HIPERTENSÃO GESTACIONAL NO CAMPO DA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA

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Transcrição:

HIPERTENSÃO GESTACIONAL NO CAMPO DA ENFERMAGEM: UMA REVISÃO DE LITERATURA Renata da Costa Rodrigues 1, Fernanda Rocha Filócomoco¹, Maria Conceição Furtado Lancia 1 ¹Universidade do Vale do Paraíba:, Avenida Shishima Hifumi, 2911 recosta@univap.net, afilocomo@uol.com.br, mcflancia@uol.com.br Resumo: A hipertensão gestacional é conhecida como Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, encontrando a sigla DHEG ou SHEG. A enfermagem tem papel fundamental na identificação precoce de fatores que levam a gestante a ser considerada de alto risco. Essa pesquisa objetivou conhecer as publicações de enfermagem sobre hipertensão gestacional, enfocando o papel do enfermeiro na assistência e prevenção. Trata-se de uma revisão de literatura, descritiva, exploratória através do levantamento nas bases de dados: MEDLINE, LILACS, ABEN, SCIELO e PUBMED. Selecionando os artigos do ano de 2000 até 2010 no campo da enfermagem, utilizando os descritores: Gravidez, Hipertensão induzida pela gravidez e. Como resultado, com base em experiências obstétricas, percebe-se a necessidade da utilização de uma sistematização específica para as portadoras de DHEG. Palavras-chave: Hipertensão Induzida pela Gravidez,, Publicações Área do Conhecimento: Introdução A hipertensão gestacional é conhecida como Doença Hipertensiva Específica da Gravidez, encontrando a sigla DHEG ou mesmo com o termo síndrome devido ao aparecimento de múltiplos sintomas cuja sigla é SHEG. A hipertensão gestacional é umas das principais complicações do ciclo gravídico puerperal, trata-se de um tema de extrema importância, pois apesar da crescente cobertura de pré-natal nos últimos anos, é a primeira causa de mortalidade materna no Brasil (SÃO PAULO, 2010). A sociedade Internacional para o Estudo da Hipertensão na Gravidez classificou as diferentes síndromes hipertensivas, que devem ser aceitas pelos serviços obstétricos, para garantir que não haja contradições na comunicação dos profissionais: A) Pré-eclâmpsia leve e grave/ eclampsia, B) Hipertensão crônica de qualquer etiologia, C) Pré-eclâmpsia / eclâmpsia superposta à hipertensão crônica, D) Hipertensão Gestacional: Hipertensão transitória que desaparece até 12 semanas pós-parto e Hipertensão Crônica que permanece após a 12ª semana (FEBRASGO, 2004). Os sinais e sintomas mais frequentes na hipertensão gestacional são: cefaléia frontal, zumbido, vertigem, turvamento da visão, sonolência, ansiedade, náuseas, vômitos, epigastralgia e uso de medicamentos. Devem ser incluídas na investigação da enfermagem percepção de sinais hipertensivos como aumento de peso, alterações bruscas vasculares, edema maleolar, periórbitas, de dedos e pré-tibial (DINIZ,2007). A enfermagem tem papel fundamental na identificação precoce de fatores que levam a gestante a ser considerada de alto risco, muitas mulheres jovens morrem por complicações na gestação, parto ou puerpério, em sua maioria, pertencem à classe social mais desfavorecida, em termos de renda, escolaridade e acesso a serviços de saúde de qualidade (RIQUINHO; CORREIA,2006) Essa pesquisa tem como objetivo conhecer as publicações de enfermagem nacionais e internacionais sobre hipertensão gestacional, enfocando o papel do enfermeiro na assistência e prevenção desta patologia que causa grande dano à saúde da mulher gestante influenciando no aumento da morbimortalidade materna. Metodologia Trata-se de uma revisão de literatura, descritiva, exploratória realizada na Biblioteca da Universidade do Vale do Paraíba no período de 22 de novembro de 2011 a primeiro de março de 1

