Ministro da Economia abre o X Congresso Europeu do Comércio Urbano Comércio europeu reúne-se em Barcelos Declaração final incentiva os diferentes agentes a investir na cidade e no seu comércio Decorreu hoje, a 16 de Maio, o segundo dia do X Congresso Europeu do Comércio Urbano, focado na temática da Regeneração Urbana. Mais de três centenas de convidados, assistiram interessados no Auditório da Câmara Municipal de Barcelos ao Congresso que contou com a presença do Ministro da Economia Dr. Vieira da Silva e com as intervenções de especialistas internacionais e nacionais na temática do Comércio e Regeneração Urbana. A Associação Comercial e Industrial de Barcelos foi a anfitriã do congresso, sendo vicepresidente das Vitrines d Europe. Dr. Vieira Silva, Ministro da Economia marcou presença na sessão de abertura, felicitando a ACIB pela organização do Congresso e pela escolha assertiva e oportuna da temática em foco, e da importância, e o impacto do mesmo na região. Deu em primeira mão a notícia de que o Programa de Apoio à Regeneração Urbana é para continuar, pois foi aceite no memorando com a troika. O Ministro da Economia focou os factores que influenciam e fomentam a necessidade de uma Regeneração Urbana: - A modificação profunda da organização territorial, com a tendência cada vez mais forte para a concentração cada vez mais forte em meios urbanos, conduzindo a novos desafios ao nível da produção e do consumo. Têm-se verificado uma tendência para um crescimento extensivo, mas também desordenados, onde mais valia construir de novo, do que regenerar o que já existia, referiu Vieira da Silva, apontando que nos últimos anos não houve o cuidado de atender a esta evolução, tendo sido cometidos alguns erros de plano urbanístico. -Modificações no plano económico, alteração de como a riqueza é criada no mundo. - Processos de Concorrência, que se apresentam cada vez mais complexos e mais globais, sendo que os grandes distribuidores tem um papel forte e decisivo.
- Modificações na dinâmica do consumo, influenciadas pelas alterações demográficas, e o na juventude, mas também pelos hábitos de consumo, pois cada vez se verifica que as atenções no consumo não são só focalizadas na juventude, mas sim disperso pelos diferentes grupos etários. - Modificações no comportamento, ditadas pelo acesso a ferramentas facilitadores, que potenciam a compra, como a internet e a compra on-line. Vieira da Silva terminou com a mensagem que é fundamental investir na qualidade e na diferenciação. Este congresso surge num momento estratégico para o País e para a Europa, introduziu o Director Executivo do X Congresso Europeu do Comércio Urbano, João Albuquerque, referindo que o comércio atravessa uma fase diferente, está em mutação, sendo fundamental reflectir sobre novas formas de estar, reflectir sobre as cidades, as cidades que temos, e as cidades que queremos ter. João Albuquerque alertou para a importância do associativismo, que tem vindo a fraquejar Com a força que todos, em conjunto, faremos muito mais do que isoladamente. Focalizou o enquadramento da ACIB dizendo que não há regiões fortes sem cidades fortes. Neste âmbito, o Director Geral da ACIB evidenciou que as cidades são os motores indiscutíveis do crescimento económico do País e na Europa. Em quase todas as cidades europeias, as zonas urbanas são os principais produtores do crescimento e inovação os centros de uma economia mundial globalizada. Referiu ainda a elevada importância de reforçar a atractividade das cidades em termos de transportes, serviços, qualidade ambiental e cultural; fomentar um desenvolvimento equilibrado entre as diferentes cidades, reforçar as relações entre as zonas urbanas, rurais e periurbanas e consolidar as cidades como pólos de crescimento, apoiando a inovação e a economia do conhecimento. Seguiu-se a intervenção do Presidente da Federação Europeia de Vitrines d Europe, Stefano Bolletinari, referindo que nestes últimos anos temos assistido a grandes mudanças com a crise económica instalada. As Vitrines D Europe têm lutado ao longo destes anos para redescobrirem as cidades, o turismo, o comércio e o associativismo de forma a tornar as cidades mais acessíveis e sustentáveis. José Maria Faria, Presidente Interino da Associação Comercial e Industrial de Barcelos presidiu à abertura do Congresso saudando os ilustres presentes e evocando o objectivo do evento que passa pela luta em prol de um comércio mais dinâmico e empreendedor. O Vice-presidente da Câmara Municipal de Barcelos, Dr. Domingos Pereira entreviu defendendo que as autarquias assumem um papel preponderante no crescimento do comércio urbano de forma organizada. Para o Vice-presidente trata-se de um momento crucial para redefinir a dinâmica do comércio urbano. Barcelos tem sofrido uma desertificação da cidade e que é necessário alterar isso. Tem que se dinamizar as economias locais e aumentar o investimento ao QREN, só assim se desenvolve e se contribui para o desenvolvimento da
economia. O Vice-presidente da Câmara Municipal de Barcelos terminou a sua intervenção assumindo a disponibilidade para dinamizar e contribuir para estes objectivos de regeneração urbana. O primeiro tema enquadrador do congresso foi O Desenvolvimento Integrado da Cidade Comércio e Cidade do Futuro onde foram abordados os seguintes aspectos: As pessoas e as cidades; A cidade sustentável, desenvolvimento harmonizado; Transporte/ mobilidade urbana; Planos de regeneração urbana; e O urbanismo comercial. O segundo painel enquadrador foi Associativismo Agir em Conjunto pelo Futuro do Comércio onde foram apresentados exemplos de associativismo activo por parte dos parceiros internacionais das Vitrines d Europe, finalizando com Marketing de cidade. De todo o trabalho destes dois dias de congresso surge a Declaração de Barcelos Portugal, um instrumento decisivo para as acções e tomadas de posição futuras que serão tomadas pelas diferentes organizações das Vitrines d Europe nos próximos meses (em anexo).
