Fiscalidade das mais e menos valias resultantes da venda de bens do activo imobilizados: Para o exercício fiscal de 2009.

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O regime facultativo de reavaliação de ativos. Relevante ou displicente?

Transcrição:

Fiscalidade das mais e menos valias resultantes da venda de bens do activo imobilizados: Para o exercício fiscal de 2009. Mais valias realizadas até 31 de Dezembro de 2000 Mais valias realizadas após 1 de Janeiro de 2001 Mais valias realizadas após 1 de Janeiro de 2002 Analisar também a: Circular 7, de 02/04/2002 - Direcção de Serviços do IRC: Regime transitório das mais-valias e menos-valias realizadas Artigos 46º, 47º e 48º do código do IRC Mais valias e Menos valias fiscais realizadas: (artigos 46º, 47º e 48º do Código do IRC): As mais valias realizadas constituem proveitos nos termos do artigo 20º, nº 1, al. f) do código do IRC e as menos valias realizadas constituem custos nos temos do artigo 23º, nº 1, al. i) do código do IRC. São susceptíveis de gerar mais valias ou menos valias, para efeitos de tributação em IRC, as seguintes situações: - Transmissão onerosas de elementos do activo imobilizado; - Sinistros verificados em elementos do activo imobilizado; - Afectação permanente de elementos do activo imobilizado a fins alheios à actividade exercida. Fiscalmente, as mais valias e as menos valias são obtidas deduzindo ao valor de realização, líquido dos respectivos encargos, o valor de aquisição líquido das reintegrações praticadas, actualizada esta última diferença pela aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda, sempre que, entre a data da aquisição e a data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos. Assim, as mais ou menos valias fiscais resultam da aplicação da seguinte formula: MVF ou mvf = VRLiq (VA Aac) * Coef. MVF = Mais Valia Fiscal mvf = Menos Valia Fiscal VR Liq = Valor de realização líquido dos encargos que lhe sejam inerentes VA = Valor de aquisição ou produção Aac = Amortizações acumuladas Coef. = Coeficiente de correcção monetária ou de desvalorização da moeda Valor de realização: O valor de realização é dado, em regra: - Pelo valor da contraprestação obtida (valor de venda);

Para as situações adiante enumeradas, o valor de realização é dado por: No caso de troca: - Pelo valor de mercado dos bens ou direitos recebidos, somando ou deduzindo do montante em dinheiro recebido ou pago. Se a troca for efectuada por bens futuros (por exemplo, troca de terrenos por andares de prédio a edificar no local permutado), o valor de mercado dos bens será o que lhes corresponderia à data do contrato; No caso de expropriação ou de sinistro: - Pelo valor da indemnização No caso de afectação a fins diferentes da actividade: - Pelo valor de mercado. No caso de fusão ou cisão - Pelo valor por que são registados na contabilidade da entidade para a qual os bens são transmitidos. No caso de venda de títulos de dívida. - Pelo valor da venda líquido de juros até à data da transmissão e / ou da diferença entre o valor de reembolso e o preço de emissão, se a remuneração dos títulos for total ou parcialmente constituída por essa diferença. Mais valias ou menos valias contabilísticas: Algebricamente as mais valias e menos valias contabilísticas são dadas por: MVC ou mvc = VRLiq (VA ou Vreav Aac) MVC = Mais Valia Contabilistica mvc = Menos Valia Contabilistica VR Liq = Valor de realização líquido dos encargos que lhe sejam inerentes VA = Valor de aquisição ou produção Vreav = Valor de reavaliação Aac = Amortizações acumuladas Exemplos: A sociedade A, alienou em 1999 um bem do seu activo imobilizado por 20.000 euros, que havia adquirido em 1992 por 10.000 euros. Após reavaliação entretanto efectuada, ao abrigo da legislação fiscal, o valor do bem ficou com 16.000 euros. A taxa de amortização do bem, de acordo com o Decreto Regulamentar nº 2/90, é de 10% e as amortizações contabilizadas, tendo em conta a reavaliação, são de 10.500 euros. A mais valia contabilística é de: MVC = 20.000 (16.500 10.500) MVC = 14.500 A mais valia fiscal é de: MVF = 20.000 [(10.000 7.000*) x 1,28**] MVF = 16.160 * 10.000 x 10% = 1.000 1.000 x 7 anos = 7.000

