Ilustríssimo Senhor Doutor Chefe da Casa Civil do Estado da Bahia., Diretor do Departamento, vem por meio do presente expediente interpor um



Documentos relacionados
Excelentíssimo Senhor Doutor Procurador Geral do Estado da Bahia.

AFASTAMENTO PARA PARTICIPAÇÃO EM

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia Reitoria Fone: (77) Fax: (77) gabreitoriauesb@gmail.com

AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR

RESOLUÇÃO Nº 31/2012

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO

Instrução Normativa xx de

DECISÃO Nº 193/2011 D E C I D E

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CONSELHO SUPERIOR DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO RESOLUÇÃO N , DE 23 DE AGOSTO DE 2011

RESOLUÇÃO Nº 3.736, DE 15 DE SETEMBRO DE 2011

Informações sobre afastamento para qualificação e licença para capacitação

DOE Seção I quinta-feira, 19 de março de 2015, páginas 29/30.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO Fundação Instituída nos termos da Lei de 21/10/1966 São Luís Maranhão

RESOLUÇÃO CONSEPE Nº 37/2009

CONGREGAÇÃO DO ICET RESOLUÇÃO Nº05 DE 10 DE SETEMBRO DE 2014.

ESTADO DO MARANHÃO PREFEITURA MUNICIPAL DE IMPERATRIZ SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO

PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União DESPACHO

Este documento não substitui o original aprovado pelo Conselho de Administração da FEST. Página 1/7

SOLICITAÇÃO DE LICENÇA SABÁTICA - EXTERIOR

Normas de regulamentação para a certificação de. atualização profissional de títulos de especialista e certificados de área de atuação.

RESOLUÇÃO - CEPEC Nº 1286

REGULAMENTO DO NUCLEO DE PESQUISA EM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU E EXTENSÃO

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E

RESOLUÇÃO Nº 01/2015 DO CONSELHO CURADOR DA FUNDAÇÃO DE APOIO UNIVERSITÁRIO

José Bites de Carvalho Reitor. Carla Liane Nascimento dos Santos Vice-Reitora. Maria Aparecida Porto Silva Chefe de Gabinete

Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Administração Comissão de Graduação em Administração RESOLUÇÃO Nº 04/2010

Adicional de Pós-Graduação. Conceito

Regulamento dos Cursos da Diretoria de Educação Continuada

RESOLUÇÃO Nº 07/2010, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2010

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

ESTÁGIO PROBATÓRIO. Universidade Federal Fluminense

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

Para fins de seleção, serão priorizadas as solicitações de bolsa nas modalidades propostas nas áreas de atuação da Administração Pública Municipal.

Sebastião Rildo Fernandes Diniz Presidente do Conselho Diretor

NOTA TÉCNICA N o 295/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP ASSUNTO: Redistribuição com dispensa de contrapartida

EDITAL DE PROCESSO SELETIVO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROCESSO SELETIVO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO

POLÍTICA INSTITUCIONAL DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DA UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA

FACULDADE DE MEDICINA DE MARÍLIA

REGIMENTO INTERNO. Das Disposições Preliminares

REGULAMENTO DO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO INSTITUCIONAL

DECRETO Nº , DE 19 DE SETEMBRO DE CONSIDERANDO o disposto no inciso XII do art. 91 da Lei nº 6.123, de 20 de julho de 1968, e alterações;

FLUXO PROCEDIMENTAL PARA VIAGENS E CAPACITAÇÃO

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E GESTÃO

PORTARIA Nº 431, DE 08 DE ABRIL DE 2013.

RESOLUÇÃO CA Nº 0086/2009. CONSIDERANDO a implantação do Plano de Capacitação dos Agentes Universitários;

O CONSELHO UNIVERSITÁRIO - CONSU DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO, no uso de suas atribuições estatutárias e regimentais, RESOLVE:

PORTARIA CAPES Nº 193, DE 4 DE OUTUBRO DE 2011

Ministério da Educação UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ Criada pela Lei No de 24 de abril de 2002 Pró-Reitoria de Administração

AUXILIO FINANCEIRO PARA PARTICIPAÇÃO DE DOCENTES E DISCENTES EM EVENTOS CONVÊNIO PROAP/SICONV Nº /2014 EDITAL Nº 08/ PROPG

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL GOIANO ASSESSORIA INTERNACIONAL

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul

RESOLUÇÃO N 002, DE 11 DE OUTUBRO DE 1991, DA CONGREGAÇÃO.

