Aluna do 12º período do curso de medicina da UFMG matrícula

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Transcrição:

Relatório VER-SUS Palmas/TO Agosto/2016 Vivente: Fernanda Cotrim Stefanelli Aluna do 12º período do curso de medicina da UFMG matrícula 2011039902 DIA 1: 01/08/16 Manhã O primeiro dia de vivência foi iniciado com um momento de integração na UFT, junto com um café da manhã para que todos se apresentassem, dissessem seu nome, idade, curso, expectativas em relação ao VERSUS. Montamos nosso alojamento e partimos para uma reunião na FESP. Na FESP, nos foi apresentado, de forma geral, como funciona o sistema de saúde na cidade de Palmas e no estado do Tocantins. Tivemos uma palestra com Dra. Milena, responsável pela região Norte de Canela e sobre a implantação de um novo sistema de saúde em Palmas. A Política de Educação Permanente e a reorganização da rede em 7 regiões com nomes indígenas + uma zona rural é o começo dessa realidade. Nessa mesma reunião, fomos apresentados ao NUPOPS, que insere a arte como um transformador social, uma terapia, junto à cultura popular. A Dra. Juliana, que tem um papel de forte liderança na FESP nos apresentou a Rede de Atenção e Vigilância em Saúde (RAVS), que trabalha com a premissa da poliarquia, contando com gestão participativa. A implantação de um novo sistema de saúde em Palmas, com mudanças no horário de funcionamento, sem dias fechados (entendidos como segregadores), seguindo os princípios do SUS, inclusive a participação popular, tem trazido grandes mudanças ao estado e sendo visto de forma positiva pela população e profissionais da área da saúde. O NASF e o projeto Palmas para todos vem para atender a demandas específicas da população na Estratégia de Saúde da Família e para atender a situações de vulnerabilidade.

Tarde Durante a tarde, fomos para a Cachoeira da Roncadeira, num momento de integração entre viventes, facilitadores e comissão organizadora do VER-SUS. Foi um momento de integração e importante para o bom convívio durante a vivência. Noite Durante a noite fizemos uma dinâmica com todos os viventes e conversamos bastante com a médica de família, Dra. Seyna, que trouxe empolgação a mais ao projeto. Distribuímos os anjos, amigos secretos, uma forma de aproximar os viventes e manter um bom relacionamento.

DIA 2: 02/08/16 Manhã Acordamos às 05:50, tomamos café e seguimos para as Unidades de Família. Meu grupo, Xambioá, seguiu para a CSC 307 Norte, onde fomos apresentados à estrutura física, bem como ao funcionamento deste centro pela enfermeira Cida, que nos recebeu muito bem. Compreendemos o fluxo nesse centro, o atendimento dos pacientes, atendimentos específicos, a função de cada profissional e a implementação do NASF. Aproveitamos a saída de uma agente comunitária de saúde, Stéfane, para acompanha-la em suas atividades na casa de 3 famílias. Foi uma experiência diferente andar pelas ruas da região norte de Palmas e conhecer famílias, suas condições de saúde, econômico-social e entender questões importantes que afetam o direcionamento de ações no CSC e a promoção e prevenção de saúde nesse lugar.

Tarde Após o almoço segui com meu grupo para o CAPS-AD III e entendemos o funcionamento do acolhimento e da vivência dos usuários no local. Conhecemos a estrutura física do local, as atividades lúdicas realizadas com os viventes, entrevistamos alguns pacientes que dividiram conosco suas experiências e o que o CAPS tem influenciado em suas vidas.

Noite Participamos de uma vivência com o Thiago, artista do NUPOPS que trabalha com o Teatro do Oprimido, que nos envolveu em dinâmicas e nos fez entender a importância do olhar para o outro, em relação às atividades e à aplicabilidade em nossa função como profissional da saúde. Além disso, uma a duas pessoas de cada grupo comentou sobre a experiência durante o dia na visita aos serviços de saúde, os pontos positivos, negativos, sentimentos, esperanças. DIA 3: 03/08/16 Manhã Pela manhã, fomos ao assentamento São João, uma região afastada do centro de Palmas, onde o transporte é de difícil acesso e onde não há comunicação via telefone. O assentamento contém um posto de saúde, que só funciona às quartas-feiras, e que por acaso, ao chegarmos numa quarta, não estava funcionando. O local está em precárias condições e a população tem dificuldade de acesso devido à distância, à locomoção e está descrente do atendimento, uma vez que uma moradora do local diz ser comum as desmarcações de consulta. Uma das moradoras que conversou conosco diz ser pequeno o vínculo entre comunidade e pessoal do posto. Conhecemos a escola da comunidade e conversamos muito com o diretor da escola.

