HOSPÍCIO NACIONAL DE ALIENADOS

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Transcrição:

HOSPÍCIO NACIONAL DE ALIENADOS Durante o Segundo Reinado foi observado à necessidade de atenção aos enfermos, que sofriam de algum desvio de sua faculdade mental, considerados alienados, atendidos em geral pela Santa Casa de Misericórdia, junto com os demais doentes, sem especificações de cuidados diferenciados. Com intuito de aliviar à assistência da Santa Casa de Misericórdia, em 1841, tendo por provedor José Clemente Pereira. Neste sentido, ele tomou para si a responsabilidade do projeto de construção de um asilo no Rio de Janeiro, considerando que, à época, havia disputa de poder com a Junta de Higiene Pública (RAMOS, GEREMIAS, 2002). A instituição asilar foi inaugurada dez anos após a concepção inicial do projeto em 1852, recebendo o nome de Hospício Pedro II, tendo em vista que, o financiamento teria sido feito pelo Imperador. A instituição possuía capacidade de atendimento para 300 alienados de ambos os sexos, localizava-se na Praia da Saudade, atual bairro da Urca no Rio de Janeiro, pois se tinha como bairro salubre, amplamente arejado, arborizado, escolhido de forma estratégica, diferente do centro da cidade do Rio de Janeiro. (PHILIPPE, 2012). Figura n.1: Hospício Pedro II e depois denominado Hospício Nacional de Alienados (HNA) Celebrada pelos alienistas a criação do Hospício Pedro II, ele foi visto como espaço físico que possibilitaria a intervenção ao alienado, por meio da representação do poder, a força desta classe médica que ratificava sua estratégia de afirmação, proporcionando visibilidade profissional.

Em 15 de novembro de 1889, ocorreu a Proclamação da República, e com isso a necessidade de romper com o passado, pois se tinha como marcas a vergonha da escravidão, recentemente, abolida. Dessa forma, por meio do Decreto nº 206-A, o Hospício Pedro II passou a ser chamado Hospício Nacional de Alienados (HNA), criando uma assinatura imagética que rompesse, ou tentasse apagar quaisquer vestígios do império. Para fins de compreensão, cabe relembrar, que no Regime Imperial, considerava-se cidadão a pessoa que possuísse terras e escravos, neste novo regime, todos independentemente de sua etnia seriam considerados cidadãos, instalando-se, então, a chamada República Velha. (FIGUEIREDO, 2011 e JORGE, 1997). Durante o período Imperial, à assistência aos alienados era realizada pelos religiosos. Após a Proclamação da República, as Irmãs da Caridade foram excluídas do HNA, em 1890, e para dar conta da demanda de recursos humanos, foi criada a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (EPEE), por meio do Decreto nº 791 de 1890 (MOREIRA, 2002). Em 1911, ocorreu à reorganização da Assistência a Alienados e criação da Colônia do Engenho de Dentro, por meio do Decreto nº 8.834 de 11 de julho do mesmo ano. Entende-se que a criação da Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, pode ter sido uma manobra para reduzir a superlotação, que existia no HNA. (ESPIRITO SANTO, 2012 e PORTO, 2007). A Colônia foi instalada no Engenho de Dentro, bairro do subúrbio do Distrito Federal, distante do centro urbano do Rio de Janeiro. Como critério de escolha para a instalação de todas as outras instituições da Assistência aos Alienados serviu, também, para as alienadas, distante dos locais civilizados, corroborando a lógica da segregação da loucura (ESPIRITO SANTO, 2012). Em pesquisa realizada no arquivo do Centro de Estudo Aperfeiçoamento e Treinamento Dr. Paulo Elejalde (CETAPE), no antigo espaço físico da Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, se identificou, de forma geral, a seguinte organização institucional sobre o HNA: o atendimento das mulheres ocorria nos pavilhões: Esquirol, Morel, Pavilhão Bourneville e Pavilhão Griesinger; o tratamento para alguns alienados poderia ser feito mediante pagamento pelos familiares ou responsáveis dos internos no valor de 3$000 (três mil réis) a 4$000 (quatro mil réis) com a inclusão de roupa lavada e engomada, no pavilhão Morel e; o atendimento às crianças era realizado no pavilhão Bourneville. Em síntese, como se pode identificar havia atendimento gratuito e ao mesmo tempo pago, bem como pavilhões destinados aos homens, mulheres e crianças. As alienadas que eram

