TRÊS CASAS MODERNAS EM CONFRONTO: MILLAN x MENDES DA ROCHA x GUEDES Sílvia Lopes Carneiro Leão

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Transcrição:

XXXIV Encuentro Arquisur. XIX Congreso: CIUDADES VULNERABLES. Proyecto o incertidumbre La Plata 16, 17 y 18 de septiembre. Facultad de Arquitectura y Urbanismo Universidad Nacional de La Plata EIXO TEMÁTICO: INVESTIGAÇÃO ÁREA TEMÁTICA: PROJETO ARQUITETÔNICO E URBANO TRÊS CASAS MODERNAS EM CONFRONTO: MILLAN x MENDES DA ROCHA x GUEDES Sílvia Lopes Carneiro Leão Professora Doutora do Departamento de Arquitetura, Faculdade de Arquitetura da UFRGS Endereço residencial: Rua Anita Garibaldi, 1581, ap. 303 CEP: 90.480-201 Porto Alegre / RS Brasil E-mail: silvia-leao@uol.com.br Fones: (51) 3328.4473 ou (51) 9958.5044 RESUMO O presente trabalho tem por objetivo descrever, analisar e comparar três projetos de arquitetura moderna que possuem a mesma estrutura formal, confrontando-os por afinidades e características distintivas. A análise será centrada prioritariamente nas relações geométricas, sem ênfase em aspectos teóricos ou historiográficos. A estrutura formal dos edifícios será analisada em relação ao lugar onde se inserem, ao programa a que atendem e aos materiais e técnicas construtivas empregados. Decorre também do estudo que estruturas formais análogas podem adaptar-se a múltiplas situações projetuais, de modo a resolver problemas arquitetônicos específicos. Em contextos urbanos vulneráveis, lugar, programa e materiais de projeto podem ser manipulados de forma a dar respostas satisfatórias a partir de uma matriz formal consagrada, reduzindo incertezas geradas por soluções desconhecidas ou não suficientemente testadas. PALAVRAS-CHAVE: ARQUITETURA MODERNA BRASILEIRA; CASA UNIFAMILIAR; ESTRUTURA FORMAL; PROJETO ARQUITETÔNICO; SÃO PAULO O presente trabalho descreve, analisa e compara três residências modernas brasileiras, com estruturas formais análogas, localizadas na cidade de São Paulo. Foram projetadas entre as décadas de 1960 e 1970 por três importantes arquitetos paulistas. A casa Nadyr de Oliveira, de 1960, localiza-se no bairro Cidade Jardim e é de autoria de Carlos Millan; a casa Mendes da Rocha, no Butantã, foi projetada em 1964 por Paulo Mendes da Rocha; a casa Liliana Guedes, de 1970, no Jardim Morumbi, foi projetada por Joaquim Guedes. As três podem ser descritas como prismas de base retangular assentados sobre pilotis, estrutura formal que caracterizou boa parte das construções residenciais modernas paulistas do período e que tem como precedente mais importante a Casa Savoye (Le Corbusier, 1929). Foram selecionadas por três motivos: importância que tiveram no contexto da época; qualidade do material disponível em publicações; características particulares a cada uma, que permitem estabelecer um claro confronto entre elas. O estudo será estruturado em quatro partes. Nas três primeiras, será feita a descrição e análise de cada obra. As descrições serão acompanhadas de material ilustrativo obtido em publicações e de diagramas analíticos desenhados pela autora. A seguir se fará uma comparação entre as casas, considerando aspectos comuns e distintivos. CASA NADYR DE OLIVEIRA, CARLOS MILLAN A casa é um prisma de base retangular ao qual foram adicionados dois volumes secundários: escada de serviços e reservatório d água (Fig. 1). A base do prisma tem 9,80m por 15,40m. A solução é compacta, com programa principal da residência localizado no pavimento superior. Projetada em 1960, a casa foi concebida para casal com uma filha. Implanta-se em terreno de meio de quadra, com forma trapezoidal, localizado no bairro

