Cartilha Transfusional I. Introdução: Esta cartilha tem como objetivo sensibilizar os médicos e demais funcionários do H.M.G quanto ao uso racional do sangue. Como todos sabem não há substituto para o sangue humano, pois somente o sangue de um doador substitui o sangue que o paciente necessita. A doação de sangue deveria ser voluntária e de repetição. Ou seja, doar independente do pedido de alguém, e que o doador o faça regularmente. Para o doador é um ato de solidariedade, mas para o paciente representa salvar a sua vida. Lembramos que toda transfusão de sangue traz em si um risco, seja imediato ou tardio, e por isto deve ser criteriosamente indicada. O sangue total: A cada doação são coletados 450 ml (+- 50 ) de sangue total. Cada coleta é desdobrada em: 1 unidade de Concentrado de Hemácias (300 ml). 1 unidade de Concentrado de Plaquetas. 1 unidade de Plasma. 1 unidade Crioprecipitado de Fator VIII. Transfusão autóloga: Binômio receptor/doador é constituído pela mesma pessoa Existem três tipos Pré-depósito: coletado antes da cirurgia e estocado para utilização posterior. Fazer suplementação com ferro oral. Receptor/doador precisa ter no mínimo Hb: 11 g/dl, Ht: 33 %.
Intervalo entre as doações é de 7 (sete) dias. Indicado em cirurgias de ortopedia, ginecologia, cirurgia plástica Recuperação intra-operatória: coletado da ferida cirurgia por equipamento específico Hemodiluição normovolêmica aguda pré- operatória: sangue é coletado no início do ato cirúrgico, infundido substância cristalóide e/ou colóide e transfusão do sangue no final da cirurgia Contra indicações da transfusão autóloga: infecção e neoplasia. XII. Aquecimento de hemocomponentes: Feito através de equipamentos especiais e em temperatura controlada. Indicações: Infusão rápida de sangue ou plasma (Plaquetas não podem ser aquecidas, pois altera a função) Adulto: velocidade> 50 ml/mim por mais de 30 minutos. Criança: velocidade> 15 ml/kg/hora. Transfusões maciças (troca de uma volemia em período < ou = 24 horas) Pacientes com altos títulos de anticorpo hemolítico frio. Portadores de fenômeno de Raynaud Contra-indicações: Componentes plaquetários não devem ser aquecidos (alteração de função). O aquecimento do CH de forma incorreta pode acarretar hemólise. Concentrado de hemácias: Obtido a partir da centrifugação do sangue total. Sobrevida conforme solução preservativa: 35 dias (CPDA-I) à 42 dias (SAG-Manitol). Armazenagem a 4 C. Indicação criteriosa e individual: Fator determinante: estado hemodinâmico do paciente. Anemia aguda (veja quadro a baixo). Classificação de Baskett. Situações especiais (evitar transfusão): Anemia por perda sangüínea crônica, responde bem ao ferro (oral ou parenteral). Anemia por Insuficiência Renal Crônica, responde a eritropoetina
Anemia Hemolítica Constitucional (Doença Falciforme, Talassemias, etc), não valorizar somente os valores de Hb e Ht. Anemia Hemolítica Auto Imune em geral não encontramos sangue compatível e todo sangue transfundido será hemolisado. Indicado imunossupressão imediata. Transfusão somente em risco de vida. Solicitar acompanhamento de um médico Hematologista/Hemoterapeuta Classificação de Baskett (1990) baseada na perda sangüínea aguda: Classificação de Baskett (1990) Classe I Classe II Classe III Classe IV Perda sangüínea Porcentagem (%) do volume < 15 15 30 30 40 > 40 Pressão Arterial : Sistólica