Serviço Público Federal. Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) da UFRGS

CAPÍTULO I DA FUNDAMENTAÇÃO LEGAL

RESOLUÇÃO Nº 044/2015, DE 13 DE ABRIL DE 2015 CONSELHO UNIVERSITÁRIO UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALFENAS UNIFAL-MG

RESOLUÇÃO N 11/CUn/97, de 29 de julho de 1997.

POLÍTICA DE TREINAMENTO E DESENVOLVIMENTO

- o princípio constitucional da garantia de celeridade na tramitação dos processos, incluído pela Emenda Constitucional 45/2004;

RESOLUÇÃO N 26/95 - CUn

MANUAL DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO DOS SERVIDORES TÉCNICO- ADMINISTRATIVOS EM EDUCAÇÃO UFES 2015 SUMÁRIO

RESOLUÇÃO Nº 133/2014-CEPE, DE 22 DE MAIO DE 2014.

RESOLUÇÃO Nº 20/2012, DE 14 DE AGOSTO DE 2012

NORMAS GERAIS PARA A REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE DE PESQUISA NA FAMA. Título I. Da Natureza, Caracterização, Fins e Objetivos

PODER JUDICIÁRIO ESTADO DE PERNAMBUCO TRIBUNAL DE JUSTIÇA Gabinete da Presidência INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº 21, DE 24 DE SETEMBRO DE 2010

EDITAL DE PROCESSO SELETIVO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO PROCESSO SELETIVO PARA PROFESSOR SUBSTITUTO

Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal Catarinense Conselho Superior

FACULDADE GLOBAL DE UMUARAMA/UNIESP

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE ALAGOAS REITORIA

Movimentação Externa Temporária - Disposição

NOTA INFORMARTIVA Nº 270/2011/CGNOR/DENOP/SRH/MP

RESOLUÇÃO Nº 122, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2015

REGULAMENTO PARA CONCESSÃO DE BOLSAS PARA SERVIDORES DA UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997

Licença e afastamento SERVIDOR PÚBLICO V LICENÇA E AFASTAMENTO. Licenças não remuneradas: Licenças: 12/11/2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS HOSPITAL DAS CLÍNICAS CENTRO DE EXTENSÃO

O Presidente da Câmara Superior de Pós-Graduação da Universidade Federal de Campina Grande, no uso de suas atribuições,

REGULAMENTO DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Programa de Capacitação

Afastamento do/no País para Pós- Doutorado

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS AUDITORIA INTERNA

NOTA INFORMATIVA Nº 336/2013/CGNOR/DENOP/SEGEP/MP Assunto: Deslocamento por motivo de afastamento do cônjuge

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

APROVAR as normas para concessão de afastamento para pós-graduação aos servidores do IF-SC. CAPÍTULO I DOS TIPOS DE PÓS-GRADUAÇÃO

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PERNAMBUCO PRESIDÊNCIA CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO PLENO RESOLUÇÃO Nº 007/2010

Diretoria de Pesquisa e Extensão - DPE Coordenação de Pesquisa

nmiql_l_ UNIVERSIDADEFE~ERALDOPARANÁ

SUB-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA - SR-2 DEPARTAMENTO DE CAPACITAÇÃO E APOIO À FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS - DCARH

RESOLUÇÃO CONSU 026/2013

REGIMENTO DO CENTRO DE PESQUISA - CEPESq PROF. PASQUALE CASCINO

Resolução 146/Reitoria/Univates Lajeado, 26 de novembro de 2014

PROCESSO Nº /12-59

Controladoria-Geral da União Ouvidoria-Geral da União PARECER

EDITAL 04/2015 PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO CONTRATAÇÃO DE PROFESSOR VOLUNTÁRIO ÁREA DE CONHECIMENTO: FUNDAMENTOS E FARMACOTÉCNICA HOMEOPÁTICA

Universidade Federal de Minas Gerais Pró-Reitoria de Recursos Humanos Departamento de Administração de Pessoal

EDITAL Nº 08/2012 PROGRAMA INSTITUCIONAL DE QUALIFICAÇÃO - PIQ

RESOLUÇÃO Nº 40/2012, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2012

CAPÍTULO I DA IDENTIFICAÇÃO

EDITAL Nº 292/IFC/REITORIA/2015

ANEXO I DA RESOLUÇÃO CONSU Nº /2014

Art. 1º Criar a Editora da Universidade Federal de São João del-rei EdUFSJ e aprovar o seu Regimento Interno, anexo a esta Resolução.

