EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHODA 5º VARA DO TRABALHO DE GUARUJÁ- SP



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Transcrição:

PEÇA PRÁTICA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHODA 5º VARA DO TRABALHO DE GUARUJÁ- SP Processo n. PLAYNOBIL SA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o n. (xxx), com sede na (endereço completo e CEP), por seu advogado que esta subscreve (procuração anexa), endereço completo e CEP, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, nos autos da Reclamação Trabalhista que lhe move JOÃO LECO, com fulcro no art. 847 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT, combinado com os arts. 300 e seguintes do Código de Processo Civil CPC, aplicados subsidiariamente ao Processo do Trabalho por força do art. 769 da CLT, apresentar CONTESTAÇÃO, pelos motivos de fatos e de direito a seguir expostos: I SÍNTESE DA INICIAL O Reclamante foi contratado pela Reclamada em 12.01.2003 e dispensado, por justa causa, em 30.12.2009. Ajuizou reclamação trabalhista alegando fazer jus ao pagamento de horas extras e reflexos por desempenhar suas atividades de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h, com 30 minutos pra descanso e refeição,

Pleiteia, também, a incorporação do carro como salário in natura, afirmando que utilizava carro fornecido pela Reclamada para seus deslocamentos a fim de apresentar e vender os produtos e que ao final da semana, sexta-feira, era obrigado a devolver o carro ao pátio da Reclamada. Requer indenização correspondente ao período de estabilidade acidentária, eis que sofreu acidente de trânsito ao dirigir-se para uma reunião e, em consequência, ficou afastado do 16.12.2009 ao dia 30.12.2009. Por fim, pleiteia danos morais, pela dispensa por justa causa. II DA PRELIMINAR DE NULIDADE DE CITAÇÃO: A notificação foi recebida pela Reclamada no dia 10.02.2012, sendo que a audiência se realizaria no dia 14.02.2012, ou seja, em um intervalo de 4 (quatro) dias. O art. 841, da CLT, preceitua que, após notificada a Reclamada, a audiência de julgamento realizar-se-á depois de 5 (cinco) dias. Dessa maneira, por ser notório que a citação padece de defeito insanável, isto é, é nula de pleno direito, requer-se a extinção do feito, sem julgamento do mérito, conforme preceitua o artigo 267, inc. IV, do CPC, aplicado subsidiariamente às causas trabalhistas por força do disposto no artigo 769, da CLT. II DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO BIENAL Argui a Reclamada, em seu favor, a prescrição bienal.

O Reclamante trabalhou para a Reclamada de 12.01.2003 a 31.12.2009, tendo a reclamatória trabalhista sido distribuída aos 27.01.2012, mais de 2 (dois) anos após o término do contrato de trabalho. Os arts. 7º, inc. XXIX, da Constituição Federal e 11, I, da CLT, determinam que o direito de ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho prescreve em 5 (cinco) anos para os trabalhadores urbanos, até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho. Assim, requer seja julgada procedente a preliminar de prescrição bienal, com a consequente extinção do feito com resolução de mérito. III DA PREJUDICIAL DE MÉRITO: PRESCRIÇÃO QUINQUENAL Como já exarado acima o reclamante encerrou o contrato individual de trabalho aos 30.12.2009 e a ação foi distribuída aos 27.01.2012, portanto, o período anterior à distribuição da ação encontra-se irremediavelmente fulminado pela prescrição quinquenal. Esclarece-se, que o marco inicial da prescrição coincide com a distribuição do feito. Na presente ação, se foi distribuída aos 27.01.2012, dessa data é que devem retroagir os cinco anos discutíveis, de acordo com o estabelecido nos arts. 7º, XXIX, CF e 11, inc. I, da CLT, além da Súmula 308, inc. I, do Tribunal Superior do Trabalho - TST. Portanto, Excelência, na hipótese de alguma condenação, que seja o observada a prescrição quinquenal. IV DO MÉRITO A) DA COMPENSAÇÃO

