MANEJO DE PRAGAS DO AMENDOINZEIRO COM PRODUTOS ALTENATIVOS E CONVENCIONAIS



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Transcrição:

Página 1014 MANEJO DE PRAGAS DO AMENDOINZEIRO COM PRODUTOS ALTENATIVOS E CONVENCIONAIS Raul Porfirio de Almeida 1 ; Aderdilânia Iane Barbosa de Azevedo 2 ; 1Embrapa Algodão, C.P. 174, 58.428-095, Campina Grande - PB, Brasil, E-mail: raul@cnpa.embrapa.br; 2 Instituto Federal da Paraíba, CEP: 58.107-000, Campina Grande-PB RESUMO Este trabalho objetivou avaliar o efeito de produtos alternativo a base de Cal+Nim (Próagrim) e de convencionais sobre insetos-praga (tripes, lagarta-do-pescoço-vermelho e cigarrinha verde) e doenças (cercosporioses) da cultura do amendoim. O experimento foi realizado em Mogeiro-PB, safra 2008. O delineamento estatístico utilizado foi em blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. As aplicações foram realizadas utilizando-se 1,0 e 2,0 kg do Cal+Nim para 20L de água por pulverizador, a cada 10 e 15 dias (s: T1, T2, T3 e T4); T5 metamidofós (0,5L ha -1 ) e azoxistrobina (100g ha -1 ); e T6 Testemunha. As amostragens foram realizadas semanalmente. A primeira avaliação foi realizada aos 19 dias após a germinação (dag) das plantas. A utilização de produtos convencionais proporcionou maior controle e produtividade da cultura do amendoim. Palavras-chave Amendoinzeiro; manejo de pragas; controle alternativo INTRODUÇÃO A cultura do amendoim pode ser afetada por insetos e doenças que comprometem várias partes da planta, como folhas, raízes, vagens e sementes (NOBREGA e SUASSUNA, 2004). Dentre os principais insetos-praga que atacam a parte aérea da planta, destacam-se o tripes, Enneotripes flavens (Moulton, 1941), a lagarta-do-pescoço-vermelho, Stegasta bosquella (Chambers, 1975) e a cigarrinha-verde, Empoasca kraemeri (Ross & Moore, 1957) (ALMEIDA, 2005). Entre as doenças foliares, as cercosporioses Cercospora arachidicola Hori e Cercosporidium personatum (Berk. & Curstis) Deighton, são amplamente disseminadas em todas as regiões de cultivo do Brasil (PIO- RIBEIRO et al., 2005; BARRETO, 2007). O uso de produtos alternativos para o controle das pragas da cultura do amendoim, incorporados a programas de manejo de pragas, é de extrema importância para redução do risco e impacto sobre a saúde humana e o meio ambiente. Segundo Menezes (2005), a identificação e a

