Eco new farmers. Módulo 5 Outras produções biológicas. Sessão 2 Apicultura
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- Ana Júlia Henriques
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1 Eco new farmers Módulo 5 Outras produções biológicas Sessão 2 Apicultura
2 Módulo 5 Outras produções biológicas Sessão 2 Apicultura 1. Introdução Nesta sessão irá aprender como gerir uma atividade apícola, mais precisamente como promover o seu bem-estar, minimizar (ou evitar) a utilização de tratamentos veterinários convencionais para controlar doenças e pragas das abelhas e promover a utilização de métodos biológicos para resolver os problemas de gestão de nas colmeias e apiários. 2. Espécies e raças Em apicultura, deve-se dar preferência à utilização da espécie Apis mellifera (Figura 1) e aos seus ecótipos locais. Fig. 1. Apis mellifera 3. Apiários Os apiários devem estar localizados de modo a que, num raio de 3Km, existam: fontes de pólen e néctar originários de culturas produzidas em agricultura biológica, vegetação espontânea ou culturas originárias de métodos de produção de baixo impacto ambiental e que mantenham o espaço natural (equivalentes aos descritos no Art. 36 o da Diretiva Europeia nº 1698/2005 ou no Art. o 22 da Diretiva Europeia nº 1257/1999). Os requisitos acima mencionados não se aplicam em locais onde não ocorra a floração ou em que as colmeias estejam inativas. Os Estados membros
3 podem designar as áreas ou as regiões onde não é possível a realização da apicultura em modo biológico. As colmeias devem ser construídas a partir de materiais naturais (Figura 2) que não apresentem risco de contaminação, relativamente ao ambiente ou aos produtos provenientes da apicultura. Fig. 2. As colmeias devem ser construídas a partir de materiais naturais, como madeira A cera para a criação de novas colmeias deve provir de unidades de produção biológicas. Em apicultura, apenas podem ser utilizados produtos orgânicos como própolis, cera e óleos vegetais, com exceção de regulamentações específicas relativas à prevenção de doenças e tratamento veterinário (mencionadas posteriormente). A utilização de repelentes químicos de sintetize é proibida durante as operações de extração de mel. É proibida a extração de mel a partir de favos com criação. 4. Alimentação No final da época de produção, devem-se deixar reservas suficientes de mel e pólen nas colmeias, para que as abelhas sobrevivam durante o inverno. A prática de alimentação suplementar das colónias de abelhas é apenas permitida quando a sua sobrevivência está ameaçada, devido a condições climáticas, e apenas no período compreendido entre a última cresta (extração de mel) e 15 dias antes do início do próximo período de floração. A alimentação deve ser realizada com mel biológico, xarope de açúcar biológico ou açúcar biológico.
4 5. Práticas de gestão A utilização de métodos de mutilação, como o corte das asas das abelhas rainha, é proibida. Em apicultura, a boa gestão implica a existência de um mapa em escala apropriada, que inclua a localização das colmeias, e que deverá ser entregue à autoridade local ou ao organismo de certificação. Quando as áreas não estão identificadas, o apicultor deve fornecer autoridade local ou ao organismo de certificação, os documentos e evidências que atestem o cumprimento da legislação das condições requeridas. No caso de novas instalações ou durante o período de conversão, a cera de origem não biológica pode ser usada apenas: quando a cera de origem biológica não esteja disponível no mercado; sempre que seja possível provar que está livre de contaminação por substâncias não autorizadas em produção biológica; desde que provenha dos opérculos. Em situações de doença ou circunstâncias catastróficas que causem a elevada mortalidade das abelhas, a autoridade competente pode permitir, de modo temporário, a reconstituição dos apiários com abelhas de origem não biológica, sempre que não existam disponíveis colmeias provenientes de apiários biológicos, assim como em casos de situações climáticas adversas durante períodos longos que limitem a disponibilidade de néctar e pólen, autorizar a alimentação das colónias com mel, açúcar ou xarope de açúcar biológico. 6. Regulamentação específica para prevenção de doenças e tratamento veterinário em apicultura Para proteger as instalações, colmeias e favos, em particular de pragas e doenças, apenas são permitidos rodenticidas (em armadilhas) e os produtos listados no Anexo II do Regulamento (CE) nº 889/2008 da Comissão de 5 de Setembro de Os meios de luta físicos para desinfeção dos apiários, como fogo ou fumigação, são permitidos. A prática de criação operculada de machos é permitida, apenas, para isolar a infestação de Varroa destructor.
5 Se apesar de todas as medidas preventivas, as colónias adoecerem ou forem infetadas, devem ser tratadas imediatamente e, se necessário, podem ser colocadas em isolamento. Os produtos veterinários podem ser utilizados em apicultura biológica desde que estejam autorizados pelo Estado Membro em concordância com as exigências comunitárias ou com as necessidades nacionais em conformidade com a lei comunitária. O ácido fórmico, ácido lático, ácido acético e ácido oxálico, assim como o mentol, timol, eucaliptol e cânfora podem ser utilizados em casos de infeção de Varroa destructor. Se se utilizarem produtos alelopáticos de síntese, as colónias devem ser colocadas em isolamento durante esse período e toda a cera deve ser substituída com cera proveniente da apicultura biológica. Consequentemente, o período de conversão de um ano definido no Artigo 38(3) é aplicado a essas colónias. Os produtos provenientes da apicultura apenas podem ser comercializados como artigos de produção biológica quando as regras de produção em modo biológico estiverem aplicadas há mais de um ano. Durante o período de conversão, a cera deve ser substituída com cera proveniente da apicultura biológica. 7. Gestão das unidades apícolas para a promoção da polinização Em explorações afetadas por condicionantes climáticas, geográficas ou estruturais (previsto no nº 2 a) do art. o 22 do regulamento (CE) nº 834/2007), para a polinização, o apicultor pode juntar unidades de apicultura biológica e não biológica na mesma exploração, desde que as exigências de produção em modo biológico sejam cumpridas, com exceção das exigências da localização dos apiários. Nesse caso, o produto não pode ser comercializado como biológico. O apicultor deve guardar toda a certificação relativa ao seu negócio.
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