Cidade Jardim, em São Paulo. A face frontal do lote é levemente curvilínea e há um acentuado declive em direção aos fundos. A residência, isolada no terreno, não tem paralelismo com as faces de divisa ou com as edificações vizinhas. Seu eixo longitudinal forma um ângulo de 45º com as divisas laterais do terreno (Fig. 2). Situada na parte mais alta e plana do terreno (Fig. 3), a casa tem 318,42m² de área construída e 157,89m² de área em projeção, ou seja, ocupa 15,78% do lote de 1000m². O acesso se faz pela escada principal, junto à rua frontal (Fig. 4). Fig. 1. Diagrama de volume (Autora) Fig. 2. Diagrama de implantação (Autora) Fig. 3. Corte (Acayaba (1986), p. 169) Fig. 4. Hall de acesso (Acayaba (1986), p. 170) Fig. 5. Planta térrea (Acayaba (1986), p. 168) Fig. 6. Planta superior (Acayaba (1986), p. 168) O edifício segue o princípio da casa-apartamento, com térreo em pilotis e programa principal no pavimento superior. O térreo contém abrigo de automóveis, algumas dependências de serviços e hall de entrada (Fig. 5). A planta superior tem forma retangular e desenvolve-se em torno a um espaço quadrado de dupla altura, núcleo organizador do edifício, com 3,30m de lado (Fig. 6). Em torno a ele dispõem-se os setores principais da casa: zona íntima, com três dormitórios; zona social, com estar e jantar; zona de serviços, numa faixa mais estreita. Um corredor transversal liga os dormitórios e se estende até a escada de serviços anexa (Fig. 7). As circulações verticais são feitas por duas escadas: principal e de serviços. A escada principal parte do hall de entrada inferior e desemboca num vestíbulo linear superior. 2

A partir deste ponto, as circulações horizontais acontecem em L, havendo maior fluidez junto à zona social (Fig. 8). Fig. 7. Diagrama de setores (Autora) Fig. 8. Diagrama de fluxos (Autora) A casa sustenta-se em oito pilares de concreto armado, dispostos em duas filas longitudinais. O vão transversal é de 6,60m e o espaçamento longitudinal forma três vãos de 4,60m. Há balanços em todos os lados, os transversais com o dobro do tamanho dos longitudinais (Fig. 9). As lajes de concreto armado são completamente planas e permitem livre compartimentação dos ambientes. As vedações são feitas com blocos de concreto. As paredes externas são rebocadas e pintadas de branco, destacando-se do concreto aparente das lajes. A estrutura resistente não tem perfeita coordenação com a compartimentação interna nem com a modulação das janelas. Fig. 9. Diagrama estrutural (Autora) Fig. 10. Vista norte e oeste (ACRÓPOLE 317, p. 37) Fig. 11. Vista sul (ACRÓPOLE 317, p. 36) Fig. 12. Diagrama compositivo (Autora) A captação de luz restringe-se às paredes externas e o recurso da iluminação zenital não é utilizado. O prisma é aberto em três lados, com fachada leste totalmente cega. A face oeste é dividida em três partes iguais, correspondentes aos três dormitórios. As janelas são protegidas por persianas. A fachada norte é fechada em um terço de sua dimensão e aberta 3

nos outros dois terços (Fig. 10). A fachada sul, de frente para a rua, é mais complexa, dividida em cinco panos de diferentes larguras (Fig. 11). A ventilação é fator relevante no projeto, mas o controle solar é deficiente na zona social. O prisma é simples, com poucas adições ou subtrações. Os volumes adicionados escada helicoidal e reservatório são secundários. Há predomínio da ortogonalidade, exceção feita ao volume cilíndrico da escada de serviços. O volume prismático tem 3,40m de altura e o pavimento em pilotis apenas 2,60m. Os balanços, os pilares delgados e a vedação em vidro do hall inferior conferem leveza ao volume principal. A laje superior plana enfatiza a forma prismática do edifício e sua horizontalidade (Fig. 12). CASA MENDES DA ROCHA, PAULO MENDES DA ROCHA A casa é um prisma de base retangular, quase quadrada, sobre pilotis, com volume secundário da escada de acesso projetado parcialmente para fora (Fig. 13). O retângulo tem 16m por 15,30m em planta e 16,40m por 20,30m em cobertura. O programa principal fica localizado no pavimento superior. A residência (1964-66) destinava-se originalmente à família do arquiteto, composta por casal com seis filhos. Localiza-se no Bairro Butantã, São Paulo, em frente a uma praça. O terreno de esquina tem forma trapezoidal, com um ângulo arredondado. No terreno contíguo implanta-se uma casa gêmea, projetada pelo mesmo arquiteto. Na face posterior do lote, há uma viela de passagem de pedestres (Fig. 14). Fig. 13. Diagrama de volume (Autora) Fig. 14. Diagrama de implantação (Autora) O terreno, com 760m², tem as faces laterais e posterior ortogonais, sendo a face frontal inclinada. A casa fica isolada no lote, alinhada às divisas ortogonais. Tem 573,78m² de área construída e 330m² de área ocupada, ou seja, uma taxa de ocupação de 43,42%. Os afastamentos laterais e de fundos são semelhantes, mas o frontal é maior. Apesar de ocuparem lotes distintos, esquina e meio de quadra, as casas gêmeas recebem tratamento idêntico, com aberturas nas faces frontal e posterior e demais fachadas praticamente cegas. Fig. 15. Corte (Acayaba (1986), p. 211) Fig. 16. Sala-varanda (Acayaba (1986), p. 216) O terreno plano tem um talude periférico de quase dois metros de altura. A casa encaixa-se no talude, que a contorna pela frente e lateral, mas é interrompido para permitir os acessos. Pela face frontal, a casa é vista como tendo apenas um pavimento, já que o térreo em pilotis fica encoberto pelo talude. Pela face posterior, a casa é vista integralmente (Fig. 15). O programa principal concentra-se no pavimento superior. No térreo ficam abrigo de 4