Diastólica Inalterada inalterada Normal Elevada Baixa Baixa Muito baixa Muito baixa Indetectável Pulso (Batimentos/ minutos) Leve taquicardia 100 120 120 > 120 Enchimento capilar Normal Lento (> 2 Seg.) Lento (> 2 Seg.) Indetectável Freqüência Respiratória (ipm) Normal Normal Taquipnéia (>20) Taquipnéia (>20) Fluxo urinário (ml/h) > 30 20 30 10 20 1 10 Extremidades Normais Pálidas Pálidas Pálidas e frias Estado mental Alerta Ansioso, agressivo Ansioso, agressivo, sonolento Sonolento, confuso, inconsciente Transfusão em crianças: Volume a transfundir: 10 a 15 ml/kg de peso. Para RN só utilizar hemocomponentes coletados a menos de 5 (cinco) dias. RN < 1.200 g de peso deve-se utilizar hemoderivados leucorreduzidos ou não reagentes para CMV. Quando transfundir em pediatria e em neonatologia (vide tabela)
Idade Ht Critérios a analisar se presentes: transfundir Hood com FiO2 <35 % CPAP < 6 cm H2O RN > 72 h 4 meses Ht < 30% IMV com MAP < 6 cm H2O Apneia ou bradicardia significativas que necessite ventilação, ou em uso de metilxantina Taquipnéia ou taquicardia significativa e persistente Ganho ponderal insuficiente apesar de calorias adequadas RN > 72 h 4 meses Ht < 35% Hood com FiO2 > 35 % CPAP > 6 cm H2O IMV com MAP > 6 cm H2O RN > 72 h 4 meses Ht < 45% Cardiopatia cianótica Em ECMO Crianças > 4 meses Ht < 40% Doença Pulmonar severa ou ECMO Crianças > 4 meses Ht < 30% Pré-operatório de urgência Pré-operatório quando o tratamento clínico não é possível Perda intra-operatória > ou = 15 % do volume sanguíneo Crianças > 4 meses Ht < 24% Perioperatório e com sintomatologia Quimio ou Radioterapia Anemias crônicas congênitas ou adquiridas sintomáticas Qualquer idade Ht < 24% Anemia sintomática com contagem de reticulócito baixo Perda aguda associada a hipovolemia Concentrado de Plaquetas: As plaquetas são derivadas dos megacariócitos, que se encontram na medula óssea. Elas atuam na fase primária da coagulação. São obtidas a partir da centrifugação do plasma. Devem ser estocadas à temperatura de 22º C, sob agitação contínua. TIPOS:
Aférese: 1 U = 200 a 300 ml equivalendo a 4 a 6 randomizadas; Randomizadas 1 U = 50 a 70 ml Dose: 1 U / 10 Kg ou 4 U/ m2 - Randomizadas 10 ml/kg - Aférese Sem diferenças em qualidade Indicações: Transfusão profilática: Quando não há sangramento. Plaquetas < 10.000u/ml. Plaquetas < 20.000u/ml associado à infecção, coagulopatia ou indicação de procedimento invasivo. Em RN devido ao risco de sangramento SNC. Indicação absoluta: Leucemias Agudas, particularmente a LMA-M3. Transfusão terapêutica Plaquetopenia (independente do valor) com sangramento. Situações especiais: Transfusão de Conc. Plaquetas Rh(D) +(Positivo) em paciente Rh(D) (negativo) em meninas e mulheres em idade fértil recomenda-se fazer imunoglobulina anti D. Dengue hemorrágica Concentrado de Plaquetas somente diante de hemorragia SNC. Contra-indicações: Púrpura Trombocitopenia Trombótica (P.T.T.), Síndrome Hemolítica Urêmica, Síndrome Helpp, Púrpura Pós transfusional, Púrpura Trombocitopênica Imunológica (P.T.I.). Plasma fresco congelado: Obtido após o fracionamento do sangue total. Congelar até 8 horas após a coleta; Armazenar a temperatura de, no mínimo, 20º C negativos. Validade de 12 meses. Contém albumina, fibrinogênio, globulinas e fatores de coagulação sangüínea. Uma vez descongelado deve ser utilizado em até 4 horas.