O Reclamante, durante o pacto labora, dirigia-se para uma reunião de trabalho, quando avançara o sinal vermelho, provocando um acidente de trânsito. O reparo do veículo da Reclamada ficou em R$ 3.000,00 (três mil reais), quantia esta ainda não recuperada pela Reclamada, apesar de todas as tentativas de acordo com o Reclamante. Assera o art. 368, do Código Civil CC, que se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem. Já que a CLT não trata do assunto especificamente, o art. 8º, parágrafo único, do mesmo diploma, autoriza o uso do direito comum como fonte subsidiária do Direito do Trabalho. Corroboram ainda, o art. 767, da CLT e a Súmula 48, do TST, que preconizam que a contestação é o momento para correto para a arguição da compensação. Assim, requer a Reclamada a compensação do valor citado. B) DAS HORAS EXTRAS Não obstante a preliminar de nulidade arguida, caso ultrapassada, e atendendo ao princípio da eventualidade, a Reclamada enfatiza que nada deve a tal título. Como relatado na exordial, o Reclamante exercia a função de vendedor de matérias primas, cargo que desempenhava fora da empresa, fazendo visitas aos possíveis compradores, apresentando e vendendo os produtos. Logo, resta configurado que o Reclamante praticava atividade externa, incompatível com a fixação de horário de trabalho art. 62, I, da CLT, não tendo direito ao recebimento de horas extras.

Mister ressaltar que tal condição foi devidamente anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social do Reclamante. Deste modo, não merece guarida o pedido de horas extras e reflexos da inicial. C) DA INCORPORAÇÃO DO CARRO COMO SALÁRIO IN NATURA O Reclamante sustenta que faz jus à incorporação do carro ao salário, eis que o utilizava nas visitas, sendo obrigado a devolvê-lo ao pátio da empresa as sextas-feiras, após finalizar seu dia de trabalho. Ora, pelo próprio relato do Reclamante, está muito claro que o veículo era utilizado exclusivamente para o trabalho e, segundo o art. 458, parágrafo 2º, inc. III, da CLT, o veículo fornecido pela empresa para uso em serviço não pode ser considerado salário in natura. Deste modo, requer a Reclamada a improcedência deste pedido. D) DA INDENIZAÇÃO PELA ESTABILIDADE ACIDENTÁRIA Demanda o Reclamante por indenização correspondente à estabilidade acidentária, por ter sofrido acidente de trabalho e, em decorrência, ter ficado afastado do dia 16.12.2009 ao dia 30.12.2009. O art. 118, da Lei 8.213/91 dispõe que o empregado que sofreu acidente de trabalho tem garantia, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho ne empresa, após cessar o auxílio-doença acidentário. Ocorre que, para a aquisição da garantia de emprego, é necessário o cumprimento de dois requisitos: afastamento superior a 15 (quinze) dias e percepção do auxílio doença acidentário, nesta linha a Súmula 378, II, do TST.

Todavia, o Reclamante não satisfez as condições obrigatórias para a percepção da estabilidade acidentária, ficou afastado por período inferior a 15 dias e não recebeu auxílio acidentário. Portanto, não merece prosperar o pleito de indenização correspondente à estabilidade acidentária, restando definitivamente impugnados os pedidos dele decorrentes. E) DO DANO MORAL Alega o Reclamante ter direito ao pagamento de indenização por dano moral, uma vez que fora dispensado por justa causa, ficando meses sem conseguir novo emprego, o que provocou-lhe severos danos emocionais. A responsabilidade civil do empregador pela indenização decorrente de dano moral pressupõe a existência de três requisitos: a prática de ato ilícito ou com abuso de direito (culpa ou dolo), o dano propriamente dito (prejuízo material ou o sofrimento moral) e o nexo causal entre o ato praticado pelo empregador ou por seus prepostos e o dano sofrido pelo trabalhador. No caso em tela, verifica-se que a Reclamada dispensou o Reclamante, por justa causa, após este provocar acidente de trânsito quando dirigia-se para uma reunião de trabalho. Ficou comprovado que o empregado avançara sinal vermelho e, quando da realização do teste do bafômetro, foram encontrados vestígios de álcool na corrente sanguínea do Reclamante. Lembrando que não há notícias de que o Reclamante seja ébrio habitual. Portanto, em momento algum houve qualquer ato ilícito ou abuso de direito por parte da Reclamada, sendo direito do empregador a dispensa. Outrossim, no presente caso, não se constata violação aos arts. 186 e 927, do CC, aplicados subsidiariamente ao âmbito do Direito do Trabalho por força do artigo 8º, parágrafo único, da CLT. e art. 5º, incs. V e X, da CF, não