automóveis e um setor de serviços com forma circular. A escada de acesso tem patamar projetado para fora e conduz a uma sala-varanda superior (Figs. 16, 17 e 18). A planta do pavimento principal pode ser dividida em três faixas transversais: sala-varanda de acesso; serviços, corredor, dormitórios e banheiros; espaços de estar. Há grande clareza nessa organização. A faixa intermediária, correspondente a setor íntimo, é compartimentada e iluminada por aberturas zenitais; as outras duas, correspondentes aos setores de convívio, são fluidas e iluminadas por grandes aberturas. A zona social, sem paredes divisórias, é definida internamente pelo mobiliário (Fig. 19). As duas faces laterais da casa são praticamente cegas, mas faces frontal e posterior são abertas de um extremo a outro por esquadrias que permitem a abertura completa dos vãos (Figs. 20 e 21). Fig. 17. Planta térrea (Acayaba (1986), p. 210) Fig. 18. Planta superior (Acayaba (1986), p. 211) Fig. 19. Diagrama de setores (Autora) Fig. 20. Empena lateral (ACRÓPOLE 343, p. 32) Fig. 21. Vista sudeste (Acayaba (1986), p. 212) Fig. 22. Diagrama de fluxos (Autora) Em planta predominam os ângulos retos, mas no setor central e no setor de serviços inferior há elementos curvilíneos. As circulações no pavimento principal partem da escada de acesso a sudeste. Um corredor longitudinal conduz ao outro extremo. Chega-se aos demais ambientes por meio de duas circulações transversais, que atravessam a sala-varanda num 5

extremo e as zonas de estar no outro. Como os dormitórios são abertos pelos dois lados, existe a possibilidade de fluxos longitudinais de lado a lado (Fig. 22). A casa é estruturada em quatro pilares centrais unidos por duas vigas principais transversais, e tem lajes superior e inferior nervuradas. Os vãos são de 9,30m no sentido longitudinal, com balanços de 5,50m; no sentido transversal os vãos têm 8,40m, com balanços de 4m. As nervuras da laje são longitudinais e a distância entre elas é de pouco mais de 1m. Funcionam como módulos, e todos os compartimentos internos são regulados por elas (Fig. 23). Fig. 23. Diagrama estrutural (Autora) Fig. 24. Diagrama compositivo (Autora) A laje plana superior reforça a ideia do volume prismático. As paredes internas, com três centímetros de espessura, são de concreto armado, bem como os peitoris das janelas frontais e posteriores e grande parte do mobiliário. As vedações das empenas laterais são feitas com blocos de concreto. Os dormitórios são iluminados por aberturas zenitais e também pelas grandes janelas da varanda. A baixa altura das divisórias favorece a livre circulação do ar e a ventilação cruzada, mas reduz a privacidade dos dormitórios. As fachadas noroeste e sudeste, abertas em toda a sua extensão, contrastam com as duas empenas laterais praticamente cegas. As janelas são todas idênticas e foram especialmente desenhadas pelo arquiteto. A preocupação com o clima é evidente. As abas frontal e posterior da cobertura têm dimensões avantajadas e funcionam como quebra-sóis. A concepção estrutural é a base da geração formal: uma vez determinada a estrutura, o edifício está definido. A composição é univolumétrica e pequenas adições e subtrações não interferem na percepção do prisma original. O volume elevado pode ser decomposto em duas partes principais: o prisma e a grande cobertura, que ultrapassa seus limites em todas as direções (Fig. 24). Os quatro pilares centrais, com grandes balanços periféricos, têm por objetivo diminuir ao máximo o contato com o solo e provocar a sensação de suspensão do prisma. As grandes empenas laterais enfatizam a horizontalidade. CASA LILIANA GUEDES, JOAQUIM GUEDES A casa é um prisma de base retangular assentado sobre pilotis, com uma série de pequenas adições e subtrações (Fig. 25). Sua base mede aproximadamente 10,80m por 27m. A residência possui três pavimentos, estando o programa principal concentrado no nível intermediário. Projetada em 1970 para a família do arquiteto, constituída por casal e cinco filhos, localiza-se no bairro Jardim Morumbi, em São Paulo. A obra foi concluída em 1975 e tem 911,63m² de área construída e 286m² de área ocupada. O terreno, em meio de quadra, tem forma trapezoidal, com frente suavemente curvilínea. Sua área é de 2000m², o que significa uma taxa de ocupação de 14,30%. Há um forte declive em direção aos fundos do lote e a casa fica a cerca de 6,50m abaixo da cota viária. Não se alinha às demais edificações do entorno. É isolada no terreno e seu eixo 6

