CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

Documentos relacionados
Ref: Consulta Pública à Minuta da Resolução Normativa da ANS, a ser publicada em 2010.

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

O SETOR DE SAÚDE E A TERCEIRIZAÇÃO

PARECER CREMEC N.º 08/ /03/2014

PARECER CREMEC 06/ /02/11. PROCESSO-CONSULTA PROTOCOLO CREMEC n 4198/10

1º Fórum de Defesa Profissional da SBOT/RS CREMERS. 5 de outubro de Auditoria Médica. Dr. Isaias Levy Vice-Presidente do Cremers

Legislação da ResponsabilidadeTécnica. Consa. Eliane Noya Conselheira do CREMEB Diretora do Depto de Fiscalização

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE. TCBC Renato Françoso Filho

Consa. Eliane Noya Conselheira do CREMEB Vice Diretora do Depto de fiscalização

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE. Dr. Eduardo Luiz Bin Conselheiro Regional do CREMESP

CORPO CLÍNICO DIRETOR TÉCNICO DIRETOR CLÍNICO. Dr. Cláudio Bauduino Souto Franzen Março/2013

O médico pode ser perito do seu paciente?

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

DA CONSULTA. Faz considerações acerca desses pareceres, da legislação e a seguir esclarece:

PARECER CRM/MS 2/2016

CONSULTA Nº /2013

RESOLUÇÃO Nº 2.147, DE 17 DE JUNHO DE 2016

PARECER CREMEC nº16/ /05/2012

PROCESSO CONSULTA Nº 09/2012 PARECER CONSULTA Nº 20/2014

Corpo Clínico. Estruturação e Qualificação. Jorge Motta Conselheiro do CREMEB Membro do Depto. de Fiscalização

PARECER CRM/MS N 05/2016 PROCESSO CONSULTA 17/2015

CONSULTA Nº /2013

PARECER CREMEB Nº 25/13 (Aprovado em Sessão Plenária de 05/07/2013)

PARECER CREMEB Nº 04/16 (Aprovado em Sessão Plenária de 16/02/2016)

JUDICIALIZAÇÃO DA SAÚDE PEMC CREMESP 14/09/2017

PARECER CONSULTA N 19/2017

São Paulo, 07 de novembro de 2018

Auditoria Médica Fundamentada no Paciente

PARECER CREMEC N.º 12/ /07/2014

PARECER CREMEC Nº 4/ /07/2017

Wuilker Knoner Campos page 2

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL AUTARQUIA FEDERAL CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 9ª REGIÃO ESTADO DO PARANÁ CREF9/PR

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA ÉTICA MÉDICA - AULA 30 ÉTICA MÉDICA

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO ESTADO DE MATO GROSSO

1. O doente tem direito a ser tratado no respeito pela dignidade humana

A VISÃO MÉDICA SOBRE A SEGURANÇA DO PACIENTE. Dr. João de Lucena Gonçalves

PARECER CREMEC N.º 5/ /05/2016

ODONTOLOGIA LEGAL 05/05/2017 CAPÍTULO II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS CAPÍTULO II DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

PARECER CONSULTA N 012/2015

PROCESSO CONSULTA CRM-PB Nº 09/2014 PARECER CRM PB Nº 09/2014

Carta dos Direitos e Deveres do Doente

PARECER CONSULTA N 6/2017

RESOLUÇÃO CFM Nº 2.127/2015

O PRESIDENTE DO CONSELHO REGIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA, no uso de suas atribuições estatutárias,

Aula Lei 7.498/86 e do Decreto /87. Questões Fundação Carlos Chagas FCC. Professora: Natale Souza

À Amil Assistência Médica Internacional Ltda.

RESOLUÇÃO Nº... DE... DE O Conselho Federal de Farmácia (CFF), no uso de suas atribuições legais e regimentais e,

CONTEÚDO CAPÍTULO I - DA MISSÃO E DO ESCOPO DO TRABALHO CAPÍTULO II - DA VINCULAÇÃO E ABRANGÊNCIA

Conselho Federal de Farmácia

PALAVRA CHAVE: Sobre laudo de Rx e atendimentos nos Postos de Saúde

PARECER CREMEC N.º 6/ /05/2018

FÓRUM SEGURANÇA DO PACIENTE EMMANUEL FORTES S. CAVALCANTI 3º VICE PRESIDENTE CFM BRASÍLIA, 04 DE JULHO 2017

PARECER CONSULTA CRM/PA PROCESSO CONSULTA PROTOCOLO N 3662/2017 PARECERISTA: CONSELHEIRO ARTHUR DA COSTA SANTOS.

