óleo de girassol e água foi utilizado o Delineamento Composto Central Rotacional (DCCR). Foi aplicado um planejamento fatorial 2² completo, totalizando 11 ensaios. Tabela 2 - Matriz do delineamento experimental com valores codificados e reais Ensaios Óleo de Água Óleo de Girassol Água (ml) Girassol (ml) 1-1 -1 12,5 12,5 2 +1-1 37,5 12,5 3-1 +1 12,5 37,5 4 +1 +1 37,5 37,5 5-1,41 0 0 25 6 +1,41 0 50 25 7 0-1,41 25 0 8 0 +1,41 25 50 9 0 0 25 25 10 0 0 25 25 11 0 0 25 25 2.2 Processamento dos Pães Tipo Forma Os ingredientes foram pesados em balança semi-analítica separadamente. Aplicou-se o método direto, onde todos os ingredientes são colocados simlutaneamente no início da etapa de mistura, com exceção do sal e água. Eles foram misturados em misturadora de escala semiindustrial durante 1 minuto em baixa velocidade para a homogeneização dos ingredientes, em seguida foi adicionada a água e misturada por 3 minutos em velocidade média, por último foi adicionado o sal e a massa foi misturada em alta velocidade por 6 minutos até o seu completo Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 2

desenvolvimento. As massas foram divididas em porções de 250 g e moldadas na forma de elipses manualmente. Foram imersas nas soluções de óleo de girassol/água correspondentes por 2 minutos, o excesso de solução remanescente na superfície das massas foi retirado por gravidade. Elas foram colocadas em fôrmas de folha galvanizada de ferro de chapa única para pão de forma sem tampa. Em seguida, colocadas em câmara de fermentação regulada a temperatura de 28 ºC±2 ºC e 80% de umidade relativa, durante uma hora e trinta minutos. Ao final da fermentação, as massas foram assadas sem vapor durante 20 minutos a temperatura de 220 ºC em forno elétrico de lastro Continental Advance Turbo. Os pães foram resfriados durante uma hora em temperatura ambiente. 2.3 Avaliação Física das Massas e dos Pães Tipo Forma Avaliação do processo de fermentação pela técnica de perfil livre de expansão: A expansão das massas durante o processo de fermentação foi avaliada através do procedimento experimental de Perfil Livre de Expansão desenvolvido por Gabric et al. (2011), com modificações, onde as massas foram consideradas como elipses truncadas, conforme ilustra a figura 1. Figura 1 Parâmetros de elipse truncada O volume das massas para cada tempo de medição foi calculado com base na fórmula da elipse e sua rotação em torno do eixo y, conforme demonstra a equação 2. ( ) (2) Onde: a = largura da elipse (cm); b = altura da elipse do centro a elipse superior (cm); b = altura da elipse do centro para a parte inferior (cm). O fator de expansão do volume (cm³) VEF, foi calculado através da equação 3. Onde: V = Volume da massa ao longo do tempo de fermentação (cm³); V o = Volume incial da massa (cm³). Volume Produzido: Porções de massa de 15 g, foram colocadas em provetas de 100 ml previamente esterilizadas para medição dos volumes das massas durante o processo de fermentação. Para o cálculo do volume produzido ( V) utilizou-se a subtração entre o volume final produzido e o volume inicial das massas na provetas, os resultados expressos em ml. Volume Específico: As massas dos pães foram determinadas em balança semi-analítica e expressa em gramas. O volume deslocado dos pães foi medido através de preenchimento de recipiente plástico com semente de painço, expressando o resultado ml. O volume específico (3) Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 3