** Factor de correcção monetária constante da portaria nº 393/99, de 29 de Maio. (para 2003, o valor é o constante da Portaria 287/2003, de 3 de Abril. O ficheiro com esta informação, encontra-se na pasta Diversas Informações, no CD mensal do Boletim Empresarial, com o nome Coef. Desv. Moeda 2003). Não sendo manifestada intenção de reinvestir, deverá, para efeitos de apuramento do lucro tributável, deduzir ao resultado liquido a mais valia contabilistica e adicionar a mais valia fiscal, no quadro 07 da declaração modelo 22. Reinvestimento: Até à entrada em vigor da Lei nº 71/93, de 26 de Dezembro, o saldo positivo entre as mais valias e as menos valias (na parte em que tenham contribuído para a base tributável) realizadas mediante a alienação de bens do activo imobilizado, bem como as decorrentes de indemnizações por sinistros ocorridos com os mesmos bens, era excluído da tributação sempre que o valor de realização fosse reinvestido na aquisição, fabricação ou construção de outros bens do activo imobilizado corpóreo ou financeiro, até ao fim do segundo exercício seguinte. Com a entrada em vigor da Lei nº 71/93, a exclusão da diferença positiva entre as mais valias e as menos valias passou a uma situação de diferimento na tributação. Assim, a diferença positiva entre as mais valias e as menos valias, passou a não ser tributada no exercício em que era realizada (não sendo por isso adicionada no quadro 07 da declaração modelo 22), sempre que o valor de realização que lhe deu origem, fosse reinvestido até ao fim do terceiro exercício seguinte ao da realização. Concretizando-se o reinvestimento, o valor de aquisição dos bens correspondentes, seria deduzido da mais valia que, proporcionalmente, lhe correspondesse, para efeitos de cálculo da quota de amortização fiscalmente aceite. Conseguia-se, desta forma, a tributação diferida da mais valia, por um período que, em regra, correspondia, ao da vida útil do bem em que se concretizou o reinvestimento. Se os bens não fossem reintegráveis, a tributação diferida só se verificaria no momento da eventual alienação dos bens em que se concretizou o reinvestimento. A partir de 1 de Janeiro de 2001, com a entrada em vigor da Lei nº 30-G/2000, de 29 de Dezembro, a consequência do reinvestimento do valor de realização na aquisição, fabricação ou construção de elementos do activo imobilizado corpóreo, afectos à exploração, traduz-se na consideração da diferença positiva entre as mais valias e as menos valias em 1/5 do seu valor, no exercício da realização e nos 4 exercícios seguintes. O período de diferimento da tributação deixou de depender do período de vida útil do bem em que se concretizava o reinvestimento para passar a ser fixo: 5 anos, incluindo o da realização do ganho. Com a alteração do art.º 45º, introduzido pela Lei n.º 109-B/2001, retomou-se, de novo, a via da exclusão tributária, agora em 50%, como forma de fomentar o reinvestimento produtivo (limitase à concretização do reinvestimento a bens afectos à exploração). Estabeleceu-se, contudo, uma nova exigência: a de que os bens transmitidos tenham sido detidos por um período mínimo de 1 ano. Por outro lado, alargou-se a possibilidade de aproveitar a exclusão tributária, em 50%, às maisvalias obtidas com a alienação de partes sociais.

Regime transitório do reinvestimento: Com o objectivo de salvaguardar os direitos adquiridos com o reinvestimento nos moldes antes estabelecidos, o nº 7 do artº 7º da Lei nº 30-G/2000, de 29 de Dezembro, determina que: Mais valias realizadas até 31 de Dezembro de 2000. - o anterior regime do reinvestimento continua a aplicar-se às mais valias e menos valias realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001, até que venham a realizar-se as mais ou menos valias relativas aos bens adquiridos como forma de concretização do reinvestimento; - o saldo positivo entre as mais valias e as menos valias referentes a bens não amortizáveis, na parte que corresponda ao valor deduzido ao custo da aquisição dos bens em que se concretizou o reinvestimento nos termos do nº 6 do artº 44º, com a redacção dada pela Lei nº 71/93, de 26 de Novembro, será incluída no lucro tributável, em 1/10, durante 10 anos contados do da realização, caso venha a realizar-se o reinvestimento da parte do valor de realização que proporcionalmente lhe corresponder. Mais valias realizadas após 1 de Janeiro de 2001. - às mais valias realizadas nos períodos de tributação iniciados após 1/1/2001, se o reinvestimento se tiver concretizado no exercício anterior ou se vier a concretizar-se até ao fim do 2º período de tributação seguinte ao da realização, aplica-se o diferimento da tributação por 5 anos (o da realização e os quatro seguintes). Posteriormente: O art.º 32º, nº 8, da Lei nº 109-B/2001 permite que, em alternativa ao regime previsto na alínea b) do nº 7 da Lei nº 30-G/2000, de 29 de dezembro, os sujeitos passivos possam aplicar à parte da diferença positiva entre as mais valias e as menos valias, realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001, cujo valor de realização tenha sido ou, no respectivo prazo legal, venha a ser objecto de reinvestimento em bens não reintegráveis, o novo regime consagrado para o reinvestimento. Deste modo, os sujeitos passivos poderão incluir a parte da diferença positiva entre as mais valias e as menos valias realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001 na base tributável de qualquer exercício que seja anterior ao da alienação do activo a que a mais valia (à data sujeita a uma tributação diferida) está associada, desde que posterior a 1 de Janeiro de 2001, por metade do seu valor, nos termos previstos no art. 45º do Código do IRC, na redacção em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2002, sem que tenham, por esse facto, de concretizar novo reinvestimento. Quanto à diferença positiva entre as mais valias e as menos valias realizadas no exercício de 2001, o sujeito passivo pode optar por, em alternativa ao respectivo diferimento por 5 anos, incluindo o da realização, considerá-la na base tributável do exercício de 2001, por metade do seu valor, nos termos e condições previstas no art. 45º do código do IRC, com a redacção em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2002 (art. 32º, nº 9, da Lei nº 109-B/2001). Mais valias realizadas após 1 de Janeiro de 2002. - às mais valias realizadas nos períodos de tributação iniciados após 1/1/2002, para efeitos de determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais-valias e as menosvalias, é considerada em metade do seu valor (50%), sempre que, no exercício anterior ao da realização, no próprio exercício ou até ao fim do segundo exercício seguinte, o valor de realização correspondente à totalidade dos referidos elementos seja reinvestido na aquisição, fabricação ou construção de elementos do activo imobilizado corpóreo afectos à exploração. Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o reinvestimento até ao fim do segundo exercício seguinte ao da realização, considera-se como proveito ou ganho desse exercício, respectivamente, a diferença ou a parte proporcional da diferença, não incluída no lucro tributável, majorada em 15%.

