ÁREA DE FORMAÇÃO: PLANEAR O ORÇAMENTO FAMILIAR IDENTIFICAR RENDIMENTOS E DESPESAS

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ÁREA DE FORMAÇÃO: PLANEAR O ORÇAMENTO FAMILIAR IDENTIFICAR RENDIMENTOS E DESPESAS

Índice Planear o orçamento familiar Tipos de rendimentos Tipos de despesas Estrutura de despesas Saldo do orçamento familiar 2

Planear o orçamento familiar Planear o orçamento familiar é decidir antecipadamente o que fazer com o dinheiro. A elaboração do orçamento familiar começa com a identificação rigorosa de todos os rendimentos e de todas as despesas. Os rendimentos correspondem ao dinheiro que o agregado familiar recebe e as despesas aos pagamentos que tem de efetuar. 3

Tipos de rendimentos Os rendimentos podem ser de diversas naturezas. São exemplos de rendimentos: Salários (no caso de trabalhadores por conta de outrem) Honorários (no caso de trabalhadores independentes) Subsídios de desemprego Abonos de família Bolsas de estudo Pensões de reforma Rendas de imóveis Juros de depósitos 4

Tipos de rendimentos Os rendimentos do agregado familiar podem classificar-se em fixos ou variáveis: Os rendimentos fixos são aqueles cujo valor se mantém inalterado durante o período de tempo que se conhece (por exemplo, os salários ou as pensões de reforma). Os rendimentos variáveis, tal como o nome indica, são os que variam ao longo do tempo (por exemplo, os juros de depósito). Podem ainda existir rendimentos imprevistos, que são rendimentos inesperados ou de montante não conhecido (por exemplo, um prémio de produtividade). Estes rendimentos não devem ser considerados na elaboração do orçamento familiar dado o seu carácter irregular e imprevisível. Na elaboração do orçamento familiar devem ser incluídos os rendimentos efetivamente recebidos, ou seja, os rendimentos líquidos depois de descontado o pagamento de impostos e de contribuições para a segurança social. 5

Tipos de despesas As despesas do agregado familiar podem classificar-se em necessárias ou supérfluas. As despesas necessárias correspondem ao pagamento de bens e serviços essenciais, como a alimentação, o vestuário, a habitação ou as despesas com saúde e educação, consideradas necessidades básicas. As despesas supérfluas correspondem ao pagamento de bens e serviços destinados à satisfação de desejos como, por exemplo, a aquisição dos últimos modelos de vestuário ou calçado. As despesas supérfluas podem ser reduzidas ou até eliminadas. 6

Tipos de despesas As despesas do agregado familiar, necessárias ou supérfluas, podem também classificar-se em fixas ou variáveis, distinguindo-se pelo seu grau de flexibilidade. As despesas necessárias fixas são as relacionadas com necessidades básicas e que não podem ser facilmente alteradas (por exemplo, a prestação do crédito à habitação). As despesas necessárias variáveis são as que correspondem ao pagamento de bens indispensáveis, mas cujo valor pode ser reduzido por decisão da família (por exemplo, a compra de alimentos, a água, o gás ou a luz). As despesas supérfluas fixas são as relacionadas com o pagamento de bens e serviços não essenciais, mas que se mantêm no tempo (por exemplo, a compra de uma viagem de lazer a crédito é uma despesa supérflua, mas gera uma despesa fixa com a prestação do crédito). As despesas supérfluas variáveis correspondem ao pagamento de bens e serviços não essenciais, cujos valores podem ser reduzidos ou até eliminados (por exemplo, a aquisição de bens de consumo, como os últimos modelos de vestuário ou calçado). 7

Tipos de despesas A diferença entre o necessário e o supérfluo depende de família para família e das diferentes etapas da vida. Uma despesa supérflua para um agregado familiar pode ser necessária para outro agregado familiar. Uma despesa supérflua numa fase da vida pode mais tarde ser considerada como necessária. Por exemplo, um automóvel pode ser um bem necessário para quem começa a trabalhar por conta própria numa atividade comercial e ser um bem supérfluo para um estudante. 8

Estrutura das despesas A divisão entre despesas necessárias e supérfluas e entre despesas fixas e variáveis é muito importante para se perceber a estrutura de despesas do agregado familiar. Conhecer a estrutura de despesas do agregado familiar permite mais facilmente gerir o orçamento familiar, especialmente perante situações imprevistas. O peso das despesas fixas e das despesas variáveis determina se a estrutura de despesas é mais rígida ou mais flexível. Quanto maior o peso das despesas fixas mais rígida é a estrutura de despesas do agregado familiar. Neste caso, é mais difícil ajustar o orçamento familiar perante situações imprevistas de quebra de rendimento ou de aumento de despesas. 9

Saldo do orçamento familiar Depois da identificação dos rendimentos e das despesas é possível calcular o saldo do orçamento familiar, que é igual à diferença entre rendimentos e despesas. Saldo do orçamento familiar = Rendimentos líquidos Despesas O saldo permite avaliar a situação financeira do agregado familiar: um saldo positivo significa que os rendimentos são superiores às despesas, pelo que foi realizada poupança; um saldo negativo significa que se gasta mais do que se recebe, sendo por isso necessário reavaliar as despesas. 10