Indicações: Deficiências dos fatores de coagulação, congênita ou adquirida (quando não se tem produto industrializado), Hemorragias por Doenças Hepáticas. Sangramento intenso pelo uso de anticoagulante oral (dicumarínicos warfarin). Coagulação Intravascular Disseminada (CID), Púrpura Trombocitopenia Trombótica (P.T.T.) e Síndrome Hemolítico Urêmica. Atenção: Não se justifica a utilização do plasma para se obter volume sangüíneo ou como fonte de proteínas, pois existem outros produtos específicos (industrializados) para estes casos. É proibida, pelo Ministério da Saúde, a utilização regular de Plasma em pacientes Hemofílicos, pois atualmente existem hemoderivados específicos para estes. Crioprecipitado de Fator VIII: Parte insolúvel do plasma; Obtido através do método de congelamento rápido, descongelamento e centrifugação do plasma; É rico em fator VIII:c (atividade pró-coagulante), Fator VIII:Vwf (Fator von Willebrand), Fibrinogênio, Fator XIII e Fibronectina. Indicações: Deficiências específicas como fibrogênio, Deficiências congênitas (Doença de von Willebrand na falta do fator específico), Deficiência de Fator VIII, Transfusões maciças, Insuficiência Hepática Grave. Dose (empírica) é de 1 unidade de crio cada 5 kg de peso do paciente. Cuidados especiais: Deve-se ter cuidado na administração de grandes quantidades de crioprecipitado, monitorando os níveis de fibrinogênio (do paciente), devido ao risco de tromboembolismo. Atualmente existem produtos industrializados específicos para a deficiência de Fator VIII (HemofiliaA) e F VIII:vW(D.von Willebrand). Hemocomponentes especiais Componentes leucorreduzidos. Componentes irradiados; Componentes lavados;
Componentes leucorreduzidos: Retirado mais de 99% dos leucócitos por meio de filtros específicos Indicados para: Reduzir a reação febril não hemolítica; Evitar a formação de anticorpos anti HLA; Evitar a transmissão de Citomegalovirus. Componentes irradiados: Objetivo de prevenir a proliferação dos linfócitos T viáveis; Indicados para: Pacientes com risco de desenvolver doença do enxerto versus hospedeiro (DECH); Componentes lavados: Remoção de 99% das proteínas plasmáticas, leucócitos,eletrólitos e anticorpos com solução salina. Alto risco de contaminação bacteriana Indicado para: Prevenir reação transfusional alérgica; Pacientes portadores de Deficiência de IgA; Paciente que não tolera sobrecarga de potássio; Atenção: Para solicitação de hemocomponente lavado e/ou irradiado é necessário um relatório médico justificando o procedimento, pois não são realizados no Hospital. De acordo com a Legislação Vigente: Art. 106. As modalidades de transfusão são: TRANSFUSÃO DE HEMOCOMPONENTES I programada: para determinado dia e hora; II - de rotina: a se realizar dentro das 24 horas; III - de urgência: a se realizar dentro das 3 horas; ou IV - de emergência quando o retardo da transfusão puder acarretar risco para a vida do paciente. Parágrafo único. As transfusões devem ser realizadas, preferencialmente, no período diurno.
Art. 107. Na hipótese de transfusão de urgência ou emergência, a liberação de sangue total ou concentrado de hemácias antes do término dos testes prétransfusionais pode ser feita, desde que obedecidas às seguintes condições: I - o quadro clínico do paciente justifique a emergência, isto é, quando o retardo no início da transfusão coloque em risco a vida do paciente; II - existência de procedimento escrito no serviço de hemoterapia, estipulando o modo como esta liberação será realizada; III - termo de responsabilidade assinado pelo médico responsável pelo paciente no qual afirme expressamente o conhecimento do risco e concorde com o procedimento; e IV - as provas pré-transfusionais devem ser finalizadas, mesmo que a transfusão já tenha sido completada. 2º O médico solicitante deve estar ciente dos riscos das transfusões de urgência ou emergência e será responsável pelas consequências do ato transfusional se esta situação houver sido criada por seu esquecimento, omissão ou pela indicação da transfusão sem aprovação prévia nos protocolos definidos pelo Comitê Transfusional. 3º Se não houver amostra do paciente no serviço de hemoterapia, esta deve ser colhida assim que possível. 4º Nos casos de transfusão na modalidade de emergência, em que não houver tempo para tipagem do sangue do receptor, é recomendável o uso de hemácias O RhD negativo. Não havendo este tipo de sangue em estoque suficiente no serviço de hemoterapia, poderá ser usado O RhD positivo, sobretudo em pacientes do sexo masculino ou em pacientes de qualquer sexo com mais de 45 anos de idade. 5º As amostras destes pacientes sejam colhidas antes da transfusão ou pelo menos antes da administração de grande quantidade de hemocomponentes, pois isto pode comprometer o resultado dos testes pré-transfusionais. 6º A equipe médica deverá observar que na maioria das emergências é possível realizar a tipagem ABO do receptor, possibilitando o uso de sangue iso grupo. 7º Em situações de emergências concomitantes, recomendam-se cuidados adicionais na identificação dos pacientes e preconiza-se a utilização de hemácias O, reduzindo assim o risco de incompatibilidade ABO por erro de identificação. 1- Solicitação de Transfusão TESTES PRÉ-TRANSFUSIONAIS Para realização dos testes pré-transfusionais é necessário que o médico preencha a solicitação de Transfusão de Hemocomponentes de forma correta, completa e legível. Nessa solicitação deverão constar os seguintes dados de acordo com o artigo 105 da Legislação Vigente: Art. 105. As solicitações para transfusão de sangue ou componentes devem ser feitas exclusivamente por médicos, em formulário específico que contenha informações suficientes para uma correta identificação do receptor.