Dr. Lueiz Amorim Canêdo DIRETOR DE AUDITORIA MÉDICA

Parecer CRM/MS N 06/2016 Processo consulta CRM MS nº 19/2015 Interessado Parecerista Palavras-chave EMENTA:

REGULAMENTO COMISSÃO DE AUDITORIA CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL, CAIXA ECONÓMICA BANCÁRIA, S.A.

Carta dos Direitos e Deveres dos Doentes

PARECER CREMEB Nº 22/13 (Aprovado em Sessão Plenária de 25/06/2013)

RESOLUÇÃO N o 02/2006, DE 08 DE JUNHO DE Aprova o Regimento da Auditoria-Geral da UFMG, e revoga a Resolução n o 08/85, de 14 de junho de 1985

RESOLUÇÃO CFM nº 2.147/2016

ATRIBUIÇÕES, DIREITOS E RESPONSABILIDADES DE DIRETORES TÉCNICOS E CLÍNICOS

Lei Complementar Nº 58 de 13 de setembro de 2004 de Natal

Dr. Lueiz Amorim Canêdo DIRETOR DE AUDITORIA MÉDICA

PARECER SETOR FISCAL COREN-CE Nº 39/2015

Ética e sigilo na divulgação de. médicas. Jorge R. Ribas Timi

DELIBERAÇÃO Nº 908/2016

REGULAMENTO INTERNO COMISSÃO DE GOVERNO SOCIETÁRIO, AVALIAÇÃO E NOMEAÇÕES CTT CORREIOS DE PORTUGAL, S.A.

CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS FMU COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO CPA REGULAMENTO DA CPA

Por determinação deste Conselho fomos ao estabelecimento acima citado verificar suas condições de funcionamento.

CONTABILIDADE GERAL. Noções Gerais. Código de Ética Profissional do Contabilista Parte 1. Prof. Cláudio Alves

RESOLUÇÃO CFM Nº 1.716, DE

CFM informa sobre os direitos dos pacientes no SUS.

Art. 1º Aprovar o Regimento Interno do Departamento de Engenharia de Biossistemas DEPEB, anexo a esta Resolução.

PARECER CONSULTA Nº

PARECER CFM Nº 42/2016 INTERESSADOS:

1.3. O Comitê é temporário e terá prazo de duração indeterminado, até posterior deliberação do Conselho de Administração.

CAPÍTULO IX DA CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DA DIRETORIA E DOS CONSELHOS

CONSULTA Nº 7.425/16

PARECER CRM/MS N 003/2014 PROCESSO CONSULTA CRM MS N. 017/2013.

Seção XIV Do Comitê Assistencial, Técnico- Científico e Administrativo em Nutrição

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. PRINCÍPIO DA AUTONOMIA DO PACIENTE: transfusão de sangue

LAUDO MÉDICO PERICIAL

ÉTICA NA ENFERMAGEM SHIRLEY SIQUEIRA. Advogada e Procuradora Autárquica do COREN/AP

PARECER CREMEB Nº 57/10

PARECER CREMEB 23/11 (Aprovado em Sessão da 1ª Câmara de 04/08/2011)

CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO RIO GRANDE DO NORTE

CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA

CRITÉRIOS PARA A OCUPAÇÃO DA FUNÇÃO DE DIRETOR TÉCNICO Diário Oficial da União Nº 207, Seção 1 quinta-feira, 29 de Outubro de 2015.

CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL DOS CORRETORES DE IMÓVEIS

Assunto: Transporte intra-hospitalar, anestesia, exames complementares.

REGIMENTO INTERNO DO CORPO CLÍNICO

NORMAS DO PLANTÃO MÉDICO DO HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU

ASSUNTO: Autonomia dos misteres realizados pelos Peritos Médicos no exercício de sua função pública. EMENTA:

ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

De: Junta Médica Pericial Para: Médico Assistente SOLICITAÇÃO DE INFORMAÇÕES MÉDICAS PARA FINS PERICIAIS

ORTOTANÁSIA: A AUTONOMIA DA VONTADE DO PACIENTE E A OBJEÇÃO DE CONSCIÊNCIA DO MÉDICO

REGIMENTO INTERNO DO CONSELHO FISCAL

CONSULTA FUNDAMENTAÇÃO E PARECER

PARECER CFM nº 22/15 INTERESSADO: Sra. S.A.L.B.L. Diretor técnico e diretor clínico Cons. Hermann Alexandre Vivacqua von Tiesenhausen

