Reabilitação de Edifícios

Documentos relacionados
PATOLOGIA DA CONSTRUÇÃO ESTUDO DE CASOS

FICHAS DE PATOLOGIAS DOS SISTEMAS ETICS

FICHAS DE PATOLOGIAS DOS SISTEMAS ETICS

Projeto FEUP. Patologias e medidas de intervenção

Sistema de Isolamento Térmico pelo Exterior- ETICS A Solução para Impermeabilização e Isolamento Térmico de Paredes Exteriores

O sistema ETICS como técnica de excelência na reabilitação de edifícios da segunda metade do século XX

SISTEMA DE INSPECÇÃO E DIAGNÓSTICO DE REVESTIMENTOS EPÓXIDOS EM PISOS INDUSTRIAIS

UMA CONTRIBUIÇÃO PARA A SISTEMATIZAÇÃO DO CONHECIMENTO DA PATOLOGIA DA CONSTRUÇÃO EM PORTUGAL V. P. de Freitas S. M. Alves M.

ANOMALIAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS APLICADOS NA FAIXA COSTEIRA

índice 1 o Tijolo Cerâmico 17

INSPECÇÃO, PATOLOGIA E REABILITAÇÃO DE REVESTIMENTOS DE E PISOS

TÉCNICAS DE REABILITAÇÃO TÉRMICA DOS ELEMENTOS DA ENVOLVENTE CAPÍTULO 5

REVESTIMENTOS Conceituação e classificação Aula 2-2

Centro Histórico de Viseu Brochura informativa Estado de conservação de fachadas julho 2017

REVESTIMENTOS CERÂMICOS COLADOS

Colagem de Cerâmicos em Fachadas'

ARSLVT. Empreitada de reparação da cobertura, fachadas e pequena intervenção no interior do Centro de Saúde das Caldas da Rainha

Comportamento de revestimentos de fachadas com base em ligante mineral. Exigências funcionais e avaliação do desempenho. M. Rosário Veiga LNEC

ANÁLISE DE ANOMALIAS E TÉCNICAS DE REPARAÇÃO EM 128 CASOS DE REVESTIMENTOS EM PEDRA NATURAL (RPN): PRINCIPAIS CONCLUSÕES

PATOLOGIA DE ARGAMASSAS

TECNOLOGIA DA CONSTRUÇÃO II CÓDIGO: IT837 CRÉDITOS: T2-P2 INSTITUTO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Sistemas C.A.T 3 C.A.T 3 C.A.T 7

Construction. e Controlo de Custos. Relação de Confiança

MESTRADO EM ARQUITECTURA

Figura 1 Figura 2. Introdução1/21

A Humidade em Edifícios

Fachadas energeticamente eficientes: ETICS - Sistemas de Isolamento Térmico pelo Exterior

Influência do nível de exigência dos utentes na previsão da vida útil e nos custos de manutenção de fachadas de edifícios

GUIÃO TÉCNICO CORRECÇÃO DE PONTES TÉRMICAS PAREDES SIMPLES. FICHA TÉCNICA DOW Nº 14 Nº de pág.: 5 16 de Setembro de

Projecto FEUP 2012/2013 Humidade Em Edifícios Intervenções

Sistemas Compósitos de Isolamento Térmico pelo Exterior (ETICS) - Comportamento global e influência dos componentes. M. Rosário Veiga Sofia Malanho

Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto

Revestimentos de Argamassa. Tecnologia de Argamassa P R O M O Ç Ã O

AVALIAÇÃO IN-SITU DA ADERÊNCIA DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO

Centro Histórico de Viseu Brochura informativa Visão integrada dos edifícios: estado de conservação de interiores julho 2017

Tecnologia de construção para uma habitação unifamiliar

TÉCNICAS DE DIAGNÓSTICO IN SITU DE REVESTIMENTOS DE PISOS

LSF. É mais do que um método construtivo... É um conceito de habitação totalmente novo! Convidamo-lo a conhecer todas as vantagens.

Colas para Ladrilhos Cimentos Cola Influência da dimensão dos ladrilhos cerâmicos

LICENCIATURA EM ENGENHARIA CIVIL FEUP TECNOLOGIA DAS CONSTRUÇÕES 3º Ano, 2º Semestre 2h Teóricas + 3h Teórico/Práticas / semana PROGRAMA

Reabilitação dos revestimentos de paredes mais frequentes em Portugal

MESTRADO EM ARQUITECTURA

ANOMALIAS EM PAVIMENTOS COMERCIAIS E INDUSTRIAIS

II Semina rio Nacional de Peri cias de Engenharia PERI CIAS EM FACHADAS CASES. Eng. Clémenceau Chiabi Saliba Jr.

