DIAGNÓSTICO DA PREVALÊNCIA DA OBESIDADE INFANTIL NO ENSINO FUNDAMENTAL DAS ESCOLAS MUNICIPAIS DE CORNÉLIO PROCÓPIO Eduardo Silva Pinheiro Neves (PIBIC-Jr/Fundação Araucária), Paulo César Paulino (Orientador), e-mail: espnves@hotmail.com Universidade Tecnológica Federal do Paraná/Cornélio Procópio, PR. Ciências da Saúde; saúde coletiva. Palavras-chave: diagnóstico, IMC, obesidade infantil. RESUMO: O estudo da obesidade infantil é relevante, pois constituise em dos graves problemas de saúde pública que o mundo vem enfrentando. O aumento da prevalência da obesidade na infância e na adolescência é um indicador de que, futuramente, a taxa de obesidade entre os adultos será maior, sobrecarregando os sistemas de saúde. O objetivo desse estudo é verificar a prevalência da obesidade infantil entre os alunos do ensino fundamental da Secretaria Municipal de Cornélio Procópio. A amostra do estudo foi composta por 1168 alunos, de 7 a 12 anos sendo 51,8% do sexo masculino e 48,2% do sexo feminino. A coleta de dados antropométricos foi realizada nas escolas e consistiu-se na aferição do peso (kg) e estatura (m) que possibilitaram o cálculo do Índice de Massa Corporal IMC (Kg/m 2 ). Entre os meninos, 78,51% foram classificados como pertencendo à zona saudável e 21,49% à zona de risco, já entre as meninas 76,55% se encontravam na zona saudável. Os resultados obtidos indicam que as médias de IMC por sexo, apresentam-se dentro da faixa recomendável para a boa saúde, contudo verificou-se que alguns alunos apresentam altos índices de IMC em ambos os sexos. Introdução A obesidade infantil é um dos grandes problemas de saúde pública da atualidade. O aumento nos índices de sobrepeso e obesidade entre crianças e adolescentes de todo o mundo durante as últimas décadas indicam que a obesidade infantil é uma epidemia global e atinge qualquer classe social ou raça. (WHO, 1995) [1]. O estudo da prevalência da obesidade infantil na educação básica é relevante para seu diagnóstico e prevenção, pois pode evitar que a obesidade aumente na idade adulta. 1
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 1997 [2] a obesidade é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura corporal com potencial prejuízo à saúde, decorrente de vários fatores, sejam esses genéticos ou ambientais, como padrões dietéticos e de atividade física ou ainda fatores individuais de susceptibilidade biológica, entre muitos outros, que interagem na etiologia da patologia. O objetivo deste estudo foi verificar a prevalência da obesidade, entre os alunos do ensino fundamental da Secretaria Municipal de Educação de Cornélio Procópio, por meio do Índice de Massa Corpórea (IMC). IMAGEM 1 - Alunos da amostra Os instrumentos utilizados na coleta de dados foram um estadiômetro de parede, com escala de 1 (um) cm (Imagem 2) e uma balança com escala de 100 (cem) gramas (Imagem 3). Materiais e métodos A amostra do estudo foi composta por 1168 alunos, de 7 a 12 anos (Tabela 2), sendo 51,8% (605) do sexo masculino e 48,2% (563) do sexo feminino, de 11 escolas municipais de Cornélio Procópio. IMAGEM 2 Estadiômetro de parede. Gráfico 1 - Amostra de Estudo 48,2% 51,8% Rapazes Garotas IMAGEM 3 - Balança de Bioimpedância Elétrica (Tanita UM-80) 2
