ALAN BOJANIC REPRESENTANTE DA FAO NO BRASIL PORTO ALEGRE - RS, BRASIL OUTUBRO
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1 A VISÃO DA FAO SOBRE OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS ALAN BOJANIC REPRESENTANTE DA FAO NO BRASIL PORTO ALEGRE - RS, BRASIL OUTUBRO
2 ÍNDICE 1. Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Agenda Segurança Alimentar e Nutricional 3. Agricultura e Mudanças Climáticas 4. Visão da FAO sobre Serviços Ecossistêmicos
3 AGENDA 2030 Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são uma agenda mundial adotada durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável em setembro de 2015, composta por 17 objetivos, 169 metas e 231 indicadores a serem atingidos até Os temas podem ser divididos em quatro dimensões principais: Social Ambiental Econômica Institucional
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5 ODS 2 Objetivo 2. Acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável 2.1. até 2030, acabar com a fome e garantir o acesso de todas as pessoas a alimentos seguros, nutritivos e suficientes durante todo o ano; 2.3. até 2030, dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos; 2.4. até 2030, garantir sistemas sustentáveis de produção de alimentos que aumentem a produtividade e a produção, que ajudem a manter os ecossistemas e fortaleçam a capacidade de adaptação às mudanças do clima; 2.5. até 2020, manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens.
6 ODS 15 Objetivo 15. Proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres até 2020, assegurar a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços; 15.4 até 2030, assegurar a conservação dos ecossistemas de montanha, incluindo a sua biodiversidade; tomar medidas urgentes e significativas para reduzir a degradação de habitat naturais e estancar a perda de biodiversidade; garantir uma repartição justa e equitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos e o uso adequado dos mesmos; até 2020, integrar os valores dos ecossistemas e da biodiversidade ao planejamento nacional e local.
7 POPULAÇÃO E ALIMENTAÇÃO Para alimentar essa população maior e urbana, a produção de alimentos deverá aumentar em 60% A produção de cereais terá que aumentar para 3 bilhões toneladas/ano em relação aos 2.5 bilhões produzidos atualmente A produção de carne precisará aumentar em mais de 200 milhões de toneladas
8 Mapa da Fome FAO/ONU (2014)
9 SOFI 2018 O número de pessoas subalimentadas tem aumentado desde Alcançou o número de 821 milhões em 2017
10 SOFI 2018 A prevalência da subalimentação é maior na África; o número absoluto de pessoas subalimentadas é mais elevado na Ásia. O número total de pessoas famintas no mundo é de 821 milhões Ásia: 515 milhões África: 256 milhões América Latina e no Caribe: 39 milhões Porcentagem da população mundial vítima da fome: 11% Ásia: 11,4% África: 20,4% (Na África Oriental: 31,4%) América Latina e Caribe: 6,1%
11 A fome mundial voltou a crescer por consequência dos conflitos armados, das mudanças climáticas e da deterioração da economia de alguns países. Dos 821 milhões de famintos do planeta, 490 milhões vivem em países afetados por conflitos.
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13 RESILIÊNCIA ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS Não podemos alcançar a FOME ZERO sem abordar as questões relacionadas às MUDANÇAS CLIMÁTICAS As mudanças climáticas representam uma das maiores ameaças à produção alimentar mundial; É possível atender à demanda mundial de alimentos de forma sustentável, mas isso requer sistemas institucionais adequados nos setores agrícola, pecuário, florestal e pesqueiro.
14 Agricultura e Mudanças Climáticas Entre 2005 e 2015, 26% dos danos e perdas totais causados por desastres climáticos em países em desenvolvimento ocorreram na agricultura. Durante o mesmo período, as secas provocaram 30% das perdas agrícolas causadas por desastres naturais. Isso equivale a US$ 29 bilhões. Nos países em desenvolvimento, até 83% do impacto econômico das secas, que se intensificaram com as mudanças climáticas, recaíram na agricultura. A degradação dos solos provocou uma liberação para a atmosfera de aproximadamente 78 gigatoneladas (Gt) de carbono. A reabilitação das terras agrícolas e degradadas pode capturar até 51 Gt de carbono.
15 AGRICULTURA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS As pessoas que se dedicam a pecuária são as mais vulneráveis às mudanças climáticas, já que afeta os animais tanto diretamente: por fenômenos extremos como as secas e as ondas de calor, como indiretamente: pela menor disponibilidade de ração e o aumento dos riscos à saúde animal. A pecuária é responsável por 14,5% das emissões antropogênicas de gases de efeito estufa. O gado (tanto para a produção de carne como para a de leite) é responsável por dois terços dessas emissões.