PATOLOGIAS DOS SISTEMAS DE ISOLAMENTO TÉRMICO DE FACHADAS PELO EXTERIOR DO TIPO ETICS

Ana Cristina Sequeira. Dina Filipe Frade. Paulo Jerónimo Gonçalves Raquel Nascimento Paulo

Evento REABILITAÇÃO ENERGETICAMENTE EFICIENTE DE EDIFÍCIOS URBANOS. Termografia. Técnicas de Inspecçãoe Avaliação do Desempenho de Edifícios

ADAPTAÇÃO DO ENSAIO DE ADERÊNCIA PARA ANÁLISE DE ETICS COM ACABAMENTO CERÂMICO

O que são os revestimentos verticais??? REVESTIMENTO: Cartão de visitas da empresa!!! que cobre uma superfície

ANÁLISE DAS CAUSAS DAS ANOMALIAS MAIS FREQUENTES EM REVESTIMENTOS CERÂMICOS ADERENTES (RCA)

Evento PROMOÇÃO DA EFICIÊNCIA ENERGÉTICA DE EDIFÍCIOS, SUSTENTABILIDADE E CONFORTO INTERIOR OPTIMIZAÇÃO DE SOLUÇÕES CONSTRUTIVAS TERMOGRAFIA

Secretaria Geral Ministério do Ambiente e do Ordenamento do Território

WATSTOP. Barreira de cimento com resina epoxídica, para humidades ascensionais e infiltrações de água.

Soluções de reabilitação de paredes/fachadas com desempenho térmico melhorado. Luís Silva Coimbra, 31 de Julho 2014

Eficiência Energética NORTE FEDER

Empreitada de Reabilitação da Cobertura e Fachada do centro de saúde de sete Rios

FICHA TÉCNICA. Isolamento Térmico de fachadas pelo exterior. nº 17. Nº Pág.s: Fevereiro 2007

MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS EM HABITAÇÕES DE INTERESSE SOCIAL: ESTUDO DE CASO 1 PATHOLOGICAL MANIFESTATIONS IN HOUSING OF SOCIAL INTEREST: A CASE STUDY

ANEXO VIII ESTIMATIVA ORÇAMENTAL. Reabilitação do Pavilhão 24A do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Pólo Júlio de Matos

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA IFPB

Especificação Técnica de materiais: Impercia Atacadista Ltda. Situação: Ascensão capilar típica em alvenarias de tijolos maciços

Reabilitação da envolvente de edifícios na ótica da estanquidade à água

CLASSIFICAÇÃO DE ANOMALIAS EM SISTEMAS DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS ADERENTES

CENTRO HOSPITALAR PSIQUIÁTRICO DE LISBOA

Professor: Eng Civil Diego Medeiros Weber.

Pedra Natural em Fachadas

Universidade Nova de Lisboa Faculdade de Ciências e Tecnologia Departamento de Engenharia Civil

Reabilitação de edifícios com sistema ETICS: um caso de aplicação prática

Selagem asfáltica de fissuras de pavimentos Edição Maio/2006 Revista Téchne

1.8 Desenvolvimento da estrutura de edifícios 48

ANEXO IV MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA. Reabilitação do Pavilhão 24A do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa Pólo Júlio de Matos

Fichas das Patologias

GUIA RÁPIDO INFILTRACÕES P O S S Í V E I S C A U S A S E

C O N S U L T O R E S D E E N G E N H A R I A E A M B I E N T E

Avaliação da compatibilidade de fixação de elementos cerâmicos com o sistema ETICS

Memória Descritiva e Justificativa Calendarização da Obra Fotografias

CONHEÇA AS CORES E AS TEXTURAS QUE MAIS LHE PODERÃO AGRADAR E CALCULE O ORÇAMENTO DA OBRA DO CASACO TÉRMICO PARA A SUA CASA, OU CONDOMÍNIO EM

WE SEE FURTHER. Aula Aberta - Faculdade de Engenharia da Universidade da Beira Interior Portal da Construção Sustentável Nov17

