Recuperação e manejo de enxames no semiárido Prof. em Apicultura / IFRN T.A. / Eng.º Agrônomo Drnd.- UFERSA Daniel Santiago Pereira
(CRISTINO, 2003).
TRIPÉ DA SUSTENTABILIDADE ATIVIDADE ECONÔMICA MEIO AMBIENTE RESPONSABILIDADE SOCIAL
Nos anos em que a precipitação pluviométrica se situa em torno ou acima da média, o Nordeste responde por cerca de 40% da produção brasileira de mel. (VIDAL, 2013)
Em 2012 o clima no Nordeste foi seco, (...), a florada foi insuficiente o que provocou elevada queda de produção (...) de mel do Nordeste brasileiro. Ocorreu também elevada perda de enxames por abandono da colméia devido à alta temperatura aliada à falta de sombreamento e manejo alimentar inadequado. Estima-se que 75% das colméias no Nordeste (1.012.674), em 2013, estejam vazias. (VIDAL, 2013)
FUGA E ABANDONO DE ENXAMES O fenômeno do abandono do ninho por fuga ou migração é onipresente em todas as espécies de abelhas, no entanto, ele ocorre em um nível muito baixo na Eurásia, mas não nas subespécies de abelhas A. mellifera do continente Africano; Esgotamento de recursos como um estímulo para a fuga e migração é um tema evidente e recorrente na literatura para todas as espécies de abelhas (exceto as raças de A. mellifera nativas da Eurásia). (HEPBURN, 2006)
COMPORTAMENTO DE ABANDONO POR ALTA TEMPERATURA A baixa produtividade e elevada taxa de abandono de colméias, em regiões de clima quente, como o Nordeste brasileiro, pode ser relacionada à falta de sombreamento nos apiários. Embora a maioria dos apicultores instale suas colméias sob a sombra de árvores, a vegetação nativa do semiárido sofre intensa queda de folhas, no período de estiagem, deixando as colônias totalmente à mercê dos fatores climáticos. (PEREIRA, 2002)
Colméias situadas no sol alcançam com freqüência temperaturas de 45 C a 50 C, ou mais, nas horas quentes do dia. Isso é bastante prejudicial, uma vez que temperaturas internas acima de 35 C a 38 C não são mais suportáveis pelas abelhas que ficam no interior da colméia,que interrompem suas funções de cuidar das crias e de construir os favos (LAMPEITL, 1991).
(WINSTON, 2003; SEELEY,2006) Para prevenir o superaquecimento, as colônias empregam vários mecanismos de resfriamento: - Dispersão dos adultos no ninho; - Ventilação, pelo batimento das asas; - Evaporação de pequenas gotas de água espalhadas sobre os alvéolos e a saída parcial de operárias do ninho, formando aglomerados do lado de fora.
Perda de enxames em Municípios na região do Alto Oeste Potiguar. Alto Oeste Numero de colmeias 63 produtores N 2012 N 2013 Diferença Total 3374 1712 1662 Pau dos Ferros 42,49%, Marcelino Vieira 48,45%, Dr. Severiano 65,23%, Francisco Dantas 65,91% e a média Geral de todos os eles foi de 55,52%.
Gráfico de Frequência Geral do numero de apicultores que alimentam e/ou não suas colmeias, em todos os quatro Municípios. 40 35 30 25 20 15 10 5 0 Sim Não
Gráfico de frequência geral dos possiveis motivos de abandono de enxames no Alto Oeste 40 Geral 35 30 25 20 15 10 5 0 Traça na cera Saraça / formiga Escassez
EMPREGO DE TECNOLOGIAS PARA REDUÇÃO DO ABANDONO DE ENXAMES LOCAL DE INSTALAÇÃO DO APIÁRIO PASTO APÍCOLA FONTES DE ÁGUA SOMBREAMENTO ACESSO DISTRIBUIÇÃO NORMAS DE SEGURANÇA
FLORA APICOLA ESTAÇÃO CHUVOSA: GRANDE DISPONIBILIDADE DE ALIMENTOS ESTRATOS ARBUSTIVO E HERBÁCEO ESTAÇÃO SECA: BAIXA DISPONIBILIDADE DE ALIMENTOS ESTRATO ARBÓREO 14
REGIME PLUVIAL UMIDADE DO SOLO FISIOLOGIA DAS PLANTAS FLORESCIMENTO ARBUSTIVAS E HERBÁCEAS ARBÓREAS ESTAÇÃO CHUVOSA ESTAÇÃO SECA 15
SAZONALIDADE NA PRODUÇÃO Ano Apícola ÉPOCA CHUVOSA ÉPOCA SECA TRANSIÇÃO (MACIEL, 2011)
SAZONALIDADE NA PRODUÇÃO PRODUÇÃO MANUTENÇÃO DESENVOLVIMENTO (MACIEL, 2011)
SAZONALIDADE NA PRODUÇÃO Principais Problemas ENXAMEAÇÃO ABANDONO ESTADO POPULACIONAL (MACIEL, 2011)
Em caso de condições ambientais desfavoráveis, as colméias com pequena quantidade de cria podem morrer por fome, doenças ou canibalismo (CRAILSHEIM, 1990).