1º Devem constar no formulário, no mínimo, os seguintes dados: I - nome completo do paciente sem abreviaturas; II - data de nascimento; III - nome da mãe, se possível; IV - sexo; V - número do prontuário ou registro do paciente; VI - número do leito (no caso de paciente internado); VII - diagnóstico; VIII - hemocomponente solicitado (com o respectivo volume ou quantidade); IX - modalidade da transfusão; X - resultados laboratoriais que justifiquem a indicação do hemocomponente; XI - data; XII - dados do médico solicitante (nome completo, assinatura e número do CRM); XIII - dados do paciente, como: a) peso do paciente (quando indicado); e b) antecedentes transfusionais, gestacionais e de reações à transfusão quando relatados pelo paciente. 2º Requisição fora dos padrões descritos no parágrafo anterior, incompleta, ilegível ou rasurada não deve ser aceita pelo serviço de hemoterapia. Modelo da solicitação de Transfusão:
ATENÇÃO: De acordo com o modelo da solicitação de Transfusão de Hemocomponentes, já deverá constar a autorização para transfusão heterogrupo dos hemocomponentes. 2- Testes Pré-Transfusionais (de acordo com a Legislação Vigente): São realizados para verificar a compatibilidade entre o sangue do doador e a amostra do receptor. O tempo necessário para realização desses testes é de 1 e ½ hora. São eles: Classificação ABO/Rh(D); P.A.I: Pesquisa de Anticorpos Irregulares; Auto Controle; Prova Cruzada; Reclassificação de todas as bolsas de Concentrado de Hemácias. TABELAS DE TRANSFUSÃO DE GRUPOS SANGUÍNEOS Doador (Bolsa de Concentrado de Hemácias) Receptor Grupo ABO do Receptor 1ª escolha 2ª escolha 3ª escolha O O Não Há Não Há A A O Não Há B B O Não Há AB AB A OU B O Receptor Doador (Bolsa de Concentrado de Hemácias) Rh(D) Do Receptor 1ª escolha 2ª escolha POSITIVO POSITIVO NEGATIVO NEGATIVO NEGATIVO POSITIVO** ** A escolha do sangue Rh(D) positivo para receptores com Rh(D) Negativo, poderá ser utilizada somente após autorização médica e de acordo com os critérios da Legislação Vigente. Receptor Doador (Bolsa de Concentrado de Plaquetas, Plasma e Crioprecipiado) Grupo ABO do Receptor 1ª escolha 2ª escolha 3ª escolha ou última escolha O O A OU B AB A A AB ou B O B B AB ou A O AB AB A OU B O Receptor Rh(D) Do Receptor POSITIVO NEGATIVO Doador (Bolsa de Concentrado de Plaquetas, Plasma e Crioprecipiado) 1ª escolha 2ª escolha NEGATIVO Sem restrições POSITIVO (com restrições em mulheres em idade fértil)
Transfundindo o paciente Enfermagem da Equipe Transfusional Perguntar ao paciente seu nome completo (caso tenha condições de responder) ou a enfermagem do andar. Conferir o nome relatado com os dados do rótulo da bolsa e da prescrição. Certificar a indicação da transfusão na prescrição médica. Aferir e anotar os sinais vitais pré e pós transfusão. Anotar horário do início e término da transfusão. Instalar o hemocomponente, mantendo íntegro o sistema até o final do procedimento. Instruir a equipe de enfermagem do andar para não infundir nenhum tipo de medicamento concomitantemente com a transfusão (exceto solução fisiológica 9%). Controlar a transfusão para que seu tempo máximo não ultrapasse 4 horas. Permanecer os primeiros 15 minutos da transfusão observando o paciente. Atentar para sinais de Reação Transfusional. Relatar a evolução da Reação Transfusional apresentada. Preferir, sempre que possível, transfundir no período diurno. Assinar e carimbar no término da evolução transfusional. Colar etiqueta referente ao hemocomponente no prontuário do paciente. Conferir se a contra-capa do pontuário já tem a etiqueta de tipagem do paciente (grupo sanguíneo e fator Rh). Devolver o hemocomponente ao Serviço de Hemoterapia caso o mesmo não tenha sido utilizado. Após concluída a transfusão recolher a bolsa e encaminhar para o serviço de Hemoterapia para ser autoclavada. Complicações das transfusões: Reações Transfusionais Reações Transfusionais Imunes Não imunes Reação febril não hemolítica Contaminação bacteriana Reação hemolítica imune Sobrecarga de volume Agudas Reação alérgica: leve, moderada e grave TRALI (injúria pulmonar aguda relacionada a transfusão) Hemólise não imune Embolia aérea Hipotermia
