EDUCAÇÃO EM SAÚDE: PREVENÇÃO DAS DST s/hiv/aids NA TERCEIRA IDADE

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Transcrição:

EDUCAÇÃO EM SAÚDE: PREVENÇÃO DAS DST s/hiv/aids NA TERCEIRA IDADE Danielle Barros Pires de Meneses 1 ; Djanilson Kleber da Rocha Barreto 2 ; Ivett Thereza da Silva Barbosa 3 ; Wilton José Carvalho da Silva 4 ; Nilza Maria Cunha 5 1 Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: daniellebarros91@gmail.com 2 Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: djanilsonrbarreto@gmail.com 3 Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: ivettthereza@gmail.com 4 Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: wiltocsilva@hotmail.com 5 Universidade Federal da Paraíba (UFPB). E-mail: cunha.nilza@yahoo.com.br INTRODUÇÃO Além da atuação do Enfermeiro na promoção e prevenção a saúde, que é parte das atribuições das Equipes de Saúde da Família, também é de sua competência realizar atividades de Educação em Saúde na busca da melhoria e do autocuidado à saúde da população assistida. As Políticas de Humanização de Promoção a Saúde, que faziam parte de um modelo já existente através da Atenção Básica, vieram a ser renovadas pelo Sistema Único de Saúde implementando as novas propostas, como também ajudando a valorizar e incentivar as atividades de Educação em Saúde juntamente com a equipe multiprofissional das Estratégias de Saúde da Família (ESF), realizando um trabalho interdisciplinar e mantendo maior aproximação com a população, buscando abordagens conforme a realidade e necessidade dos usuários (1). Com o aumento da perspectiva de vida levando ao crescimento da população idosa, as projeções indicam que, em 2020, o Brasil será o sexto país do mundo em número de idosos. Especulando-se que o número ultrapasse 30 milhões de pessoas,

é fundamental pensar e trabalhar na busca da qualidade de vida desta população, sendo a Educação em Saúde uma estratégia para o cuidado (2). É fato que com a velocidade do processo de transição demográfica e epidemiológica, ocorre o aumento dos casos de DSTs/HIV/AIDS entre a população idosa. Quanto aos relacionamentos afetivos e a busca pelo prazer independente da faixa etária, condição financeira e o estado civil, emergem questões determinantes a partir dos estímulos projetados pelos meios sociais em geral exigindo que os gestores, pesquisadores e profissionais dos sistemas de saúde elaborem e executem ações direcionadas a melhoria da qualidade de vida, prevenção e transmissão dos agravos com repercussões para a sociedade como um todo, principalmente quando se trata das políticas públicas de atenção a família e a saúde do idoso (2) Como um dos desafios para que o cuidado qualificado na prevenção de DST/AIDS no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS) seja estabelecido é a sustentação do comprometimento entre as áreas políticas e governamentais em prover recursos materiais e profissionais capacitados e motivados para trabalhar com as questões que envolvem este tema (3). Durante encontros realizados com um grupo de idosos, buscou-se fazer um levantamento sobre o entendimento a respeito das DSTs/HIV/AIDS onde se constatou que existem falhas nas informações relacionadas ao processo educativo nas campanhas públicas da ESF, pois, a linguagem utilizada nestas campanhas traz prejuízos para o entendimento da população idosa, onde apenas a distribuição de preservativos não basta para prevenção. Como estudantes de enfermagem inseridos e atuantes na ESF, surgiu o interesse de buscar mudanças na realidade atual da população em questão, priorizando a necessidade de ampliar as atividades educativas, abordando mais vezes os assuntos DSTs/HIV/AIDS através da realização de rodas de conversa e palestras. No intuito de

contribuir com o processo de desenvolvimento do SUS na Educação em Saúde e no cuidado com a prevenção a saúde sexual do idoso, buscou-se com este trabalho, práticas de Educação em Saúde voltadas para a prevenção das DSTs/HIV/AIDS entre um grupo de idosos usuários de uma ESF no Município João Pessoa-PB. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório realizada com um grupo de idosos a partir do trabalho de Educação em Saúde aplicada por estudantes do curso de Licenciatura e Bacharelado em Enfermagem da Universidade Federal da Paraíba através do Programa de Extensão Universitária - PROBEX, desenvolvido em um grupo de idosos de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) na cidade de João Pessoa PB, com uma amostra de 19 integrantes de um grupo da terceira idade. Após contato com a enfermeira, os demais profissionais da equipe multiprofissional da ESF e conversa com os idosos para obter a dimensão do interesse pelo assunto, foi agendada uma tarde e realizado o convite para participação da atividade com todos os integrantes deste grupo. Em uma roda de discussão, utilizou-se a sala de reuniões da ESF, com início às 14 horas. Deu-se início com a dinâmica do espelho, que consiste em passar uma caixinha com a seguinte frase na tampa: No mundo existem muitas pessoas especiais, quer conhecer uma delas? Ao abrir a caixa o participante expressava sua surpresa ao se deparar com um espelho. Mantinha-se em silêncio e a dinâmica dava continuidade. Enquanto a caixa ia passando um estudante repetia a frase para os que por ventura não sabiam ler ou por diminuição na acuidade visual não conseguiam. Ao final da dinâmica, buscou-se a reflexão por meio das falas. Usou-se recurso áudio visual, como, panfletos e álbum seriado; e materiais, como, preservativos femininos, masculinos e lubrificantes, para a explanação das DSTs/HIV/AIDS e sua prevenção, com participação dos idosos por meio de perguntas e relatos de experiências. Ao final utilizou-se a dinâmica do urso, cada