SAZONALIDADE NA PRODUÇÃO Principais Objetivos PRODUÇÃO MANEJO ESPECÍFICO
ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL Se as colméias chegarem ao apiário antes da florada pode-se aproveitar esse período para induzir antecipadamente a produção de crias, através da alimentação artificial estimulante. Se as colméias chegarem no meio ou no final da safra, podem ser adotadas medidas para fortalecer as colônias para a entressafra ou para dividi-las e induzir a produção de novas rainhas, a serem fecundadas ainda no final da safra pelos zangões remanescentes, duplicando rapidamente, e de forma barata, o número de colméias no apiário (WOLFF, 2006).
Manejo Recomendado 6. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: SUBSISTÊNCIA ENERGÉTICA (LÍQUIDA): 1 PARTE DE AÇÚCAR/1PARTE DE ÁGUA; AQUECER ATÉ A DISSOLUÇÃO DO AÇÚCAR; FORNECER 500 ml A CADA 15 DIAS.
Manejo Recomendado 6. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: SUBSISTÊNCIA
Manejo Recomendado 6. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: SUBSISTÊNCIA (PASTOSA)
Manejo Recomendado 6. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: SUBSISTÊNCIA (PASTOSA) ALIMENTAÇÃO PASTOSA: INGREDIENTES PARA 10 kg 7,5 kg DE AÇÚCAR 2,5 kg DE FARINHA DE SOJA 1,5 l DE ÁGUA 30 ml DE ESSÊNCIA DE BAUNILHA
Manejo Recomendado 6. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: DESENVOLVIMENTO ENERGÉTICA (LÍQUIDA): 2 PARTES DE AÇÚCAR/1PARTE DE ÁGUA; AQUECER ATÉ A DISSOLUÇÃO DO AÇÚCAR; FORNECER 500 ml A CADA 7 DIAS.
Manejo Recomendado 4. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: DESENVOLVIMENTO PROTÉICA (PÓ FINO): FARINHA DE SOJA; TEXTURA FINA (TALCO); FORNECER CONTINUAMENTE APÓS O INÍCIO DA ALIMENTAÇÃO ENERGÉTICA.
Manejo Recomendado 6. ALIMENTAÇÃO SUPLEMENTAR: DESENVOLVIMENTO
Manejo Recomendado FONTE DE ÁGUA: BEBEDOUROS NATURAIS OU ARTIFICIAIS (MACIEL, 2011)
Manejo Recomendado FONTE DE ÁGUA: BEBEDOUROS NATURAIS OU ARTIFICIAIS (MACIEL, 2011)
Manejo Recomendado FONTE DE ÁGUA: BEBEDOUROS NATURAIS OU ARTIFICIAIS (MACIEL, 2011)
SOMBREAMENTO: Manejo Recomendado (MACIEL, 2011)
SOMBREAMENTO: Manejo Recomendado (MACIEL, 2011)
Manejo Recomendado 1. REDUÇÃO DO ESPAÇO: PROPORCIONAL A POPULAÇÃO Nº QUADROS C/ CRIAÇÃO: 5-6: COLMEIA COMPLETA; 3-4: NINHO + 1 MELG.; < 3: NINHO.