2012, através do levantamento nas seguintes bases de dados: MEDLINE, LILACS, ABEN, SCIELO e PUBMED. Tem como critério de inclusão: artigos e dissertações relativos ao tema DHEG ter sido escritos por enfermeiros, estar no período de 2000 a 2010, abranger literatura internacional e nacional. E como critérios de exclusão: as demais doenças hipertensivas fora do período gestacional, estar fora do período selecionado, ter sido escrito por outros profissionais de saúde que não são enfermeiros. Os descritores utilizados foram os padronizados pela DeCS (Descritores em Ciência da Saúde): Gravidez, Hipertensão induzida pela gravidez e, na língua portuguesa, inglesa e espanhola. Resultados Foram encontrados ao total de 49 publicações (sendo 46 artigos e 3 dissertações). A amostra foi reduzida para 30 publicações (27 artigos e 3 dissertações) devido aos demais não estarem de acordo com os critérios de inclusão estabelecidos. Dos 19 artigos excluídos, 11 foram escritos por médicos, um artigo anterior à 2000, e sete relativos a hipertensão fora do período gestacional, justificando então a sua exclusão. Das 30 publicações, 15 são estrangeiras e 15 brasileiras (n=30). Gráfico 1 Distribuição de artigos por ano de Publicação. São José dos Campos, 2012. (n=30). Gráfico 2 - Total de artigos encontrados classificados em porcentagem por país de publicação. São José dos Campos, 2012. (n=30) Os países que mais apresentam publicações são Brasil, Inglaterra e Estados Unidos, totalizando os dois juntos 84% do total de publicações, os outros 26% correspondem ao Canadá, Argentina, Equador e Índia. Tabela 1 - Classificação dos artigos e dissertações brasileiras em ordem cronológica e temas abordados. São José dos Campos, 2012. Autor e título Ano Temas MARTINS,M.. A transição de saúde doença vivenciada por hipertensas mediada pelo cuidado educativo de OLIVEIRA,SMJ; PERSINOTTO,V; ANJOS,MO. Revisão de literatura em enfermagem sobre hipertensão arterial na gravidez. 2001 Psicológicos, de 2001 Revisão de Literatura, Publicações de CHAIM, SRP. Hipertensão arterial materna e condições do recém-nascido. 2001 Epidemiologia, Sociais O gráfico demonstra a distribuição do número de artigos por ano de publicação demonstrando seu crescimento a partir de 2007. 2

OLIVEIRA, SM. JUNQUEIRA VF; FREITAS, P. Gestantes com hipertensão arterial: perfil e conduta de 2002 Epidemiologia, Sociais, CRUZ, LG; et al.. Representações sociais de hipertensas: estudo realizado em ambulatório de prénatal de alto risco. 2009 sociais, psicológicos, saúde, Epidemiologia MARTINS, M; ZAGONEL, IPS. A transição de saúde-doença vivenciada por hipertensas mediada pelo cuidado educativo de OLIVEIRA, MIV; ALMEIDA, PCA. Mortalidade materna relacionada à doença hipertensiva gestação em uma maternidade escola. GONÇALVES, R; FERNANDES, RA; SOBRAL, DH. Prevalência da Doença Hipertensiva específica, da Gestação em hospital público de São Paulo. NASCIMENTO, F; AQUINO, MMA. Intervenção educativa na hipertensão gestacional. SANTOS, ZMSA; et al.. Diagnósticos de enfermagem em com DHEG: estudo de caso. 2003 Psicológicos, de 2005 Epidemiologia, Fatores de Risco 2005 Epidemiologia, Pré Natal, 2005 Prevenção, de 2007 Diagnóstico de, Promoção de Saúde, Conduta de REINERS, AAO; et al.. Diagnósticos de enfermagem em hipertensas. AZEREDO, MFP. Repercussões da violência sob a gestação percebidas pelas com síndromes hipertensivas. MORAES, J; et al..prevalence hypertensive syndrome gestational in maternity reference: descriptive study. SILVA, MP; et al.. Avaliação das condutas de prevenção da síndrome hipertensiva gravidez entre adolescentes. AGUIAR, MIF; et al.. Sistematização da assistência de enfermagem a paciente com síndrome hipertensiva gestação. 2009 Diagnóstico de, saúde 2009 Socias, Psicológicos 2010 Epidemiologia, Estatística, Sociais 2010 Sociais, Prevençãom Condutas de 2010 Diagnóstico de, Dando ênfase nas publicações brasileiras, a tabela aborda os temas mais frequentes das publicações, sendo possível identificar as tendências das pesquisas brasileiras do período. 3