Os responsáveis pela coleta de dados foram os professores e estagiários da Secretaria Municipal de Ensino, coordenados por um professor da UTFPR-CP. Os dados obtidos foram digitados em planilha eletrônica e na plataforma do Projeto Esporte do Ministério do Esporte [3], que é coordenado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e submetidos à mesma plataforma posteriormente. Os resultados das avaliações emitidos pelo PROESP foram tabulados na planilha Excel versão 2003 11.0; após, foram calculados o IMC, as médias, medianas, desvios padrões, valores mínimos e máximos por sexo (Tabela 1). A elaboração de gráficos e tabelas permitiram as análises dos resultados e observações sobre o perfil antropométrico dos alunos da rede municipal de ensino de Cornélio Procópio na educação fundamental. Tabela 1 Dados descritivos do IMC. MASCULINO FEMININO MÉDIA 17,784 17,211 D. PADRÃO ±3,2794 ±3,5 MEDIANA 16,57 16,39 MODA 15,86 14,98 MÁXIMO 33,06 34,56 MÍNIMO 11,83 11,71 Resultados e Discussão Para a determinação do Índice de Massa Corporal (IMC), foi utilizada a equação IMC = Peso (Kg)/ Estatura (metros) 2, tendo como base a classificação adotada pelo Physical Best AAHPERD, 1988 [4], para uma faixa de IMC recomendável para a zona de boa saúde (Tabela 2). Tabela 2 - Faixa IMC Recomendável para a Zona de Boa Saúde Idade Feminino Masculino 7 14 20 13 20 8 14 20 14 20 9 14 20 14 20 10 14 21 14 21 11 14 21 15 21 12 15 22 15 22 Fonte: Valores estabelecidos pelo Physical Best (AAHPERD 1988). Valores em Kg/m². Entre os meninos, 78,51% (475) foram classificados como pertencendo à zona saudável e 21,49% (130) na zona de risco, já entre as meninas, 76,55% (431) se encontram na zona saudável e 23,45% (132) na zona de risco. Verificou-se que as meninas apresentavam uma maior probabilidade de serem classificadas na zona de peso não saudável (obesidade). A partir dos 11 anos, as meninas apresentavam valores maiores do IMC (aos 11 anos 18,7 kg/m² no feminino e 17,7 kg/m² no masculino e aos 12 anos 19,2 kg/m² no feminino e 18,9 kg/m² no 3
IMC (kg/m²) IMC (kg/m²) masculino), conforme Gráficos 2 e 3. 25 20 15 10 7 8 9 10 11 12 Idade (anos) LSZS Média Rapazes Gráfico 2 Zona Saudável para a Saúde em Rapazes por meio do IMC (LSZS: Limite Superior da Zona Saudável e LIZS: Limite Inferior da Zona Saudável) 25 20 15 10 7 8 9 10 11 12 Idade (anos) LIZS LSZS Média Garotas Gráfico 3 Zona Saudável para a Saúde em Garotas Segundo o IMC (LSZS: Limite Superior da Zona Saudável e LIZS: Limite Inferior da Zona Saudável) Considerações Finais Estudos indicam que as garotas atingem a puberdade antes que os meninos, o que pode justificar o fato de que as meninas no presente estudo, a partir dos 11 anos de idade, apresentam valores maiores de IMC do que os meninos. LIZS Os resultados obtidos demonstraram que as médias de IMC por sexo e faixa etária apresentam-se dentro da faixa recomendável para a saúde, contudo vários alunos de ambos os sexos registraram valores de IMC acima dos recomendados para a saúde. A conscientização de que politicas educacionais podem atuar na prevenção e intervenção do aumento da obesidade infantil é importante para o controle deste distúrbio. Agradecimentos Agradeço à Fundação Araucária pela concessão da bolsa; ao Projeto Esporte Brasil/PROESP, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ao Grupo de Estudos de Bioinformática e Reconhecimento de Padrões da UTFPR-CP e à Secretaria Municipal de Educação de Cornélio Procópio. Referências [1] WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO)., Physical status: the use and interpretation of antropometry. Geneva. 1995 [2] ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE (OMS). Oral Health Surveys. Basic Methods. Geneva, 1997 4
[3] PROJETO ESPORTE BRASIL: Arquivo capturado em 10 de outubro de 2012. Disponível em<http://www.proesp.ufrgs.br>. Acesso em: 09 outubro 2012. [4] AAHPERD. Physical Best. Reston, VA: American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance, 1988. 5