Manejo Recomendado INSTALAÇÃO DO REDUTOR DE ALVADO: (MACIEL, 2011)
MANEJO CONTRA ALGUMAS PRAGAS FORMIGAS GÊNERO CAMPONOTUS De acordo com Barros (1965), o risco e a gravidade do ataque de formigas tornam necessária uma série de medidas preventivas. Limpeza do terreno; Impedir o acesso das formigas pelo cavalete; Reduzir o número de pés e quanto mais estreitos e afastados do solo, dos capins e dos galhos de árvores; Isolamento total pode ser buscado através do uso de campânulas, canecos invertidos ou bacias com óleo queimado nos pés do cavalete.
TRAÇA DA CERA (GALLERIA MELLONELLA) As lagartas fazem galerias nos favos, alimentando-se de cera, pólen e mel, podendo destruí-los totalmente, impedindo sua reutilização. Essa espécie alimenta-se de favos presentes em enxames em condições naturais ou daqueles quando em armazenamento. Os favos perfurados e ligados entre si por um emaranhado de fios de seda impedem o trânsito das abelhas, impossibilitando a proteção da colméia e desenvolvimento das larvas, que morrem e apodrecem contaminando-a. As abelhas que conseguem emergir apresentam pernas e asas defeituosas (VANDENBERG & SHIMANUKI, 1990).
Essa perda se dá pelo fato da baixa densidade populacional, já que em colméias bem povoadas os favos não são prejudicados, pois as abelhas expulsão as mariposas e, mesmo quando surgem algumas lagartas da traça, as operárias prontamente realizam a limpeza do favo Brighenti et al (2007). Com a alimentação de subsistência fornecida as abelhas, percebeu-se a ausência de traças nas colméias antes infestadas, bem como a prevenção nas outras colméias, ocorrendo o fortalecimento geral do apiário (PEREIRA et al, 2003).
3. RECOMENDAÇÕES - Manter sempre colméias fortes no apiário, uma vez que as fracas são mais sensíveis; - Reduzir o alvado das colméias em épocas de entressafra e alimentá-las qundo necesário; - Se identificado, eliminar totalmente o foco da traça de cera nos apiários; - Manter as colônias a pelo menos 50cm do chão e sombreadas; -Trocar periodicamente entre 01-03 quadros com cera velha das colméias anualmente; -Se forem observadas colônias que freqüentemente apresentam alta infestação de pragas, deve-se realizar a substituição de rainhas, visando aumentar a resistência.
As taxas de abandono dos enxames estão, geralmente, atreladas a fatores: Genéticos (hibridização), Tróficos, ausência de fonte natural de alimento (pólen e néctar), alimentação artificial inadequada ou insuficiente, Proximidade (-) da água, Falta de sombreamento, Falta de manejo: redução de alvado, equalização dos enxames, não retirada das melgueiras no período de entressafra, e colméias desprotegidas ficando susceptíveis ao ataque de pragas.
REFERENCIAS WINSTON, M. L. A biologia da abelha. Porto Alegre: Magister, 281 p. 2003. PEREIRA, F. de M. Gargalos tecnológicos. In: VILELA, S. L. de O.; PEREIRA, F. de (Orgs.). Cadeia produtiva do mel no Estado do Rio Grande do Norte. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 2002. p. 66-92. VIDAL, M.F.. Efeito da Seca de 2012 Sobre a Apicultura Nordestina. Informe Rural ETENE - Banco do Nordeste do Brasil / SA. Ano VII, n. 2, 2013. HEPBURN, H.R.. Absconding, migration and swarming in honeybees: An ecological and evolutionary perspective. Life Cycles in Social Insects: Behaviour, Ecology and Evolution. V. E. Kipyatkov (Ed.), St. Petersburg University Press, St. Petersburg, 2006, pp. 121 135 BRIGHENTI, D.M.; Carvalho, C.F.; CARVALHO, G.A.; et.al.. Bioatividade do Bacillus thuringiensis var. kurstaki (Berliner, 1915) para adultos de Apis mellifera Linnaeus, 1758 (Hymenoptera: Apidae). Ciênc. agrotec., v. 31, n. 2, 2007. CRAILSHEIM, K. The protein balance of the honey bee worker. Apidologie, v. 21, p. 417-429, 1990.
OBRIGADO! Prof. em Apicultura / IFRN T.A. / Eng.º Agrônomo Daniel Santiago Pereira Email: santiagoesam@gmail.com Cel: (88) 9688 7900