16 ÁGUA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS Os recursos hídricos sofrem o peso das mudanças climáticas. Isso intensificará a competição por agua entre diferentes setores, enfraquecendo a segurança hídrica das regiões. A escassez de água já afeta mais de 40% da população mundial. Se prevê que as mudanças climáticas siga reduzindo a disposnibilidade de água intensificando as pressões sobre bacias já empobrecidas. Para 2055, a redistribuição das espécies debido ao aumento das temperaturas pode reduzir as capturas de peixes entre 40% e 60% em áreas tropicais e entre 30% e 70% em latitudes mais altas.
17 VISÃO DA FAO SOBRE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Um dos objetivos estratégicos da FAO é o de fazer com que a agricultura, a pecuária, a atividade florestal e a pesca sejam mais produtivas e sustentáveis; Os serviços ecossistêmicos são o motor do meio ambiente, são essenciais para a vida. A terra, a água, o ar, o clima e os recursos genéticos devem ser utilizados de forma responsável para que tragam benefícios às gerações futuras; Eles proporcionam alimentos nutritivos e água limpa; regulam as doenças e o clima; apoiam a polinização dos cultivos e a formação dos solos, e oferecem benefícios recreativos, culturais e espirituais; Estima-se que estes bens, embora possuam um valor de 125 bilhões de USD, não recebem a atenção devida nas políticas e nas normativas econômicas, o que significa que não se investe o suficiente na sua proteção e ordenamento.
18 SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NA FAO Os ecossistemas saudáveis proporcionam uma grande variedade de bens e serviços indispensáveis, que contribuem direta ou indiretamente ao bem-estar humano. O setor da alimentação e da agricultura prove múltiplos serviços ecossistêmicos
19 CATEGORIAS DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS As funções ecossistêmicas podem ser classificadas em grup funcionais segundo as seguintes categorias: Serviços de abastecimento: agrupam os produtos obtidos dos ecossistemas (alimento, água doce, combustível, fibras, recursos genéticos, etc.); Serviços de regulação: agrupam os benefícios obtidos da regulação dos processos dos ecossistemas (regulação do clima, de enfermidades, da água, etc.); Serviços culturais: agrupam os benefícios intangíveis obtidos dos ecossistemas (espirituais e religiosos, recreativos e ecoturísticos, estéticos, inspiracionais, educacionais); Serviços de apoio: agrupam os serviços necessarios para a produção de todos os outros serviços dos ecossistemas (formação do solo, ciclo de nutrientes, produção primária, etc.).
20 TIPOS DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NA AGRICULTURA SERVIÇO AMBIENTAL Absorção de carbono e compensação de gases de efeito estufa Absorção de carbono nos solos Absorção de carbono nas plantas perenes Redução das emissões de carbono Redução das emissões de metano Proteção das vazias hidrográficas Regulação do fluxo da água Manutenção da qualidade da água Controle da erosão e da sedimentação Salinização e regulação do lençol freático Recarga de aquíferos Controle de enchentes Conservação da biodiversidade silvestre Proteção do hábitat para espécies silvestres terrestres Conectividade para espécies móveis Proteção de comunidades ameaçadas dsde o ponto de vista ambiental Proteção de espécies silvestres Proteção do hábitat de espécies aquáticas
21 ABSORÇÃO DE CARBONO
22 IMPACTOS SOBRE OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS A agricultura, a pecuária, a atividade florestal e a pesca se beneficiam dos serviços ecossistêmicos e, por sua vez, proporcionam-nos. Os efeitos que estes setores produzem nos serviços ecossistêmicos podem ser positivos ou negativos, por exemplo: Efeitos positivos A agricultura proporciona hábitats às espécies silvestres e cria paisagens com valor estético Os bosques ajudam a manter ecossistemas aquáticos saudáveis e proporcionam fontes fiáveis de água limpa Os excrementos animais podem ser uma fonte importante de nutrientes e de dispersão de sementes e podem manter a fertilidade dos solos nas pastagens A aquicultura sustentável e integrada pode melhorar a função de proteção contra enchentes exercida pelos manguezais Efeitos negativos Os pesticidas, assim como a homogeneização da paisagem, podem reduzir a polinização natural O desmatamento e o ordenamento deficiente podem provocar o aumento das inundações e dos deslizamentos de terras durante os tufões O excesso de excrementos animais e sua gestão deficiente podem implicar na contaminação da água e colocar em perigo a biodiversidade aquática A pesca excessiva tem consequências devastadoras nas comunidades dos oceanos, visto que desestabiliza a cadeia alimentar e destrói os hábitats naturais de numerosas espécies aquáticas
23 Como os produtores agrícolas podem gerar serviços ambientais? Necessita-se de algumas mudanças no sistema de produção agrícola para que os agricultores aumentem sua oferta de serviços ambientais; As atividades de produção devem ser modificadas para alcançar objetivos ambientais (por exempo, uma redução da lavoura); Investir em programas de reconversão das terras; Promover a manutenção do uso da terra;
24 TRABALHO DA FAO COM SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS O trabalho que a FAO realiza no mundo todo ajuda a manter e estabelecer os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade: a FAO promove o diálogo, fomenta capacidades, melhora conhecimentos e a compreensão, e presta orientação com o objetivo de incluir os ecosistemas nas políticas agrícolas nacionais e internacionais; Frentes de atuação da FAO: 1) Avaliação e valoração dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade; 2) Melhora das competências: gestão dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade; 3) Políticas e diálogo para melhorar a gestão dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade; 4) Incentivos para os serviços ecossistêmicos: criação de valor para o apoio dos serviços ecossistêmicos e da biodiversidade.
