Valoração Econômica e Conservação da Biodiversidade

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Transcrição:

Conservação da Biodiversidade (BIE-317) Valoração Econômica e Conservação da Biodiversidade Alexandre Toshiro Igari igari@uol.com.br Alexandre Toshiro Igari 1

Apresentação Formação: Bacharelado em Administração (FEA/USP) 1995 Bacharelado em Ciências Biológicas (IB/USP) 2005 Doutorado em Ecologia da Conservação (IB/USP) 2013 Ensino (graduação e pós-graduação): EACH USP (graduação em Gestão Ambiental) IB-USP (graduação) FEA-USP (graduação) POLI-USP (pós lato sensu) FIA PROGESA (pós lato sensu) SENAC (pós lato sensu) Alexandre Toshiro Igari 2

Apresentação Formação: Bacharelado em Administração (FEA/USP) 1995 Bacharelado em Ciências Biológicas (IB/USP) 2005 Doutorado em Ecologia da Conservação (IB/USP) 2013 Ensino (graduação e pós-graduação): EACH USP (graduação em Gestão Ambiental) IB-USP (graduação) FEA-USP (graduação) POLI-USP (pós lato sensu) FIA PROGESA (pós lato sensu) SENAC (pós lato sensu) Alexandre Toshiro Igari 3

Valoração Ambiental Sumário Por que valorar? Valor econômico Serviços ecossistêmicos Valoração de serviços ecossistêmicos Limitações da abordagem Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Discussão: PSA x Código Florestal Alexandre Toshiro Igari 4

Valoração Ambiental Sumário Por que valorar? Valor econômico Serviços ecossistêmicos Valoração de serviços ecossistêmicos Limitações da abordagem Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Discussão: PSA x Código Florestal Alexandre Toshiro Igari 5

Por que valorar? Planejamento / Tomadores de decisão Análises de custo x benefício Políticas Programas Projetos Leis PSA Desenvolvimento sustentável: Econômico x Social x Ambiental Alexandre Toshiro Igari 6

Por que valorar? Planejamento / Tomadores de decisão Análises de custo x benefício Políticas Programas Projetos Leis PSA Desenvolvimento sustentável: Econômico x Social x Ambiental Alexandre Toshiro Igari 7

Por que valorar? Planejamento / Tomadores de decisão Análises de custo x benefício Políticas Programas Projetos Leis PSA Desenvolvimento sustentável: Econômico x Social x Ambiental Valoração ambiental é executada sempre sob a perspectiva humana de valor! Alexandre Toshiro Igari 8

Valor econômico Produção (valor - trabalho): o valor de um produto depende da quantidade de trabalho investido na produção (Karl Marx). Ex: diamante x água Consumo (valor - utilidade): valor depende da contribuição para o bemestar (John Stuart Mill). Ex: diamante x água no deserto Mercado: Oferta x Demanda Oferta (produção) $ Quantidade Demanda (consumidores) Alexandre Toshiro Igari 9

Valor econômico Produção (valor - trabalho): o valor de um produto depende da quantidade de trabalho investido na produção (Karl Marx). Ex: diamante x água Consumo (valor - utilidade): valor depende da contribuição para o bemestar (John Stuart Mill). Ex: diamante x água no deserto Mercado: Oferta x Demanda Oferta (produção) $ Quantidade Demanda (consumidores) Alexandre Toshiro Igari 10

Valor econômico Produção (valor - trabalho): o valor de um produto depende da quantidade de trabalho investido na produção (Karl Marx). Ex: diamante x água Consumo (valor - utilidade): valor depende da contribuição para o bemestar (John Stuart Mill). Ex: diamante x água no deserto Mercado: Oferta x Demanda Oferta (produção) $ Quantidade Demanda (consumidores) Alexandre Toshiro Igari 11

Valor econômico de bens e serviços ambientais Valorados como bens e serviços privados: Minérios Combustíveis fósseis Pesca Madeira Ecoturismo Alexandre Toshiro Igari 12

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Alexandre Toshiro Igari 13

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Alexandre Toshiro Igari 14

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Alexandre Toshiro Igari 15

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Água de Chuva Alexandre Toshiro Igari 16

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ricklefs (2003): A Economia da Natureza Água de Chuva Alexandre Toshiro Igari 17

