ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES QUASE ACIDENTE E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ESTUDO DE CASO



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Transcrição:

UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE - UNESC ENGENHARIA CIVIL PAULO RAMOS ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES QUASE ACIDENTE E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ESTUDO DE CASO CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009

PAULO RAMOS ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES QUASE ACIDENTE E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado para obtenção do grau de Engenheiro Civil no curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC. Orientador: Prof. Msc. Clovis Norberto Savi CRICIÚMA, DEZEMBRO DE 2009

PAULO RAMOS ANÁLISE DO PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES QUASE ACIDENTE E A VIABILIDADE DA APLICAÇÃO DIRETA NA CONSTRUÇÃO CIVIL ESTUDO DE CASO Trabalho de Conclusão de Curso, aprovado pela Banca Examinadora para obtenção do Grau de Engenheiro Civil no curso de Engenharia Civil da Universidade do Extremo Sul Catarinense, UNESC, com linha de Pesquisa em Segurança do Trabalho. Criciúma, 09 de Dezembro de 2009. BANCA EXAMINADORA Prof º Clovis Norberto Savi Mestre UNESC Orientador Prof ª. Ângela Costa Piccinini Mestre UNESC Banca Prof º. Edson Luiz da Silva Mestre UNESC - Banca

5 Dedico este trabalho aos meus pais e meu irmão que sempre me apoiaram e me ajudaram estando ao meu lado em todos os momentos. À minha noiva pelas palavras de ânimo e apoio constante.

6 AGRADECIMENTOS À DEUS por ser a razão da minha vida, pela ajuda em todos os momentos, por ser o meu melhor amigo. Aos meus familiares, Pai, Mãe, meu irmão (Andy) e Tia Vanda que me ajudaram com muito amor, carinho, respeito, paciência, incentivo. À minha noiva Samanta que com suas palavras de ânimo, amor, carinho me ajudaram a chegar até aqui com muito sucesso. Ao meu orientador Prof º Clovis pela motivação e apoio para a realização deste trabalho e sempre disponível para as orientações. À BUNGE FERTILIZANTES S.A por disponibilizar a empresa para a realização da pesquisa deste trabalho, assim como a atenção e ajuda de todos funcionários do setor de Segurança do Trabalho, RH, Manutenção, Mina, à Gerencia Industrial e a todos que me ajudaram. Aos colegas de faculdade que estiveram ao meu lado com incentivo, companheirismo até chegar ao dia tão esperado da formatura.

7 LISTA DE ILUSTRAÇÃO FIGURA 1: Placa de aviso...44 FIGURA 2: Fita sinalizadora.....44 FIGURA 3: Corrente de sinalização...44 FIGURA 4: Cone de sinalização......45 FIGURA 5: Plataforma de proteção...46 FIGURA 6: Detalhes da plataforma de proteção...46 FIGURA 7: Guarda corpo de laje...47 FIGURA 8: Protetor para poço de elevador...48 FIGURA 9: Tela fechadeiro......49 FIGURA 10: Tela leve......49 FIGURA 11: Tela tapume...50 FIGURA 12: Capacete tipo aba frontal...53 FIGURA 13: Capacete tipo aba total...53 FIGURA 14: Capacete tipo aba frontal com viseira...54 FIGURA 15: Capacete tipo aba frontal com protetor tipo concha......54 FIGURA 16: Óculos de segurança para proteção com lente incolo...55 FIGURA 17: Óculos de segurança para proteção com lente de tonalidade escura..55 FIGURA 18: Óculos de segurança para proteção tipo ampla visão...56 FIGURA 19: Protetor auditivo tipo concha...57 FIGURA 20: Protetor auditivo tipo inserção (Plug)...57 FIGURA 21: Respirador purificador de ar (descartável)...58 FIGURA 22: Respirador purificador de ar (com filtro)...58 FIGURA 23: Respirador purificador de ar com filtro (descartável)... 59 FIGURA 24: Luva de proteção tipo vaqueta...60 FIGURA 25: Luva de proteção de algodão...60 FIGURA 26:Luva de proteção emborrachada......60 FIGURA 27:Luva de proteção de latex...61 FIGURA 28:Luva de proteção de PVC cano longo......61 FIGURA 29:Luva de proteção de raspa...61 FIGURA 30: Cinturão de segurança tipo pára - quedista...62 FIGURA 31: Dispositivo tava - quedas...63

