CFI - Código Fiscal ao Investimento - DL 162/2014 de 31 Outubro



Documentos relacionados
Informação n.º 2/ /novembro/2014

PORTUGAL 2020 E OS BENEFÍCIOS FISCAIS PARA O INVESTIMENTO: DOIS

Sistemas de Incentivos Portugal 2020

Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

BENEFÍCIOS INCENTIVOS FISCAIS

BBB

RFAI. Regime Fiscal de Apoio ao Investimento

Incentives News Flash nº 28/2014 Create value with public funding

Benefícios Fiscais. Mariana Gouveia de Oliveira

Benefícios Fiscais. Benefícios Fiscais Contratuais ao Investimento Produtivo

Apoios ao Investimento em Portugal

É um sistema específico de incentivos fiscais ao investimento realizado pelo sujeito passivo de IRC.

LISBOA PORTO FUNCHAL SÃO PAULO LUANDA MAPUTO PRAIA MACAU DILI SÃO TOMÉ PEQUIM SHANGAI. de investimento

SEMINÁRIO CROWE HORWATH ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2011 (IRC) 2011 Crowe Horwath International

Guia de Incentivos Fiscais 2014

PSZ CONSULTING Dez 2014

Benefícios Fiscais Guia Prático

BENEFÍCIOS FISCAIS EM IRC

II Congresso de Direito Fiscal

Incentivos Fiscais: SIFIDE Internacionalização Investimento Produtivo. Data de Apresentação:14 de Abril de2010

CFEI. Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento

Vale Projecto - Simplificado

Guia de Incentivos Fiscais

Medidas de apoio ao I&D nas Empresas. Investigação em Co-Promoção SIFIDE Internacionalização

BENEFÍCIOS FISCAIS EM IRC

IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO

PME INVESTE V milhões de euros - ENCERRADA. PME IINVESTE II / QREN milhões de euros ABERTA

Lei n.º 10/2009, de Série I, n.º 48

Artigo 7.º Fiscalização

N OVO C Ó D IGO FISCAL DO INVESTIMENTO

OUTUBRO/NOVEMBRO 2009

Programa Investe Jovem. Apoio à Criação do Próprio Emprego

Impostos & Contribuição Social 4º trimestre 2010

empresarial Jorge Figueiredo

Legislação. Publicação: Diário da República n.º 184/2015, Série I, de 21/09, páginas

GAI GABINETE APOIO AO INVESTIDOR PME INVESTE VI LINHA ESPECÍFICA MICROS E PEQUENAS EMPRESAS INFORMAÇÃO SINTETIZADA 1

Estatuto dos Benefícios Fiscais Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares. Seminário Inovações Fiscais 2014

SIFIDE (SISTEMA DE INCENTIVOS FISCAIS EM INVESTIGAÇÃO E DESENVOLVIMENTO EMPRESARIAL)

Impostos Diferidos e o SNC

Linha Específica. Dotação Específica do Têxtil, Vestuário e Calçado CAE das divisões 13, 14 e 15

Regime Fiscal Seguros Reais e de Poupança -

Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de Fevereiro - 41 SÉRIE I, 1º SUPLEMENTO

Sessão de Esclarecimento Balanço das Medidas Anti-Cíclicas

PME Investe VI Aditamento

CONTALIVRE CONTABILIDADE, AUDITORIA E GESTÃO DE EMPRESAS,LDA CIRCULAR Nº 1/2014 IRS

Linha Específica Sectores Exportadores. Linha Micro e Pequenas Empresas

Flash informativo fiscal nº6 - julho 2015

APRESENTAÇÃO SIFIDE. Inovaz Consultoria em Inovação. Tel: Fax:

SIFIDE II. Sistema de Incentivos Fiscais em I&D Empresariais II

Assim, integram a Categoria E os rendimentos de capitais, enumerados no artigo 5.º do CIRS.