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ciclagem de nutrientes Ricklefs (2003): A Economia da Natureza Alexandre Toshiro Igari 18

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ciclagem de nutrientes Controle biológico de pragas Ricklefs (2003): A Economia da Natureza Alexandre Toshiro Igari 19

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ciclagem de nutrientes Controle biológico de pragas Espécies ameaçadas de extinção Alexandre Toshiro Igari 20

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ciclagem de nutrientes Controle biológico de pragas Espécies ameaçadas de extinção Polinização Alexandre Toshiro Igari 21

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ciclagem de nutrientes Controle biológico de pragas Espécies ameaçadas de extinção Polinização Banco genético Alexandre Toshiro Igari 22

Serviços Ecossistêmicos: Floresta Água - irrigação, consumo, navegação, energia, dispersão de resíduos Madeira, resinas, alimentos, fármacos Regulação do clima / chuvas Recarga de aquíferos Conservação do solo Ciclagem de nutrientes Controle biológico de pragas Espécies ameaçadas de extinção Polinização Banco genético Ecoturismo Alexandre Toshiro Igari 23

Derrubada da floresta $ Alexandre Toshiro Igari 24

Derrubada da floresta Chuva Enxurrada, erosão e perda de nutrientes Maior necessidade de adubação Alexandre Toshiro Igari 25

Derrubada da floresta Chuva Enxurrada, erosão e perda de nutrientes Maior necessidade de adubação Menor percolação e recarga do aquífero Enchente Alexandre Toshiro Igari 26

Derrubada da floresta Chuva Enxurrada, erosão e perda de nutrientes Maior necessidade de adubação Menor percolação e recarga do aquífero Enchente Aumento de turbidez e assoreamento Menor disponibilidade de água Maiores custos com a plantação Alexandre Toshiro Igari 27

Derrubada da floresta Chuva Enxurrada, erosão e perda de nutrientes Maior necessidade de adubação Menor percolação e recarga do aquífero Enchente Aumento de turbidez e assoreamento Menor disponibilidade de água Maiores custos com a plantação Externalidades negativas: Benefício privado prejuízo social (difuso) Alexandre Toshiro Igari 28

Externalidades Ocorrem independentemente da vontade de quem está sujeito à externalidade Negativas (ex.: assoreamento, turbidez dos rios) Positivas (ex.: serviços ecossistêmicos polinização, controle de pragas) Alexandre Toshiro Igari 29

Externalidades Ocorrem independentemente da vontade de quem está sujeito à externalidade Negativas (ex.: assoreamento, turbidez dos rios) Positivas (ex.: serviços ecossistêmicos polinização, controle de pragas) Alexandre Toshiro Igari 30

Serviços Ecossistêmicos Bens públicos (difícil precificação): Não excludabilidade não se pode privar alguém de consumi-lo Não rivalidade o consumo de um indivíduo não impede o consumo do outro indivíduo Ex: Regulação climática, beleza cênica Tragédia dos comuns (distorção de mercado): Consumo de água em prédios Free-rider Alexandre Toshiro Igari 31

Serviços Ecossistêmicos Bens públicos (difícil precificação): Não excludabilidade não se pode privar alguém de consumi-lo Não rivalidade o consumo de um indivíduo não impede o consumo do outro indivíduo Ex: Regulação climática, beleza cênica Tragédia dos comuns (distorção de mercado): Consumo de água em prédios Free-rider Alexandre Toshiro Igari 32

Serviços Ecossistêmicos Bens públicos (difícil precificação): Não excludabilidade não se pode privar alguém de consumi-lo Não rivalidade o consumo de um indivíduo não impede o consumo do outro indivíduo Ex: Regulação climática, beleza cênica Tragédia dos comuns (distorção de mercado): Consumo de água em prédios Free-rider Alexandre Toshiro Igari 33

Valoração Ambiental Os mercados só são capazes fazer alocação de recursos e serviços naturais precificados Muitos recursos e serviços ambientais não são precificados Muitos dos impactos negativos das operações das empresas e do consumo dos produtos não são precificados também Com isso, os recursos e serviços ambientais são utilizados de uma maneira subótima, provocando redução do Capital Natural: Exploração excessiva Degradação por impactos negativos da produção ao consumo e destinação final Precificação de bens e serviços ambientais: Esforço pioneiro - acidente com o Exxon Valdez no Alasca (1989) Alexandre Toshiro Igari 34