Curso: Engenharia Civil - 3º Semestre Professor Especialista: Cássio Fernando Simioni

Desempenho em serviço Prof. Maristela Gomes da Silva

POSTO DE TURISMO DE PALMELA Proposta de intervenção

Colagem de Cerâmica e Rochas Ornamentais

PROJETO E EXECUÇÃO DE REVESTIMENTOS CERÂMICOS

REABILITAÇÃO TÉRMICA DE EDIFÍCIOS

MORE POWER TO YOUR ROOF

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular SISTEMAS CONSTRUTIVOS Ano Lectivo 2012/2013

Isolamento Térmico pelo Exterior em Fachadas e o novo RCCTE

CONSTRUÇÃO COM PAINÉIS DE MADEIRA CLT UMA NOVA GERAÇÃO DE EDIFÍCIOS

CONSTRUÇÕES ESCOLARES EM PORTUGAL Tipologias Construtivas e Principais Anomalias Estruturais e de Desempenho em Serviço

Isolamento. Saiba mais sobre

PRINCIPAIS EXIGÊNCIAS FUNCIONAIS DAS PAREDES EXTERIORES

PROJETO DE ALTERAÇÃO DA REDE ELÉTRICA E REPARAÇÕES DO CENTRO EMPRESARIAL DA MARINHA GRANDE MARINHA GRANDE PROJECTO DE ARQUITECTURA EXECUÇÃO

SISTEMAS DE INSPECÇÃO E DIAGNÓSTICO EM EDIFÍCIOS

27/06/2017. Curso: Engenharia Civil - 3º Semestre Professor:Eng.º Civil Cássio Fernando Simioni

Patologias Quadro geral de Patologias na colagem com Cimentos-cola


1.1- Cargas produzidas pelo vento (e outras cargas resultantes de acções de manobra ou solicitações com carácter excepcional)

FAKING TILES. TINTAS QUANDO A CERÂMICA ERA CARA: fingidos de azulejos!

Reabilitação Estrutural e Funcional do Pavilhão de Civil do Instituto Superior Técnico. 1º RELATÓRIO Março/2003

Transcrição:

Estudo sobre Patologias Frequentes em Construções Abel Bernardino Diogo Mendonça Diogo José de Freitas Gonçalves Rodrigues Gonçalo João de Lima Gonçalves Ferreira Gonçalo Matos Relatório realizado no âmbito da disciplina Projecto FEUP Professor Responsável: Ana Vaz Sá Monitor: Diogo Guimarães Outubro 2009 1

Resumo No âmbito da disciplina Projecto FEUP foi-nos dado um tema para o qual tínhamos que fazer um estudo, este tema era:. Dentro deste tema tínhamos que escolher uma patologia e aprofunda-la. Porém, este trabalho não tem só como objectivos estudar patologias de edifícios, é mais que isso, este trabalho permite-nos de uma forma leve dar-nos uma ideia de que tipos de problemas a engenharia resolve; ensina-nos como um relatório, cartaz e apresentação oral devem ser elaborados. Os objectivos acima são os objectivos secundários, o relatório em si vai tratar de certos e determinados pontos que têm mais que ver com o tema do trabalho em si. Primeiro falaremos da história da reabilitação e da sua evolução ao longo das épocas. De seguida, falar-se-á de três patologias (fissuras, manchas bolores e fungos e queda do revestimento exterior). Destas três se aprofundará uma, a queda do revestimento exterior, pois é nessa que o nosso trabalho se baseia. Iremos dizer as vantagens da colocação, as causas de queda deste, diferentes tipos de quedas e por fim, maneiras de solucionar o problema. 2

Agradecimentos Gostávamos de agradecer todo o apoio dado pela Professora Ana Vaz Sá e pelo nosso monitor Diogo Guimarães que nos direccionaram no bom caminho para realizar este projecto. Obrigado 3

Índice 1. Evolução da Reabilitação página 6 2. Diferentes tipos de patologias em edifícios página 7 2.1. Fissuras em paredes interiores página 7 2.2. Manchas de humidade, bolores e fungos página 7 2.3. Queda do revestimento exterior página 8 3. Queda do revestimento exterior página 9 3.1. Vantagens da colocação do revestimento exterior página 9 3.2. Principais causas para a queda do revestimento página 9 3.3. Dimensões e tipos de queda de revestimento página 10 4. Como prevenir a queda do revestimento exterior página 11 5. Tratamento da patologia em estudo página 12 6. Conclusão página 12 7. Bibliografia página 14 4