Regime das mais ou menos valias aplicáveis às Sociedades Gestoras de Participações Sociais (SGPS) e Sociedades de Capital de Risco (SCR): Artigo 31º do Estatuto dos Benefícios Fiscais Durante o exercício de 2002, às SGPS e às SCR foi aplicável o estabelecido nos números 1 e 4 do art.º 45º do Código do IRC, sem que fosse necessário a verificação dos requisitos exigidos quanto à percentagem de participação. A partir de 1 de Janeiro de 2003, as mais valias e as menos valias realizadas pelas SGPS e pelas SCR mediante a transmissão onerosa de partes de capital, detidas por período igual ou superior a um ano, tal como os encargos financeiros suportados com a sua aquisição, não concorrem para a determinação do lucro tributável, desde que: - as partes de capital não tenham sido adquiridas a entidades com as quais existam relações especiais ou a entidades residentes em territórios com regime fiscal claramente mais favorável, ou a entidades residentes em território português sujeitas a um regime especial de tributação; - as partes de capital não tenham sido devidas por período inferior a 3 anos; - a alienante não tenha resultado de transformação de sociedade, ocorrida há menos de 3 anos, a que não se aplicasse este regime. Reinvestimento parcial: Quando se verifique apenas o reinvestimento parcial do valor de realização, a parte a excluir da tributação é a que, proporcionalmente, corresponder ao valor de realização reinvestido. Não concretização do reinvestimento: Não sendo concretizado o reinvestimento até ao fim do segundo exercício seguinte ao da realização, será considerado como proveito ou ganho desse exercício a parte da mais valia ainda não incluída no lucro tributável, majorada em 15%. Prazo para o reinvestimento: Para que o diferimento na tributação se verifique é necessário que o contribuinte mencione, no anexo A da declaração anual, a intenção de reinvestir e que comprove o reinvestimento efectuado na declaração do exercício de realização e / ou nas declarações dos dois exercícios seguintes. Este procedimento será efectuado no quadro 10 do Anexo A da declaração anual. Exemplos: Regime aplicável às mais valias realizadas até 31 de Dezembro de 2000 (Com reinvestimento total). Retomando o exemplo anterior da Sociedade A, onde tínhamos os seguintes valores: - Valor de realização 20.000 euros - Mais valia contabilística 14.500 euros - Mais valia fiscal 16.160 euros A Sociedade A, decidiu reinvestir totalmente o valor de realização obtido com a referida venda, tendo-o concretizado na aquisição de um bem A pelo valor de 50.000 euros, amortizável à taxa de 12,5%.

