EXPLORANDO A GEOMETRIA: A MAQUETE ESPACIAL DA BANDEIRA NACIONAL José Antônio de Oliveira Júnior Universidade Federal de Sergipe juniormat2007@hotmail.com Resumo: Os alunos do 3º ano A do ensino médio do turno da noite do Colégio Estadual Santo Antônio no município de Coronel João Sá-BA, fizeram um redimensionamento da bandeira nacional do plano para o espaço construído uma maquete espacial de vidro, com uma articulação elétrica para enfatizar a percepção espacial, onde nessa construção priorizaram a interdisciplinaridade dentro da mesma com elementos da geometria plana e espacial apresentando um leque de possibilidades na compreensão do estudo da geometria como: visualização classificação e linguagem, visando uma aprendizagem bem significativa dos conteúdos geométricos que teve como principais resultados o desenvolvimento da intuição espacial, interpretação, percepção e construção do pensamento geométrico na manipulação de material concreto promovendo uma abstração que despertou o raciocínio lógico e perceptivo dos discentes envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Palavras-chave: Ensino de Geometria; Educação Matemática; Geometria. O ensino e a motivação do trabalho A matemática apresentada de forma apática, não instigante, torna-se uma disciplina crítica, por isso devemos propor alternativas metodológicas direcionadas para um melhor maneira de se transmitir, instigar e proporcionar aos discentes a melhor maneira de ensinar os conteúdos, além de mostrar o papel social e cidadão que esta disciplina exerce em nossas vidas. Devemos observar que dificuldades, insuficiências e fracasso não estão apenas relacionados aos discentes, pois é importante investigar as praticas pedagógicas desenvolvidas pelos professores para o ensino de determinados conteúdos matemáticos, todavia, quando abordamos conteúdos relacionados particularmente a geometria no ensino fundamental, ela ainda vem sendo abandonada nas últimas décadas, apesar de sua reconhecida importância no ensino-aprendizagem por pesquisadores brasileiros como: Pavanello(1989), Lorenzato(1995), Passos(2000) e Pereira (2001) que apontaram em suas pesquisas que a geometria é pouco estudada nas escolas. 1
Podemos observar este abandono do ensino de geometria com movimento da Matemática Moderna durante as (décadas de 60 e 70) onde o ensino de geometria ficou em segundo plano tendo maior ênfase o ensino de Álgebra, Teoria dos Conjuntos, Topologia entre outras. Entretanto, a preocupação demasiada como as formalizações fazia o ensino distanciar-se das questões práticas do cotidiano dos alunos. Vemos também como reflexos dessa problemática que a apresentação dos conteúdos relativos à Geometria são abordados nos capítulos finais dos livros didáticos, pois, este fato foi constatado por uma pesquisa realizada sobre a análise dos livros didáticos citados nos PCNS (1998). Assim ficam evidenciados os reflexos do uso do livro didático na prática docente, que segundo os PCNS (1998) que o professor não tendo oportunidade e condição para aprimorar sua formação e não dispondo de outros recursos para desenvolver as práticas de sala de aula, apóiam-se, quase exclusivamente, nos livros didáticos que, muitas vezes, são de qualidade insatisfatória (BRASIL,1998, p.21). Outro agravante dessa situação segundo Moraco (2006), é uso abusivo de algoritmos, por parte dos docentes, como por exemplo, o uso de fórmulas que parecem verdadeiros receituários, deixando de lado a investigação, e a utilização de ambientes de aprendizagem que atendam as aspirações dos alunos tornando-os indivíduos críticos e participativos no processo de aprendizagem dos conteúdos geométricos, em conseqüência dessa algoritimação surge outro fator que tem influenciado de maneira insatisfatória o ensino da geometria, que é a não articulação da mesma com outros ramos do conhecimento como: a geografia, artes, arquitetura, química, astrologia dentre outros não instigando o aluno a descrever, compreender, interpretar, analisar, e desenvolver capacidades de visualização, raciocínio, argumentação, dentre outras. Estes problemas ressaltados anteriormente foram reconhecidos pelo National Council of Teachers of Mathematics (NTCM, 1991) na recomendação das Normas para o currículo e a Avaliação em Matemática e Escolar, dando uma maior ênfase no ensino de geometria relevando a importância e direcionando a atenção de alguma forma para os seguintes tópicos: Integração da geometria em todos os temas, em todos os anos de escolaridade 2