Discussão Observa-se que dentro do período de dez anos que concerne à revisão, foram encontradas 30 publicações sobre hipertensão gestacional pelos profissionais da Tratando-se da patologia de maior causa morte em no mundo, pode-se afirmar que o número de publicações permanece incipiente de acordo com a revisão de literatura de Oliveira e Persinotto (2001) que contemplou o período de 1980 a 1999 e encontrou 58 publicações no mesmo tema. A média de publicações é de três por ano, sendo que em 2006 não houve publicação e em 2009 e 2010 obtiveram maior número contabilizando cinco cada ano. Pode-se destacar que 43,3 % das publicações ocorreram em apenas três anos (2008 a 2010) e que 56,7% contemplam seis anos como pode ser visualizado no gráfico 1. O Brasil se destaca em número de publicações superando países como Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. Argentina, Equador e Índia apareceram com menor representatividade. Dos temas abordados nas publicações brasileiras, a Tabela 1 elucida o que a enfermagem brasileira traz em suas pesquisas sobre hipertensão gestacional sendo o tema mais abordado a, define-se essa conduta como a importância da utilização de formulários de Sistematização da Assistência de para implantar o processo de enfermagem, o qual direciona o cuidado à gestante hipertensa levando a obter um registro sistemático dos diagnósticos e intervenções de enfermagem nessa patologia. (AGUIAR et al., 2010), aparecendo essa abordagem em oito artigos. Em seis trabalhos os autores abordaram a Epidemiologia, que é de grande relevância, pois é ela quem traz o panorama da incidência da Hipertensão Gestacional em dados. Pode-se perceber que quando o tema abordado é a Saúde apresenta-se juntamente com os Sociais, no estudo Prevalência da Doença Hipertensiva Especifica da Gestação em hospital público de São Paulo de GONÇALVEZ (2005), demonstra que com melhores condições socioeconômicas e educacionais são as que mais procuram pela assistência de Pré-natal e as mulheres com menor renda se submetem à serviços de saúde de menor qualidade e ficam vulneráveis, aumentando os fatores de risco que podem agravar sua condição. Os psicológicos foram citados em quatro trabalhos, AZEREDO (2009) afirma em sua dissertação que a maioria das causas de hipertensão gestacional são desencadeadas, não por aspectos orgânicos, mas sim psicológicos e que sentimentos e emoções tem relação íntima com a hipertensão pois elas fazem com que o sangue exerça uma maior tensão sobre as paredes das artérias aumentado o ritmo cardíaco e prejudicando a funcionalidade sistêmica. De acordo com AGUIAR et al., (2010) com base em experiências obstétricas, percebe-se a necessidade da utilização de uma sistematização específica para as portadoras de DHEG, contando com as cinco etapas do processo de enfermagem: histórico, diagnóstico, planejamento, intervenções e avaliação. Esses dados podem fornecer material diversificado para pesquisas na enfermagem visando diminuir a contradição que levou à reflexão mais pertinente para o desenvolvimento dessa pesquisa: como a doença que mais acomete as tem um número incipiente de publicações na enfermagem? Essa carência técnica da conduta de enfermagem é relatada pelos autores que propuseram essa assistência direcionada, porém outro fator relevante é a cobertura do pré-natal reduzida (OLIVEIRA; ALMEIDA, 2005) ou mesmo a qualidade do pré-natal (GONÇALVES, 2005) que influencia diretamente na relação da morbimortalidade materna. Sendo necessário não somente a adesão dos usuários do sistema de saúde aos programas governamentais para redução dos riscos do ciclo gravídico puerperal como também a adesão dos profissionais da saúde aos programas e seu real comprometimento com a saúde e a realidade brasileira. Conclusão Explorar as publicações sobre hipertensão gestacional