Página 1015 avaliação de compostos químicos vegetais com propriedade inseticida são importantes, pois a utilização incorreta dos agrotóxicos pode causar sérios problemas. Entretanto, apesar da ênfase que se tem sido feita para desenvolvimento de produtos alternativos para o controle de pragas, o controle químico ainda é, de forma geral, o principal método utilizado. Este trabalho objetivou avaliar os efeitos do Cal+Nim em comparação a produtos convencionais, sobre insetos e doenças da cultura do amendoim, como possível ferramenta a ser utilizada em áreas de Produção Integrada de Amendoim. MATERIAL E MÉTODOS Este trabalho foi realizado em área de produtor rural, em Mogeiro-PB, safra 2008. A área total do experimento foi 2.184m 2 e a cultivar utilizada foi BRS Havana, plantada no espaçamento de 0,5m x 0,2m, com 10 plantas por metro linear. A unidade experimental foi de 45,1 m 2 (5,5 m x 8,2 m) e a área útil de 21,7 m 2 (3,5 x 6,2). O espaçamento entre blocos e tratamentos foi de 3,5 e 3,6 m, respectivamente. Os tratamentos com Cal+Nim foram: T1 e T2 1,0 kg (intervalo de aplicação de 10 e 15 dias); T3 e T4 2,0 kg (intervalo de aplicação de 10 e 15 dias). Para aplicação utilizou-se 20L de água por pulverizador; T5 metamidofós (0,5L ha -1 ) e azoxistrobina (100g ha -1 ). Neste tratamento, as aplicações foram realizadas em função da detecção do Nível de Controle (NC) dos insetos-praga: Tripes 50% de folíolos atacados; Lagarta-do-pescoço-vermelho 80% de folíolos com perfurações simétricas; cigarrinha-verde média de duas cigarrinhas/folha; Para cercosporiose, foram feitas três aplicações de azoxistrobina, iniciando-se ao se verificar 20% de plantas com pelo menos um folíolo com presença de mancha; e T6 Testemunha (sem controle). As amostragens foram realizadas semanalmente, avaliando-se 10 plantas por unidade experimental. Para o tripes, avaliou-se o primeiro folíolo expandido do ápice da planta da haste principal com injúrias, contando-se todos os folíolos que apresentaram pelo menos 50% de injúrias (ALMEIDA et al., 2007); para avaliação da lagarta-do-pescoço-vermelho, observou-se a presença ou ausência de perfurações simétricas para cada folíolo da primeira folha do ramo principal; e para cigarrinha verde, avaliou-se o número de ninfas das três primeiras folhas (12 folíolos) do ramo principal. Para avaliação das cercosporioses, avaliou-se o número de folíolos na haste principal da planta, constatando-se presença/ausência de manchas foliares. A primeira avaliação se iniciou aos 19 dias após a germinação (dag) das plantas. Foram avaliadas também: (1) a produtividade de amendoim em casca (kg ha -1 ); (2) as perdas de produção (BERTELS, 1950), o percentual de desfolha/planta e a diferença percentual de desfolha entre tratamentos. Esta última foi calculada pela diferença entre o

Página 1016 tratamento em que houve menor desfolha com os demais. O delineamento estatístico utilizado foi em blocos ao acaso, com seis tratamentos e quatro repetições. Os dados do experimento foram submetidos à análise de variância pelo teste de F (P 0,05) e as médias comparadas pelo teste de Tukey (P 0,05 e 0,01), quando necessárias. RESULTADOS E DISCUSSÃO As médias dos folíolos com injúrias causadas por tripes, durante o ciclo da cultura, para cada tratamento, está representada na tabela 1. Verificou-se que tanto no tratamento sem controle como nos tratamentos com Cal+Nim, houve aumento do número de folíolos atacados ao longo das avaliações realizadas. Para o tratamento com metamidofós (T5), detectou-se diferença estatística na 7ª avaliação, não diferindo este da testemunha e do tratamento 3. A redução dos percentuais de injúria para tripes da 5ª para 6ª avaliação foi devido à aplicação de metamidofós para o controle de S. bosquella no T5, aos 51 dag, ao se detectar 80% de folíolos com perfurações simétricas. Por outro lado, o nim pode não apresentar eficiência no controle de algumas pragas como demonstrado por Mendes et al. (2007), ao utilizarem o produto sobre E. flavens na cultura do amendoim. Para as avaliações da lagarta-do-pescoço-vermelho, não se verificaram diferenças estatísticas entre os tratamentos (Tabela 2). Observou-se aumento de dano até a 7ª avaliação no tratamento sem controle (T6) como nos tratamentos com Cal+Nim. Na 6ª avaliação, após a aplicação do produto químico no 5, pode-se verificar redução do percentual de folíolos com injúrias. Nas avaliações para cigarrinha verde, detectaram-se baixos níveis populacionais do inseto, não atingindo em nenhuma delas o nível estabelecido para controle (Tabela 3), apesar de serem verificadas diferenças estatísticas na 3ª e 5ª avaliação. Para cercosporiose, a média de folíolos com manchas foi crescente durante o desenvolvimento da cultura do amendoim (Tabela 4). O nível estabelecido para controle foi atingido a partir da 2ª. avaliação, sendo realizadas aplicações com fungicida (T5) aos 29, 44 e 57 dag. Aos 49 e 56 dag (5ª e 6ª avaliação), após duas aplicações do fungicida, detectou-se diferença estatística significativa entre o tratamento 5 e os demais tratamentos. Na 7ª avaliação o tratamento com fungicida não diferiu do tratamento 4 (Cal + Nim - 2,0 kg/20l H20). As respostas da cultura do amendoim aos tratamentos utilizados são apresentadas na tabela 5, através dos dados de produtividade e desfolha. O T5 (aplicações com inseticida e fungicida)