Valoração Ambiental Os mercados só são capazes fazer alocação de recursos e serviços naturais precificados Muitos recursos e serviços ambientais não são precificados Muitos dos impactos negativos das operações das empresas e do consumo dos produtos não são precificados também Com isso, os recursos e serviços ambientais são utilizados de uma maneira subótima, provocando redução do Capital Natural: Exploração excessiva Degradação por impactos negativos da produção ao consumo e destinação final Precificação de bens e serviços ambientais: Esforço pioneiro - acidente com o Exxon Valdez no Alasca (1989) Alexandre Toshiro Igari 35

Valoração Ambiental Os mercados só são capazes fazer alocação de recursos e serviços naturais precificados Muitos recursos e serviços ambientais não são precificados Muitos dos impactos negativos das operações das empresas e do consumo dos produtos não são precificados também Com isso, os recursos e serviços ambientais são utilizados de uma maneira subótima, provocando redução do Capital Natural: Exploração excessiva Degradação por impactos negativos da produção ao consumo e destinação final Precificação de bens e serviços ambientais: Esforço pioneiro - acidente com o Exxon Valdez no Alasca (1989) Alexandre Toshiro Igari 36

Valor econômico total (VET) VET = Valor de Uso + Valor de Existência VU = Direto + Indireto + Opção VU Direto: Exploração de madeira, fármacos, essências, pesca, água, minerais, ecoturismo, etc. VU Indireto: Fixação de carbono, conservação do solo, diluição de poluentes, reciclagem de nutrientes, etc. Valor de Opção (uso futuro): Banco genético de espécies nativas, princípios ativos, etc. Valor de Existência Não Uso (independentemente do uso): Espécies bandeira (mico-leão, panda gigante), floresta amazônica, etc. Alexandre Toshiro Igari 37

Valor econômico total (VET) VET = Valor de Uso + Valor de Existência VU = Direto + Indireto + Opção VU Direto: Exploração de madeira, fármacos, essências, pesca, água, minerais, ecoturismo, etc. VU Indireto: Fixação de carbono, conservação do solo, diluição de poluentes, reciclagem de nutrientes, etc. Valor de Opção (uso futuro): Banco genético de espécies nativas, princípios ativos, etc. Valor de Existência Não Uso (independentemente do uso): Espécies bandeira (mico-leão, panda gigante), floresta amazônica, etc. Alexandre Toshiro Igari 38

Valor econômico total (VET) VET = Valor de Uso + Valor de Existência VU = Direto + Indireto + Opção VU Direto: Exploração de madeira, fármacos, essências, pesca, água, minerais, ecoturismo, etc. VU Indireto: Fixação de carbono, conservação do solo, diluição de poluentes, reciclagem de nutrientes, etc. Valor de Opção (uso futuro): Banco genético de espécies nativas, princípios ativos, etc. Valor de Existência Não Uso (independentemente do uso): Espécies bandeira (mico-leão, panda gigante), floresta amazônica, etc. Alexandre Toshiro Igari 39

Valor econômico total (VET) VET = Valor de Uso + Valor de Existência VU = Direto + Indireto + Opção VU Direto: Exploração de madeira, fármacos, essências, pesca, água, minerais, ecoturismo, etc. VU Indireto: Fixação de carbono, conservação do solo, diluição de poluentes, reciclagem de nutrientes, etc. Valor de Opção (uso futuro): Banco genético de espécies nativas, princípios ativos, etc. Valor de Existência Não Uso (independentemente do uso): Espécies bandeira (mico-leão, panda gigante), floresta amazônica, etc. Alexandre Toshiro Igari 40

Valor econômico total (VET) VET = Valor de Uso + Valor de Existência VU = Direto + Indireto + Opção VU Direto: Exploração de madeira, fármacos, essências, pesca, água, minerais, ecoturismo, etc. VU Indireto: Fixação de carbono, conservação do solo, diluição de poluentes, reciclagem de nutrientes, etc. Valor de Opção (uso futuro): Banco genético de espécies nativas, princípios ativos, etc. Valor de Existência Não Uso (independentemente do uso): Espécies bandeira (mico-leão, panda gigante), floresta amazônica, etc. Alexandre Toshiro Igari 41