Correcção do valor de aquisição para efeitos fiscais. 50.000 16.160 = 33.840 Quota de amortização contabilística. 50.000 x 12,5% = 6.250 ano Quota máxima de amortização para efeitos fiscais. 33.840 x 12,5% = 4.230 ano Valor não aceite anualmente 2.020 ano Desta forma, no final do período de vida útil do bem, o total das amortizações aceite fiscalmente seria de 33.840 e não de 50.000, o que corresponderia à recuperação dos 16.160 não tributados no exercício da obtenção da mais valia fiscal. Suponha-se agora que o bem A era alienado durante o 6º exercício seguinte ao início da sua utilização, por 15.000 euros. Pela alienação desse bem haveria que apurar o respectivo ganho ou perda, nos termos do art. 43º do IRC. Mais valia ou menos valia fiscal = 15.000 [(50.000 16.160) 21.150* x Coef.**] = 15.000 12.690 = 2.310 * Amortizações acumuladas 4.230 x 5 = 21.150 ** Por questões de simplificação ignora-se no exemplo o coeficiente de desvalorização da moeda Neste caso, a recuperação da mais valia fiscal não tributada no exercício da sua obtenção seria efectuada: 10.100 através das correcções às amortizações. (2.020 ao ano x 5) 6.060 através da mais valia fiscal relativa ao bem A. [2.310 (-3.750***)] *** Se o bem tivesse sido adquirido sem ser por concretização do investimento, seria apurada uma menos valia fiscal de 3.750. [15.000 (50.000 31.250)] Regime aplicável às mais valias realizadas até 31 de Dezembro de 2000 (Com reinvestimento parcial). Considere agora que a sociedade A obteve em 1998 uma mais valia fiscal de 5.000 euros com a venda de um bem do activo imobilizado por 40.000 euros. Até ao fim do 3º exercício seguinte, a Sociedade A reinvestiu 20.000 euros da seguinte forma: - Aquisição do bem A por 15.000 amortizável à taxa máxima de 20% - Aquisição do bem B por 5.000 amortizável à taxa máxima de 25% Como o reinvestimento foi parcial, ao IRC de 2001 adicionar-se-á o IRC que proporcionalmente deixou de ser liquidado em 1998 por não ter sido incluída a mais valia para efeitos de tributação, acrescido dos respectivos juros compensatórios. 5.000 ----------- 40.000 x ----------- 20.000 x = 2.500 IRC 2.500 x 34% = 850

Juros compensatórios = 850 x 7% (*) x 3 anos = 178,50 euros (*) Actualmente esta taxa é de 4%, dada pela Portaria 291/2003, de 8 de Abril. Quanto aos bens adquiridos para concretização parcial do reinvestimento, seriam objecto das seguintes correcções ao valor de aquisição: Mais valia a imputar aos bens 2.500 2.500 ------ 20.000 x ------ 15.000 y ------ 5.000 x = 1.875 (mais valia a imputar ao bem A) y = 625 ( mais Valia a imputar ao bem B) Bem A Valor de aquisição corrigido (15.000-1.850) = 13.125 Quota anual de amortização aceite fiscalmente 13.125 x 20% = 2.625 Bem B Valor de aquisição corrigido (5.000 625) = 4.375 Quota anual de amortização aceite fiscalmente 4.375 x 25% = 1.093,75 Regime aplicável às mais valias realizadas após 1 de Janeiro de 2001: Suponha-se que determinada empresa obtém no exercício de 2001, em resultado de alienação de vários bens, pelo valor de 10.000 euros, uma diferença entre as mais valias e menos valias de 5.000 euros e que vai reinvestir a totalidade do valor de realização no exercício. Teremos que a tributação do saldo entre as mais valias e as menos valias será incluída para efeitos de tributação nos seguintes exercícios: 2001-1.000 euros 2002-1.000 euros 2003-1.000 euros 2004-1.000 euros 2005-1.000 euros Supondo agora que dos 10.000 euros do valor de realização, apenas foi previsto reinvestir 50% - 5.000 euros Teríamos a tributação diferida nos seguintes termos. 2001 3.000 (*) 2002 500 2003 500 2004 500 2005 500 (*) 2.500 (parte da mais valia não reinvestida 50%) + 500 (1/5 da parte da mais valia reinvestida, 1/5 de 2.500) 3.000 Supondo por último, que, tendo manifestado a intenção de reinvestir a totalidade do valor de realização, até ao fim do período para reinvestir não concretizou qualquer reinvestimento.