O X Congresso do Comércio Urbano organizado pela ACIB Associação Comercial e Industrial de Barcelos, em Barcelos Portugal a 15 e 16 de Maio de 2011, em parceria com a Confederação Vitrines d`europe, e fruto dos trabalhos desenvolvidos nesses dias envolvendo dirigentes Associativos do Comercio, Comerciantes, Políticos, Decisores Públicos, Autoridades Institucionais, Especialistas, Professores Universitários e Agentes da Sociedade Civil, de vários países da Europa, surge a presente DECLARAÇÃO DE BARCELOS PORTUGAL A actual crise económica que atravessa a União Europeia de ponta-a-ponta é elemento criador de uma nova consciência no que se refere ao estilo de vida, que podemos considerar derruiu; um estilo de vida assente no desperdício generalizado em várias frentes e de uma desorganização urbanística bem patente no território. Esta crise económica deve ser encarada como um motor para o arranque de novas estratégias que venham a repor o conceito de uma cidade sustentável e de desenvolvimento harmonizado. Procura-se um modelo de cidade onde se consigam conjugar densidade, sustentabilidade e dinâmica económica. Procuram-se cidades mais humanas, nas quais o espaço público permita o desenvolvimento de uma vida local rica em intercâmbios e serviços. É necessário que os planos estratégicos das cidades contemplem a planificação do comércio na cidade, considerando a sua integração urbanística e organizativa, em simultâneo com a dinamização da máxima cooperação por parte dos comerciantes. Incentivar a discussão local e nacional sobre o modelo de comércio pretendido e as reais ambições dos cidadãos, fomentando um modelo de cidade completa e funcional, com uma densidade adequada, acesso próximo aos serviços, convivência de diversas actividades em espaços próximos. Implementar na opinião pública o real conceito de que uma cidade competitiva, é uma cidade que atrai um número significativo de pessoas, atendendo à variada natureza dos seus valores atractivos: residenciais, de investimento, turísticos, urbanos, culturais, humanos, paisagísticos e inequivocamente, o valor atractivo do Comércio Urbano. Relacionar o já constatado facto de que a perda de atractividade comercial está ligada a perda de atractividade da cidade.
Necessidade em se reconhecer a importância do urbanismo comercial da cidade, a força que os centros comerciais integrados no centro da cidade dão à cidade; apresentar o centro comercial a céu aberto como elemento impulsionador da afirmação da cidade. Esperamos que os políticos apoiem todas as iniciativas para o comércio e, em particular, os centros urbanos, o comércio tradicional, as lojas independentes e a diversidade de todos estes tipos de comércio. Queremos uma envolvente urbana amável e confortável (ruas pedonais, serviços, meios de transporte, estacionamento, transportes públicos de qualidade,...) Queremos uma parceria forte entre os agentes do turismo e do comércio, para receber visitantes de todo o mundo em busca do turismo cultural, mas também uma "experiência de cidade." Queremos que os políticos nacionais e locais tenham uma visão comum e coerente da cidade do futuro. O que passa pelo fortalecimento de parcerias comércio-cidade, indispensável para o sucesso deste desafio. Queremos um modelo de cidade europeu, que o mundo inteiro siga, onde convivam as funções culturais, comerciais, recreativas, administrativas e residenciais. Esperamos que as autoridades locais e nacionais apoiem as PME, actores incontornáveis da qualidade das cidades. Neste contexto, o "Small Business Act" da Comissão Europeia, parece-nos um documento importante para orientar as políticas e programas a implementar. Novos conceitos de governação urbana devem tomar o seu lugar, incentivando o envolvimento e participação de todos os cidadãos nas decisões a serem tomadas. Neste sentido, as associações profissionais podem e devem ser as forças impulsionadoras. Elas garantem a coesão dos seus membros num ambiente altamente competitivo. Elas devem ter acesso ao financiamento bancário, à flexibilidade do trabalho apoiando-se na promoção da imagem da sua actividade. Todos os agentes que intervêm na cidade têm nas suas mãos o futuro das próprias cidades europeias e é apoiando-se na força que representam os grupos de comerciantes que se podem criar ligações indispensáveis de mudança, de encontros, de descobertas e de coesão social, como sempre foram no passado. A Vitrines d Europe, por ocasião do 10.º congresso reunido em Barcelos, insiste que os decisores europeus se devem comprometer na aplicação destes princípios na política europeia e em cada um dos estados.