Aplicações no mundo real e modelação Geometria no espaço Integração da geometria em todos os temas, em todos os anos de escolaridade Exploração em computador de figuras bi e tridimensionais. Desenvolvimento de uma compreensão dos objetos geométricos e suas relações. Assim detectado todos esses problemas é que aparece a pergunta: como intervir e promover um ensino-aprendizagem de geometria, trazendo uma sintonia entre os conhecimentos científicos de geometria estudados no ensino fundamental em articulação com o contexto escolar em que os alunos estão inseridos? Desenvolvimento do trabalho Este trabalho trata de uma alternativa metodologia de construção de figuras espaciais partindo dos conceitos elementares de figuras planas onde no primeiro momento o professor com o uso da TV Pendrive deixou os alunos fascinados pela geometria pela sua ampla aplicação. Os alunos do 2º ano A e B do ensino médio do turno noturno do Colégio Estadual Santo Antônio no município de Coronel João Sá-BA, no segundo semestre do ano de 2009 coletaram materiais como vidro, acrílico, barras de alumínio, lâmpadas de cores diferenciadas, plástico, fiação para eletricidade, tomadas, interruptores e sempre em reuniões semanais, fizeram gradativamente um redimensionamento da bandeira nacional do plano para o espaço construído uma maquete espacial de vidro e alumínio, em articulação com uma instalação elétrica que enfatizava o uso de lâmpadas com as cores da bandeira nacional para uma melhor abordagem da percepção espacial Nessa construção priorizaram a abordagem do estudo dos conteúdos de geometria dentro da maquete como elementos da geometria plana e espacial, visualização, classificação e linguagem em torno das figuras geométricas abordadas, apresentando um leque de possibilidades na compreensão do estudo da geometria. Já num segundo momento, após construção da maquete no turno da noite, o trabalho foi apresentado a toda comunidade escolar pelo professor que idealizou o estudo numa aula de geometria com entretenimento, para uma socialização e mobilização de usarmos a educação matemática para barrar certos preconceitos na aplicação de alguns 3
conteúdos considerados críticos de se ensinar, que é o caso da geometria, já que os alunos daquela escola nunca tinham estudado geometria, só ouviram falar desta disciplina superficialmente. Figura 1, O professor José Antônio explorando a maquete da bandeira nacional na forma espacial com seus alunos. Resultados e discussões Dentre os principais resultados obtidos tivemos o desenvolvimento da intuição espacial, interpretação, percepção e construção do pensamento geométrico na manipulação de material concreto com a Maquete da Bandeira Nacional, onde os alunos compararam construções arquitetônicas como em igrejas, residências na cidade de coronel João Sá e até na própria escola, com os sólidos geométricos, o estudo de decomposição de uma figura espacial em uma plana e várias outras propriedades. O mais interessante nesse processo foi a forma ativa e frequente com que os alunos participaram da elaboração do trabalho, cerca de 90% de participação na construção dessa maquete, já que o trabalho foi desenvolvido num turno oposto ao horário das aulas de matemática que os alunos freqüentavam. Os professores do nível fundamental participaram da apresentação e aproveitarão a maquete da bandeira nacional para a exploração de conteúdos elementares de geometria nesse nível de ensino no ano letivo de 2010, através da elaboração de um projeto para o ensino de geometria. 4
Considerações sobre o trabalho Dessa forma é importante especificar que essa maquete espacial pode ser indicada para ser trabalhada já no ensino fundamental, pois a idéia da construção da mesma teve o intuito de promover aos discentes daquela escola um contato concreto com o estudo dos conteúdos de geometria, nunca visto antes por eles. Assim é importante salientarmos que esse trabalho servirá como base e apoio para o ensino do cálculo de área e de volume das figuras planas e espaciais, já que a maquete ficará disponível para a escola com um intuito de promovermos nos aspectos metodológicos, no ensino de geometria, uma melhor abstração que desperte o raciocínio lógico e perceptivo dos discentes envolvidos no processo de ensino aprendizagem. Referências BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília, DF: MEC/SEF, 1998. LINDQUIST, Mary Montgomery; SHULTE,. Albetr P. Aprendendo e Ensinando Geometria. Tradução de Hygino H. Domingues São Paulo. Atual,1994. MORACO, Ana Sheila do Couto Trindade. Um estudo sobre os conhecimentos geométricos adquiridos por alunos do ensino médio. 2006. Dissertação (Apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação para Ciência). Faculdade de Ciências.Universidade estadual Paulista. Bauru. PAVANELO, R. M.. O Abandono de Ensino de Geometria: uma Visão Histórica Dissertação de Mestrado. Unicamp.:1989 5