fazendo jus o Reclamante ao recebimento de indenização por danos morais. Dessa forma, resta refutado o pedido de indenização por danos morais. F) DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Finalmente, pleiteia o Reclamante a condenação da Reclamada em honorários advocatícios. Nesta seara, o TST já pacificou o seu entendimento em suas Súmulas 219 e 329, bem como na Orientação Jurisprudencial 305, da SDI-1 do TST. Assim, na Justiçado Trabalho, os honorários advocatícios não decorrem pura e simplesmente da sucumbência, havendo a necessidade do preenchimento de dois requisitos cumulativos, a saber: a parte deverá estar assistida por sindicato da categoria profissional (Arts. 14 e seguintes da Lei 5.584/70), bem como ser beneficiária da Justiça gratuita. Preenchidos esses requisitos, os honorários serão revertidos ao sindicato assistente. No caso em tela, o Reclamante, não preenche ambos os requisitos. Por conseguinte, o Reclamante não fará jus à condenação em honorários advocatícios. V DOS REQUERIMENTOS FINAIS Por todo o exposto, requer, que Vossa Excelência se digne a acolher a preliminar suscitada, declarando nula a citação, acolhendo, outrossim, as prescrições ventiladas. Ademais, requer a total improcedência dos pedidos exarados na exordial.

Protesta provar o alegado por todos os meios em Direito admitidos, mormente pela prova documental, testemunhal, pericial e outras que se fizerem necessárias e que desde já ficam requeridas. Nesses termos, Pede deferimento. Local, data. Advogado OAB nº.

Questão 1. A medida cabível é o mandado de segurança (art. 1º, da Lei 12.016/2009) com pedido liminar para liberação dos valores penhorados em dinheiro, uma vez que o juízo já encontrava-se garantido pelo veículo automotor indicado à penhora pela empresa Boa Pagadora S.A., 48 horas após a citação quanto à execução. A súmula 417, inc. III, do TST estabelece que fere direito líquido e certo a determinação de penhora em dinheiro, quando já nomeados outros bens à penhora, como no presente caso. Portanto, na fase de execução provisória, no direito trabalhista, não há a obrigação de observância da ordem legal para a penhora, disposta no art. 655, do CPC. Outrossim, descabida multa prevista no art. 475-J, do CPC, pois a empresa indicou bens à penhora em 48 horas após a citação, ou seja, dentro do prazo estabelecido pelo art. 880, da CLT. Por fim, importante ressaltar que em sede de execução provisória, não há que se falar em pagamento ou liberação do valor, de acordo com o art. 899, da CLT. Questão 2. A decisão está correta no que diz respeito ao pedido de adicional noturno. O empregado laborava das 9h as 21h, sendo que considera-se trabalho noturno aquele realizado das 22h as 5h, inteligência do art. 73, par. 2º, da CLT. No que tange ao pedido de horas extras equivocou-se o magistrado. Embora o empregado tivesse autonomia para estipular metas, fazer remanejamento dos vendedores, admitir e dispensar demais empregados não restou caracterizado a função de gerente, pois para isso seria

necessário que o salário fosse 40% superior ao salário básico, o que não ocorre. Com relação ao aviso prévio mais uma vez julgou erroneamente o juiz. A Lei 12.506/2011 em seu art. 1º, disciplina: O aviso prévio, de que trata o Capítulo VI do Título IV da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943, será concedido na proporção de 30 (trinta) dias aos empregados que contem até 1 (um) ano de serviço na mesma empresa. Parágrafo único. Ao aviso prévio previsto neste artigo serão acrescidos 3 (três) dias por ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de 60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias Portanto, é devido o aviso prévio proporcional aos 20 anos de trabalho. Questão 3. Monique faz sim jus a estabilidade desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto, como determina o art. 10, inc. II do ADCT e súmula 244, do TST. O fato do conhecimento do estado gravídico ter se dado durante o aviso prévio não afasta o direito à estabilidade, eis que o aviso prévio, mesmo indenizado, é computado como tempo de serviço, OJ 82, da SDI-1 do TST. A medida judicial cabível é a reclamação trabalhista com pedido de tutela antecipada (art. 273 do CPC) para a reintegração de Monique ao emprego. Questão 4. Suelen tem direito ao reconhecimento do vínculo de emprego, pois cumpre todos os requisitos necessários para a caracterização da relação de

emprego: pessoalidade, subordinação, onerosidade e habitualidade, conforme art. 3º, da CLT. No mais, para a configuração do vínculo de emprego, não faz diferença o local onde são prestados os serviços (art. 6º, da CLT).