Incentivos a Microempresas do Interior

PROJETO DE REGULAMENTO PARA O RECONHECIMENTO DO INTERESSE DO INVESTIMENTO PARA A REGIÃO. Nota justificativa

LINHAS PME INVESTE SECTOR DO TURISMO

INFORMAÇÃO PARA ACESSO À LINHA DE CRÉDITO INVESTE QREN

IMPARIDADE DE ACTIVOS FINANCEIROS

Investimento no Estrangeiro

PME Investe VI. Linha de Crédito Micro e Pequenas Empresas

SISTEMA DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA PERSPECTIVA DOS UTILIZADORES (DGCI)

SEGUROS DE VIDA IRS 2014

INFORMAÇÃO PARA ACESSO À LINHA DE CRÉDITO INVESTE QREN

FUNDO REVITALIZAR SUL

ORA newsletter. Resumo Fiscal/Legal Outubro de Proposta de Lei do Orçamento do Estado para Revisores e Auditores 9

Março é mês de pagamento especial por conta

PROJECTO DE LEI N.º 179/IX ALARGA O REGIME DE INCENTIVOS FISCAIS À I&D EMPRESARIAL. Exposição de motivos

Novas medidas e benefícios fiscais para Abílio Sousa

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação

Secção II 1* Fundos e sociedades de investimento imobiliário para arrendamento habitacional

Legislação. Publicação: Diário da República n.º 126/2015, Série I, de 01/07, páginas ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

Benefícios Fiscais. Incentivos em regime contratual

SISTEMAS DE INCENTIVOS QREN INFORMAÇÃO PARA ACESSO À LINHA DE CRÉDITO INVESTE QREN


Inovação Empreendedorismo Qualificado e Criativo

SEGUROS DE VIDA IRS 2015

ORIENTAÇÃO DE GESTÃO N.º 05.REV3/2014

PROJECTOS DE EMPREENDEDORISMO QUALIFICADO

Incentivos fiscais à reabilitação urbana e legislação relacionada. Tatiana Cardoso Dia 18 de Setembro de 2013 Lisboa

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRS DL 238/2006 E LEI 53-A/2006

DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES

INFORMAÇÃO FISCAL. O Anexo A da IES. Algumas notas sobre a informação de natureza fiscal

QREN Agenda de Competitividade

Abertas candidaturas à Linha de Crédito PME Investe VI

Inovação Produtiva PME

Linha PME Investe V. Millennium bcp. Maio 2010

Linhas de Crédito PME INVESTE IV

Anexo às Contas Individuais da Sociedade ACCENDO, LDA

O REGIME FISCAL DE APOIO AO INVESTIMENTO

Novo Regime de IVA de Caixa

O Orçamento de Estado 2011

III Congresso de Direito Fiscal (IDEFF/Almedina, 11 Outubro 2012, Hotel Altis)

Fiscalidade em Portugal. Um primeiro olhar

Linha de Crédito PME Crescimento Respostas a questões das Instituições de Crédito - Versão v.1

Contributos para compreender e utilizar a. Dedução por Lucros Retidos e Reinvestidos (DLRR)

GABINETE PARA OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Incentivos a Microempresas do Interior. Saiba como se candidatar

Linha de Crédito PME Crescimento Respostas a questões das Instituições de Crédito - Versão v.1

REAL PPR SEGURO MAIS Informações Pré-Contratuais

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS EM 31 DE DEZEMBRO DE 2007

Linha de Crédito PME Crescimento 2014

Programa de Estabilidade e Programa Nacional de Reformas. Algumas Medidas de Política Orçamental

Enquadramento Fiscal dos Advogados em. sede de IRS, IVA e segurança social

Transcrição:

CFI - Código Fiscal ao Investimento - DL 162/2014 de 31 Outubro Generalidades Aplicação a investimentos realizados a partir de 1 Janeiro de 2014 (excepto para efeito de apuramento dos limites máximos dos auxílios estatais e benefícios fiscais contratuais que é a partir de 1 Julho de 2014). O mapa nacional de auxílios estatais com finalidade regional para o período de 1 de Julho de 2014 a 31 de Dezembro de 2020 foi alterado nos termos da tabela abaixo. Regiões regime anterior Novo Regime (após 1/7/14) até 30/7/14 a) não PME Media emp Peq e micro emp Norte 30% 25% 35% 45% Centro 30% 25% 35% 45% Alentejo 30% 25% 35% 45% Açores 50% 45% 55% 65% Madeira 40% 35% 45% 55% Algarve 20% 10% 20% 30% Grande Lisboa (parte) 15% 10% 20% 30% Península Setúbal 15% 10% 20% 30% a) grandes empresas Estes limites máximos são aplicáveis aos benefícios fiscais concedidos às empresas no âmbito do regime de benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo e do RFAI, cada um deles em acumulação com o DLRR. As regras de minimis apenas se aplica à remuneração convencional de capital que, recorde-se, limita a 200.000 euros o total de apoios possíveis de obter com vários sistemas existentes (PME investe, QREN, etc), tendo como base no valor acumulado móvel do próprio exercício e dos dois anteriores. O mesmo investimento não pode concorrer a mais do que um sistema, com excepção da justificação de investimento nos termos do DLRR e da redução da tributação a 50% das mais valias (artº 48º do CIRC). Necessidade de demonstrar a inexistência de dívidas à administração tributária e à segurança social ter no dossier fiscal certidões com referência pelo menos a Dezembro e Abril de cada ano, as quais poderão ser obtidas gratuitamente via internet. Página 1 de 5