Transcrição:

Ilustríssimo Senhor Doutor Chefe da Casa Civil do Estado da Bahia., Diretor do Departamento, vem por meio do presente expediente interpor um RECURSO ADMINISTRATIVO da decisão proferida pelo Chefe da Casa Civil que denegou a concessão de autorização de Afastamento do País, em razão dos fundamentos de fato e de direito a seguir expostos. 1. Preliminar Dessa forma, caso não exista uma reconsideração da decisão recorrida, requer-se o encaminhamento do presente Recurso ao Governador do Estado da Bahia. 2. Dos Professores Universitários Estaduais Os professores das universidades estaduais baianas são regidos pela Lei n. 8.352/2002 e, subsidiariamente, pela Lei n. 6.677/94. Dessa forma, em consonância com a normatização vigente, os professores são vinculados aos Departamentos nos quais se encontram lotados, detendo estes recursos previstos no orçamento para custear os projetos de pesquisa. Com efeito, o s Departamentos detêm recursos previstos no orçamento da universidade para custear a participação de professores em eventos científicos da sua área de atuação.

Entrementes, mister ressaltar que existem, ainda, os recursos oriundos dos editais de pesquisa e de bolsas de pós-graduação, também já definidos no orçamento da universidade. Os professores auferem os referidos recursos concorrendo nos editais internos da instituição. Assim, com amparo no art. 26, 1º da Lei n. 6.677/94 e no art. 33 da Lei n. 8.352/2002 os professores, após a autorização do Departamento ao qual se encontram vinculados, podem solicitar o autorizo do Governador para Afastamento do País, com o objetivo de desenvolver pesquisa, realizar curso de pós-graduação stricto sensu ou participar, com apresentação de trabalho, em Congressos Científicos. Nesse sentido, instrui-se o presente requerimento com o processo administrativo que fora realizado quando do pedido de Afastamento do País para [Citar o caso em julgamento]. 3. Do Afastamento do País Entrementes, para que o pedido possa ser realizado, inicialmente, tem que se ter a aprovação da plenária departamental, que detém a responsabilidade de verificar a existência de dotação orçamentária para tanto. Assim, cumprido os requisitos estabelecidos na legislação vigente, bem como, atendidas as exigências impostas no âmbito da Instituição de Ensino Superior, o processo é encaminhado a CODES Coordenação de Desenvolvimento de Ensino Superior. Nessa esteira, o Diretor de Valorização e Desenvolvimento de Pessoas [Citar o despacho]. Segue exemplo: Em resposta a solicitação enviada pela Chefia de Gabinete da Secretaria da Educação, referente à

manifestação técnica desta diretoria sobre a participação do professor [...], na Missão de trabalho do Observatório Pierre Auger, que ocorrerá no período de 09 à 28 de abril de 2015 em Mendonza-Argentina, temos a considerar: a) Existe autorização do Reitor da UESB; b) Existe dotação orçamentária para o pagamento da ajuda de custo a servidor no valor de R$ 7.950,00; c) Não ocasionará prejuízo ao ano letivo dos alunos da UESB já que as aulas serão repostas. Diante do exposto opinamos favoravelmente pela participação do referido professor na missão de trabalho e o pagamento da ajuda de custo. Com lastro no parecer exarado pelo Diretor de Valorização e Desenvolvimento de Pessoas DDR, o Coordenador I/GASEC determinou o encaminhamento do processo à Casa Civil para conhecimento, análise e, em não havendo ressalvas, autorização do Governador para a realização do afastamento do País. Nesse diapasão, o Chefe de Gabinete da Civil profere despacho denegando a solicitação de Afastamento do País e determinando a restituição do processo à UESB [Citar o despacho]. Segue exemplo: De ordem do Exmo. Sr. Titular desta Pasta, restitua-se o presente processo à Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia UESB, por intermédio da Secretaria da Educação, informando que, lamentavelmente, à autorização pleiteada nestes autos, só poderá ser concedida sem ônus para o Tesouro Estadual. 4. Da Autonomia Universitária e da Lei n. 8.352/2002 Com efeito, o nosso ordenamento jurídico expressamente reconhece a existência de uma hierarquia entre as normas.

Assim, para evitar antinomias jurídicas, quando existe um conflito normativo, o primeiro critério a ser utilizado é o hierárquico, de forma que a norma superior deverá prevalecer sobre a inferior. Entrementes, a norma fundamental do nosso ordenamento jurídico, é a Constituição Federal, que serve de base para todo o sistema jurídico. Em sequência, teremos as normas primárias que se encontram previstas no art. 59 da Carta Magna, quais sejam, às Emendas Constitucionais, as Leis Complementares, as Leis Ordinárias, as Leis Delegadas, as Medidas Provisórias, os Decretos Legislativos e as Resoluções. E abaixo das normas primárias, temos as normas secundárias, dentre as quais se encontram os decretos executivos. Pois bem, em razão do modelo de Estado adotado pelo Brasil ser uma federação, tal estrutura jurídica se aplica também aos estados-membros e aos municípios, sendo que a Constituição dos Estados obrigatoriamente tem que respeitar as regras predispostas na Constituição Federal. Com efeito, analisando o caso em ribalta, a primeira questão que tem que se deixar assentado, é que a Constituição Federal expressamente reconhece a autonomia às universidades. Em sequência, mister também grifar que a Lei n. 8.352/2002 expressamente prevê no seu artigo 33, inciso III, a possibilidade de afastamento dos docentes para participação em congressos e outros eventos de natureza técnicocientífica: Art. 33 - Além dos casos já previstos em Lei, o integrante da carreira do magistério superior poderá