Metodologias para valoração ambiental Mudança na produtividade: Derrubada da floresta: menor produção agrícola, perda de oportunidade de explorar ecoturismo e produtos florestais Custo de reposição (bens e serviços substitutos): adubo, dragagem do rio para navegação Prejuízos evitados: perda de safra por enchente, diminuição de vida útil de hidrelétricas e açudes Custo de viagem: ecoturismo + transporte + alimentação Preços hedônicos: maior valorização de imóveis em função da proximidade de recursos naturais Valoração contingente: questionários que objetivam a disposição a pagar (DAP) hipotética pelo recurso natural. Geralmente utilizada para identificar o Valor de Existência (não uso) Alexandre Toshiro Igari 42

Metodologias para valoração ambiental Mudança na produtividade: Derrubada da floresta: menor produção agrícola, perda de oportunidade de explorar ecoturismo e produtos florestais Custo de reposição (bens e serviços substitutos): adubo, dragagem do rio para navegação Prejuízos evitados: perda de safra por enchente, diminuição de vida útil de hidrelétricas e açudes Custo de viagem: ecoturismo + transporte + alimentação Preços hedônicos: maior valorização de imóveis em função da proximidade de recursos naturais Valoração contingente: questionários que objetivam a disposição a pagar (DAP) hipotética pelo recurso natural. Geralmente utilizada para identificar o Valor de Existência (não uso) Alexandre Toshiro Igari 43

Metodologias para valoração ambiental Mudança na produtividade: Derrubada da floresta: menor produção agrícola, perda de oportunidade de explorar ecoturismo e produtos florestais Custo de reposição (bens e serviços substitutos): adubo, dragagem do rio para navegação Prejuízos evitados: perda de safra por enchente, diminuição de vida útil de hidrelétricas e açudes Custo de viagem: ecoturismo + transporte + alimentação Preços hedônicos: maior valorização de imóveis em função da proximidade de recursos naturais Valoração contingente: questionários que objetivam a disposição a pagar (DAP) hipotética pelo recurso natural. Geralmente utilizada para identificar o Valor de Existência (não uso) Alexandre Toshiro Igari 44

Metodologias para valoração ambiental Mudança na produtividade: Derrubada da floresta: menor produção agrícola, perda de oportunidade de explorar ecoturismo e produtos florestais Custo de reposição (bens e serviços substitutos): adubo, dragagem do rio para navegação Prejuízos evitados: perda de safra por enchente, diminuição de vida útil de hidrelétricas e açudes Custo de viagem: ecoturismo + transporte + alimentação Preços hedônicos: maior valorização de imóveis em função da proximidade de recursos naturais Valoração contingente: questionários que objetivam a disposição a pagar (DAP) hipotética pelo recurso natural. Geralmente utilizada para identificar o Valor de Existência (não uso) Alexandre Toshiro Igari 45

Artigo The value of the world s ecosystem services and natural capital (Costanza et al, 1997) Nature v.19 (15) Valoração de 17 serviços ecossistêmicos Trabalhos em 16 biomas VET = US$ 33 trilhões / ano PIB = US$ 18 trilhões / ano Alexandre Toshiro Igari 46

Serviços Ecossistêmicos (Costanza et al, 1997) Foram considerados somente serviços ecossistêmicos renováveis, sendo excluídos os combustíveis fósseis, minerais e a atmosfera Alexandre Toshiro Igari 47

Serviços Ecossistêmicos (Costanza et al, 1997) Alexandre Toshiro Igari 48

Serviços Ecossistêmicos (Costanza et al, 1997) Alexandre Toshiro Igari 49

Serviços Ecossistêmicos (Costanza et al, 1997) Alexandre Toshiro Igari 50

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: Incorpora o aspecto ambiental como um dos fatores de produção e como bem transacionável em mercado, passível de maximização de utilidade para a humanidade Valor econômico é atribuído a partir da utilidade percebida - considerando apenas a perspectiva humana, tomando como base os valores e o nível de conhecimento atual sobre os bens e serviços ecossistêmicos (ex.: o que se sabia sobre o efeito estufa na época da revolução industrial?) Considera que recursos e serviços ambientais seriam intercambiáveis com os outros fatores de produção (Capital e Trabalho). Alguns têm maior possibilidade de substituição por tecnologia (tratamento de água, conservação de solos), mas para outros a subsituição é muito mais limitada ou impossível (formação de solos, bloqueio de raios UV, diversidade biológica) Os modelos econômicos são lineares e incrementais, enquanto os modelos ecológicos são complexos e com limiares de ruptura Alexandre Toshiro Igari 51