Introdução Com este relatório pretende-se estudar as patologias mais frequentes e as técnicas de reabilitação de edifícios. Para tal aprofundou-se os tipos de patologias conforme a época de construção e o peso da reabilitação na construção, de maneira a termos bases de conhecimento relativamente ao tema. O relatório contém também a identificação das patologias que se acharam mais importantes e frequentes em edifícios e um estudo mais aprofundado de uma patologia. No nosso caso, escolheu-se a queda de revestimento exterior. No final são ainda apresentadas algumas soluções relativas à queda de revestimento exterior que se pensam importantes para a reabilitação de edifícios ser mais eficiente. 5

1. A Evolução da Reabilitação Referência Histórica Já há muitos séculos que o homem sentiu necessidade de recorrer a uma intervenção de reabilitação, devido à deterioração dos edifícios. O primeiro a conceber esta ideia terá sido Alberti (1404-1472), impulsionando uma nova ciência : a reabilitação. A ele seguiram-se muitos outros ilustres, tais como Viollet-Le-Duc (1814 1879) e Camilo Broito (1835 1914). Estes distinguiram-se pelas suas formas de ver a reabilitação: o primeiro introduziu uma restauração arquitectónica aos edifícios, enquanto que o segundo concebeu estudos na linha da reabilitação de edifícios de forma mais científica, usando técnicas modernas. Posteriormente, Gustavo Giovannoni (1873-1947) distinguiu o restauro de edifícios em quatro tipos: Consolidação, Recomposição, Libertação e Renovação. Um dos maiores entraves à realização de obras de reabilitação ao longo dos séculos era o facto de se considerar que seriam alterações a algumas estruturas que já eram consideradas património histórico. Ou seja, havia problemas éticos. Em Outubro de 1931, em Atenas, realizou-se a Acta da Conferência, de onde resultou que a reabilitação das estruturas deveria obedecer ao contexto onde está inserido para não destruir o meio envolvente. A Carta de Veneza, de 1964, veio reforçar esta ideia, alargando o conceito também para os aglomerados habitacionais, que deveriam ser mantidos com qualidade. Já em 1975 surgiu a Declaração de Amesterdão. Nela veio subjacente uma nova ideia, mas sempre apoiada pelas estipulações anteriores: a restauração de edifícios históricos e antigos deverá ser sustentada e relevante, na medida em que estes estão afectados com diversas patologias e assim evitar que se caia na ignorância em relação à historicidade de certos edificios. Assim sendo, a reabilitação histórica deveria ser vista como fundamental para a evolução cultural das sociedades, sem nunca perderem todos os seus direitos. Hoje em dia, cada vez mais o Governo e as Autarquias desenvolvem mais esforços para aumentar os orçamentos relativos à reabilitação em relação ao aumento urbano, pois em termos de custos cada vez mais é rentável dar uma nova vida a um edifício mais afectado pelo tempo. (Pimentel, António. João Guerra Martins 2005. Reabilitação - Tradicionais. Universidade Fernando Pessoa) 6

2. Diferentes tipos de patologias em edifícios Alguns anos após a construção de uma obra desenvolvem-se patologias que podem ser mais ou menos graves. Existem imensas patologias que comprometem a integridade do edifício mas também existem variadas formas de as resolver. Três exemplos de patologias mais frequentes são: fissuras; manchas de humidade, bolores e fungos; queda de revestimento exterior. A queda do revestimento exterior irá ser mais aprofundada, neste trabalho. 1. Fissuras em paredes interiores: Esta é uma patologia que consta numa pequena ou grande abertura na parede interior de uma casa ou edifício (imagem 1 e 2). São muito frequentes e há casos de maior e menor gravidade como é óbvio. Estas costumam ser principalmente superficiais, afectando apenas a camada de pintura ou os azulejos, assim sendo não são graves para a segurança das pessoas. Em casos mais graves, uma fissura pode ser tão profunda que pode afectar a alvenaria da parede. Quando este último caso acontece pode aparecer nos dois lados da parede e por afectar a estrutura da parede pode ser um indicativo da queda da parede. Fissuras são um problema que afecta directamente o usuário, pois podem passar chuva e/ou vento. ( Imagem 2 Imagem 1 2. Manchas, Bolores e Fungos: As manchas de humidade (imagem 3) são muito frequentes em habitações e podem ter várias causas. Não são muito graves, no entanto podem daí vir a aparecer bolores e fungos e esse já é um caso de maior gravidade pois podem ser bastante tóxicos e como tal tem que se recorrer logo ao estudo para a sua eliminação. As manchas de humidade podem ter vários causas: Dilatação térmica da cobertura; Falha do revestimento; Vazamento do esgoto; Parede onde escorregue água; Imagem 3 7