Página 1017 apresentou a maior produtividade (2.268,29 kg ha -1 ), diferindo estatisticamente de todos os outros tratamentos. As perdas de produtividade foram bastante significativas, variando de 38,54 a 47,78%. O menor percentual de desfolha por planta foi obtido no T5. A desfolha na cultura do amendoim foi atribuída, principalmente, a incidência de cercosporiose. O possível não efeito do Cal+Nim, sobre insetos e os patógenos, foi devido, possivelmente, a reduzida aderência do produto aos folíolos, em função do produto facilmente deslizar sobre a superfície lisa do limbo de tamanho reduzido, facilitando o escoamento do produto. Novos experimentos devem visar à utilização de produtos que confiram maior aderência ao pró-agrim sobre as folhas do amendoim. CONCLUSÃO Os tratamentos a base de Cal+Nim não controlaram os insetos e doenças na cultura do amendoim; Os tratamentos com metamidofós e azoxistrobina foram os mais adequados para o manejo das pragas na cultura do amendoim. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, R. P. de. Manejo de insetos-praga da cultura do amendoim. In: SANTOS, R.C. (Ed.Tec.). O agronegócio do amendoim no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005. Cap.8, 451p. ALMEIDA, R.P.; AZEVEDO, A.I.B.; LIRA, A.S.; COELHO, P.C.P.; SOUZA, S.L. de. Amostragem de tripes em áreas de produção integrada de amendoim. In: SIMPÓSIO DE ENTOMOLOGIA, 1.; REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE DE ENTOMOLOGIA DA PARAÍDA, 3., 2007, Campina Grande. Entomologia e Biodiversidade - Anais... Campina Grande: UEPB, p. 156, 2007 BARRETO, M. Manual de identificação e manejo de doenças do amendoim. Jaboticabal: Funep, 2007. 33 p. BERTLES, A. (1950) Coeficiente de prejuízo causado pelas pragas. Agros, v.3, p. 255-256. 1950. MENDES, P.C.D.; AMBROSANO, E.J.; GUIRADO, N.; ROSSI, F.; ARÉVALO, R.A. Utilização de defensivos alternativos no controle de Enneothrips flavens (Thysanoptera:Thripidae) na cultura do amendoim. Revista Brasileira de Agroecologia, v.2, n.1, 2007. MENEZES, E. de L. A. Inseticidas botânicos: seus princípios ativos, modo de ação e uso agrícola. Embrapa, Seropédica, Rio de Janeiro, 2005. (Documentos 205). NÓBREGA, F. V. A.; SUASSUNA, N. D. Análise sanitária de sementes de amendoim (Arachis hypogaea L.) armazenadas em algumas áreas do estado da Paraíba. Revista de Biologia e Ciências da Terra.v.4, n.2, 2004. PIO-RIBEIRO, G.; ANDRADE, G.P.de; MORAES, S.A. de. Principais doenças do amendoim e seu controle. In: SANTOS, R.C. (Ed.Tec.). O agronegócio do amendoim no Brasil. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005. Cap.VII, p. 263-337.