O valor a incluir para efeitos de tributação seria: 2001 1.000 2002 1.000 2003 3.450 (*) (*) 3.000 Valor que não reinvestiu + 450 (3.000 x 15%) Regime aplicável às mais valias realizadas após 1 de Janeiro de 2002: A Lei n.º 109-B/2001, de 27 de Dezembro, introduziu as seguintes alterações ao regime do reinvestimento: - Passa a ser aplicável apenas a bens do activo imobilizado corpóreo detidos por período não inferior a um ano; - Alarga a possibilidade de reinvestimento ao ano anterior ao da realização; - Exclui a possibilidade de reinvestimento em bens em estado de uso adquiridos a sujeitos passivos com os quais existam relações especiais; - Substitui a tributação (diferida) das mais-valias em 5 anos por tributação parcial, em 50%, no ano da ocorrência das mais valias (diferença positiva entre as mais valias e as menos valias realizadas); - Alarga o regime do reinvestimento às mais valias decorrentes da transmissão onerosa das partes de capital. Exemplo: No exercício de 2002, a diferença positiva entre as mais valias e menos valias é de 2 000, tendo optado pelo reinvestimento dos valores de realização ( 10 000). Tributação no exercício de 2002. Mais valia tributável = 2 000 x 50% = 1 000 Se até ao fim do exercício de 2004, não tiver concretizado o reinvestimento dos valores de realização, deverá ser feita a seguinte correcção: Parcela da mais valia não tributada = 2 000 1 000 = 1 000 Valor a tributar = 1 000 + (1 000 x 15% = 150) = 2 150 Se até ao fim do referido exercício tivesse reinvestido apenas 6 000, teriamos: Parte proporcional da mais valia com reinvestimento = 2 000 x 6 000 = 1 200 10 000 6 000 = 60 % foi reinvestido 10 000 Mais valia tributável = 1 000 + 1 000 x 40% = 1 400 Valor a tributar = (1 400 1 000 ) x (1 + 0,15) = 460

Circular 7, de 02/04/2002 - Direcção de Serviços do IRC: Regime transitório das mais-valias e menos-valias realizadas Razão das instruções Tendo a interpretação do regime transitório previsto no nº 7 do artigo 7º da Lei nº 30-G/2000, de 29 de Dezembro, e nos n.ºs 8 e 9 do artigo 32º da Lei nº 109-B/2001, de 27 de Dezembro, suscitado dúvidas, divulgam-se os seguintes esclarecimentos. Regime de tributação das mais-valias realizadas O tratamento, em sede de IRC, das mais-valias realizadas com a alienação dos bens do activo imobilizado, sempre que se verifique o reinvestimento dos respectivos valores de realização, tem vindo a sofrer sucessivas alterações desde a entrada em vigor do respectivo Código. As mais recentes aconteceram com a badalada Lei da Reforma Fiscal que consagrou um diferimento da tributação das mais-valias por 5 exercícios, desde que efectuado o reinvestimento dos valores de realização nas condições estabelecidas no Código do IRC. Este regime foi novamente alterado pela Lei do O.E. para 2002, passando o mesmo a consubstanciar-se numa exclusão parcial (50%) da tributação da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas. Lei da Reforma Fiscal Nos termos do que estabelecia a Lei da Reforma Fiscal o novo regime do reinvestimento dos valores de realização das mais-valias e menos-valias aplica-se aos períodos de tributação antes de 1 de Janeiro de 2001: Até à realização, inclusive, de mais-valias ou menos-valias relativas a bens em que se tenha concretizado o reinvestimento dos respectivos valores de realização; A parte da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias relativa a bens não reintegráveis, correspondente ao valor deduzido ao custo de aquisição dos bens em que se concretizou o reinvestimento nos termos do Código do IRC, na redacção anterior, será incluída no lucro tributável, em fracções iguais, durante 10 anos, a contar do da realização, caso se concretize, nos termos da lei, o reinvestimento da parte do valor de realização que proporcionalmente lhe corresponder; Relativamente às mais-valias e menos-valias realizadas nos períodos de tributação iniciados em 2001, aplica-se o regime do reinvestimento dos valores de realização quando o reinvestimento se verifique até ao fim do terceiro período de tributação seguinte ao da realização. Orçamento de Estado para 2002 A Lei do Orçamento de Estado para 2002 veio alterar em parte este regime estabelecendo que: A parte da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias, realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001, cujo valor de realização tenha sido ou, no respectivo prazo legal, venha a ser objecto de reinvestimento em bens não reintegráveis pode, por opção do sujeito passivo, e em alternativa ao regime previsto na Lei da Reforma Fiscal, ser antecipadamente incluída na base tributável de qualquer exercício que seja anterior ao da alienação do correspondente activo a que está associada, desde que posterior a 1 de Janeiro de 2001, por metade do seu valor, nos termos previstos no Código do