Reações Transfusionais Reações Transfusionais Imunes Não imunes Aloimunização eritrocitária Hemosiderose Aloimunização HLA Doenças infecciosas Crônicas Reação enxerto x hospedeiro (GVHD) Alterações eletrolíticas Púrpura pós transfusional Imunomodulação IX. Incidentes Transfusionais Agudos: Reações Transfusionais Reação tipo Sinais e Sintomas Causa Tratamento Prevenção Anticorpos Antitérmico Febril não Febre, calafrios, leucoplaquetários ou Parar a transfusão, componentes hemolítica raramente hipotensão contra proteínas Antitérmico. sanguíneos depletados plasmáticas de leucócitos (filtro) Mal estar, febre, Reação Hemolítica Imune cianose (labial), calafrio, ansiedade, dor torácica e lombar, angústia respiratória, Insuf.renal, choque, CIVD, Incompatibilidade ABO ou outro anticorpo fixador de complemento Parar a transfusão, hidratar, manter sinas vitais, induzir diurese, tratar choque e CIVD Assegurar correta identificação da amostra do paciente, checar a amostra hemoglobinúria Reação Alérgica (de leve até grave) Prurido, pápula em pálpebra e face, urticária, até anafilaxia, edema de glote Anticorpo contra proteínas plasmáticas (Ig A) Leve: Antihistamínicos. Severa: Parar a transfusão, Adrenalina, corticosteróides Leve: observar a transfusão, se necessário Antihistamínico pré transfusional. Severa: Componentes sangüíneos lavados TRALI Dispnéia, edema Anticorpos anti HLA Interromper Hemácias lavadas
Reações Transfusionais Reação tipo Sinais e Sintomas Causa Tratamento Prevenção pulmonar com Pressão ou anti-leucocitários imediatamente Arterial normal (do doador) transfusão. Oxigenioterapia e corticosteróide Interromper Contaminação Bacteriana Febre, calafrio e choque Componente sangüíneo contaminado imediatamente transfusão. Tratamento do choque e uso de Cuidados na coleta, estocagem e manipulação dos hemocomponentes antibiótico. Sobrecarga de Volume Dispnéia, hipertensão, edema pulmonar e arritmia cardíaca Infusão rápida ou excesso de volume Interromper a transfusão, diuréticos. Evitar infusão rápida e excesso de transfusão Hemólise não imune Igual a hemólise imune Hemácias hemolisadas, mecânica ou química Igual a hemólise imune Inspecionar cuidadosamente a bolsa antes da transfusão Ocorre quando se Embolia aérea Insuficiência Respiratória usa pressão para infusão do Interromper a transfusão. hemocomponente Reduzir a Infusão rápida de velocidade de Hipotermia Calafrio, tremor grande volume de infusão e/ou idem sangue aquecimento do sangue Alteração eletrolítica Hipocalcemia, hipocalemia, hipercalemia Toxicidade pelo citrato, mais comum em hepatopata Correção da alteração eletrolítica Uso de componentes sanguineos mais recentes
X. Incidentes Transfusionais Tardios: Reações Transfusionais Reação tipo Sinais e Sintomas Causa Tratamento Prevenção Reação hemolítica tardia aloimunização eritrocitária e HLA Redução progressiva do hematócrito, icterícia, hemoglobinúria surge após 24 h até semanas Resposta anamnéstica a transfusão. Geralmente Rh, Kell, Kidd, Duffy Sintomático Identificar o anticorpo para nas transfusões futuras utilizar hemácias fenotipadas. Reação dos Reação enxerto x hospedeiro (GVHD) Destruição dos tecidos do receptor linfócitos T do doador contra os tecidos do Imunossupressão Irradiação de hemocomponentes (25 Gy) paciente Devido AC Gamaglobulina Púrpura Pós Púrpura de instalação antiplaquetário. (Imunoglobulina EV Selecionar Bolsas Transfusional súbita Surge 5 a 10 dias 400 a 500 mg por 10 HPA-1 negativas após a tx. dias) Identificar o antígeno Imonumodulação para fazer nas transfusões futuras. Escurecimento da Comum em Hemosiderose pele, Diabetes e pacientes Quelantes do ferro Quelantes do ferro cardiopatias politransfundidos Exames sorológicos Doenças Sintomas de cada Virus, bactérias Tratar a doença de maior Infecciosas doença ou protozoários específica especificidade e sensibilidade
