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Transcrição:

ACÓRDÃO Registro: 2016.0000552535 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0028722-52.2003.8.26.0224, da Comarca de Guarulhos, em que são apelantes ADELE MARTA FACCHINA BERNASCONI (INVENTARIANTE) e LUVIRTO BERNASCONI (ESPÓLIO), é apelado HIJI KITAMURA. ACORDAM, em 5ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Negaram provimento ao recurso. V. U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores MOREIRA VIEGAS (Presidente sem voto), A.C.MATHIAS COLTRO E ERICKSON GAVAZZA MARQUES., 3 de agosto de 2016. FERNANDA GOMES CAMACHO RELATORA Assinatura Eletrônica

APELAÇÃO nº 0028722-52.2003.8.26.0224 Relatora: FERNANDA GOMES CAMACHO Órgão Julgador: 5ª Câmara de Direito Privado APELANTES: ESPÓLIO DE LUVIRTO BERNASCONI E ADELE MARTA FACCHINA BERNASCONI APELADO: HIJI KITAMURA INTERESSADA: PREFEITURA MUNICIPAL DE GUARULHOS Comarca: Guarulhos 10ª Vara Cível Juiz Prolator: Lincoln Antônio Andrade de Moura Voto nº 2.959 USUCAPIÃO. Autor que exerce a posse sobre o imóvel há mais de 20 anos, tendo nele construído benfeitorias. Art. 1.238, par. único, do CC. Requisitos para a prescrição aquisitiva comprovados nos autos. Ação de reintegração de posse ajuizada pelo apelante julgada improcedente. Pagamento de tributos imóvel pelos réus que não afasta o direito de aquisição da propriedade, pelo autor, via usucapião. Direito de retenção afastado. Ressarcimento de tributos pagos deve ser pleiteado em ação própria. Sentença e sucumbência mantidas. Recurso não provido. Vistos. Trata-se de ação de usucapião julgada parcialmente procedente pela r. sentença de fls. 901/907, cujo relatório fica adotado, para reconhecer o autor como proprietário do imóvel com área total correspondente a 4.471,80 m², em razão de usucapião. Pela sucumbência, o Espólio de Luvirto Bernasconi foi condenado ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como honorários advocatícios fixados em 10% do valor atribuído à causa. Tendo o autor sucumbido com relação à sua pretensão destinada à aquisição de área pública, este foi condenado ao pagamento de despesas processuais e verba honorária em favor do Município de Guarulhos. Os réus apresentaram embargos de declaração (fls. 913/914), os quais foram rejeitados (fls. 915). Inconformados, apelam os réus (fls. 918/923), sustentando, em síntese: 1) a decisão proferida em embargos de declaração deve ser anulada, pois não sanou omissão quanto às provas produzidas nos autos, aptas a afastar a prescrição aquisitiva; 2) os apelantes jamais abriram mão do domínio do imóvel, já que, conforme comprovado nos autos, pagaram os IPTUs de 2004 a 2015 e as contribuições de melhoria de 2009 a 2013; 3) o resultado da ação possessória Apelação nº 0028722-52.2003.8.26.0224 - Voto nº 2.959 2

não tem o condão de conceder de forma automática a usucapião em favor do apelado; 4) caso seja confirmado o direito à prescrição aquisitiva, o direito de retenção ou ressarcimento dos requeridos deve ser reconhecido, por terem arcado com os encargos do imóvel. em atuar no processo (fls. 940). 924/927). mérito e será com ele analisada. A parte contrária apresentou contrarrazões (fls. 930/933). A douta Procuradoria de Justiça manifestou desinteresse Regularmente processado o recurso, com preparo (fls. É o relatório. O recurso não comporta provimento. A prejudicial alegada pelos apelantes diz respeito ao Trata-se de ação de usucapião na qual o autor alega exercer a posse do imóvel objeto da matrícula nº 42.204 desde 1981, tendo nele introduzido diversas benfeitorias. Divergem as partes quanto à configuração da prescrição aquisitiva, já que os réus alegam que jamais abriram mão do domínio do imóvel, cujas despesas sempre foram por eles quitadas. Determina o artigo 1.238 do Código Civil: Art. 1.238. Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis. Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. Em que pesem os argumentos dos apelantes, no presente caso, as provas produzidas nos autos são aptas a comprovar o preenchimento dos requisitos, pelo autor, para a aquisição da propriedade do imóvel através da prescrição aquisitiva. De acordo com o laudo pericial produzido, o autor exerce a posse efetiva do imóvel por pelo menos 25 (vinte e cinco) anos, ponderando-se todas as informações obtidas junto aos confrontantes, vizinhança e demais Apelação nº 0028722-52.2003.8.26.0224 - Voto nº 2.959 3