8 FIGURA 32: Botina em couro com elástico...63 FIGURA 33: Sapato em couro...64 FIGURA 34: Bota de borracha...64 FIGURA 35: Perneira de raspa...64 FIGURA 36:Pirâmide de Frank Bird.....66 FIGURA 37: Bloco de registro de quase acidente...67 FIGURA 38: Portaria central da Bunge Fertilizantes S.A.-Unidade de Cajati-SP.....69 FIGURA 39: Comprometimento com o registro do Quase Acidente na Bunge Fertilizantes S.A......74 FIGURA 40: Quadro de resultados - Gestão a vista......75 FIGURA 41: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP em 2004....77 FIGURA 42: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP em 2005...78 FIGURA 43: Estatística de Acidentes na Bunge Fertilizantes-Unidade de Cajati-SP em 2008...78 FIGURA 44: Estatística dos relatos de Quase Acidente na construtora de Criciúma-SC...80

9 RESUMO A Bunge Fertilizantes S.A. é uma empresa que atua em todas as etapas de produção de fertilizantes e se dedica em melhorar as condições de trabalho de seus funcionários com a segurança do trabalho, aplicando e aperfeiçoando programas de prevenção de acidente como o Quase Acidente. Com isso, este trabalho tem como objetivo o estudo do programa de prevenção de acidentes - Quase Acidente - da Bunge Fertilizantes S.A. e analisar a viabilidade da aplicação do programa na construção civil. Após a coleta de dados estatísticos na Bunge sobre o programa, a apresentação e a aplicação foram feitas em uma obra residencial localizada na cidade de Araranguá/SC, de responsabilidade de uma construtora de Criciúma/SC, onde foram coletados os relatos de Quase Acidente dos funcionários e analisados posteriormente. Buscou-se fazer a verificação das dificuldades encontradas para a aplicação do Quase Acidente e o interesse da construtora em aplicar este programa em suas obras. Palavras-chave: Segurança do trabalho, Quase Acidente, Viabilidade, Construção Civil.

10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......12 2 TEMA......13 2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA...13 3 PROBLEMA DE PESQUISA......14 4 JUSTIFICATIVA...15 5 OBJETIVOS...16 5.1 Objetivo Geral...16 5.2 Objetivos Específicos...16 6 FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA...17 6.1 Acidente do Trabalho......17 6.1.1 Causas de Acidente do Trabalho......20 6.1.1.1 Atos Inseguros...20 6.1.1.2 Condições Inseguras...22 6.2 Segurança do Trabalho...24 6.2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil...25 6.3 Prevenção de Acidentes...27 6.4 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)...28 6.5 Análise de Risco da Tarefa (ART)...32 6.6 Observação de Risco no Trabalho (ORT)...34 6.6.1 Procedimento da ORT...35 6.7 Permissão de Serviço Seguro (PSS)...37 6.7.1 Procedimento da PSS...38 6.8 Diálogo Diário de Segurança (DDS)...40 6.9 Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC)...42 6.9.1 Tipos de EPC...43 6.10 Equipamentos de Proteção Individual (EPI)...50 6.10.1 Tipos de EPI...53 6.11 Quase Acidente...65 6.11.1 Importância do Quase Acidente para a Construção Civil... 68 7 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA......69 7.1 Local da Pesquisa......69