um podia fazer o que tivessem vontade com o urso, após todos terminarem revelou-se que cada um faria a mesma coisa, que fez com o urso, com seu companheiro do lado direito. Após a dinâmica e muitas reflexões, finalizou-se a prática de Educação em Saúde com grande descontração, e oferecendo aos idosos um lanche trazido pelos estudantes, onde todos participaram. RESULTADOS E DISCUSSÃO O interesse dos idosos foi muito perceptível, eles mostraram-se dispostos a dialogar sobre o assunto abordado, porém, deixando visível em alguns momentos a falta de conhecimento sobre os sintomas, formas de contágio e prevenção de DSTs/ HIV/AIDS. Durante a terceira idade, as DSTs/AIDS assumem significados particulares, sendo no mínimo, uma dupla contaminação, uma vez que o entrecruzar dessas duas fontes de discriminação produz nos idosos marcas que mancham, que alteram suas identidades e suas experiências. Os idosos acometidos sofrem grande preconceito, e lhes são cobrandos um alto preço em termos de sofrimento, isolamento e solidão, sobretudo porque a discriminação advém principalmente de familiares e pessoas próximas, restringindo a principal fonte de apoio dessas pessoas, o que é algo muito importante para o enfrentamento positivo da doença (4). Dessa maneira é necessário que preconceitos e indiferenças relacionados aos idosos e à sexualidade sejam desfeitos para que os mesmos possam ser vistos na sua integralidade, e não apenas como pessoas enfermas e incapazes, para que com isso possam minimizar a vulnerabilidade e o sofrimento frente à realidade de uma doença que por si só já é martirizante. Em vista de todo sofrimento causado, é indispensável um trabalho árduo na prevenção das DSTs/AIDS nessa fase da vida e, nesse contexto, a ESF vem a ser um local favorável para essas ações, por ser a porta de entrada da assistência dos serviços de saúde, por construir um processo de trabalho baseado na equipe multiprofissional e,

também por possibilitar maior proximidade com a população, que permite conhecer o perfil e as necessidades dos idosos. Os participantes do grupo demonstraram, a partir dos relatos durante a roda de conversa, um entendimento sobre as DSTs como um problema recente e que não acomete a população mais velha, sendo consideradas doenças de indivíduos jovens. Os profissionais de saúde relacionam esse fenômeno ao envelhecimento da população, de modo que as pessoas estão vivendo mais, passando a se tornarem mais susceptíveis e vivenciarem condições antes não cogitadas. Como há falha na abordagem por parte dos profissionais de saúde em relação à sexualidade no envelhecimento, acarreta em dificuldades para a orientação dos idosos sobre tal assunto (5). Tendo em vista a Educação em Saúde como prática reflexiva da realidade social existente e das normas pré-estabelecidas, é fundamental que haja a participação da população como forma de integração da atenção a saúde com a inovação de estratégias educativas, assim como o fortalecimento das lutas sociais por igualdade, respeito à vida e à dignidade das pessoas (1). A Política Nacional da Saúde da Pessoa Idosa destaca a importância da educação em saúde, visando a prevenção e promoção da saúde para o envelhecimento saudável e com qualidade de vida (6). CONCLUSÕES A visão sobre a prevenção de DST/AIDS nos idosos ainda é muito restrita ao uso de preservativos e a outros programas que esses indivíduos estão inseridos, como o Sis- Hiperdia e as consultas de citologia nas mulheres idosas. Ainda tem-se a visão equivocada de ser pouco frequente os casos de contaminação nessa faixa etária. Os preconceitos, que podem ser relacionados as questões culturais sobre a sexualidade no idoso, refletem na falta de ações de prevenção das DST/AIDS nessa faixa etária. A participação dos idosos nos grupos voltados a sua faixa etária favorecem a manutenção do envelhecimento ativo. Assim, faz-se necessária a realização de ações

direcionadas a saúde sexual dos idosos, que devem ser constantes e inovadoras, de modo a buscar integrar os idosos e sua realidade nos planejamentos das políticas de saúde para as Unidades de Saúde da Família. É possível notar a vulnerabilidade dos idosos frente as DST/AIDS a partir do momento em que os participantes do grupo de idosos relatam a falta de abordagem das ações preventivas. Assim, é necessário desenvolver estratégias de prevenção com o intuito de envolver esses indivíduos no conhecimento sobre DST/AIDS e principalmente na mudança de comportamento. REFERÊNCIAS 1. Assis M et al. Ações educativas em promoção da saúde no envelhecimento: a experiência do núcleo de atenção ao idoso da UNATI/UERJ. Mundo saúde. 2007; jul.-set: 31(3): 438-447. 2. Veras R. Envelhecimento populacional contemporâneo: demandas, desafios e inovações. Rev. Saúde Pública. 2009; p 548-554. 3. Benzaken AS, Galbán Garcia E, Sardinha JCG, Pedrosa VL, Paiva V. Intervenção de base comunitária para a prevenção das DST/Aids na região amazônica, Brasil. Rev Saúde Pública. 2007; 41(2):118-26. 4. Castro SFF, Barros Júnior FO. Aids e velhices. Rio de Janeiro: AMC Guedes; 2012. 5. Minayo MCS. Pesquisa social: teoria, método e criatividade. Rio de Janeiro: Vozes; 2010. 6. BRASIL, Ministro de Estado da Saúde. Políticas de Saúde da Pessoa Idosa. PORTARIA Nº 2.528 DE 19 DE OUTUBRO DE 2006.