Tarde Durante a tarde, visitamos o centro de Vigilância Epidemiológica. Fomos recebidos pela gestora Sandra e a responsável pelo Agravo de Saúde do Trabalhador, que nos explicou seu trabalho, a frequência de agravos à saúde, como funciona a emissão de CAT, o índice de dermatoses ocupacionais, intoxicações exógenas, LER/DORT, acidentes com pérfuro-cortantes etc. Fomos apresentados à unidade e a toda a equipe local, bem como o serviço da Vigilância e sua divisão entre as 7 áreas de abrangência em Palmas + zona rural. Seguimos para conhecer o Parque Cesamar no mesmo dia.

Noite No período da noite tivemos uma reunião com a médica de Família e Comunidade Dra Seyna e o Secretário de Saúde, Nésio. Discutimos as principais mazelas que encontramos no serviço de saúde em Palmas desde o início de nossas visitas e fizemos diversos questionamentos ao secretário sobre o futuro da cidade e as novas propostas e metas de saúde. Terminamos o dia com uma dinâmica construída por um grupo de viventes.

DIA 4: 04/08/16 Manhã No período da manhã visitamos a CSC Eugênio Pinheiro, na região do Aureny I Território de Saúde Karajá. Conhecemos a região e fomos apresentados à gerente do CSC, que nos explicou o funcionamento e fluxo dentro do serviço. Conhecemos também a enfermeira do projeto Palmas para todos, que supre também a função da enfermagem do NASF, que explicou para nós o projeto e suas metas, iniciado há 2 semanas nesse local. Conhecemos a nutricionista do NASF, que também começou a trabalhar no serviço há 2 semanas e que diz que por enquanto seu trabalho está tranquilo, sendo que o maior público é de obesos. Por fim, conhecemos a agente comunitária de saúde Aline, que está há 2 anos nesse CSC e que relatou sua história no local, sendo trocada de abrangência por 3 vezes devido aos riscos de caminhar por algumas áreas mais perigosas. A região do Areuny foi dita a nós como um local de violência e muitos assaltos, sendo que esse posto de saúde já fora furtado e roubado 2 vezes.

Tarde No período da tarde, seguimos para o Centro de Fisioterapia. Fomos recebidos pelo estagiário Victor, que nos explicou o funcionamento do local e como se dá o fluxo do centro de saúde até o atendimento para pacientes que necessitam de cuidados especiais. O foco do local é promoção da saúde, prevenção de outras complicações e reabilitação de possíveis danos/sequelas. O local é bastante organizado e equipado, sendo o principal público pacientes idosos sequelados por AVE. A piscina do local está inutilizada há 4 meses para terapia por não esquentar até 38 graus Celsius, o que promove a melhora de algumas sequelas articulares. No entanto, é utilizado para atividades lúdicas para crianças. Conhecemos também a fisioterapeuta Juliana, que nos mostrou seu trabalho e como funciona cada box no local, com aparelhos para eletrovibrações em áreas com deficiência motora, modelos chave-fechadura para exercício de movimentos finos das mãos, dentre outros equipamentos. Noite No período da noite tivemos uma conversa com dois profissionais da área da psicologia, sendo um deles uma recém-formada, Juliana, e outro profissional, Jonatha, professor na UFT e psicólogo no SUS em Palmas. Juntos discutimos questões acerca das melhoras necessárias para o sistema. Mais tarde, tivemos um momento de integração entre viventes, facilitadores e comissão organizadora no campus da UFT.

DIA 5: 05/08/16 Manhã No período da manhã fomos conhecer a Sede da ECO-Terra em Palmas, presidida pelo geógrafo Fernando Beija-Flor. Começamos o dia com uma dinâmica de mãos dadas entre todos os viventes, com o Fernando conduzindo a atividade. Tivemos uma reflexão com a nutricionista Heloíse sobre comer bem e alimentação saudável. Foi-nos apresentado o ambiente, totalmente ecológico, sendo uma casa construída pelo próprio Fernando e ajuda da comunidade. A sede é constituída também de um banheiro ecológico, cercado por bambus e com reaproveitamento da água utilizada na casa para descarga. Em seguida assistimos a um vídeo sobre a força da natureza e a necessidade de cuidarmos dela. Outra pessoa, a Vera, especialista em medicina oriental holística, fez conosco uma atividade reflexiva com a água, como substância terapêutica e fundamental à vida.