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: Incorpora o aspecto ambiental como um dos fatores de produção e como bem transacionável em mercado, passível de maximização de utilidade para a humanidade Valor econômico é atribuído a partir da utilidade percebida - considerando apenas a perspectiva humana, tomando como base os valores e o nível de conhecimento atual sobre os bens e serviços ecossistêmicos (ex.: o que se sabia sobre o efeito estufa na época da revolução industrial?) Considera que recursos e serviços ambientais seriam intercambiáveis com os outros fatores de produção (Capital e Trabalho). Alguns têm maior possibilidade de substituição por tecnologia (tratamento de água, conservação de solos), mas para outros a subsituição é muito mais limitada ou impossível (formação de solos, bloqueio de raios UV, diversidade biológica) Os modelos econômicos são lineares e incrementais, enquanto os modelos ecológicos são complexos e com limiares de ruptura Alexandre Toshiro Igari 52

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: Incorpora o aspecto ambiental como um dos fatores de produção e como bem transacionável em mercado, passível de maximização de utilidade para a humanidade Valor econômico é atribuído a partir da utilidade percebida - considerando apenas a perspectiva humana, tomando como base os valores e o nível de conhecimento atual sobre os bens e serviços ecossistêmicos (ex.: o que se sabia sobre o efeito estufa na época da revolução industrial?) Considera que recursos e serviços ambientais seriam intercambiáveis com os outros fatores de produção (Capital e Trabalho). Alguns têm maior possibilidade de substituição por tecnologia (tratamento de água, conservação de solos), mas para outros a substituição é muito mais limitada ou impossível (formação de solos, bloqueio de raios UV, diversidade biológica) Os modelos econômicos são lineares e incrementais, enquanto os modelos ecológicos são complexos e com limiares de ruptura Alexandre Toshiro Igari 53

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: Incorpora o aspecto ambiental como um dos fatores de produção e como bem transacionável em mercado, passível de maximização de utilidade para a humanidade Valor econômico é atribuído a partir da utilidade percebida - considerando apenas a perspectiva humana, tomando como base os valores e o nível de conhecimento atual sobre os bens e serviços ecossistêmicos (ex.: o que se sabia sobre o efeito estufa na época da revolução industrial?) Considera que recursos e serviços ambientais seriam intercambiáveis com os outros fatores de produção (Capital e Trabalho). Alguns têm maior possibilidade de substituição por tecnologia (tratamento de água, conservação de solos), mas para outros a substituição é muito mais limitada ou impossível (formação de solos, bloqueio de raios UV, diversidade biológica) Os modelos econômicos são lineares e incrementais, enquanto os modelos ecológicos são complexos e com limiares de ruptura Alexandre Toshiro Igari 54

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: A abordagem não leva em consideração que o nível ótimo de utilidade dos bens e serviços ambientais pode ultrapassar a capacidade de recomposição do capital natural (ex.: estoques pesqueiros) A escassez do bem ou serviço faz subir o seu preço, o que viabiliza a aplicação de novas tecnologias de exploração (ex.: petróleo do pré-sal) É preciso uma abordagem mais abrangente, compreendendo os limites de resiliência do Capital Natural, restringindo os impactos a esses limites, fazendo com os mercados só operem dentro dessa faixa de tolerância (ex.: mercados de carbono ou de emissão de SO 2 ) A Economia Ecológica é uma abordagem mais abrangente, que parte da capacidade de suporte dos ecossistemas e só então define os limites de operação dos mercados e empresas. Alexandre Toshiro Igari 55

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: A abordagem não leva em consideração que o nível ótimo de utilidade dos bens e serviços ambientais pode ultrapassar a capacidade de recomposição do capital natural (ex.: estoques pesqueiros) A escassez do bem ou serviço faz subir o seu preço, o que viabiliza a aplicação de novas tecnologias de exploração (ex.: petróleo do pré-sal) É preciso uma abordagem mais abrangente, compreendendo os limites de resiliência do Capital Natural, restringindo os impactos a esses limites, fazendo com os mercados só operem dentro dessa faixa de tolerância (ex.: mercados de carbono ou de emissão de SO 2 ) A Economia Ecológica é uma abordagem mais abrangente, que parte da capacidade de suporte dos ecossistemas e só então define os limites de operação dos mercados e empresas. Alexandre Toshiro Igari 56