11 7.2 Técnicas de Coleta dos Dados...70 7.3 Local da Aplicação da Pesquisa......71 7.4 Limitações...71 8 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS DA PESQUISA...72 8.1 A Aplicação do Quase - Acidente na Bunge Fertilizantes S.A...72 8.2 Resultados dos Registros na Bunge Fertilizantes S.A......76 8.3 A aplicação do Quase Acidente na construtora de Criciúma-SC e os resultados...79 9 CONCLUSÃO...82 REFERÊNCIAS......83 ANEXO 1 - Exemplo da ART (Análise de Risco da Tarefa)... 85 ANEXO 2 - Modelo da ORT (Observação de Risco no Trabalho)...89 ANEXO 2 - Modelo da PSS (Permissão de Serviço Seguro)...91 ANEXO 4 - Modelo de DDS (Diálogo Diário de Segurança)......93 ANEXO 5 - Quadro Indicativo de EPI por Função...95 ANEXO 6 - Acompanhamento de Pendências do Quase Acidente Na Bunge Fertilizantes...97 ANEXO 7 - Matriz de Risco para os Procedimentos de SSO e PPRA...102 ANEXO 8 - Exemplos de Registros de Quase Acidente na Bunge Fertilizantes S.A. no Mês de Maio/2009....105 ANEXO 9 - Resultados da Aplicação do Quase Acidente na Bunge Fertilizantes S.A. - Unidade de Cajati/SP... 110 ANEXO 10 - Exemplos de Registro de Quase Acidente da Construtora de Criciúma/SC na obra de Araranguá/SC nos Meses de Agosto, Setembro e Outubro de 2009...117

12 1 INTRODUÇÃO Na indústria da construção civil pode ser constatado um grande número de acidentes, esse número vem crescendo a cada ano. Podemos observar alguns dos principais fatores determinantes para esse fato ocorrer, como a rotatividade da mão de obra que também está sem qualificação e sem treinamento de segurança e um dos principais fatores é a falta de cultura dos funcionários quanto à utilização e treinamento do uso correto dos EPI s. Segundo dados do Ministério da Previdência Social do ano de 2008, ocorreram 688 mil acidentes de trabalho, sendo 281 mil com afastamento superior a 15 dias e 2804 acidentes com morte. Um dado impressionante é uma média de 31 trabalhadores/dia que não retornaram ao trabalho devido a invalidez ou morte. Esse número que a cada ano assusta a sociedade pode ser reduzido, pois nos dias atuais temos a tecnologia a nosso favor para proporcionar meios, técnicas, ações para a redução dos acidentes. A solução para essa redução é encontrada na prevenção do acidente, com essa ação podemos reduzir quase a zero o número de acidentes. Uma ferramenta de prevenção é o quase-acidente, pouco utilizada na indústria da construção civil, mas bem aplicada em outros setores das indústrias. Diante desse quadro, será feito um estudo da aplicação da ferramenta de prevenção de acidentes o quase-acidente em uma indústria, a Bunge - Nutrição Animal, onde a aplicação do quase-acidente é muito bem implantada e iremos verificar através de resultados na redução de acidentes. Mediante a esses resultados e métodos de aplicação será feito um estudo da viabilidade, dificuldades e resultado da aplicação desta ferramenta de prevenção de acidente o quaseacidente na construção civil.

13 2 TEMA A prevenção de acidente do trabalho aplicado no canteiro de obra. 2.1 DELIMITAÇÃO DO TEMA Análise do programa de prevenção de acidentes Quase Acidente e a viabilidade da aplicação direta na construção civil. Estudo de caso.

14 3 PROBLEMA DE PESQUISA A indústria da construção civil destaca-se por apresentar uma grande diversidade de risco, em virtude das condições de trabalho e dos aspectos específicos de cada país, região ou localidade. A taxa de acidentes de trabalho nessa área é elevada, geralmente classificados como graves ou fatais; resultante de um ambiente de trabalho onde se encontram riscos ocupacionais. Diante do exposto o problema de pesquisa se volta para o seguinte questionamento: Com a implantação do programa de prevenção de acidentes Quase Acidente na construção civil será possível aplicar esse programa para poder diminuir os acidentes?