longitudinal forma um ângulo de 45º com a divisa lateral (Fig. 26). O terreno tem frente nordeste, mas as áreas sociais da casa orientam-se em função das vistas. Fig. 25. Diagrama de volume (Autora) Fig. 26. Diagrama de implantação (Autora) O arquiteto adota a idéia da casa-apartamento, com ambientes principais localizados no piso intermediário. O ingresso é feito pela cobertura, no nível da rua, que contém escritório, abrigo de automóveis e apoios (Fig. 27). No pavimento intermediário, localiza-se o programa principal da casa. No pavimento térreo estão vestiários da piscina e laboratório fotográfico, e, em volume anexo, mais alguns ambientes de apoio (Figs. 28, 29 e 30). A escada principal é centralizada no volume. A planta retangular alongada pode ser dividida em duas faixas longitudinais, uma mais larga, onde ficam setor íntimo e zona social, e uma mais estreita, onde se localizam serviços e suíte do casal (Fig. 31). Os ambientes principais são abertos para o exterior, mas alguns banheiros e apoios, localizados na faixa central, são ventilados mecanicamente. Fig. 27. Corte (Acayaba (1986), p. 348) Fig. 28. Piso térreo (Acayaba (1986), p. 346) Fig. 29. Piso intermediário (Acayaba (1986), p. 347) Fig. 30. Piso superior (Acayaba (1986), p. 348) As circulações horizontais do pavimento principal distribuem-se em duas linhas longitudinais a partir do ponto de acesso, situado na parte central da casa, e ramificam-se em direção aos ambientes (Fig. 32). Na zona social há maior fluidez, sendo os ambientes de estar e jantar integrados. Os demais setores são compartimentados. Na planta predominam os ângulos retos, mas observam-se geometrias angulosas em alguns pontos. A residência se estrutura em quatro pilares de concreto armado de seção circular, com distâncias de 9,60m no 7

sentido transversal e 17m no sentido longitudinal. São unidos por vigas principais transversais e lajes com nervuras longitudinais espaçadas a cada 1,20m. As lajes superiores são planas. Os pilares não se posicionam nas bordas do volume, havendo pequenos balanços transversais de 60cm e grandes balanços longitudinais de 5m (Fig. 33). Fig. 31. Diagrama de setores (Autora) Fig. 32. Diagrama de fluxos (Autora) A estrutura de concreto armado é aparente externamente e destacada dos panos de alvenaria de tijolos rebocados e pintados de branco (Fig. 34). As portas-janelas de correr, na zona de estar, vão da viga até o chão, permitindo abertura total dos vãos; não têm peitoris e a laje de piso é projetada um metro em balanço no perímetro dos ambientes. As quatro fachadas da casa possuem aberturas, mas há clara hierarquia entre elas. As faces para onde se voltam os principais ambientes são mais abertas, com as grandes portas-janelas. Requerem proteção solar, feita por meio de abas horizontais em concreto aparente. Com alturas e profundidades variadas, essas finas lâminas aparecem como elementos adicionados ao volume. Entre a zona de estar e o setor íntimo, há uma bay window facetada. Fig. 33. Diagrama estrutural (Autora) Fig. 34. Vista noroeste (Camargo (2000), p. 85) Fig. 35. Vista sudeste (Camargo (2000), p. 86) Fig. 36. Digrama compositivo (Autora) A fachada para onde se voltam os serviços tem aberturas menores e menos regulares. Sem necessidade de proteção é menos aberta e mais irregular (Fig. 35). A fachada de acesso fica em grande parte encoberta pelo desnível do terreno. Quem chega, percebe a casa como tendo apenas o pavimento de cobertura. O volume da residência parte de um prisma gerador elementar, com dois pavimentos, mas sofre uma série de complexas operações de adição e subtração que consistem na retirada ou acréscimo de finas lâminas horizontais. Os 8