foi calculado pela divisão do volume deslocado do pão (ml) pela sua massa (g), segundo método n 72-10 da AACC (1995). Densidade: A densidade foi calculada através da relação inversa entre o volume deslocado e o peso da amostra assada. Índice de Expansão: Para o cálculo do índice de expansão foi adaptada a medotologia utilizada por Silva et al. (2003) para pães de queijo. As massas foram moldadas na forma esférica para permitir as medições do diâmetro e da altura. com auxílio de régua milimetrada simples. O Índice de Expansão (IE) dos pães foi calculado através da equação 4: (4) Onde: D p e H p = Diâmetro e altura dos pães após o forneamento (cm); D m e H m = Diâmetro e altura das massas moldadas (cm). 2.4 Análise Estatística A avaliação dos resultados dos parâmetros físicos no desenvolvimento das formulações através do delineamento composto central rotacional foi realizada por superfície de resposta e suas respectivas curvas de contorno após a análise de variância (ANOVA) e regressão, foi realizado teste de médias ao nível de 5% de significância. A análise foi realizada no programa STATISTICA 7.0. 3.0 RESULTADOS E DISCUSSÃO A tabela 3 apresenta os valores obtidos para os parâmetros físicos dos pães tipo forma. Ensaios¹ Óleo (ml) Tabela 3 Parâmetros físicos dos pães tipo forma Volume Densidade Índice de Específico (g/ml) Expansão (ml/g) Água (ml) Volume Produzido (ml) Fator de expansão (cm³) E01 12,5 12,5 3,14 c ±0,02 0,31 d ±0,01 1,29 b ±0,01 21,16±1,03 1,86±0,02 E02 37,5 12,5 3,15 c ±0,03 0,31 d ±0,01 1,28 b ±0,02 17,83±0,63 1,84±0,01 E03 12,5 37,5 2,36 f ±0,02 0,43 a ±0,01 1,23 c ±0,01 9,33±0,76 1,44±0,01 E04 37,5 37,5 2,84 d ±0,03 0,37 c ±0,01 1,26 c ±0,01 13,83±1,04 1,62±0,04 E05 0 25 2,42 e ±0,02 0,40 b ±0,01 1,18 d ±0,01 9,33±0,76 1,47±0,03 E06 50 25 2,33 ef ±0,02 0,45 a ±0,01 1,17 d ±0,02 9,83±1,25 1,39±0,02 E07 25 0 3,51 a ±0,04 0,27 e ±0,01 1,40 a ±0,04 23,16±1,11 2,14±0,03 E08 25 50 2,83 d ±0,02 0,39 b ±0,01 1,27 b ±0,02 17,16±0,76 1,70±0,01 E09 25 25 3,34 b ±0,02 0,28 e ±0,01 1,33 b ±0,05 25,00±1,00 1,97±0,01 E10 25 25 3,39 b ±0,02 0,28 e ±0,01 1,35 a ±0,02 25,50±0,50 2,00±0,01 E11 25 25 3,38 b ±0,05 0,28 e ±0,01 1,37 a ±0,02 24,83±1,44 1,99±0,04 ¹Letras distintas em uma mesma coluna apresentaram diferenças significativas ao nível de 5% de significância (p 0,05) O volume específico foi influenciado pela diferentes concentrações da solução de glazeamento, o maior valor foi observado para o ensaio 7 (3,51 ml/g), com solução contendo Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 4

apenas óleo de girassol, quando a solução foi composta de 50 ml de óleo de girassol e 25 ml de água, o volume específico obtido foi de 2,33 ml/g. Não houve diferenças significativas entre os ensaios 9 a 11; 1 e 2; 4 e 8. Os valores de densidade variaram de 0,27 g/ml, para o ensaio 7 a 0,45 g/ml, para o ensaio 6. O maior índice de expansão foi apresentado pelo ensaio 7, com 1,40; a solução composta de 50 ml de óleo de girassol e 25 ml de água proporcionou a redução deste parâmetro para 1,17; sendo o menor valor obtido. Este comportamento refletiu no volume produzido e no fator de expansão, onde os ensaios correspondentes aos pontos centrais, 9 a 11, obtiveram os maiores valores entre 24,83 e 25,50 ml de volume produzido e para o fator de expansão máximo, o ensaio 7, com 2,14 cm³. A figura 2 apresenta a superfície de resposta e a curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre o fator de expansão máximo das massas. Figura 2 - Superfície de resposta, curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre o fator de expansão máximo da massas A zona de maximização do fator de expansão máximo das massas ocorreu entre a incorporação de 0 a 35 ml de óleo de girassol e até 25 ml de água, para valores superiores a 1,80 cm³, verificou-se que soluções apenas contendo água não são eficazes na melhoria do fator de expansão das massas, isto pode estar relacionado à capacidade de que a solução de glazeamento tem de reter a água durante o processo fermentativo, colaborando para melhor produção de gás pelas leveduras e consequente maior expansão da massa. A figura 3 apresenta a superfície de resposta e curva de contorno da ação do açaí em pó e quitosana sobre o volume produzido das massas. A região de maior volume produzido das massas foi obtida entre a utilização de soluções de glazeamento compostas de até 25 ml de água e até 30 ml de óleo de girassol, correspondento a volumes produzidos acima de 20 ml. Soluções compostas somente com o óleo e em quantidades acima de 35 ml reduzem o volume produzido das massas, bem como soluções compostas somente com água produzem volumes inferiores a 20 ml, o uso combinado de água e óleo de girassol mostrou-se eficiente no aumento da capacidade de expansão da massa. Casper et al. (2006) afirma que hidrogéis e outros ingredientes como óleo líquido e água podem conferir barreira à umidade em produtos de panificação, melhorando a sua qualidade, fato que foi observado neste estudo. Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 5