15 4 JUSTIFICATIVA A construção civil vem crescendo a cada ano com inovações tecnológicas, aplicação de novos métodos construtivos para facilitar e tornar a construção mais rápida e fácil de executar. Com obras cada vez maiores e mais complexas há sempre estudos e treinamento do funcionário para minimizar o desperdício de material e mão-de-obra, isso é muito importante para a empresa e principalmente para o meio ambiente, mas não é o suficiente para o funcionário que por muitas vezes se envolve em acidentes por falta de equipamentos de proteção individual, treinamento e informação. A maioria desses acidentes poderiam ser evitados se as empresas desenvolvessem em seus canteiros de obra programas de segurança do trabalho, além de dar treinamento a seus operários e acompanhá-los em seus serviços. Diante desse quadro, ao longo desse trabalho será apresentado o desenvolvimento e aplicação direta do programa de prevenção Quase Acidente, pois através da prevenção podemos evitar vários acidentes.

16 5 OBJETIVOS 5.1 Objetivo Geral: Analisar e implementar o programa de prevenção de acidentes Quase Acidente - na construção civil, seguindo-se as recomendações da Norma regulamentadora brasileira de Segurança e Medicina do Trabalho a NR-18 (condições e meio ambiente de trabalho na indústria da construção). 5.2 Objetivos Específicos: Implantar um programa de prevenção de acidentes no canteiro de obra; Estabelecer medidas de proteção e prevenção para os riscos que derivam do processo de execução da obra; Desenvolver técnicas que reduzam os riscos de acidentes, assegurando a integridade e a saúde dos trabalhadores; Designar atribuições, responsabilidades e autoridade ao pessoal responsável pela segurança e saúde ocupacional.

17 6 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 6.1 Acidente do Trabalho O conceito definido pela lei 8.213, de 24 de julho de 1991, da Previdência Social determina, em seu Capitulo II, Seção I, artigo 19, segundo Piza (1997,p.7): Acidente do Trabalho é o que ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do artigo 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou perda ou ainda a redução permanente ou temporal da capacidade para o trabalho. Mas o acidente não pode ser tratado quando apenas há ferimentos, morte ou lesão pode ocorrer quando não houver essas causas, como exemplo a queda de energia elétrica, furo no pneu, etc. Também de acordo com a lei, o acidente do trabalho é considerado quando ocorre no exercício do trabalho a serviço da empresa de acordo com as seguintes circunstâncias, conforme De Cicco (1982,p.2): Doenças profissionais ou do trabalho: aquelas que são adquiridas em determinados ramos de atividade e que são resultantes das condições especiais em que o trabalho é realizado; Qualquer tipo de lesão, quando ocorre: no local e no horário de trabalho e quando o caminho ou na volta do trabalho; fora dos limites da empresa e fora do horário de trabalho; fora do local da empresa, mas em função do trabalho. Podemos verificar que o conceito de acidente é muito amplo e não é limitado apenas no local de trabalho, mas também abrangendo o trajeto e os ocorridos em função do trabalho. Com a preocupação que as empresas estão com relação à segurança do trabalho, o acidente é um fato que nenhuma gostaria de presenciar e vivenciar, devido as várias preocupações legais que podem repercutir a empresa, outro fato é o custo que o acidente gera.