Transcrição:

1 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 PROCESSO CONSULTA CRM-MT Nº 29/2012 PARECER CRM-MT Nº01/2013 DATA DA ENTRADA: 23 de novembro de 2012 INTERESSADO: Dr. N. N. C. CONSELHEIRA PARECERISTA: Dra. Hildenete Monteiro Fortes ASSUNTO: Responsabilidades e atribuições do Diretor Técnico e Diretor Clínico DATA DE APROVAÇÃO: 19 de março de 2013 RELATÓRIO DA CONSELHEIRA PARECERISTA I. DA CONSULTA O consulente já ocupara cargo de Diretor Clínico junto ao Hospital Regional de Rondonópolis, e, atualmente, ocupa o cargo de Diretor Técnico, necessitando esclarecimentos acerca dos questionamentos formulados abaixo. Cita a resolução CFM 1342/91 elencando as atribuições do diretor técnico e diretor clínico. Questionamentos: a) Em que consiste a supervisão das atividades de assistência médica atribuída ao Diretor clínico? No dicionário, supervisor (do latim medieval supervisor, pelo inglês supervisor; registrado na língua portuguesa desde 1640) é aquele que dirige, organiza, cuida de tudo e se responsabiliza para que tudo se faça corretamente e de maneira segura. Portanto, as atividades do supervisor seria observar alguém no exercício de determinada atividade, zelar por essa pessoa e ter a certeza de que ela exerce bem

2 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54 55 56 57 58 59 60 61 sua atividade para oferecer um serviço de qualidade para o paciente. b) Pode o diretor clínico, interferir na conduta adotada por médico especialista quando do atendimento aos seus pacientes? Não, o médico do corpo clínico goza de autonomia profissional, técnica, científica, política e cultural, tome conhecimento dos princípios fundamentais VII, VIII e XVI e dos artigos 20, 52 e 97 do CEM. c) Pode o diretor clínico, determinar qual a conduta clínica/cirúrgica o médico ortopedista, com título de especialista, terá que adotar para atender seus pacientes? Não, resposta no item b. d) Nos hospitais públicos, o poder de dotação de estrutura para atendimento, compra de materiais, equipamentos, instrumentos, medicamentos, dentre outros, pertence ao Estado. Uma vez o Diretor clínico tendo denunciado a deficiência dessa estrutura, bem como, as precárias condições de atendimento as autoridades e instituições competentes, inclusive ao CRM, sem solução, pode o mesmo ser responsabilizado pela ingerência, ou pelas consequências decorrentes dessa deficiência? Não. Essa é uma responsabilidade do diretor Técnico. Tomar conhecimentos dos direitos dos médicos itens III, IV e V e do artigo 19 do CEM. e) O diretor Clínico pode ser responsabilizado por fatos, conduta clínica ou cirúrgica adotada por médico especialista, em relação ao atendimento dos seus pacientes, estando ele licenciado e afastado do cargo e do hospital? Não. O médico é responsável pelos seus atos profissionais.

3 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 f) O diretor clínico pode ser responsabilizado civilmente, por conduta clínico-cirurgica adotada por médico especialista na eleição e condução do tratamento do seu paciente, estando ele licenciado e afastado do hospital, e se nesse período ocorrer um incidente com determinado paciente? Não, o médico é responsável pelos seus atos profissionais, previsto no principio fundamental XIX do CEM. Cabe ao diretor clínico estabelecer ou ditar metodologia de trabalho aos médicos especialistas? Não é atribuição do diretor clínico ditar metodologia de trabalho a nenhum médico do estabelecimento de saúde, o médico goza de autonomia profissional, técnica, científica, política e cultural e é seu direito indicar o procedimento adequado ao paciente. De acordo com a Resolução 1481/97 deverá o médico participar de atos médicos em sua especialidade e restringir sua prática à(s) área(s) para a(s) qual(is) foi admitido, exceto em situações de emergência. II. COMENTÁRIOS Todos os itens (exceto o item a) podem ser respondidos através das Resoluções CFM nº 997/1980, nº 1124/83, nº1342/91 E Nº1481/97, também tem base no Código ética Médica em Princípios Fundamentais VII, VIII, XVI e XIX; Direito Médicos II, III, IV; Responsabilidade Profissional artigos 18. 19 e 20 e relação entre médicos e auditoria os artigos 52 e 97. (Veja os Anexos)