Tarde Durante a tarde visitamos a região da Capadócia e tomamos conhecimento de como funciona a vida de algumas pessoas que moram lá, cujas casas, em sua maioria, não são regularizadas, e cujo saneamento básico ainda se encontra precário. As casas são construídas pelos próprios moradores locais, de forma improvisada; não há assistência médica,

as escolas/creches para as crianças é demasiado longe e não há transporte público. A energia elétrica é improvisada sob a forma de gato e algumas famílias vivem com menos de 35,00/dia. Andamos pela região e conhecemos outras famílias em situações semelhantes a essa. Noite Na parte da noite tivemos uma discussão com os doutores Alexandre, Sâmia e Bernardete, envolvidos na redução de danos para pessoas em situações de vulnerabilidade, como usuários de drogas, LGBT, prostitutas, que vivem em situações difíceis e cuja ONG fornece recursos para que tenham uma vida mais digna. O trabalho envolve redução de danos no que tange à contaminação de doenças, suporte a necessidades básicas, como remédios para dor de cabeça, roupas e outros recursos, e uma prestação de atendimento próximo à Saroba. Conhecemos também o Artur, que faz parte do Projeto Palmas que te acolhe e Poliana, odontóloga, que faz parte do Projeto Palmas para todos, que explicaram a atuação de cada um deles dentro desse projeto hoje.

DIA 6: 06/08/16 Manhã No período da manhã fomos conhecer a UPA-Sul, quando fomos então recepcionados pelo enfermeiro Rui Carlos, que nos apresentou a Unidade e explicou o funcionamento da mesma. Nesse Pronto Atendimento os pacientes são classificados em azul, verde, amarelo, vermelho. Pacientes teoricamente na classificação laranja, que deveriam ser atendidos em 10 minutos, são redirecionados para ficha amarela, mas a equipe é comunicada. Funciona nesse local o serviço social, enfermarias masculina e feminina, sala de vacinação, serviço de radiologia, suporte para acidentes por animais peçonhentos, emergência, dentre outros serviços. Para mim foi um dos melhores locais, em relação à estrutura, que visitei. No entanto, está no momento sem ultrassom, que faz muita falta e requer encaminhamento muitas vezes para o HGP.

Tarde Durante a tarde visitamos a aldeia indígena Xerente, onde fomos recebidos pela população que estava no local e por um dos indígenas, que já conhece o projeto e que estuda teatro na UFT. Ele nos explicou a estrutura que existe na aldeia e as condições de moradia. Outro indígena no local nos recepcionou em frente ao posto de saúde que existe no local e nos explicou que infelizmente os atendimentos costumam ocorrer somente 1 turno no mês. Problemas simples ou graves de saúde requer na maioria das vezes o deslocamento da população para o centro da cidade, onde há mais recursos. A maioria da população nessa visita estava próximo à porteira, onde há um campo grande de futebol, em que os jogos aos domingos são tradição. Visitamos esse local também, onde há uma mistura de alegria e interação muito grande entre todo o povo.

Noite Na parte da noite tivemos uma roda de conversa em que cada um contou como foi sua experiência durante o dia. Alguns viventes visitaram durante a manhã a UPA-Norte e outros, o SAMU. Durante a tarde, todos nós havíamos ido à aldeia, porém cada um teve um relato diferente, o que tornou a discussão muito rica. DIA 7: 07/08/16 Manhã No período da manhã fomos a um dos assentamentos do MST, que fica a 1h30min de Palmas. Foi a primeira vez que visitei um dos acampamentos e pude conversar com a população do local, entender a história da ocupação desse local, como se dá a assistência à saúde dessa população, a dificuldade do deslocamento da população até o local e sua reivindicação ao espaço conquistado. Fizemos uma pequena apresentação teatral, que já havia sido ensaiada no dia do contato com o NUPOPS. De lá, seguimos 1,5km a pé até outra região onde há mais algumas casas improvisadas do acampamento, atravessamos o rio numa voadeira e reencontramos o grupo para retornar a Palmas por volta de 12h30min.

Tarde Durante a tarde iniciamos o encerramento das atividades do VERSUS. Fizemos nosso amigo oculto, em que houve uma grande interação entre viventes, facilitadores e comissão organizadora. Depois discutimos sobre como foi o projeto, as boas experiências vividas nessa 4ª edição do VERSUS em Tocantins, os pontos negativos e positivos e o que pode ser melhorado para a próxima edição. Foi uma experiência incrível, a melhor que tive nos meus 6 anos de faculdade. E o projeto deve seguir, fortalecido, envolvendo cada vez mais os alunos para refletirmos e criarmos propostas concretas e aplicáveis para melhoria continuada do nosso SUS.