Conduta da Enfermagem frente à intercorrência na transfusão: Parar imediatamente a transfusão. Ocluir a extremidade do equipo da transfusão do hemocomponente. Manter o acesso venoso com solução salina 0,9 % com gotejamento moderado. Verificar sinais vitais e anotar no prontuário do paciente. Comunicar ao médico de plantão e ao Serviço de Hemoterapia. Fazer relato da Reação Transfusional e conduta adotada pelo médico. Conduta Imediata, após assistir ao paciente: 1- Equipe que prestou a assistência ao paciente (técnico da unidade ou do banco de sangue) Coletar amostra de sangue do paciente para reavaliação / retestagem. Encaminhar o hemocomponente com o equipo (na caixa térmica apropriada) à Compatibilidade Manter amostra de urina fora da caixa térmica e encaminhá-la ao Laboratório; Anotar no prontuário do paciente todos estes dados. 2 Pelo Banco de Sangue (Compatibilidade): Receber a amostra e a bolsa do hemocomponente enviados para análise; Realizar os exames pré e pós-transfusionais e hemocultura. Comunicar os resultados dos exames solicitados, tão logo os tenha, ao médico assistente, ao responsável Técnico do Serviço de Hemoterapia e ao responsável pela Hemovigilância (que fará relatório para a Gerência de Risco e para a ANVISA). 3- Notificação pelo Banco de Sangue: NOTIVISA Comitê Transfusional Multidisciplinar: De acordo com a Legislação Vigente: Art. 8º A instituição de assistência à saúde que possuir serviço de hemoterapia deve constituir um comitê transfusional, multidisciplinar, do qual faça parte um representante da agência transfusional que o assista. O comitê tem como função o monitoramento da prática hemoterápica na instituição de assistência à saúde, incluindo a atividade educacional e de hemovigilância e a elaboração de protocolos de atendimento de rotina hemoterápica.
Nosso Comitê tem como componentes: Tânia, Adriana, Drª Carol, Maria da Glória e Maristela. O transporte do sangue do Serviço de Hemoterapia até o paciente: Enfermagem da Equipe Transfusional Receber do técnico de laboratório o hemocomponente a ser transfundido. Conferir os dados do rótulo do hemocomponente com os dados do receptor. Observar aspecto do hemocomponente e apresentação da bolsa. Devolver a bolsa ao técnico de laboratório diante de qualquer anormalidade apresentada no conteúdo ou no rótulo da unidade. Acondicionar o hemocomponente em recipiente térmico para transporte. Manter um recipiente para o transporte de hemocomponente e outro para o transporte das amostras. Providenciar material necessário para proceder a transfusão. Encaminhar o hemocomponente até o local em que se encontra o paciente. Conclusões e Orientações: A prescrição médica do sangue (hemocomponentes e hemoderivados) deve ser bem indicada; Se existe a opção de utilizar um medicamento (ferro ou eritropoetina) ao invés da transfusão, assim deve ser feito. Lembrar que toda transfusão pode acarretar danos ao paciente, seja a curto, médio ou longo prazo. Hoje conhecemos vários vírus e os Serviços de Hemoterapia estão bem equipados para monitorá-los. Mas novos vírus poderão surgir, como aconteceu na década de 80 com o HIV. Somente com o uso racional do sangue poderemos estar tranqüilos que fizemos o melhor pelo nosso paciente. Links relacionados nas outras áreas do site: O Paciente / Cidadão O Banco de Sangue recebe em média 50 doadores por dia. As coletas do Serviço de Hemoterapia são realizadas de segunda a sexta-feira das 7 às 11h. O Hospital Conheça também a estrutura administrativa, localização e ramais do Serviço de Hemoterapia Note que as informações aqui disponibilizadas são de caráter complementar, não substituindo, em hipótese alguma, as visitas regulares ao médico! Evite a auto-medicação, consulte, sempre, um profissional devidamente capacitado.