Igualmente deverão constar no anexo ao balanço referência quantificada dos incentivos obtidos e no dossier fiscal suporte documental dos cálculos efectuados. Não é aplicável a nenhumas destas medidas a limitação do artº 92º do CIRC que refere que o imposto liquidado não pode ser inferior a 90% do montante que seria apurado se o sujeito passivo não usufruísse de benefícios fiscais. Nestes termos, é possível que de uma forma individual ou acumulada seja possível deduzir a totalidade da colecta mais derrama estadual (não a derrama municipal). Hierarquização dos vários sistemas que podem ser acumulados até à totalidade da colecta mais derrama estadual, considerando-se ainda: Limites que devem ser respeitados individualmente: RFAI 2009 a 2012 com limite de 25% da colecta; RFAI 2013 com limite de 50% da colecta; RFAI 2014 com limite de 100% da colecta nos 3 primeiros anos de actividade e 50% nos restantes E, seguintes prioridades (prática da AT): Em função da antiguidade e, na hipótese de incentivo remanescente; Um critério de repartição proporcional. Necessidade de registo contabilístico de activos por impostos diferidos nos termos da NCRF 25 / IAS 12 que refere: Um activo por impostos diferidos deve ser reconhecido para o reporte / transporte de perdas fiscais não usadas e créditos tributáveis / fiscais não usados até ao ponto em que seja provável que lucros tributáveis futuros estarão disponíveis contra os quais possam ser usadas perdas fiscais não usadas e créditos tributáveis / fiscais não usados Página 2 de 5

RFAI Regime Fiscal de Apoio ao Investimento Investimentos relevantes: Activos fixos tangíveis e intangíveis em estado novo com algumas excepções. Forma: dedução à colecta de IRC de 20% para investimento até 5 milhões de euros e 10% da parte que exceda aquele valor (para Algarve, Grande Lisboa parcialmente e península de Setúbal 10% do investimento). Limite de dedução para empresas novas no ano de constituição e nos dois seguintes 100% da colecta mais derrama estadual; nos restantes casos 50%, com um prazo de reporte de 10 anos, sendo acumulável com outros incentivos atribuídos no âmbito do RFAI anteriormente. Outros incentivos IMI até 10 anos e IMT / Imposto selo para imóveis considerados investimentos relevantes. Os sectores de actividade beneficiários foi alargado tendo sido suprimida a palavra principal conforme mapa abaixo: Actividade nos seguintes sectores Antes Agora Industria extractiva transformadora (excepto sectores siderúrgico, OK OK construção naval e fibras sintéticas) Turístico OK OK Actividade e serviços informáticos conexos X OK Agrícola, florestal, agroindustrial OK OK Actividades de I&D e de alta intensidade tecnológica X OK Tecnologias de informação e produção de audiovisual e multimédia X OK Energético X OK Defesa, ambiente, telecomunicações X OK Centros de serviços partilhados X OK Aplicável a investimentos relevante que proporcionem a criação de postos de trabalho e a sua manutenção até ao período mínimo de manutenção dos investimentos. Obrigação da manutenção na empresa e na região dos bens objecto do investimento, durante o período mínimo de manutenção que é de 3 anos para as PME e de 5 anos para os restantes casos. Em caso de incumprimento deve ser pago o IRC que deixou de ser liquidado com juros compensatórios majorados em 10 pontos percentuais. Verificação do cumprimento da obrigação de criação de postos de trabalho sem termo através da comparação dos postos de trabalho sem termo pré projecto e anualmente ao longo do período mínimo de manutenção. Página 3 de 5