IRC, na redacção dada pela presente lei, mas sem exigência do novo reinvestimento subsequente consagrado neste último preceito. A diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas no exercício de 2001 nos termos do Código do IRC, na redacção da Lei da Reforma Fiscal, e do Decreto-Lei n.º 198/2001, de 3 de Julho, pode, por opção do sujeito passivo, ser incluída na base tributável do exercício de 2001, por metade do seu valor, nos termos e condições previstos no Código do IRC, na redacção dada pela lei do O.E. para 2002. Diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas antes de 1 Janeiro de 2001 Assim, importa distinguir as mais-valias realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001 das realizadas no exercício de 2001 e, relativamente às primeiras, consoante o reinvestimento dos respectivos valores de realização se tenha ou venha a ser concretizado em bens do activo imobilizado reintegráveis ou não reintegráveis. Reinvestimento em bens reintegráveis Continuará a aplicar-se o disposto no Código do IRC, na redacção dada pela Lei da Reforma Fiscal, até à realização, inclusive, de mais-valias ou menos-valias relativas aos bens em que se tenha concretizado o reinvestimento dos valores de realização. Deste modo: As reintegrações fiscais devem continuar a ser calculadas com base no custo de aquisição ou de produção após a dedução da parte da diferença positiva entre as maisvalias e as menos-valias que lhe tiver sido imputada nos termos do n.º 6 do então artigo 44º, da alínea g) do n.º 1 do então artigo 32º, ambos do Código do IRC e, ainda, do artigo 21º-A do Decreto - Regulamentar n.º 2/90, de 12 de Janeiro; A respectiva mais-valia ou menos-valia fiscal que vier a ser realizada será calculada nos termos do n.º 2 do então artigo 42º (actual artigo 43º) e do n.º 1 do então artigo 43º (actual artigo 44º), ambos do Código do IRC, ou seja, continuando a deduzir-se ao respectivo valor de aquisição quer a parte da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias anteriormente não tributada e a ele imputada, nos termos da redacção dos nºs 6 e 7 do então artigo 44º do Código do IRC, quer as reintegrações fiscais calculadas com base no custo de aquisição deduzido da diferença entre as mais-valias e as menos-valias imputada. Assim, ter-se-á: MVF = VR - (VA - MVImp - RF) x Coef em que, MVF = Mais-valia fiscal VR = Valor de realização VA = Valor de aquisição MVImp = Mais-valia imputada nos termos do nº 6 do então artigo 44º do CIRC RF = Reintegrações praticadas, tendo em conta o disposto no n.º 6 do então artigo 44º do CIRC Coef = Coeficiente de desvalorização da moeda referido no n.º 1 do então artigo 43º do CIRC (actual artigo 44º). Reinvestimento em bens não reintegráveis Optando o sujeito passivo pela aplicação do regime transitório previsto na Lei da Reforma Fiscal, à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias cujo reinvestimento dos respectivos valores de realização tenha sido ou venha a ser efectuado em bens não reintegráveis continua a aplicar-se o disposto no então artigo 44º do Código do IRC. Assim, essa diferença será imputada - proporcionalmente à parte que no total a reinvestir represente o valor do reinvestimento - ao custo de aquisição ou de produção dos bens objecto de reinvestimento e a este deduzida para efeitos do cálculo da respectiva mais-valia ou menos-

valia, o qual obedecerá ao disposto no então artigo 42º do Código do IRC, na redacção anterior à da Lei da Reforma Fiscal. O apuramento da nova mais-valia far-se-á, pois, de acordo com a seguinte fórmula: MVF = VR - (VA - MVImp) x Coef em que, MVF = Mais-valia fiscal VR = Valor de realização VA = Valor de aquisição MVImp = Mais-valia fiscal imputada Coef = Coeficiente de desvalorização da moeda Para efeitos da aplicação do disposto naquela lei, em relação aos bens não reintegraveis, a parte da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias, correspondente ao valor deduzido ao custo de aquisição ou de produção dos bens em que se concretizou o reinvestimento nos termos do então nº 6 do artigo 44º do Código do IRC que poderá ser diferida durante 10 anos, será a parte da nova mais-valia que não surgiria no caso de não ter havido qualquer dedução ao custo de aquisição, com o limite da diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias relativa a bens não reintegráveis, ou seja: MVImp x Coef, com o limite de MVF em que, MVImp = Mais-valia fiscal imputada nos termos da anterior redacção do nº 6 do artigo 44º do CIRC Coef = Coeficiente de desvalorização da moeda referido no então artigo 43.º do CIRC MVF = Diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias relativa a bens não reintegráveis Deste modo, se a nova mais-valia obtida com a alienação dos bens não reintegráveis em que se concretizou o reinvestimento for superior à mais-valia fiscal imputada corrigida pelo coeficiente de desvalorização da moeda, só é diferida por 10 anos a parte correspondente a esta última. Se a nova mais-valia for inferior à própria mais-valia fiscal imputada corrigida pelo coeficiente, todo o resultado é diferido por 10 anos. Se for obtida uma menos-valia, não há qualquer parcela a diferir. Regime previsto na Lei do O.E. para 2002 A Lei do O.E. prevê, relativamente à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001 e cujo reinvestimento dos respectivos valores de realização tenha sido ou venha a ser efectuado em bens não reintegráveis, um regime transitório alternativo ao estabelecido na Lei da Reforma Fiscal. Tal regime consubstancia-se na possibilidade de o sujeito passivo incluir na base tributável de qualquer exercício, desde que posterior a 1 de Janeiro de 2001 mas anterior ao da alienação dos bens a que está associada, 50% da mais-valia que lhes foi imputada. Nesta alternativa, a mais-valia fiscal suspensa de tributação em 1 de Janeiro de 2001 e posteriormente tributada por metade do seu valor já não entra no cômputo da mais-valia ou menos-valia que se venha a realizar com a alienação dos bens objecto de reinvestimento, não dependendo a referida tributação parcial da exigência de novo reinvestimento. Diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas em 2001 Relativamente à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas em 2001, quer resulte da alienação de bens do activo imobilizado reintegráveis ou não reintegráveis e desde que se verifique a condição do reinvestimento, é conferida ao sujeito passivo a