18 Os acidentes devem ser evitados em todas as empresas, seja qual for o ramo de trabalho ou o tamanho desta, pois o acidente pode ocorrer em todos os lugares. Podemos verificar os prejuízos decorrentes do acidente para o empregado como o aspecto humano de acordo com (Zocchio,2002) um dos aspectos que costumam estar em mais evidência nos acidentes de trabalho quando destes resulta alguma vítima. A preocupação do empregado é no retorno ao trabalho depois de um período de afastamento seja ele longo ou curto, como mostra Zocchio (2002,p.80): Vítima da incapacidade parcial, o mutilado, embora voltando a trabalhar, poderá sentir-se inferiorizado diante dos demais ou se sentir piedosamente aceito pela empresa e pouco útil para o trabalho. Isso ocorre quando não recebe apoio moral necessário após o acidente ou não lhe é propiciada uma reintegração psicológica adequada ao trabalho. Pode, mesmo, vir a representar problemas para a própria segurança do trabalho. Outro aspecto importante é o social, onde muitas empresas preocupadas com o funcionário acidentado fornecem a completa assistência social, psicológica, apoio moral e material tanto ao empregado como a família, por muitas vezes até a reintegração ao trabalho, essas empresas são dignas de elogios. Essa não é a realidade da maioria das empresas que não dão a devida importância ao empregado, assim o dispensando da empresa após o tempo de afastamento deixando a família e o empregado em uma situação terrível de viver dignamente. Sem esse apoio as famílias passam por muitas necessidades, de acordo com Zocchio (2002,p.81): Muitas vítimas de acidentes sofrem, temporária ou permanentemente, redução de vencimentos que obriga a família a baixar repentinamente o padrão de vida, a proceder a cortes no orçamento, a privar-se de coisas até então usuais, fatos que ferem profundamente a felicidade de indivíduos e de famílias. Apesar da justiça que se pretende imprimir com o pagamento de indenizações às vítimas ou seus familiares, o valor indenizatório jamais compensa os danos físicos ou funcionais das vítimas, e muito menos os repara. O aspecto social da empresa não deve ser restrito somente ao RH (Recursos Humanos) da empresa, também deve ser de responsabilidade da segurança do trabalho de prevenir os acidentes algo muito mais importante do que assistir as vítimas de acidentes do trabalho.

19 Um dos piores problemas a serem enfrentados pelo funcionário acidentado e principalmente pela empresa é o aspecto econômico, segundo (Zocchio,2002) onde a empresa nem sempre percebe esse lado negativo do infortúnio do trabalho, embora seja ela inicialmente a mais afetada. O empregado acidentado recebe muitas vezes o auxilio dentro do previsto por lei, mas dependendo do acidente este pode até ficar inválido, assim diminuindo a renda familiar, pois apesar da previdência social amparar legalmente o acidentado, ele não recebe o que antes recebia da empresa. Todas as empresas têm condições e fazem orçamentos das despesas, do serviço, material, mão-de-obra, impostos, etc. Mas o cálculo para o custo dos acidentes ocorridos na empresa não são contabilizados, o que gera no final um prejuízo para a empresa. Por muitas vezes apenas consideram a taxa de seguro paga a previdência social, as diárias pagas aos acidentados até o décimo quinto dia de afastamento, esse seria o custo direto do acidente, o que seria um parcela pequena quando temos os custos indiretos. Os custos indiretos para a empresa segundo De Cicco (1982,p.5): Salários pagos durante o tempo perdido por outros trabalhadores que não o acidentado: em geral, após o acidente, por menor que seja, os companheiros do acidentado deixam de produzir durante certo tempo, seja para socorre-lo, seja para comentar o ocorrido, seja por curiosidade, ou porque necessitam da ajuda do acidentado para a execução de sua tarefa, ou a máquina em que operavam ficou danificada no acidente; Salários adicionais pagos por trabalhos em horas extras: em virtude do acidente, atrasos na execução da obra podem exigir trabalhos em horas extraordinárias, representando um adicional de 20% sobre o salário correspondente ao horário normal de trabalho; Salários pagos a funcionários, durante o tempo gasto na investigação do acidente; Diminuição da eficiência do acidentado de volta ao serviço produz menos (por receio de sofrer novo acidente, por desambientação, por falta de treinamento muscular, etc.). Em qualquer dos casos, a empresa pagará o mesmo salário para um trabalhador produzindo menos, o que representa, portanto, um outro custo adicional; Custo de material ou equipamento danificado no acidente; Multas contratuais, decorrentes de atrasos na execução da obra, devidos à queda de produção resultante de acidente. Além de todas as interferências citadas que os acidentes podem causar a empresa e ao funcionário podemos ainda mostrar outros aspectos negativos como a qualidade do serviço que irá ser reduzida devido a acidentes, não somente na qualidade final do produto, mas sim nas outras fases que antecedem a final. Algo de