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: A abordagem não leva em consideração que o nível ótimo de utilidade dos bens e serviços ambientais pode ultrapassar a capacidade de recomposição do capital natural (ex.: estoques pesqueiros) A escassez do bem ou serviço faz subir o seu preço, o que viabiliza a aplicação de novas tecnologias de exploração (ex.: petróleo do pré-sal) É preciso uma abordagem mais abrangente, compreendendo os limites de resiliência do Capital Natural, restringindo os impactos a esses limites, fazendo com os mercados só operem dentro dessa faixa de tolerância (ex.: mercados de carbono ou de emissão de SO 2 ) A Economia Ecológica é uma abordagem mais abrangente, que parte da capacidade de suporte dos ecossistemas e só então define os limites de operação dos mercados e empresas. Alexandre Toshiro Igari 57

Valoração Ambiental Restrições da abordagem: A abordagem não leva em consideração que o nível ótimo de utilidade dos bens e serviços ambientais pode ultrapassar a capacidade de recomposição do capital natural (ex.: estoques pesqueiros) A escassez do bem ou serviço faz subir o seu preço, o que viabiliza a aplicação de novas tecnologias de exploração (ex.: petróleo do pré-sal) É preciso uma abordagem mais abrangente, compreendendo os limites de resiliência do Capital Natural, restringindo os impactos a esses limites, fazendo com os mercados só operem dentro dessa faixa de tolerância (ex.: mercados de carbono ou de emissão de SO 2 ) A Economia Ecológica é uma abordagem mais abrangente, que parte da capacidade de suporte dos ecossistemas e só então define os limites de operação dos mercados e empresas. Alexandre Toshiro Igari 58

Valoração Ambiental Sumário Por que valorar? Valor econômico Serviços ecossistêmicos Valoração de serviços ecossistêmicos Limitações da abordagem Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Discussão: PSA x Código Florestal Alexandre Toshiro Igari 59

Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Triple Bottom Line: Economicamente viável Ambientalmente suportável Socialmente justo Econômica Ambiental Social Alexandre Toshiro Igari 60

Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Triple Bottom Line: Economicamente viável Ambientalmente suportável Socialmente justo Econômica Ecoeficiência Ambiental Desenvolvimento Social RSA Alexandre Toshiro Igari 61

Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Triple Bottom Line: Economicamente viável Ambientalmente suportável Socialmente justo Econômica Ecoeficiência Ambiental Desenvolvimento Social RSA Economia Ecológica (limites biofísicos): Organização Economia Sociedade Meio ambiente Alexandre Toshiro Igari 62

Desenvolvimento Sustentável x Taxa de Juros Desenvolvimento Sustentável Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum (1987): Assegura a satisfação das necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades Taxa de juros valor pago por antecipar recebimentos PV = PMT_ i PV Valor presente PMT Recebimentos periódicos i Taxa de juros do período Alexandre Toshiro Igari 63

Desenvolvimento Sustentável x Taxa de Juros Desenvolvimento Sustentável Relatório Brundtland, Nosso Futuro Comum (1987): Assegura a satisfação das necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades Taxa de juros valor pago por antecipar recebimentos PV = PMT_ i PV Valor presente PMT Recebimentos periódicos i Taxa de juros do período Alexandre Toshiro Igari 64

Valoração Ambiental Sumário Por que valorar? Valor econômico Serviços ecossistêmicos Valoração de serviços ecossistêmicos Limitações da abordagem Economia Ecológica e Desenvolvimento Sustentável Discussão: PSA x Código Florestal Alexandre Toshiro Igari 65

Questões para debate Quais as vantagens e desvantagens das seguintes estratégias para a Conservação de Ecossistemas: medidas de Comando e Controle, como o Código Florestal medidas de Incentivo Econômico, como os PSA (Pagamentos por Serviços Ambientais) Alexandre Toshiro Igari 66

Obrigado! Alexandre Toshiro Igari igari@uol.com.br Alexandre Toshiro Igari