possibilidade de optar pelo novo regime de tributação parcial em 50%, instituído pela Lei do O.E. para 2002. Esta opção continua a aplicar-se ainda que estas mais-valias sejam realizadas com a alienação de bens em que se concretizou o reinvestimento de valores de realização respeitantes a maisvalias realizadas antes de 1 de Janeiro de 2001. Simplesmente, neste caso, tratando-se de mais-valias relativas a bens não reintegráveis, a opção diz respeito apenas à parte da mais-valia que não é objecto de diferimento por 10 anos. Artigos 46º, 47º e 48º do código do IRC, para 2011: Artigo 46.º Conceito de mais -valias e de menos -valias 1 Consideram-se mais -valias ou menos -valias realizadas os ganhos obtidos ou as perdas sofridas mediante transmissão onerosa, qualquer que seja o título por que se opere e, bem assim, os decorrentes de sinistros ou os resultantes da afectação permanente a fins alheios à actividade exercida, respeitantes a: a) Activos fixos tangíveis, activos intangíveis, activos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de investimento, ainda que qualquer destes activos tenha sido reclassificado como activo não corrente detido para venda; b) Instrumentos financeiros, com excepção dos reconhecidos pelo justo valor nos termos das alíneas a) e b) do n.º 9 do artigo 18.º 2 As mais -valias e as menos -valias são dadas pela diferença entre o valor de realização, líquido dos encargos que lhe sejam inerentes, e o valor de aquisição deduzido das perdas por imparidade e outras correcções de valor previstas no artigo 35.º, bem como das depreciações ou amortizações aceites fiscalmente, sem prejuízo da parte final do n.º 5 do artigo 30.º 3 Considera-se valor de realização: a) No caso de troca, o valor de mercado dos bens ou direitos recebidos, acrescido ou diminuído, consoante o caso, da importância em dinheiro conjuntamente recebida ou paga; b) No caso de expropriações ou de bens sinistrados, o valor da correspondente indemnização; c) No caso de bens afectos permanentemente a fins alheios à actividade exercida, o seu valor de mercado; d) Nos casos de fusão ou cisão, o valor de mercado dos elementos transmitidos em consequência daqueles actos; e) No caso de alienação de títulos de dívida, o valor da transacção, líquido dos juros contáveis desde a data do último vencimento ou da emissão, primeira colocação ou endosso, se ainda não houver ocorrido qualquer vencimento, até à data da transmissão, bem como da diferença pela parte correspondente àqueles períodos, entre o valor de reembolso e o preço da emissão, nos casos de títulos cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, por aquela diferença; f) Nos demais casos, o valor da respectiva contraprestação.