4 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118 119 120 121 122 A prestação de assistência médica nas instituições públicas e privadas é de responsabilidade de Diretor Técnico e do Diretor Clínico, os quais no âmbito de suas respectivas atribuições responderão perante o Conselho Regional de Medicina pelo descumprimento dos princípios éticos ou por deixar de assegura condições técnicas de atendimento, sem prejuízo da apuração penal ou civil. Ao Diretor Clínico compete dirigir e coordenar o Corpo Clínico da instituição, supervisionar a execução das atividades de assistência médica da instituição, zelar pelo fiel cumprimento do Regimento Interno do Corpo Clínico da instituição. O Diretor Técnico, principal responsável pelo funcionamento dos estabelecimentos de Saúde compete assegurar condições dignas de trabalho e os meios imprescindíveis ao exercício da boa prática médica, visando o melhor desempenho do corpo clínico, bem como zelar pelo fiel cumprimento das disposições legais e regulamentares em vigor. Em caso de afastamento ou substituição do Diretor Técnico ou do Diretor Clínico, aquele que deixa o cargo ou que o substitua tem o dever de comunicar tal fato imediatamente ao Conselho Regional de Medicina, a substituição do Diretor afastado deverá ocorrer de imediato. A autonomia é essencial para a prática médica, a conduta clinica ou cirúrgica é ato médico pelo qual este responde ética e legalmente. Portanto, não é cabível, que um diretor

5 123 124 125 126 127 128 129 130 131 132 133 134 135 136 137 138 139 140 141 142 143 144 145 146 147 148 149 150 151 152 153 ou instituição, venha a impor ao médico a prescrição de qualquer medicação ou modalidade de tratamento. O CEM não admite qualquer restrição ou imposição na conduta médica, mesmo disposições estatutárias ou regimentais não podem restringir os meios diagnósticos ou terapêuticos a serem postos em prática.

6 154 ANEXOS 155 156 157 158 159 160 161 162 163 164 165 166 167 168 169 170 171 172 173 174 175 176 177 178 179 180 181 182 183 LEGISLAÇÃO: RESOLUÇÃO CFM Nº 997/80: Art. 8º - No caso de afastamento do Médico Diretor Técnico do estabelecimento de saúde, deverá o cargo ser imediatamente ocupado pelo seu substituto, também médico legalmente habilitado, e essa substituição comunicada, dentro de vinte e quatro (24) horas ao Conselho Regional de Medicina, sob pena de procedimento disciplinar, envolvendo o médico que se afasta e aquele que substitui, caso haja omissão daquela providência. RESOLUÇÃO CFM nº 1.124/83: Art. 1º - O Regimento Interno dos Estabelecimentos de Saúde deverá estruturar o Corpo Clínico, especificando as atribuições do Diretor Clínico, dos Chefes de Clínicas e da Comissão de Ética, bem como a forma de admissão e de exclusão de seus membros. RESOLUÇÃO CFM nº 1.342/1991: Art. 3º - São atribuições do Diretor Clínico: a) Diretor e coordenar o Corpo Clínico da instituição. b) Supervisionar a execução das atividades de assistência médica da instituição. c) Zelar pelo fiel cumprimento do Regimento Interno do Corpo Clínico da instituição. Art. 6º - Em caso de afastamento ou substituição do Diretor Técnico ou do Diretor Clínico, aquele que deixa o

7 184 185 186 187 188 189 190 191 192 193 194 195 196 197 198 199 200 201 202 203 204 205 206 207 208 209 210 211 212 213 cargo tem o dever de imediatamente comunicar tal fato, por escrito, ao Conselho Regional de Medicina. Parágrafo único - A substituição do Diretor afastado deverá ocorrer de imediato, obrigando-se o Diretor que assume o cargo a fazer a devida notificação ao Conselho Regional de Medicina. RESOLUÇÃO CFM nº 1.481/97 estabelece "DIRETRIZES GERAIS PARA OS REGIMENTOS INTERNOS DE CORPO CLÍNICO DAS ENTIDADES PRESTADORAS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA NO BRASIL" Considera que "nesses Regimentos devem estar claramente expressos os deveres e direitos dos médicos e dos dirigentes das instituições prestadoras de assistência médica,visando garantir o exercício ético da Medicina". Definição: O Corpo Clínico é o conjunto de médicos de uma instituição com a incumbência de prestar assistência aos pacientes que a procuram, gozando de autonomia profissional, técnica, científica, política e cultural. COMPETÊNCIAS: O Regimento Interno deverá discriminar as competências do Corpo Clínico, garantindo aos seus integrantes, de acordo com sua categoria: freqüentar a Instituição assistindo seus pacientes, valendo-se dos recursos técnicos disponíveis; colaborar com a administração da instituição, respeitando o Código de Ética Médica, os regulamentos e as normas existentes. DIREITOS E DEVERES: O Regimento Interno deverá prever os direitos dos seus integrantes, respeitando como fundamentais: a autonomia profissional;