Página 1018 Tabela 1. Percentuais médios 1 de folíolos com injúrias por tripes durante o ciclo da cultura do amendoim, cultivar BRS Havana. Mogeiro-PB, 2008. 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª T1 0,00 4,38 10,63 20,63 32,50 60,63 78,13 a 71,25 T2 0,00 5,00 18,75 13,13 32,50 56,25 76,25 a 66,25 T3 0,00 2,50 21,88 19,38 38,13 63,13 68,13 ab 75,00 T4 0,00 2,50 14,38 27,50 29,38 57,50 75,00 a 83,75 T5 0,00 3,13 12,50 28,13 38,75 33,13 41,25 b 56,25 T6 0,00 3,75 18,75 18,75 26,25 50,63 70,00 ab 65,63 F - 0,297 ns 0,962 ns 2,358 ns 0,582 ns 2,332 ns 3,807* 2,096 ns 1Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P 0,01) * Teste de F significativo (P 0,05); ns Teste de F Não significativo Tabela 2. Percentuais médios 1 de folíolos com injúrias por S. bosquella durante o ciclo da cultura do amendoim, cultivar BRS Havana. Mogeiro-PB, 2008. 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª T1 10,00 11,25 27,50 56,25 66,88 68,75 78,13 71,25 T2 1,25 6,88 24,38 45,63 76,25 63,75 70,63 56,88 T3 5,63 15,00 34,38 48,75 75,00 65,63 71,25 65,63 T4 7,50 17,50 23,13 56,88 70,63 55,00 66,25 71,88 T5 7,50 12,50 24,38 62,50 80,63 70,63 65,63 71,25 T6 9,38 13,13 23,13 45,00 62,50 65,63 73,75 75,63 F 1,46 ns 0,73 ns 0,78 ns 2,10 ns 1,29 ns 1,59 ns 0,78 ns 1,14 ns ns Teste de F Não significativo Tabela 3. Número médio 1 de E. kraemeri / folha durante o ciclo da cultura do amendoim, cultivar BRS Havana, Mogeiro-PB, 2008. 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª T1 0,05 0,05 0,18 ab 0,14 0,12 ab 0,04 0,02 0,02 T2 0,03 0,05 0,23 a 0,18 0,10 ab 0,06 0,01 0,01 T3 0,07 0,07 0,26 a 0,15 0,18 a 0,07 0,01 0,01 T4 0,04 0,05 0,24 a 0,18 0,08 ab 0,05 0,00 0,03 T5 0,02 0,14 0,07 b 0,19 0,00 b 0,00 0,02 0,00 T6 0,02 0,08 0,27 a 0,16 0,05 ab 0,03 0,03 0,01 F 0,77 ns 0,95 ns 6,54** 0,18 ns 2,63* 1,11 ns 0,84 ns 0,66 ns 1Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P 0,05). ** Teste de F significativo (P 0,01); * Teste de F significativo (P 0,05); ns Teste de F Não significativo

Página 1019 Tabela 4. Percentuais médios 1 de folíolos com manchas de cercosporiose, durante o ciclo da cultura do amendoim, cultivar BRS Havana, Mogeiro-PB, 2008. 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª T1 0,50 0,93 3,03 6,90 a 23,00 a 18,48 a 23,38 a 23,23 T2 0,28 0,45 2,60 4,25 ab 20,03 a 18,68 a 22,60 a 21,98 T3 0,35 0,93 2,55 5,60 ab 22,45 a 17,58 a 22,80 a 24,23 T4 0,30 0,85 2,38 4,70 ab 19,20 a 17,48 a 20,65 ab 23,10 T5 0,45 1,10 3,08 3,28 b 8,35 b 12,25 b 16,83 b 20,48 T6 0,40 1,55 3,05 6,48 ab 20,13 a 19,65 a 22,55 a 23,68 F 0,74 ns 1,48 ns 0,33 ns 3,65* 24,80** 9,96** 4,66** 0,93 ns 1Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P 0,05). ** Teste de F significativo (P 0,01); * Teste de F significativo (P 0,05); ns Teste de F Não significativo Tabela 5. Médias 1 de produtividade, perdas e percentual de desfolha/planta, causada por cercosporiose e diferença percentual de desfolha na cultura do amendoim, cultivar BRS Havana, Mogeiro-PB, 2008. Produtividade Perdas de Produção Diferença percentual de Desfolha (%) (Kg/ha) (%) desfolha (%) T1 1276,06 b 43,74 68,90 a 27,50 T2 1244,46 b 45,14 61,15 a 19,75 T3 1394,13 b 38,54 67,85 a 26,45 T4 1184,59 b 47,78 66,53 a 25,13 T5 2268,29 a - 41,40 b - T6 1284,37 b 43,38 70,78 a 29,38 F 18,20** - 13,74** - 1Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem estatisticamente pelo teste de Tukey (P 0,01) ** Teste de F significativo (P 0,01)