Uma fissura interna; A queda do revistimento exterior; Ar húmido; Impermeabilização fraca; Outras O surgimento de fungos nas paredes pode originar tosse e irritações na garganta pois polui o ar da habitação. Uma forma de eliminá-los é com uma tinta anti-fungos, no entanto esta tinta não acaba com as manchas de humidade. Imagem 4 3. Queda do revestimento exterior: A queda do revestimento é uma patologia bastante frequente construções, principalmente em prédios que têm como revestimento exterior ladrilhos em cerâmica, em prédios deste tipo vêm-se falhas no revestimento como se apresenta na imagem 5, apesar de neste caso ser um caso pouco grave. Imagem 5 Muitas vezes estes casos de queda do revestimento estão associados a outras patologias referidas anteriormente como as fissuras e as infiltrações que depois originam manchas de humidade. Porém, existem não só estas mas variadas causas que irão ser aprofundadas mais à frente. (www.ebanataw.com.br/roberto/patologias/unidade.php) 8

3. Queda do revestimento exterior A queda do revestimento exterior é algo que ocorre em diversos edifícios, principalmente naqueles com mais de dois pisos. Em grande parte dos casos não é de extrema gravidade, porém transmite uma sensação de degradação do aspecto visual e de insegurança por parte dos utentes. 3.1. Vantagens e importância da colocação de revestimento: sendo o revestimento dos edifícios bastante importante a vários níveis e não tendo apenas uma função estética é importante a sua correcta colocação. As principais vantagens de colocação de revestimento exterior são: a) Uma maior durabilidade da alvenaria utilizada na fachada dos edifícios, ou seja, a alvenaria passa a não estar em contacto quase directo com o meio ambiente, pois passa a estar protegida pelo revestimento, há uma menor erosão desta assim sendo; b) O facto de contribuir para um melhor conforto internos a nível térmico e acústico; c) A nível estético é muito mais agradável do que ter a alvenaria directamente á vista. 3.2. Principais causas para a queda de revestimento: Apesar da colocação do revestimento estar associada a várias vantagens e também tendo elevados custos esta colocação nem sempre é realizada da melhor forma existindo várias patologias relacionadas com o revestimento. As principais causas para a queda do revestimento são: a) Por vezes a utilização inadequada das características do revestimento, sendo as principais características que influenciam esta queda a rigidez dos materiais bem como as suas dimensões; b) A temperatura também tem um papel importante na ocorrência desta patologia pois quando ocorre o chamado choque térmico afecta muitas vezes a aderência do material; c) A humidade, tal como a temperatura, influencia também a aderência fazendo muitas vezes com que o material utilizado para a colocação do revestimento perca as suas características; d) A colocação do revestimentos que em grande parte dos casos é feita de forma deficiente. Não é usada a quantidade necessária de cola nem é espalhada correctamente; e) As fissuras também contribuem para a degradação do revestimento pois permitem a entrada de água no revestimento que posteriormente leva à degradação da cola e consequente queda do revestimento; f) A elevada carga que o revestimento tem de suportar, por vezes quando não prevista aquando da sua colocação, leva depois á queda do revestimento; 9