8 214 215 216 217 218 219 220 221 222 223 224 225 226 227 228 229 230 231 232 233 234 235 236 237 238 239 240 241 242 243 Os deveres dos integrantes do Corpo Clínico também deverão ser claramente expressos e mencionados como: participar de atos médicos em sua especialidade ou auxiliar colegas, quando necessário. Para a prática, em outra área diferente da que foi admitido deve o médico interessado cumprir as formalidades previstas para o ingresso no Corpo Clínico. cumprir as normas técnicas e administrativas da Instituição; deverá também o médico restringir sua prática à(s) área(s) para a(s) qual(is) foi admitido, exceto em situações de emergência. Código de Ética Médica: Princípios Fundamentais: VII O médico exercerá sua profissão com autônomia, não sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou a quem não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em caso de urgência ou emergência, ou quando sua recusa possa trazer danos à saúde do paciente. VIII - O médico não pode, em nenhuma circunstância ou sob nenhum pretexto, renunciar à sua liberdade profissional, nem permitir quaisquer restrições ou imposições que possam prejudicar a eficiência e a correção de seu trabalho. XVI - Nenhuma disposição estatutária ou regimental de hospital ou de instituição, pública ou privada, limitará a escolha, pelo médico, dos meios cientificamente reconhecidos a serem praticados para o estabelecimento do

9 244 245 246 247 248 249 250 251 252 253 254 255 256 257 258 259 260 261 262 263 264 265 266 267 268 269 270 271 272 273 274 diagnóstico e da execução do tratamento, salvo quando em benefício do paciente. XIX - O médico se responsabilizará, em caráter pessoal e nunca presumido, pelos seus atos profissionais, resultantes de relação particular de confiança e executados com diligência, competência e prudência. Direitos do Médico: II - Indicar o procedimento adequado ao paciente, observadas as práticas cientificamente reconhecidas e respeitada à legislação vigente. III Apontar falhas em normas, contratos e práticas internas das instituições em que trabalhe quando as julgar indignas do exercício da profissão ou prejudiciais a si mesmo, ao paciente ou a terceiros, devendo dirigir-se, nesses casos, aos órgãos competentes e, obrigatoriamente, à Comissão de Ética e ao Conselho Regional de Medicina de sua jurisdição. IV Recusar-se a exercer sua profissão em instituição pública ou privada onde as condições de trabalho não sejam dignas ou possam prejudicar a própria saúde ou a do paciente, bem como a dos demais profissionais. Nesse caso, comunicará imediatamente sua decisão à comissão de ética e ao Conselho Regional de Medicina. V - Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de urgência e emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho Regional de Medicina.

10 275 276 277 278 279 280 281 282 283 284 285 286 287 288 289 290 291 292 293 294 295 296 297 298 299 300 301 302 303 Responsabilidade Profissional é vedado ao médico Art. 18. Desobedecer aos acórdãos e às resoluções dos Conselhos Federal e Regionais de Medicina ou desrespeitálos. Art. 19. Deixar de assegurar, quando investido em cargo ou função de direção, os direitos dos médicos e as demais condições adequadas para o desempenho ético-profissional da Medicina. Art. 20. Permitir que interesses pecuniários, políticos, religiosos ou de quaisquer outras ordens, do seu empregador ou superior hierárquico ou do financiador público ou privado da assistência à saúde interfiram na escolha dos melhores meios de prevenção, diagnóstico ou tratamento disponíveis e cientificamente reconhecidos no interesse da saúde do paciente ou da sociedade. Relação entre médicos - é vedado ao médico: Art. 52. Desrespeitar a prescrição ou o tratamento de paciente, determinados por outro médico, mesmo quando em função de chefia ou de auditoria, salvo em situação de indiscutível benefício para o paciente, devendo comunicar imediatamente o fato ao médico responsável. Art. 97. Autorizar, vetar, bem como modificar, quando na função de diretor, auditor ou de perito, procedimentos propedêuticos ou terapêuticos instituídos, salvo, no último caso, em situações de urgência, emergência ou iminente perigo de morte do paciente, comunicando, por escrito, o fato ao médico assistente.