internadas na Colônia do Engenho de Dentro, advindas de transferências do HNA, cumpriam períodos de adaptação. Caso não conseguissem amoldarem-se as regras e regimentos eram transferidas para sua secção de origem. O cuidado prestado nas instituições de Assistência aos Alienados foi reformulado de forma processual, influenciado pelo diretor da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras, médico alienista, Juliano Moreira. Isto implicou em transformação estrutural nas instituições, quando foram retirados os muros altos, as grades, dentre outra mudança com a finalidade de se prestar um cuidado diferenciado do anterior. Exemplo disto foi à retirada da camisa de força e introdução do manejo de pequenas hortas, como incentivo à produção em ambientes abertos, entendidos na atualidade como oficinas. (ESPIRITO SANTO, 2012). Além disto, na Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro foi implantado a modalidade do tipo germânico denominado Uchtspringe constituído de Bungalows, que ficou conhecida no Brasil como, Assistência Hétero-Familiar (1921). Para este modelo, selecionavam às alienadas, por meio de critérios comportamentais, para conviver em uma residência sob a supervisão da Enfermeira, o que se acredita ter determinado as atuais residências terapêuticas. (PORTO, 2007). Cabe destacar que este tipo de assistência já ocorria em outros países, como se pode identificar a seguir: Esta modalidade de tratamento foi adotada em diversos países como Holanda, Rússia, Inglaterra onde os doentes passaram a ficar sob os cuidados de famílias de lavradores que residiam em colônias anexas aos estabelecimentos fechados (ESPIRITO SANTO, 2012 pg. 191). O modelo da assistência Hétero-Familiar no Brasil, foi inovadora no que se referem aos cuidados prestados às alienadas, pois ela proporcionavam convivência harmônica com à sociedade, ratificando a prática realizada em Ghell - região da Bélgica-, com influência na assistência aos doentes mentais, proporcionando aos alienistas, o entendimento da proposta vigente, reintegrando ao convívio coletivo pelos cuidados realizados (CASTEL, 1978). Deslumbra-se com o aqui dito que, parte da trajetória institucional do Hospício Pedro II se articula com a inovação da assistência psiquiátrica prestada no Brasil, desde o período Imperial até a República Velha. Enfim, como se pode identificar, em síntese, ao se apropriar da produção da historiografia institucional articulada com a busca dos prontuários daquela época, possibilitou apresentar determinados indícios da modalidade dos cuidados prestados às

alienadas, mesmo que em alguns momentos nas entrelinhas, pois a construção do conhecimento referente aos cuidados neste contexto, ainda, se tem muito a ser desvelados, pelo menos no que se refere às internadas na Colônia de Alienadas do Engenho de Dentro, município do Rio de Janeiro. Mas isto irá ocorrer na dissertação e veiculação de futuros artigos. Aguardem! REFERENCIAS: CASTEL, R. A ordem psiquiátrica: a idade de ouro do alienismo. Rio de Janeiro: Edições Graal. A passagem: da idade do ouro ao aggiornamento, 1978. p254-7. ESPIRITO SANTO, T. B. Gênero e Enfermagem: Reafirmação de pápeis sociais na seção feminina da Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras (1920-1921). 2012. 244f. Tese (Doutorado em Enfermagem) - Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, São Paulo. 2012. FIGUEIREDO M. Transição do Brasil Império à República Velha In. Revista Iberoamericana de filosofia, política y humanidades, Espanha. nº 26 págs. 119-145, 2011. JORGE M.A.S. Engenho dentro casa: Sobre a construção de um serviço de atenção diária em saúde mental [dissertação]. Rio de Janeiro. Escola Nacional de Saúde Publica, FIOCRUZ;1997. Disponível em < http://portalteses.icict.fiocruz.br/transf.php >. Acessado em maio 2015. MOREIRA, A. Desmistificando a Origem da Enfermagem Brasileira. In: História da Enfermagem: Versões e interpretações. 2. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 2002. p61-119. PHILIPPE, M. R. O Hospício de Pedro II e os alienados no Brasil (1875). Ver. Latino Americana de Psicopatologia Fundamental, São Paulo, v. 15, n. 2, 2012. PORTO F. Os ritos institucionais e a imagem pública da enfermeira brasileira na imprensa ilustrada: o poder simbólico do click fotográfico (1919-1925). [Tese de doutorado] Rio de Janeiro: Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escola de Enfermagem Anna Nery; 2007 RAMOS, Fernando A. da Cunha; GEREMIAS, Luiz. Instituto Philippe Pinel: origens históricas. Capturado em 06 dez. 2002. Online. Disponível em: http://www.sms.rio.rj.gov.br/pinel/media/pinel_origens.pdf. Acesso em: 20 de maio de 2015 SOUZA DG, MOREIRA A, PORTO F. As notícias no jornal do Commercio sobre a Escola Profissional de Enfermeiros e Enfermeiras no Hospício Nacional de Alienados (1911-1920). In: Revista de pesquisa: cuidado é fundamental. 2005;9(1/2):p101-10. Autores:

Renato Philipe de Sousa Mestrando do Programa de Pós-Graduação Mestrado em Enfermagem (PPGENF) da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Membro do grupo de pesquisa LACUIDEN. Keythluci Faria Acadêmica em Enfermagem pela Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, EEAP da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Membro do grupo de Pesquisa LACUIDEN. Fernando Porto Doutor em Enfermagem com pós-doutoramento pela USP. Professor da Escola de Enfermagem Alfredo Pinto, PPGENF, PPGENFBIO da UNIRIO. Membro dos Grupos de Pesquisa LAPHE, LAESHE, LACENF e líder do LACUIDEN. Como citar este post (Vancouver adaptado): SOUSA, RP; FARIA, K, PORTO, F. Hospício Nacional de Alienados. [internet]. Rio de Janeiro (br); 2015 [Acesso em: dia mês (abreviado) ano]. Disponível em: http://www...(completar com os dados do site).