dos últimos dez anos é analisar o avanço técnico científico das condutas de enfermagem frente à patologia que mais acomete as mulheres. Noventa por cento dos casos em que a gestante chega a óbito poderiam ser evitados com prevenção e identificação precoce de fatores de risco (SOARES, 2009). Esta prevenção e identificação precoce dos fatores de risco é um dos focos da enfermagem na saúde da mulher com isso, estaria buscando levantar e relacionar condutas de enfermagem que visam à redução da morbimortalidade materna e infantil, e desta forma contribuir para a este grave problema de saúde pública. É preciso detalhar cada óbito, investigar para conhecer suas causas determinantes de forma que seja possível reorganizar as ações visando a superação da problemática responsável pela morte de mulheres em decorrência da gravidez, parto e puerpério (SOARES, 2009). Vale também ressaltar a necessidade de ampliação dos estudos da enfermagem para 4

aprimoramento dos diagnósticos e sistematização da atenção de enfermagem nessa patologia. Referência Bibliográfica - AGUIAR, MIF et al.. Sistematização da Assistência de a paciente com síndrome hipertensiva gestação. Rev. Rene. Fortaleza, v. 11, n. 4, p. 66-75, out./dez.2010. Disponível em: www.revistarene.ufc.br/vol11n4_pdf/a07v11n4.pdf. Acesso em: 20 fev 2012. - AZEREDO, MFP. Repercussões da violência sob a gestação percebidas pelas com síndrome hipertensivas / Marcia Fontes Peixoto 2009. 94f. Orientadora Lucia Helena Garcia Penna. Dissertação (mestrado) Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de. - DINIZ,M V. Síndromes Hipertensivas da Gravidez: Cuidados de Hipertensão Arterial e Nefropatias na Gestação Diretrizes e Rotinas Assistenciais. Universidade Federal de São Paulo. Editor: Prof. Dr. Nelson Sass 2ª Edição São Paulo, 2007. Disponível em: www.hipertensaonagravidez.unifesp.br/download/ manual_ha07.pdf. Acesso em: 27 nov 2011. - SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Saúde. Coordenadoria de Planejamento em Saúde. Assessoria Técnica em Saúde da Mulher. Atenção à gestante e à puérpera no SUS SP: manual técnico do pré natal e puerpério / organizado por Karina Calife, Tania Lago, Carmen Lavras São Paulo: SES/SP, 2010. Disponível em: http://abenfosp.com.br/mt/manual_ses.pdf Acesso em: 20 nov 2011. - SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho cientifico. 23.ed. rev e atualizada São Paulo: Cortez, 2007. - SOARES, V.M.N. et al. Mortalidade materna por pré eclâmpsia/eclâmpsia em um estado do Sul do Brasil Rev Bras Ginecol Obstet. 2009; 31(11):566-7. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rbgo/v31n11/v31n11a07.p df. Acesso em: 22 nov 2011 - RIQUINHO, D.L.,CORREIA, S.G. Mortalidade materna: perfil sócio-demográfico e causal. Rev Bras Enferm 2006 maio-jun; 59(3): 303-7. Disponível em: www.scielo.br/scielo.php?pid=s0034-71672006000300010...sci. Acesso: 22 nov 2011. - Diabete e hipertensão na gravidez : manual de orientação / FEBRASGO ; editores : Marilza Vieira Cunha Rudge, MarcusJosé do Amaral Vasconcellos. - São Paulo : Ponto, 2004. - GONÇALVES, R; FERNANDES, RAQ; SOBRAL, DH. Prevalência da Doença Hipertensiva Específica da Gestação em hospital público de São Paulo. Rev Bras Enferm 2005 jan-fev; 58(1):61-4. 61. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=s0034-71672005000100011&script=sci_arttext Acesso em: 20 fev 2012 - OLIVEIRA, SMJV; PERSINOTTO, MOA. Revisão de literatura em enfermagem sobre hipertensão arterial na gravidez. Rev Esc Enferm USP 2001; 35(3):214-22. Disponível em: www.scielo.br/pdf/reeusp/v35n3/v35n3a02.pdf Acesso: 20 nov 2011. - OLIVEIRA, MIV; ALMEIDA, PC. A mortalidade materna relacionada à doença hipertensiva gestação em uma maternidade escola. Esc Anna Nery R Enferm 2005 abr; 9 (1): 54-63.Disponível em: http://www.eean.ufrj.br/revista_enf/2005_vol09/200 5_vol09n01ABRIL.pdf. Acesso em: 20 fev 2012 5