elementos secundários, acrescentados ou subtraídos, conferem complexidade e leveza ao prisma original (Fig. 36). AS CASAS EM CONFRONTO As três casas são composições univolumétricas, constituídas por volume prismático assentado sobre pilotis. O prisma original tem base retangular e há predominância de ângulos retos. Todas se enquadram no conceito de casa-apartamento, com programa principal localizado no segundo pavimento. As casas Oliveira e Guedes ocupam terrenos de topografia fortemente acidentada, com acentuado declive em direção aos fundos. Na primeira, o acesso principal é feito a partir do pavimento em pilotis. Na segunda, o acesso é feito pelo pavimento superior. Ambas são posicionadas próximas à rua, sem alinhamento com os limites do lote ou com as edificações vizinhas. Os lotes são amplos e as taxas de ocupação estão ao redor de 15%. A casa Mendes da Rocha é implantada em terreno menor e com topografia plana, sendo a taxa de ocupação superior a 40%. Busca alinhamento com as faces do lote e com as edificações próximas. É mais contextual ao entorno que as outras duas e a única que se implanta em terreno de esquina. Os programas residenciais diferem em complexidade e suas áreas variam. A casa Oliveira, destinada à família menor, é a que possui programa mais simples e menor área. A casa Guedes tem o programa mais complexo e a maior área de construção. Sua área de ocupação, entretanto, é menor que a da casa Mendes da Rocha, em virtude da maior verticalização do programa. As três casas têm um pavimento no qual se localiza o programa principal, acima do nível em pilotis. Nas casas Oliveira e Guedes, a planta desse pavimento tem comprimento consideravelmente maior que a largura. Na Mendes da Rocha, a geometria tende ao quadrado. Nas duas primeiras, a planta é mais convencional, com os ambientes principais localizados no perímetro e janelas voltadas para o exterior. A casa Mendes da Rocha é dividida em três faixas transversais: na faixa intermediária ficam os dormitórios, iluminados zenitalmente. As diferentes disposições determinam fluxos internos distintos. As casas Oliveira e Guedes têm pontos de ingresso central, sendo que na primeira a distribuição se dá em L e na segunda em duas linhas longitudinais paralelas. A residência Mendes da Rocha tem ingresso periférico e a distribuição se dá em duas linhas perpendiculares a partir do eixo principal de acesso. Em todas as plantas predominam os ângulos retos, mas as casas Oliveira e Mendes da Rocha possuem elementos curvilíneos. Na primeira, o volume cilíndrico da escada é visível exteriormente; na segunda, os volumes curvilíneos são internos à edificação. A casa Guedes possui elementos angulosos que comparecem exteriormente. Os aspectos construtivos são determinantes nos três projetos. Todas as casas têm estrutura em concreto armado deixada à mostra e seguem a idéia da planta livre, com pilares isentos e balanços nos quatro lados. As casas Mendes da Rocha e Guedes são apoiadas em quatro pilares estruturais e a casa Oliveira estrutura-se em oito pilares. Mas há uma grande diferença entre a sustentação das casas Mendes da Rocha e Guedes: os balanços da primeira são maiores nas duas direções, enfatizando a suspensão do prisma. Nela, não só a estrutura, mas também as vedações são em concreto aparente. O volume é mais opaco em função da quase ausência de aberturas nas fachadas laterais. As casas Oliveira e Guedes têm lajes e vigas aparentes externamente e são vedadas por paredes rebocadas e pintadas, com janelas em três ou quatro lados. A diferença entre estrutura e vedações fica expressa nas fachadas e as esquadrias seguem padrões convencionais. A casa Guedes inova pela ausência de peitoris nas portas-janelas do setor social. As relações entre compartimentação e estrutura resistente acontecem em graus diferentes. Nas casas Mendes da Rocha e Guedes, onde as lajes são nervuradas, há uma busca de coordenação. Na primeira, o rigor é maior, havendo uma coincidência total entre a posição das nervuras e das paredes. Na segunda a precisão é menor, havendo pontos em que paredes e nervuras não coincidem. Na casa Oliveira, com laje internamente plana, há 9