25 METAS DA FAO PARA OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS A FAO promove sistemas de governança que reconheçam que os ecossistemas são complexos e que geram múltiplos benefícios. Para administrar os serviços ecossistêmicos e a biodiversidade de forma eficaz, é fundamental adotar um planejamento multidisciplinar; Adotando uma abordagem interdisciplinar, a FAO traça as seguintes metas: Dotar a sociedade e os governos de instrumentos para avaliar e valorar os benefícios dos serviços ecossistêmicos; Dotar a sociedade e os governos de instrumentos necessários para potencializar e manter os serviços ecossistêmicos;
26 METAS DA FAO PARA OS SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS Deixar os encarregados dos ecossistemas e seus usuários em condições de melhorar a manutenção e o reestabelecimento dos serviços ecossistêmicos; Fortalecer a governança mediante o diálogo e medidas políticas em favor dos planejamentos ecossistêmicos, incluído o reconhecimento dos direitos dos coletivos locais e de seus sistemas de conhecimento.
27 TIPOS DE VALORES DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS
28 PAGAMENTOS POR SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS (PSE) Os usos insustentáveis da terra causaram perdas irreversíveis de biodiversidade. As repercussões destas perdas geraram alterações no abastecimento de água doce, na pesca, na purificação do ar e da água, na regulação do clima, nos fenômenos associados com os riscos naturais e o surgimento de pragas; Os pagamentos por serviços ecossistêmicos (PSE) ganharam importância por conferirem valor à conservação desses serviços e intensificarem a geração de ingressos nas zonas rurais, na segurança alimentar e no desenvolvimento sustentável; Em sua maioria, os esquemas de PSE giram em torno a três grupos de serviços ecossistêmicos: os relacionados com água e solos; a estabilização do clima; e a conservação da biodiversidade. Os benefícios das intervenções ecossistêmicas são múltiplos;
29 SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS E EXEMPLOS DE COMPRADORES
30 FONAFIFO EXPERIÊNCIAS DE PSE NA AMÉRICA LATINA E CARIBE O Fundo Nacional de Financiamento Florestal é uma entidade pública da Costa Rica que capta financiamento para o pagamento de serviços ambientais fornecidos pelos bosques, pelas plantações florestais e outras atividades necessárias para fortalecer o desenvolvimento do setor de recursos naturais; Dentro do FONAFIFO, o Programa pelo Pagamento de Serviços Ambientais (PPSA), funciona como mecanismo de financiamento para o manejo, a conservação e o desenvolvimento sustentável dos recursos dos bosques e da biodiversidade. O PPSA possui 4 pilares fundamentais: a) Institucionalidade; b) Marco Legal; c) Financiamiento; e d) Monitoreio e Avaliação.
31 CONCLUSÕES A demanda de serviços ambientais gerados pela agricultura aumentará; A agricultura pode prover uma melhor combinação de serviços de ecossistemas para satisfazer as necessidades em mudança da sociedade; Melhores incentivos para estimular os agricultores a fornecer uma melhor combinação de serviços de ecossistemas serão necessários. Os pagamentos por serviços ambientais podem ajudar; Os programas de PSA eficazes em função do custo necessitam de um desenho bem detalhado baseado nas características do serviço e no contexto biofisico e socioeconômico; Os pagamentos por serviços ambientais não constituem um instrumento cuja finalidade principal é a redução da pobreza, embora seja provável que afetem aos pobres e tais consequências devam ser levada em consideração.
32 PERSPECTIVAS FUTURAS Os direitos aos serviços ecossistêmicos devem ser esclarecidos; É necessário realizar mais pesquisas, tanto nas ciências naturais como nas sociais; Deve-se consolidar as instituições e o reforço das capacidades
33 Muito Obrigado!
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