afastar-se de suas funções, computando o seu afastamento como de efetivo exercício de magistério, nos seguintes casos: I - para realizar curso de pós-graduação em instituições oficiais ou reconhecidas, no país ou no exterior; II - para realizar pós-doutoramento; III - para participar de reuniões, congressos e outros eventos de natureza técnico-científica, educacional, artístico-cultural ou sindical, relacionadas com as atividades acadêmicas do professor; IV - para prestar colaboração temporária à outra instituição pública de ensino superior, de pesquisa ou de extensão; V - para participação de eventos de deliberação coletiva da classe ou da categoria profissional; VI - para licença sabática. Dessa forma, na medida em que a Carta Magna assegura a autonomia universitária, que a legislação específica dos professores universitários prevê a possibilidade de afastamento para participação em congressos e para a realização de curso de pós-graduação em instituições oficiais ou reconhecidas, no país ou no exterior, que existe dotação orçamentária específica e que houve a aprovação do requerimento pelas instâncias competentes da Universidade, ressoa comprovado a ilicitude do despacho exarado pelo Chefe de Gabinete da Casa Civil. Com efeito, a Constituição Federal expressamente impõe a Administração Pública em seu art. 37 a obrigatoriedade de agir ancorada no princípio da legalidade.

Contudo, o ilustre Chefe da Casa Civil passando por cima do quanto previsto na Constituição Federal e na Lei n. 8.352/2002, busca aplicar a situação em ribalta o quanto previsto no art. 9º, do Decreto n. 15.924/2015: Art. 9º A contratação de cursos, seminários, congressos, simpósios e outras formas de capacitação e treinamento de servidores públicos, inclusive instrutoria interna, que demandem o pagamento de inscrições, aquisição de passagem aérea, nacional e internacional, concessão de diárias e verba de deslocamento e remuneração, devendo ser objeto de análise e manifestação técnica formal pela Superintendência de Recursos Humanos SRH/SAEB, através da sua Diretoria de Desenvolvimento de Recursos Humanos DDE. Destarte, preliminarmente, impõe-se afirmar que um Decreto Executivo, norma secundária, não pode suprimir direitos que se encontram previstos na Constituição Federal e na Lei n. 8.352/2002. Em sequência, tem-se que constatar que o art. 9º restringe cursos de capacitação e treinamento de servidores públicos. Com efeito, não é crível se pretender interpretar a referida norma no sentido de que ela teria proibido a autorização para Afastamento do País para apresentação de trabalho em Congressos Internacionais e para a realização de curso de pós-graduação em instituições oficiais ou reconhecidas, no país ou no exterior. Entrementes, a atividade interpretativa tem limites. E não há como se aceitar a ampliação do significado da norma a este ponto.

Data máxima vênia, é de clareza solar que a apresentação de trabalho em Congressos Internacionais não se configura como capacitação e treinamento de servidores públicos. Destarte, é regra comezinha de hermenêutica de que as normas jurídicas restritivas de direito devem ser interpretadas restritivamente. Nesse sentido, impõe-se reconhecer a completa inadequação da interpretação realizada pelo Chefe de Gabinete da Casa Civil. Assim, interpõe-se o presente Recurso Administrativo para que seja reformada a decisão exarada pelo Chefe do Gabinete da Casa Civil, reconhecendo-se o direito do professor em obter uma Autorização para Afastamento do País para apresentação de trabalho em Congresso. 5. Conclusão Em consonância com o exposto requer-se: a) A reforma da decisão exarada pelo Chefe do Gabinete da Casa Civil e, portanto, a não aplicabilidade do art. 9º do Decreto n. 15.624/2014 no caso em análise, reconhecendo-se o direito do professor em obter uma Autorização para Afastamento do País com o objetivo de desenvolver pesquisa, realizar curso de pós-graduação stricto sensu ou participar, com apresentação de trabalho, em Congressos Científicos. Nestes Termos; Pede Deferimento. Vitória da Conquista, 21 de setembro de 2015. Diretor do Departamento