20 grande importância é o prazo de entrega dos produtos, onde com a ocorrência de acidentes estes prazos podem ser alongados e assim prejudicando a empresa. Outro fato importante a ser tomado cuidado quanto ao prazo é a tentativa de minimizar esse fato, mas com isso começa a aparecer outras condições de risco que podem levar a outro acidente. 6.1.1 Causas de Acidentes do Trabalho Para evitar os acidentes devemos conhecer as causas, e estas ocorrem pela soma de atos inseguros e condições inseguras. A maioria dos acidentes de trabalho acontece por influência do homem, seja por influência do meio social, pela personalidade, educação, entre outras características. De acordo com Zocchio (2002,p.95): Tudo se origina do homem e do meio: do homem por meio de características que lhe são inerentes, fatores hereditários, sociais e de educação, que são prejudiciais quando falhos; o meio, com os riscos que lhe são peculiares, ou que nele são criados, e que requerem ações e medidas corretas por parte do homem para que sejam controlados, neutralizados e não transformem em fontes de acidentes. Assim começa a seqüência de fatores, com o homem e o meio como os dois únicos fatores inseparáveis de toda a série de acontecimentos que dá origem ao acidente e a todas as suas indesejáveis conseqüências. Para causar um acidente basta as pessoas não se enquadrarem nas condições de saúde, estado de ânimo, temperamento, preocupação, entre outras condições. Para obter o conhecimento mais profundo das causas dos acidentes, será separado em dois grupos: atos inseguros e condição insegura. 6.1.1.1 Atos Inseguros Os atos inseguros são definidos de acordo com (De Cicco,1882), como causas de acidentes de trabalho que residem exclusivamente no fator humano, isto

21 é, aqueles que decorrem da execução de tarefas de forma contrária às normas de segurança. Portanto, de acordo com esta definição, os atos inseguros dependem da não observância das normas de segurança do trabalho, ou seja, depende do homem agir de forma correta, observando seus atos e corrigir quando necessário. Estes atos devem ser reduzidos ao máximo, pois uma sucessão de atos inseguros pode levar ao acidente. Como os atos inseguros dependem do homem, podem ser tratados segundo Zocchio (2002), como atos conscientes, onde as pessoas sabem que estão se expondo ao perigo; atos inconscientes, aqueles que as pessoas desconhecem o perigo a que se expõem; atos circunstanciais, ocorre quando as pessoas podem conhecer ou desconhecer o perigo, mas algo mais forte as leva à prática da ação insegura. Para evitar os atos inseguros é necessário conhecer os motivos que levou o funcionário a praticá-lo e trabalhar através de treinamento, palestras, etc., principalmente o comportamento do empregado. As causas dos atos inseguros devem ser identificadas em cada funcionário para que assim possam ser tomadas as precauções e ações corretivas. Podemos citar 3 grandes grupos de causas do ato inseguro, conforme De Cicco (1982,p.7), explica: Inadequação entre homem e função: Alguns trabalhadores cometem atos inseguros por não apresentarem aptidões necessárias para o exercício da função. Um operário com movimentos excessivamente lentos poderá cometer muitos atos inseguros, aparentemente por distração ou falta de cuidado, mas, pode ser que a máquina que ele opere exija movimentos rápidos. Este operário deve ser transferido para um tipo de trabalho adequado às suas características. Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los: É comum um operário praticar atos inseguros, simplesmente por não saber outra forma de realizar a operação ou mesmo por desconhecer os riscos a que se está expondo. Trata-se, pois, de uma exposição inconsciente ao risco. O ato inseguro pode ser sinal de desajustamento: o ato inseguro se relaciona com certas condições específicas de trabalho, que influenciam o desempenho do indivíduo. Incluem-se, nesta categoria, problemas de relacionamento com chefia e/ou colegas, política salarial e promocional imprópria, clima de insegurança com relação à manutenção do emprego, etc. Tais problemas,interferem com o desempenho do trabalhador, desviando sua atenção da tarefa, expondo-o, portanto, a acidentes. Dependendo da área de trabalho, das empresas, podemos citar alguns exemplos de atos inseguros, conforme segue no quadro abaixo:

22 QUADRO 01 Exemplos de atos inseguros e suas conseqüências. ATO INSEGURO Ficar junto ou sob cargas suspensas Colocar parte do corpo em lugar perigoso Usar máquina sem habilitação ou autorização Imprimir excesso de velocidade ou sobrecarga Lubrificar, ajustar e limpar máquinas em movimento Improvisação ou mau emprego de ferramentas manuais Uso de dispositivo de segurança inutilizados Não usar proteção individual Uso de roupas inadequadas ou acessórios desnecessários Manipulação insegura de produtos químicos Transportar ou empilhar inseguramente Fumar ou usar chamas em lugares indevidos Tentativa de ganhar tempo Brincadeiras e exibicionismo FONTE Zocchio,2002 CAUSA DO ATO INSEGURO Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los Sinal de desajustamento Sinal de desajustamento Desconhecimento dos riscos da função e/ou da forma de evitá-los Sinal de desajustamento Inadequação entre homem e função Sinal de desajustamento Inadequação entre homem e função Inadequação entre homem e função Sinal de desajustamento Sinal de desajustamento Sinal de desajustamento Sinal de desajustamento 6.1.1.2 Condições Inseguras Condições inseguras nos locais de trabalho de acordo com Zocchio (2002), são as que comprometem a segurança, ou seja, falhas, defeitos, irregularidades técnicas, carência de dispositivo de segurança, desorganização, etc. que põem em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas. Não podemos confundir condição insegura com perigo inerente, onde são aqueles que apresentam perigo pela sua característica agressiva, como exemplo

23 claro podemos citar a corrente elétrica é um perigo inerente aos trabalhadores, porém, não pode ser considerada condição insegura, por si só. No entanto, instalações elétricas improvisadas, fios expostos, etc. são consideradas condições inseguras. Para evitar as condições inseguras do local de trabalho à empresa tem um papel muito importante, pois é ela através dos técnicos de segurança, encarregados e supervisores que deve analisar essas condições antes de ocorrer o acidente e tomar as devidas ações para corrigir, conforme relata Ribeiro Filho (1974,p.479,480): O supervisor, em contato diário com seus subordinados, está em excelente posição para atuar junto a eles, a fim de que adquiram mentalidade de segurança, evitando, assim, a prática de atos inseguros; de outro lado, é responsável também pela remoção das condições inseguras existentes em sua área de trabalho. Por muitas vezes as condições inseguras estão ligadas diretamente com os atos inseguros, pois os funcionários verificam uma condição insegura e mesmo assim realizam o serviço, podendo ocasionar o acidente assim classificando a condição insegura aliada com o ato inseguro. O funcionário deve avisar a chefia das condições de trabalho e se recusar a executar o serviço para a sua própria proteção. Em cada área podemos ter várias condições inseguras, abaixo algumas das principais e de mais ocorrência de acordo com Zocchio (2002): Falta de proteção em máquinas e equipamentos; Proteções inadequadas ou defeituosas; Deficiência em maquinaria e ferramental; Falta de ordem e de limpeza; Escassez de espaço; Passagens perigosas; Defeito nas edificações; Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas; Iluminação inadequada; Ventilação inadequada Falta de proteção individual (EPI); Falta ou falha de manutenção.