Ou seja, não se pode baixar o número de postos de trabalho criados com o investimento, p. ex, se na situação pré projecto existiam 30 postos de trabalho e se com o projecto criaram-se 5 novos postos de trabalho, terá que haver a manutenção de um número mínimo de postos de trabalho sem termo de 35 trabalhadores. SIFIDE II Sistema de incentivos fiscais em investigação e desenvolvimento empresarial Horizonte temporal até final de 2020 Forma: dedução até 100% da colecta tendo uma taxa base de 32,5% das despesas de I&D (são aceites custos internos), podendo ainda ter taxa incremental de 50% do acréscimo das despesas em relação à média aritmética dos dois exercícios anteriores. Não pode haver acumulação em mais do que um sistema de incentivo fiscal para as mesmas aplicações relevantes, contudo podem integrar como aplicação relevante a parte do investimento que não tenha sido objecto de comparticipação financeira a fundo perdido. Reportável até ao 8º exercício seguinte (para investimentos em 2014 ou posteriores e para os investimentos anteriores a 2014 são 6 anos) Candidatura até ao fim de Julho do ano seguinte aos investimentos com a possibilidade de utilização do benefício na colecta do exercício do investimento (como anteriormente). Existência no dossier fiscal de declarações de inexistência de dívidas com referência ao mês anterior em que é utilizado o incentivo (Abril do ano seguinte considerando a entrega da mod 22 IRC em Maio). DLRR Regime de dedução por lucros retidos e reinvestidos Transferido do EBF para o CFI, sendo apenas aplicável às PME. Acumula com o RFAI e os Benefícios contratuais para efeitos de limites máximos aos auxílios estatais Forma: dedução á colecta de 10% dos lucros retidos e reinvestidos no prazo de 2 anos em activos fixos tangíveis (com algumas excepções), os quais deverão ser mantidos por 5 anos. Limites até 25% da colecta sendo que no caso do regime do lucro consolidado (RETGS) é a menor das duas : a individual ficcionada ou a do Grupo. A não concretização da totalidade do investimento até ao termo do prazo de dois anos e não constituição de uma reserva não distribuível durante 5 anos, implica a devolução do montante do imposto que deixou de ser liquidado com juros compensatórios acrescidos de 15 pontos percentuais. Página 4 de 5

Não tem regra de reporte Os investimentos podem também servir para dar cumprimento à obrigação de investimento para efeitos da redução da tributação a 50% das mais valias (artº 48º do CIRC) além de ser acumulável com o RFAI e com os Benefícios contratuais. Remuneração convencional capital social Transferido de legislação autónoma (Lei 2/2014) para o EBF (artº 41ª) Opera por dedução ao lucro tributável ao contrário dos sistemas anteriores que é por dedução à colecta. Forma: 5% das entradas realizadas em numerário (não contam as entradas em espécie incluindo a transformação de suprimentos ou prestações acessórias de capital), a deduzir no próprio ano e nos três períodos seguintes ou seja, um total correspondente a 20%. Aplica-se exclusivamente a PME e às entradas de sócios pessoas singulares e sociedades de capital de risco. Aplicável a regra de minimis Benefícios fiscais contratuais ao investimento produtivo Aplica-se a projectos com investimentos produtivos (CAE s a serem definidos por portaria) a partir de 1 de Julho 2014, no valor mínimo 3 milhões euros a realizar até 31 Dez 2020, sendo aplicável os limites dos auxílios estatais com finalidade regional (ver tabela acima). Obriga a contrato de concessão de benefícios fiscais a aprovar por resolução do Conselho de Ministros. Forma - Dedução à colecta - crédito de imposto entre 10 e 25% (antes 20%) do investimento relevante com limite de 100% da colecta para empresas novas e, para as empresas existentes, o maior de entre 25% do total do benefício e 50% da colecta, com possibilidade de reporte até ao termo do contrato. Percentagem de apoio fixado em função das várias majorações possíveis (localização, criação de postos de trabalho, etc) sendo que não podem ultrapassar os 25%. Outros incentivos - IMI e IMT redução ou isenção; Imposto Selo - isenção relativamente a todos os atos ou contratos associados ao projecto. Página 5 de 5