desvinculação entre compartimentação e estrutura. As casas Oliveira e Guedes apresentam clara hierarquia entre as quatro fachadas, sendo perfeitamente identificáveis as faces para onde se voltam ambientes sociais, íntimos e de serviços. Na casa Mendes da Rocha as fachadas são equivalentes duas a duas e não há imediata identificação das zonas programáticas internas no exterior da residência. Em relação ao controle climático, a casa Oliveira se diferencia das demais. O arquiteto não distingue as fachadas por sua orientação, utilizando elementos e estratégias semelhantes em faces diferentes. As casas Mendes da Rocha e Guedes têm em comum a utilização de recursos de proteção solar. Na primeira, as abas frontal e posterior são grandes elementos que protegem das radiações. Na segunda, as finas lâminas sobre o plano das fachadas são elementos leves e decompostos. A composição univolumétrica é estratégia geradora dos três projetos. O tratamento que é dado aos volumes prismáticos sobre pilotis, entretanto, os distingue e caracteriza. Na casa Oliveira, o prisma apresenta-se em estado quase puro. Na Mendes da Rocha, o volume pode ser decomposto em prisma inferior superposto por cobertura. Na casa Guedes, o volume sofre uma série de pequenas subtrações e adições que dão complexidade aos planos verticais. A análise dos três edifícios mostra que, a partir de uma mesma matriz volumétrica, é possível produzir objetos com características bem distintas. A estrutura formal do edifício, seu princípio ordenador, dependerá de três condições internas ao projeto: programa, lugar e construção. A inserção do edifício num determinado lugar impõe uma série de condicionantes que se refletem na concepção do projeto. As particularidades do programa conduzem a decisões que têm repercussão direta nas relações espaciais e geométricas adotadas. Os aspectos relativos à construção são responsáveis pela materialidade que é dada ao edifício. As diferentes soluções dadas a um problema arquitetônico resultam não da criação de novas formas e novos elementos a cada projeto, mas da maneira como esses fatores são interpretados pelo projetista e os elementos sintetizados na forma final do edifício. Neste sentido, é perfeitamente possível adaptar estruturas formais conhecidas e consagradas a diferentes situações de projeto, seja em ambientes consolidados ou de alta vulnerabilidade. As decisões do projetista na manipulação de tais fatores podem determinar menor grau de incerteza na solução do problema. BIBLIOGRAFIA 1. Acayaba, M. (1986). Residências em São Paulo: 1947-1975. São Paulo: Projeto. 2. ACRÓPOLE (mai. 1965). São Paulo: Gruenwald, n. 317, p. 36-39. 3. ACRÓPOLE (set. 1967). São Paulo: Gruenwald, n. 343, p. 32-37. 4. Camargo, M. J. (2000). Joaquim Guedes. São Paulo: Cosac & Naify. 5. Mahfuz, E. C. (2004) Reflexões sobre a construção da forma pertinente (1). Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/arquitextos/arq045/arq045_02.asp 6. Pini, S. M. A. (dez. 1995 / jan. 1966). Joaquim Guedes: Documento. AU, 63, p.69. 7. Piñon, H. (2002). Paulo Mendes da Rocha. São Paulo: Romano Guerra. 8. PROCESS ARCHITECTURE (ago. 1980). Tokio: Kyodo Printing Co., n. 17, p. 71-72. 9. SANVITTO, M. L. A. (1994). Brutalismo Paulista: uma análise compositiva de residências paulistanas entre 1957 e 1972. Dissertação de mestrado. Mestrado em Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 10. Solot, D. C.(2004). Paulo Mendes da Rocha. Estrutura: o êxito da forma. Rio de Janeiro: Viana e Mosley. 11. Xavier, A. & Corona, E. Arquitetura moderna paulistana. São Paulo: Pini. 12. Zein, R. V. (2000). Arquitetura paulista e as casas de Paulo Mendes da Rocha. Dissertação de mestrado. Mestrado em Arquitetura. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre. 10