24 Mediante a esses indicadores, as empresas podem tomar várias providências para evitar as condições inseguras no local de trabalho. São ações rápidas e de fácil execução que levará a redução de acidentes. 6.2 Segurança do Trabalho A segurança do trabalho sempre deve ter muita importância para as empresas, seja ela de pequeno, médio ou grande porte, pois o tamanho da empresa não pode influenciar na importância da segurança. Essa importância deve ser considerada porque por trás de qualquer máquina existe um homem trabalhando, assim a segurança do funcionário não está ligada apenas aos ferimentos que ele pode estar sujeito, mas há muitos outros fatores que influenciam o homem com a falta de segurança como o aspecto social, aspectos econômicos e aspectos humanos. De acordo com Zocchio ( 1980, p.17), Segurança do trabalho é um conjunto de medidas técnicas, administrativas, educacionais, médicas e psicológicas aplicadas para prevenir acidentes nas atividades das empresas. Indispensável à consecução plena de qualquer trabalho, essas medidas têm por finalidade evitar a criação de condições inseguras e corrigi-las quando existentes nos locais ou meios de trabalho, bem como preparar as pessoas para a prática de prevenção de acidentes. Algo que ocorria muito antigamente era a falta de investimento na empresa para a área de segurança do trabalho, pois era visto como um investimento muito alto e não era analisado o custo beneficio de uma boa política de segurança e saúde do trabalhador. Por esse e por muitos outros motivos, que no passado o número de acidentes era maior que o dos dias atuais. De acordo com a Revista Proteção (1997, p. 22 e 24): As empresas que não investirem em segurança e que continuarem achando que isso é apenas um custo, começarão a andar na contramão da história [...] Alguns itens de segurança, por exemplo, prevêem a existência de equipamentos que não estão disponíveis no mercado brasileiro [...] Os andaimes mais modernos do mundo não podem ser usados aqui, porque não atendem nossa norma. Isso mostra que algo está errado.

25 Mesmo com um alto preço a ser pago pela segurança com treinamentos de utilização de EPC, EPI, técnicas de prevenção e com o fornecimento dos melhores EPC s e EPI s, ainda há empresas que não dão a importância devida. Alem destas empresas entra o fator dos funcionários que não se interessam com a sua própria segurança e saúde. Ao contrário dos pensamentos antigos como cita Zocchio (2002), Sem acidente ou com acidente, o trabalho é realizado. De fato que este pensamento era muito aplicado antigamente, mas nos dias de hoje os pensamentos são outros, onde a segurança este em primeiro lugar, muito acima até mesmo da produção, tanto que muitas das empresas utilizam outras frases muito mais adequadas para a realidade que estamos vivendo, conforme a Bunge Fertilizantes AS utiliza: Não há trabalho tão importante ou urgente que não possa ser feito com segurança ou também, Segurança em primeiro lugar. 6.2.1 Segurança do Trabalho na Construção Civil A Segurança do Trabalho na Indústria da Construção Civil tem pouca importância para a maioria das empresas, porque acreditam aplicar um alto investimento ou imaginam ser desnecessário. O julgamento dessas empresas se dá pela alta rotatividade da mão-deobra, onde o funcionário não se compromete com a empresa apenas visa o salário do mês. De acordo com DE CICCO (1982, p. 10), [...] Essa tendência de mudar de emprego, que converteu muitos operários da Construção Civil em verdadeiros nômades, é ainda maior nos períodos de pleno emprego, ou seja, quando os trabalhadores têm a segurança de encontrar outra colocação, sem dificuldades. Desta forma, a empresa e o funcionário são prejudicados, pois há um aumento de acidentes acarretando no afastamento do funcionário que fica sem trabalhar, podendo até ficar inválido ou no pior dos casos perder a vida.