Figura 3 - Superfície de resposta, curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre o volume produzido das massas A figura 4 fornece a superfície de resposta e curva de contorno da ação da solução de glazemaento no volume específico dos pães. Figura 4 Superfície de resposta, curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre o volume específico dos pães O volume específico foi otimizado na região que corresponde às soluções adicionadas de 0 a 15 ml de água e de 5 a 25 ml de óleo de girassol, para volumes específicos superiores a 3,00 ml/g. Observou-se que a adição de quantidades superiores a 25 ml de água produzem volumes específicos inferiores a 2,00 ml/g, ou seja, pães de qualidade inferior, para o óleo de girassol, isto foi observado apenas para quantidades maiores que 45 ml. Jahromi et al. (2012) relatam que o uso de soluções de glazeamento, como o óleo de girassol, eleva a viscosidade do sistema alimentício durante o forneamento, produzindo efeito de superfície, o que melhora as características físicas da massa durante o forneamento, elevando o volume específico, o que foi observado neste estudo, onde a incorporação do óleo de girassol em solução de glazeamento elevou o volume específico dos pães em detrimento da redução da densidade. A figura 5 apresenta a superfície de resposta e a curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre a densidade dos pães tipo forma. Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 6

Figura 5 - Superfície de resposta e curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre a densidade dos pães De acordo com a superfície de resposta obtida, foi observada uma região de mínimo para a densidade, o que é desejável, correspondeu a soluções contendo até 15 ml de água e entre 15 e 25 ml de óleo de girassol. Para Esteller e Lannes (2005), pães que possuam alta densidade fornecem características desagradáveis para o consumidor, a determinação das condições ótimas de adição da solução de glazeamento para que se obtenha pães com elevado volume específico e reduzida densidade foi eficaz. A figura 6 fornece a superfície de resposta e curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre o índice de expansão dos pães. Figura 6 - Superfície de resposta e curva de contorno da ação da solução de glazeamento sobre o índice de expansão dos pães A maximização do índice de expansão, para valores superiores a 1,30 foi obtida por soluções contendo de até 30 ml de água e 35 ml de óleo de girassol. O fenômeno que concerne o uso de soluções de glazeamento e a expansão da massa durante o forneamento também foi observado em estudos desenvolvidos por Jacobson (2003) e Lonergan et al. (2004), houve aumento nas dimensões dos pães, as soluções de glazeamento retardaram a transferência de calor durante o forneamento, havendo maior flexibilidade interna da massa, o que permite maior expansão da massa. 4.0 CONCLUSÃO A utilização de solução de glazeamento composta de óleo de girassol e água mostrou-se eficaz na melhoria dos parâmetros de expansão das massas, a composição da solução que Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 7

otimizou os parâmetros físicos de qualidade é de até 25 ml de água e 35 ml de óleo de girassol. 5.0 REFERÊNCIAS AMERICAN ASSOCIATION OF CEREAL CHEMISTS A. A. C. C. Approved methods of American Association of Cereal Chemists. 9 ed. St. Paul: 1995. CASPER, J. L.; OPPENHEIMER, A. A.; WEBER, J. L.; ERICKSON, B. J.; RAY, M. M. High expansion dough compositions and methods. United States patent No 0083841, 2006. CASPER, J. L.; OPENHEIMER, A. A.; ERICKSON, B. Dough compositions having a moisture barrier and related methods. United States patent no 0275128, 2007. CAUVAIN, S. P.; YOUNG, L. S. Tecnologia da Panificação. Barueri, São Paulo: Ed. Manole, 2009. 418 p. CHIN, N.L.; ABDU, R. R.; HASHIM, D.M.; KOWNG, S.Y. 2010. Palm oil shortening effects on baking performance of white bread. J. Food Process Eng., v. 33, 413 433, 2010 ESTELLER, M. S.; LANNES, S. C. S. Parâmetros complementares para fixação de identidade e qualidade de produtos panificados. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v. 25 n. 4, p. 802-806, 2005. GABRIC, D.; BEN-AISSA, F.; LE-BAIL, A.; MONTEAU, J. Y.; CURIC, D. Impact of process conditions on the structure of pre-fermented frozen dough. J. Food Eng., v.105, p. 361 366, 2011. JACOBSON, S. M. H. Dough product treatment process and products thereof. United States patent n 0203091, 2003. JAHROMI, S. H. R.; YAZDI, F. T.; KARIMI, M.; MORTAZAVI, S. A.; DAVOODI, M. G. F.; POURFARZAD, A.; SOURKI, A. H. Application of glazing for bread quality improvement. Food Biop. Technol, v. 5, p. 2381-2391, 2012. LONERGAN, D. A.; RODNE, T. R.; WANG, I. A. F. Fried texture imparting glaze for a food intermediate and method of making a product and a product produced thereby. United States patent n 0009272, 2004. PRIMO-MARTIN, C.; VAN DE PIJPEKAMP, A.; VANVLIET, T.; DE JONGH, H.H.J.; PLITJTER, J. J.; HAMER, R. J. The role of gluten network in crispness of bread crust. J. Cereal Sci. 43, 342 352, 2006. SILVA, M. R.; GARCIA, G. K. S.; FERREIRA, H. F. Caracterização química, física e avaliação da aceitação de pão de queijo com baixo teor energético. Alim e Nutr, v. 14, n. 1, p. 69-75, 2003. Área temática: Engenharia e Tecnologia de Alimentos 8