4 No caso de troca por bens futuros, o valor de mercado destes é o que lhes corresponderia à data da troca. 5 São assimiladas a transmissões onerosas: a) A promessa de compra e venda ou de troca, logo que verificada a tradição dos bens; b) As mudanças no modelo de valorização relevantes para efeitos fiscais, nos termos do n.º 9 do artigo 18.º, que decorram, designadamente, de reclassificação contabilística ou de alterações nos pressupostos referidos na alínea a) do n.º 9 deste mesmo artigo. 6 Não se consideram mais -valias ou menos -valias: a) Os resultados obtidos em consequência da entrega pelo locatário ao locador dos bens objecto de locação financeira; b) Os resultados obtidos na transmissão onerosa, ou na afectação permanente nos termos referidos no n.º 1, de títulos de dívida cuja remuneração seja constituída, total ou parcialmente, pela diferença entre o valor de reembolso ou de amortização e o preço de emissão, primeira colocação ou endosso. Artigo 47.º Correcção monetária das mais -valias e das menos -valias 1 O valor de aquisição corrigido nos termos do n.º 2 do artigo anterior é actualizado mediante aplicação dos coeficientes de desvalorização da moeda para o efeito publicados em portaria do Ministro das Finanças, sempre que, à data da realização, tenham decorrido pelo menos dois anos desde a data da aquisição, sendo o valor dessa actualização deduzido para efeitos da determinação do lucro tributável. 2 A correcção monetária a que se refere o número anterior não é aplicável aos instrumentos financeiros, salvo quanto às partes de capital. 3 Quando, nos termos do regime especial previsto nos artigos 76.º a 78.º, haja lugar à valorização das participações sociais recebidas pelo mesmo valor pelo qual as antigas se encontravam registadas, considera-se, para efeitos do disposto no n.º 1, data de aquisição das primeiras a que corresponder à das últimas. Artigo 48.º Reinvestimento dos valores de realização 1 Para efeitos da determinação do lucro tributável, a diferença positiva entre as mais -valias e as menos -valias, calculadas nos termos dos artigos anteriores, realizadas mediante a transmissão onerosa de activos fixos tangíveis, activos biológicos que não sejam consumíveis e propriedades de investimento, detidos por um período não inferior a um ano, ainda que qualquer destes activos tenha sido reclassificado como activo não corrente detido para venda, ou em consequência de indemnizações por sinistros ocorridos nestes elementos, é considerada em metade do seu valor, sempre que, no período de tributação anterior ao da realização, no próprio período de tributação ou até ao fim do segundo período de tributação seguinte, o valor de realização correspondente à totalidade dos referidos activos seja reinvestido na aquisição, produção ou construção de activos fixos tangíveis, de activos biológicos que não sejam consumíveis ou em propriedades de investimento, afectos à exploração, com excepção dos bens adquiridos em estado de uso a sujeito passivo de IRS ou IRC com o qual existam relações especiais nos termos definidos no n.º 4 do artigo 63.º 2 No caso de se verificar apenas o reinvestimento parcial do valor de realização, o disposto no número anterior é aplicado à parte proporcional da diferença entre as mais-valias e as menos-valias a que o mesmo se refere.

3 Não é susceptível de beneficiar do regime previsto nos números anteriores o investimento em que tiverem sido deduzidos os valores referidos nos artigos 40.º e 42.º 4 O disposto nos números anteriores é aplicável à diferença positiva entre as mais-valias e as menos-valias realizadas mediante a transmissão onerosa de partes de capital, incluindo a sua remição e amortização com redução de capital, com as seguintes especificidades: a) O valor de realização correspondente à totalidade das partes de capital deve ser reinvestido, total ou parcialmente, na aquisição de participações no capital de sociedades comerciais ou civis sob forma comercial ou na aquisição, produção ou construção de activos fixos tangíveis, de activos biológicos que não sejam consumíveis ou em propriedades de investimento, afectos à exploração, nas condições referidas na parte final do n.º 1; b) As participações de capital alienadas devem ter sido detidas por período não inferior a um ano e corresponder a, pelo menos, 10 % do capital social da sociedade participada, devendo as partes de capital adquiridas ser detidas por igual período; c) As transmissões onerosas e aquisições de partes de capital não podem ser efectuadas com entidades: 1) Residentes de país, território ou região cujo regime de tributação se mostre claramente mais favorável, constante de lista aprovada por portaria do Ministro das Finanças; ou 2) Com as quais existam relações especiais, excepto quando se destinem à realização de capital social, caso em que o reinvestimento se considera totalmente concretizado quando o valor das participações de capital assim realizadas não seja inferior ao valor de mercado daquelas transmissões. 5 Para efeitos do disposto nos n.os 1, 2 e 4, os contribuintes devem mencionar a intenção de efectuar o reinvestimento na declaração a que se refere a alínea c) do n.º 1 do artigo 117.º do período de tributação em que a realização ocorre, comprovando na mesma e nas declarações dos dois períodos de tributação seguintes os reinvestimentos efectuados. 6 Não sendo concretizado, total ou parcialmente, o reinvestimento até ao fim do segundo período de tributação seguinte ao da realização, considera-se como rendimento desse período de tributação, respectivamente, a diferença ou a parte proporcional da diferença prevista nos n.os 1 e 4 não incluída no lucro tributável majorada em 15 %. 7 Não sendo mantidas na titularidade do adquirente, durante o período previsto na alínea b) do n.º 4, as partes de capital em que se concretizou o reinvestimento, excepto se a transmissão ocorrer no âmbito de uma operação de fusão, cisão, entrada de activos ou permuta de acções a que se aplique o regime previsto no artigo 74.º, é aplicável, no período de tributação da alienação, o disposto na parte final do número anterior, com as necessárias adaptações.