g) A capacidade de absorver água dos materiais utilizados (porosidade dos materiais) é também um factor importante na sua degradação pois a utilização de materiais que absorvam menores quantidades de água contribui para diminuir o risco de queda do revestimento.as imagens seguintes representam este tipo de patologia. (www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/arquivode-posts/) Imagem 6 Imagem 7 Imagem 8 3.3. Dimensões e tipos de queda do revestimento: o descolamento dos ladrilhos pode ter diferentes tipos conforme as dimensões deste, assim sendo, existem três tipos: a) Descolamento generalizado (imagem 9): Está frequentemente associado à elevada expansão dos ladrilhos, à falta de qualidade do material de colagem, a erros sistemáticos de aplicação ou à incompatibilidade entre as várias camadas do sistema; Imagem 9 b) Descolamento localizado: o descolamento localizado (imagem 10) está normalmente associado a uma fissura e de pequenas dimensões, ou a uma zona de concentração de tensões, ou num local onde haja uma pequena penetração de água; Imagem 10 c) Descolamento com empolamento: O descolamento generalizado com empolamento (imagem 11) está geralmente associado à franca expansão do material cerâmico de revestimento, não compensado por juntas de assentamento com largura e espaçamento compatíveis. (Silva, José A. Raimundo. Patologia dos Revestimentos Cerâmicos. Universidade de Coimbra) Imagem 11 10

4. Como prevenir a queda do revestimento: por vezes ter um cuidado inicial aquando da colocação do revestimento evita danos que possam surgir no futuro. Assim as principais formas de prevenir a queda de revestimento são: a) Escolha correcta do material de que é feito o revestimento a utilizar, devendo este ser adequado às características dos edifícios; b) Escolha correcta das colas que irão servir para a colocação dos revestimentos, ou seja colas apropriadas ao substrato onde vão ser colocadas bem como da sua rigidez; c) Na colocação do revestimento é importante a colocação correcta da cola tendo esta de estar bem espalhada no revestimento para uma maior durabilidade do revestimento; d) Possuir um bom projecto de revestimento que preveja o que poderá acontecer nas diversas condições, ou seja, este projecto deve contemplar uma previsão rigorosa de todos os factores que possam degradar o revestimento; e) Assim uma boa prevenção para que no futuro não haja problemas de queda é a utilização e colocação adequada dos materiais e haver uma correcta previsão das condições a que vão estar sujeitas as placas do revestimento. h) No entanto, muitas destas formas implicam um maior empenho monetário por parte das empresas de construção, por isso é que continuam a existir vários problemas associados a esta patologia. (www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/arquivo-de-posts/) 11

5. Tratamento da patologia em estudo O destacamento do revestimento em monomassa da fachada de um edifício de habitação pode ter possíveis reparações, que poderiam proceder às seguintes reparações: Demolição do revestimento em monomassa; Verificação da estabilidade da parede; Tratamento das fissuras do suporte; Aplicação de um reboco com argamassa à base de polímeros, armado com rede de fibra de vidro; Aplicação do revestimento em monomassa, devendo obedecer-se às especificações do documento de homologação do produto. Preferencialmente, a monomassa deveria ser substituída por um sistema de isolamento térmico pelo exterior do tipo ETICS ou fachada ventilada. (www.patorreb.com) 12

6. Conclusão Concluindo, com este trabalho aprofundou-se o tema da reabilitação de edifícios, devido ao facto de aparecerem patologias neste. As patologias referidas foram: fissuras; manchas, bolores e fungos; queda de revestimento, sendo esta última a mais estudada no relatório. Podemos concluir que a reabilitação foi algo que evolui ao longo das décadas, muito devido também à evolução da tecnologia. A queda de revestimento exterior é uma patologia muito frequente em edifícios com ladrilhos em cerâmica, edifícios com pouco mais de 10 anos já começam a sofrer com esta patologia, muitas vezes a culpa não é dos agentes exteriores mas sim dos construtores, a aplicação da cola não é bem executada, os ladrilhos não são os mais apropriados, etc. Como tal, é necessário consciencializar as empresas porque apesar de não ser uma patologia com efeitos muitos graves tem um grande impacte visual. 13

7. Bibliografia Addleson, Lyall; Rice, Colin. 1995. Performance of Materials in Buildings. Butterworth- Heinemann Ltd, Oxford. Lucas, J. Carvalho. 1999. Revestimentos Cerâmicos para Paredes ou Pavimentos - proposta de intervenção do LNEC para melhoria da qualidade em obra. LNEC, Lisboa. Pimentel, António. João Guerra Martins 2005. Reabilitação - Tradicionais. Universidade Fernando Pessoa. Silva, José A. Raimundo. Patologia dos Revestimentos Cerâmicos. Universidade de Coimbra www.cimentoitambe.com.br/massa-cinzenta/arquivo-de-posts/ www.ebanataw.com.br/roberto/patologias/unidade.php www.patorreb.com www.wikipedia.org 14