elementos, sendo que, nesse período, não foi proposto qualquer litígio referente à posse do imóvel usucapiendo, informação levantada junto aos declarantes no corpo do presente trabalho. A benfeitoria erigida pelo autor possui idade aproximada de 20 (vinte) anos (fls. 348). Com relação às benfeitorias desenvolvidas no local pelo autor, o perito informou a existência de duas residências, várias árvores frutíferas e plantações de diversos alimentos (respostas aos quesitos 4 e 5 fls. 338/339). Outrossim, de acordo com a prova testemunhal, a testemunha José Neves de Souza afirmou que o autor reside no imóvel em questão desde 1981, tendo nele construído um sobrado, pé de laranja e plantação de legumes (fls. 633). Já a testemunha João Antonio da Silva, vizinho do autor, afirmou que este reside no imóvel há 30 anos, onde realizou construções e plantações (fls. 634). Além da prova dos autos, tramitou perante a 1ª Vara Cível da Comarca de Guarulhos ação de reintegração de posse nº 0014161-57.2002.8.26.0220, proposta pelo réu Luvirto contra o autor, a qual foi julgada improcedente. Em pesquisa ao sistema SAJ/PG, constatou-se que, naqueles autos, após a interposição de recurso de apelação, a sentença foi mantida, nos seguintes termos: POSSESSÓRIA - Esbulho decorrente de ocupação clandestina do imóvel - Inexistência de prova de que a ocupação inicial se deu por tolerância do proprietário, afastando-se a característica de mera detenção - Prova pericial robusta no sentido de apossamento exercido por mais de 20 anos, com realização de benfeitorias e cultivo de plantação no local - Defesa da posse que independe da prova de propriedade do bem, embora admitida alegação de usucapião (Súmula nº 237 do S.T.J) - Apelação não provida. Por outro lado, não prospera a alegação dos apelantes de que a prescrição aquisitiva do autor não pode ser reconhecida, pelo fato dos réus terem pago tributos do imóvel, porquanto isso não afasta o cumprimento, pelo autor, de todos os requisitos autorizadores da obtenção da propriedade via usucapião. Nesse sentido: Ementa Usucapião Perícia indeferida na decisão saneadora e Apelantes não agravaram Apesar de intimados, Apelantes Apelação nº 0028722-52.2003.8.26.0224 - Voto nº 2.959 4

tampouco arrolaram testemunhas Inocorrência de cerceamento de defesa justificador de anulação de sentença Pagamento de IPTU não constitui posse (art. 1.196 CC) Laudo de engenheiro agrimensor produzido em procedimento de retificação de registro também não comprova posse Apelantes admitem ter autorizado construção de muro, implicando reconhecimento de poder inerente à propriedade (exclusividade) Testemunhos reforçam posse dos Apelados Recurso improvido. (...) Como lembrado pelos Apelantes, o exercício de qualquer poder inerente à propriedade importa posse (art. 1.196 CC). O pagamento de IPTU, porém, não representa verdadeiramente o exercício de um poder inerente à propriedade, à medida que qualquer um pode pagar dívida alheia (art. 305 CC), apenas indicando indiretamente que alguém exerce essa posse, fato que depende de outras evidências para se confirmar. (Apelação nº 0003782-43.2011.8.26.0062, Des. Rel. Luiz Antonio Costa, data de julgamento: 04/08/2014, 7ª Câmara de Direito Privado TJSP) Usucapião Extraordinária. Autora que reside no imóvel desde 1982. Proprietário do bem que não comprovou ter impugnado a posse. Pagamento de IPTU por terceiros que não obsta o direito da requerente. Jurisprudência deste E. TJSP. Posse sem oposição e com intuito de dono, por prazo superior ao do art. 1238 do CC. Recurso improvido. (Apelação nº 0200135-49.2005.8.26.0100, Des. Rel. Maia da Cunha, data de julgamento: 27/03/2014, 4ª Câmara de Direito Privado TJSP) E, considerando que os apelantes não estão na posse do imóvel, inclusive ante a improcedência da ação de reintegração de posse, não há que se falar em direito de retenção. Quanto a ressarcimento de tributos pagos pelos requeridos, ora apelantes, deve ser pleiteado em ação própria. Assim, é de rigor a manutenção da r. sentença. Ante o trabalho desenvolvido e a data do recurso, mantenho os honorários advocatícios na percentagem fixada na sentença. Por tais fundamentos, nega-se provimento ao recurso. FERNANDA GOMES CAMACHO Relatora Apelação nº 0028722-52.2003.8.26.0224 - Voto nº 2.959 5